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Ministério da Educação

Universidade Tecnológica Federal do Parana´


Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduacão

SENSORES E INSTRUMENTOS INDUSTRIAIS

SENSORES DE TEMPERATURA

ANDRÉ CARDOSO DE SOUSA, LUTHIANA BARCHET, LEONARDO HORTEGA


DUARTE, JORGE ADAIR DE MELO JUNIOR

Medianeira – 2023
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1. Introdução
Sensores de temperatura são dispositivos que detectam e medem a temperatura de um
objeto ou ambiente. Eles são usados em muitas aplicações, como monitoramento de temperatura
em processos industriais, controle de temperatura em sistemas de aquecimento e resfriamento,
monitoramento de temperatura em alimentos e medicamentos, e muito mais. Existem vários
tipos de sensores de temperatura, incluindo termopares, RTDs (dispositivos de detecção de
temperatura de resistência), termistores e sensores de temperatura infravermelhos. Cada tipo de
sensor tem suas próprias características e é adequado para diferentes aplicações.
A grandeza temperatura
Para que possamos entender o funcionaento de tal sensor, precisamos primeiro
compreender o comportamento e dinâmica de tal grandeza física. Defini-se temperatura como
uma medida da energia cinética média das moléculas ou átomos individuais, esse conceito
também precisa ser compreendido e separado em relação ao conceito de calor, que é definido
como energia cinética total dos átomos e moléculas que compõem uma substância. A dinstição
entre esses dois conceitos, fica mais clara quando analisamos o seguinte exemplo. A
temperatura de um copo de água fervente é a mesma que a da água fervente de um balde.
Contudo, o balde de água fervente tem uma maior quantidade de energia que o copo de água
fervente. Portanto, a quantidade de calor depende da massa do material, a temperatura não.
Embora os conceitos de calor e temperatura sejam distintos, eles são relacionados. A
temperatura de uma parcela de ar pode mudar quando o ar ganha ou perde calor, mas isto não é
sempre necessário, pois pode haver também mudança de fase da água contida no ar ou mudança
de volume da parcela de ar, associada com o ganho ou perda de calor. Por outro lado, gradientes
de temperatura determinam o fluxo de calor de um lugar para outro através de radiação,
condução e convecção.
Assim, de uma maneira mais abrangente, podemos definir a temperatura como
a grandeza física que mede o grau de agitação térmica, ou energia cinética, translacional,
rotacional e vibracional dos átomos e moléculas que constituem um corpo. Quanto maior for a
agitação das moléculas, maior será a sua temperatura. Além disso, o estado físico da
matéria está relacionado com sua temperatura. Na escala macroscópica, a agitação térmica afeta
a velocidade, bem como as distâncias entre os átomos e moléculas de um corpo; desse modo, os
efeitos percebidos são as mudanças de estado físico.

1.1. As escalas termométricas, historia e suas equações


No Brasil, medimos o calor por meio de graus Celsius (ºC) mas, nos Estados Unidos, os
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valores são medidos em Fahrenheit (ºF). Fato é que a mesma temperatura é representada por
números diferentes em cada uma das diferentes escalas termométricas.
A escala termométrica de Celsius é baseada nas temperaturas de ebulição e fusão da
água. No desenvolvimento dessa unidade de medida, ficou determinado que a temperatura de
fusão da água, ou seja, quando ela transita entre os estados sólido e líquido, é o ponto inicial =
0ºC. Por outro lado, a temperatura de ebulição da água, quando ela se transforma de líquido em
vapor, é a marca de 100ºC.
A escala de Fahrenheit foi criada no século XVIII, quando os termômetros de mercúrio
estavam em desenvolvimento. Assim como Celsius, os marcos utilizados também se referem ao
ponto de fusão e ebulição da água. Dessa vez, ficou determinado que o ponto de fusão da água é
igual a 32ºF, enquanto que o ponto de ebulição está em 212 ºF. O número de intervalos entre os
pontos é de 180, por isso, a escala termométrica de Fahrenheit não é centígrada.
A escala de Kelvin é mundialmente conhecida, principalmente em ambientes
laboratoriais e assuntos acadêmicos. Afinal, é uma escala termométrica criada com o objetivo de
atribuir um valor de temperatura para um momento em que as partículas químicas estivessem
em ausência de movimento — conceito conhecido como zero absoluto. Um dos critérios
estabelecidos pelo autor foi que esse zero absoluto não poderia estar em valores negativos. Foi
assim que definiu que o ponto de fusão da água está em 273 K, enquanto o ponto de ebulição é
de 373 K. Observe que o intervalo de valores é centígrado e saiba que essa é a unidade utilizada
pelo Sistema Internacional.
Uma das primeiras tentativas de construção de uma escala de temperatura ocorreu por
volta de 170 DC. Claudius Galenus of Pergamum (130-201), medico grego, teria sugerido que
as sensações de “quente” e “frio” fossem medidas com base em uma escala com quatro divisões
numeradas acima e abaixo de um ponto neutro. Para tal escala termométrica, atribuiu a
temperatura de “quatro graus de calor” à água a fervendo, a temperatura de “quatro graus de
frio” ao gelo e a temperatura “neutra” a uma mistura de quantidades iguais daquelas duas
substâncias. Galenus não foi um excelente medico, mas sim um excelente fisiologista. Ele
escreveu vários tratados médicos, frutos de seu trabalho no tratamento dos Gladiadores romanos
e das suas dissecações de animais vivos. Ele foi o primeiro medico a dar diagnósticos pela
medição do pulso da pessoa
O primeiro termômetro foi idealizado por Galileu Galilei (1564-1642). Ele consistia de
um longo tubo de vidro com um bulbo preenchido com vinho. Este primeiro tipo de aparelho
utilizado para a medição de temperatura foi chamado de termoscópio (instrumento que indica a
temperatura através da mudança do volume). Alguns tinham o ar do bulbo retirado antes de se
colocar o liquido (podia ser água colorida no lugar do vinho), fazendo com que o liquido subisse
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dentro do tubo. Conforme o ar restante no tubo era aquecido ou esfriado, o liquido do tubo
variava refletindo a mudança na temperatura do ar. Mais tarde seu colega Sanctorius
acrescentou uma escala gravada no tubo para facilitar a medição da alteração da temperatura.
Robert Hook (1635-1703), curador da Sociedade Real em 1664 usou tintura vermelha no
álcool. Sua escala, na qual cada grau representava um incremento do volume equivalente a
1/500 parte do volume do liquido do termômetro precisava somente de um ponto fixo. Ele
selecionou o ponto de congelamento da água. O termômetro original de Hook tornou-se padrão
do Colégio Gresham e foi usado pela Sociedade Real até 1709. A primeira leitura meteorológica
compreensível foi feita nesta escala.
Daniel Gabriel Fahrenheit (1686-1736) devotou a maior parte de sua vida a criação de
instrumentos meteorológicos. Em 1708, Fahrenheit visitou Rømer em Copenhague e viu seu
termômetro com dois pontos de calibração. Impressionado com o termômetro, ele passou a
utilizá-lo quando voltou a Alemanha. Mais tarde, não gostando do inconveniente (e das frações)
de dividir os graus Rømer de modo a permitir a medição de pequenos intervalos de temperatura
e ele multiplicou a escala de Rømer por 4. Isto fez com que o ponto de derretimento da água
fosse 30 graus e a temperatura do copo humano 90 graus. Depois ele mudou estes valores para
32 e 96 graus respectivamente para simplificar a marcação da escala (em 64 divisões).
Fahrenheit ainda adicionou mais um ponto com referência, a temperatura de equilíbrio de uma
mistura de gelo e sal, que foi definida como zero em sua escala. Infelizmente o uso de três
referencias causou mais incerteza do que precisão.
Após a morte de Fahrenheit, a temperatura do corpo humano foi considerada inconstante
para a definição de um ponto na escala de temperatura, então sua escala foi modificada para dar
a ela novamente 2 pontos de referência. Tudo isto resultou no desajeitado padrão numérico, com
o ponto de congelamento da água definido como 32 F e o ponto de ebulição (na pressão
atmosférica padrão) definido como 212 F. Fahrenheit também percebeu que o álcool não tinha
precisão e repetibilidade para a medição da temperatura. Em 1714, ele adotou o mercúrio, o qual
se mostrou uma excelente alternativa devido ao seu coeficiente de expansão térmica ser
altamente linear e não se dissolver no ar. Por outro lado, ele é menos sensível a mudança de
temperatura.

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1.2. Conversão entre escalas


Para que seja possível realizar a conversão entre as principais escalas utilizadas,
podemos usar a seguinte equação

Figura 1 – Conversão de escalas termométricas

2. O sensores de temperatura: Tipos e construção


A análise da temperatura na industria e no dia a dia pode ser empregada nos mais
variados processos e lugres, devido a isso podemos encontrar métodos de construção diferente
de sensores com a finalidade de mensurar tal grandeza.

2.1. Sensores termopares


Confiaveis e eficientes, os sensores do tipo termopares, são constituidos de um par de fio
metálico composto por metais diferentes, conectados em uma extremidade, onde haverá uma
diferença de potencial entre eles em função da temperatura excitada na extremidade conectada

Figura 2 – Construção de um termopar

Embora praticamente podemos contruir um termopar com qualquer combinação de doos


metis, são utilizadas apenas algumas combinações normalizadas que já possuem algumas
tensões de saída previsíveis e suportam uma grande gama de temperatura. De maneira gera, os
termopares atuais podem medir de -250º C a 2500º C de uma exatidão aproximada de
aproxiadamente 0,5 ~ 2,0º C.
Não basta apenas ligar um voltimetro em um termopar e registrar o valor de tensão
produzida, Pois o voltimetro també formaria uma junção termopar que atrapalharia a leitura da
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temperatura.

Figura 3 – Modelo de um sensor termopar

Quando se faz necessário o uso de um termopar é necessário também fazer um análise de


que tipo irá ser utilizado, pois de acordo com os metais utilizados temos faixas de temperaturas
suportadas diferentes e exatidão e confiabilidades diferentes. São esses:
Tipo K (Cromel / Alumel): Termopar de uso genérico, com baixo custo e de alta popularidade.
Cobre temperaturas entre -200º C e 1370º C, tendo uma sensibilidade de aproximadamente 41
µV/ºC.
Tipo E (Cromel / Constantan): Um termopar de sensibilidade de 68 µV/ºC, ideal para baixas
temperaturas
Tipo J (Ferro / Constantan): Seu range é menor de -40ºC a 750ºC, presente e equipamentos mais
antigos que pede sua calibração facilente acia dos 760º C.
Tipo N (Nicrosil / Nisil): Adequado para medidas em altas temperatura com alta estabilidade e
resistêncoa à oxidação.
Tipo B (Platina / Ródio-Platina): São o tipo mais estável dos termopares, porém, devido a sua
sensibilidade. 10 µV/ºC. Utiliza-se apenas para medir temperaturas acima dos 300º C
Tipo R, S (Platina / Ródio-Platina): Adequado para mediçaõ acima de 1600º C, porém possui
sensibilidade reduzida 10 µV/ºC. E alto cuto.
Tipo T (Cobre / Constantan): É o mais indicado para a medição entre 270º C a 400ºC.
Tipo C (Tugstênio 5% Rênio / Tugstênio 26% Rênio): Adequado para medir faixas de 0º C a
2320º C. Sua utilização é recomendada em fornos a vácuo em temperaturas extremamente
elevadas, nunca deve ser utilizado na presenç de oxigênio para temperaturas acima de 260º C.
Tipo M (Liga Niquel 19% / Liga de Niquel-Molibidênio 20%): Adequado ´para a mesma
aplicação do tipo C, mas ára temperaturas de até 1400º C.

2.2. Detector de temperatura de resistência RTD


Um sensor de temperatura RTD é um dispositivo comum para medições de temperatura em uma
ampla gama de aplicações industriais os RTDs contêm fios de platina, níquel ou cobre, pois
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esses materiais têm um coeficiente de temperatura positivo. Isso significa que um aumento na
temperatura resulta em um aumento na resistência – essa mudança de resistência é então usada
para detectar e medir as mudanças de temperatura.

Figura 4 – Características construtivas de um RTD

RTDs de platina são o tipo mais comum de RTD usado em aplicações industriais, pois a
platina tem um excelente resistência à corrosão, e um excelente estabilidade a longo prazo,
medindo uma faixa de (-200 ate 850 º C).
Os de Níquel são mais baratos que os de platina e têm boa resitência à corresão, no
entanto possue um envelhecimento mais rapido e perde precisão com isso. Su faixa de medição
vai de (-80 até 260º C).
Os de cobre têm a melhor resitência à linearidade da temperatura dos três tipos, além do
cobre ser um materiail de baixo custo. No entanto, o cobre oxidade em temperaturas mais altas.
Sua faixa de medição é limitada de -200 até 260ºC.
A construção de um RTD é simples e podem ser de três tipos. De fio enrolado, de
elemento enrolado e de filme enrolado.
RTD de Fio enrolado: Um fio de resistência é enrolado em trono de um núcleo não
condutor, que geralmente é feito de cerâmica. O fabricante irá cortar o comprimento do fio para
atingir uma resistência especificada a 0º C. Chamada de resistência “RO”

Figura 5 – RTD de fio enrolado

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RTD de elemento enrolado: O fio de resistência é enrolado em pequenas bobinas, que se


encaixam livremente em uma forma de cerâmica que é então preenchida com um pó não
condutor. O fio de resistência é livre para expandir e contrair conforme as mudanças de
temperatura, minimizando o erro causado por esforços mecânicos. O pó aumenta a taxa de
transferência de calor para as bobinas, melhorando assim o tempo de resposta.

Figura 6 – RTD de elemento enrolado

RTD de filme fino: são produzidos em massa e custam menos do que os outros tipos de
RTDs. Eles são menores e têm um tempo de resposta mais rápido do que os outros, o que é
desejável em muitas aplicações. Eles são feitos depositando um caminho fino de platina sobre
uma base de cerâmica. O fabricante ajusta a resistência em 0 ° C abrindo shunts paralelos no
caminho com um feixe de laser. Quanto mais shunts são abertos, maior é a resistência a 0 ° C.
RTDs de filme fino não são tão precisos quanto os outros tipos porque: A resistência R0 não
pode ser ajustada com a mesma precisão dos outros tipos. A base de cerâmica e o revestimento
de platina têm taxas de expansão ligeiramente diferentes, Como os RTDs de filme fino são
menores, a corrente de excitação do RTD causa um erro um pouco maior devido ao auto
aquecimento do RTD.

Figura 7 – RTD de filme fino


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2.3. Termistor
Os termistores são resistores termicamente sensíveis, cujas características exibem
grandes mudanças na resistência com uma pequena mudança da temperatura do corpo, devido à
alteração na concentração de portadores de carga. Esta mudança da resistência com a
temperatura pode resultar em um coeficiente negativo da resistência, onde a resistência diminui
com um aumento na temperatura (termistor NTC ). Quando a resistência aumenta com um
aumento na temperatura, o resultado é um coeficiente positivo da temperatura (termistor PTC).

Figura 8 – Curva do termistor NTC e PTC

No século XIX, as pessoas conseguiram demonstrar a variação de um resistor com a


temperatura. Estes têm sido usados de várias maneiras, mas muitos sofrem de uma variação
comparativamente pequena mesmo em uma grande faixa de temperatura. Com o surgimento dos
semicondutores, se tornou possível o surgimento de termistores com uma maior variação de
resistência.
Dos dois tipos de materiais usados para termistores, os compostos metálicos foram os
primeiros a serem descobertos. O coeficiente negativo de temperatura foi observado por Faraday
em 1833 quando ele mediu a variação da resistência com a temperatura do sulfeto de prata. No
entanto, demorou até a década de 1940 antes que os óxidos metálicos se tornassem disponíveis
comercialmente. Com o trabalho que foi realizado em materiais semicondutores após a Segunda
Guerra Mundial, os termistores de germânio de cristal foram estudados e, posteriormente, os
termistores de silício foram investigados.
Embora existam dois tipos de termistores, os óxidos metálicos e as variedades de
semicondutores, eles cobrem diferentes faixas de temperatura e, portanto, não competem entre
si. Os termistores de óxido metálico são geralmente usados para temperaturas na faixa de 200 a
700 K. Esses termistores são feitos de uma versão em pó fino do material que é comprimido e
sinterizado em alta temperatura. Os materiais mais comuns a serem usados para esses
termistores são óxido de manganês, óxido de níquel, óxido de cobalto, óxido de cobre e óxido
férrico. Termistores semicondutores são usados para temperaturas muito mais baixas. Os
termistores de germânio são mais amplamente usados do que seus equivalentes de silício e são
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usados para temperaturas abaixo de 100 K, ou seja, dentro de 100 graus do zero absoluto. Os
termistores de silício podem ser usados em temperaturas de até 250°K. Acima desta
temperatura, um coeficiente de temperatura positivo se estabelece. O próprio termistor é feito de
um único cristal que foi dopado a um nível de 10 16 – 10 17 por centímetro cúbico.

Figura 9 – Exemplos de termistores

3. Sensores comerciais
O sensor de temperatura EE074 é dedicado à medição precisa de temperatura (T) de ar,
gases e líquidos. A robusta sonda de aço inoxidável é ideal para climatização e controle de
processos nas indústrias alimentícia e farmacêutica, em salas limpas (cleanroom) ou
na agricultura. Os dados medidos estão disponíveis através da interface RS485 com protocolo
Modbus RTU. Sua opção construtiva em aço inoxidável IP68 em combinação com a eletrônica
totalmente encapsulada leva a um excelente desempenho de medição de longo prazo, mesmo em
ambientes agressivos e de alta condensação. O EE074 pode ser encontrado em aplicações como,
processo e controle climático, indústria de alimentos e bebidas, industria farmacêutica,
agricultura, entre outros.

Figura 10 – Sensor EE074

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O Data logger de temperatura HOBO MX2203, é um registrador de dados de


temperatura que pode ser utilizado para mensurar a temperatura da água em profundidade de até
122 metros. Esse medidor de temperatura pode ser utilizado em rios, oceanos, lagos, estuários,
entre outras aplicações onde se necessita monitorar temperatura. Seu sensor de temperatura
interno possui precisão de 0,2 °C.

Figura 11 – Data Logger HOBO MX2203

O HOBO MAX2203 trabalha utilizando-se de uma comunicação bluetooth, um alarme


visual que indica máximo e mínimo, uma grande capacidade de armazenamento de memória,
que permite armazenar os dados durante dias, semanas ou até meses. Além disso, ele possui um
aplicativo para Android/IOS HOBOconnect para configurar, baixar e visulizar os dados
sincornizados na nuvem que podem ser expostáveis para o Excel, possibilitando escolher data e
hora para iniciar a coleta dos dados. Para isso, é possivel configuras o data logger para parar de
registrar quando a memória estiver cheia ou nunca parar e ir substindo os dados mais antigos
pelos atuais, além de poder encolher um intervalo de registro de dados configurávies.
O Sensor de Temperatura LM35 é um componente eletrônico digital desenvolvido para
ser aplicado nos mais diversos ambientes, medindo temperaturas entre 0C a +100C. Para que o
sensor de temperatura entre em funcionamento, é necessário estar conectado junto a uma
plataforma de prototipagem, por exemplo, o Arduino.

Figura 12 – Sensor LM35


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Apresentando uma tensão de saída linear relativa a temperatura, o Sensor de


Temperatura LM35 irá apresentar um valor Analógico referente a temperatura que o ambiente
apresenta.Utilizado comumente em ambientes fechados para a realização da leitura da
temperatura, o Sensor de Temperatura LM35 possui a capacidade de indicar para o Arduino as
condições climáticas do ambiente, que ao reconhecer o sinal, poderá executar diversas
funcionalidades autoprogramáveis. Outra característica diferencial do Sensor de Temperatura
LM35 é que o mesmo pode derivar a alimentação do barramento de dados, sem precisar de uma
fonte externa de energia, essa característica é conhecida como parasite power.
Se você precisa de um sensor de grande confiabilidade e precisão, o Sensor de Temperatura
LM35 é o produto que vai satisfazer a sua necessidade, apresentando bons resultados.
4. Aplicações e a importância dos sensores de temperatura na industria
A aplicação de sensores de temperatura na indústria desempenha um papel fundamental na
garantia de processos eficientes, seguros e de alta qualidade. Esses dispositivos são projetados
para medir e monitorar as condições térmicas em uma ampla variedade de contextos industriais,
proporcionando controle preciso e feedback em tempo real. Desde a manufatura de produtos
eletrônicos até a produção de alimentos e a geração de energia, os sensores de temperatura
desempenham um papel crucial na otimização de processos, prevenção de falhas, garantia de
conformidade com padrões de qualidade e asseguramento da segurança em ambientes
industriais.
4.1. Controle de processos industriais
Em plantas industriais, os sensores de temperatura são utilizados para monitorar e controlar a
temperatura em diferentes estágios do processo de fabricação, isso acontece porque os
equipamentos precisam estar dentro da temperatura indicada pelos fabricantes. Sensores como
termopares ou termorresistências são inseridos nos equipamentos ou na linha de produção,
fornecendo feedback em tempo real para garantir que as condições ideais sejam mantidas, sendo
que, a ausência do sensor resultaria em produtos de qualidade inferior, um aumento nos
desperdícios e falhas no processo produtivo.
4.2. Na indústria alimentícia
O controle de temperatura é de suma importância em várias etapas da produção de
alimentos, desde a preparação até o armazenamento dos mesmos. Esses sensores, em grande
parte termoresistências como o Pt100, são utilizados em equipamentos de cocção, resfriamento
e armazenamento de forma a garantir a conformidade com padrões de segurança alimentar. A
ausência desses sensores levaria a uma variação não detectada nas condições de processamento
e armazenamento de alimentos, aumentando assim, o risco de contaminação bacteriana e
deterioração precoce dos produtos.
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4.3. Manufatura eletrônica


O monitoramento da temperatura também é importante durante o processo de fabricação
de componentes eletrônicos sensíveis ao calor, pois o monitoramento constante em sensores
integrados aos equipamentos de soldagem, fornos de reflow, entre outros processos, é de suma
importância para evitar danos causados por superaquecimento durante todo o processo.
4.4. Indústria Farmacêutica
Produtos farmacêuticos, tais como alimentícios, são extremamente sensíveis ao ambiente
e trabalham sobre regulamentações rigorosas que visam evitar variações que possam
comprometer a qualidade dos produtos. Para isso, surge a importância dos sensores de
temperatura, a maioria desses produtos, necessitam de serem armazenados em congeladores
com baixíssimas temperaturas, principalmente em questão de vacinas e antibióticos sensíveis ao
meio ambiente, um mal controle da temperatura nesses ambientes podem inutilizar
medicamentos com um alto custo de produção e de grande importância para a saúde humana.
4.5. Fabricação de vidro
Fabricação de vidro é um dos processos industriais que exige altas temperaturas de
maneira controlada. Os termopares são os sensores frequentemente utilizados em fornos de
fusão e moldagem de vidro para monitorar a temperatura durante o processo de fabricação. A
ausência de tal sensor torna difícil garantir uma uniformidade e consistência da temperatura no
processo, o que levaria características indesejadas, como fragilidade e imperfeições ao produto
final.
4.6. Metalúrgica
Fornos metalúrgicos e processos de fundição, tais como a fabricação de vidro,
necessitam de um trabalho em altas temperaturas de maneira controlada, pois cada liga metálica
possui uma temperatura de fusão específica que precisa ser alcançada e mantida para que seja
possível o trabalho com tais metais. A ausência de tais sensores tornariam esse trabalho
extremamente difícil, dificultando não somente o trabalho com tais metais, mas também, a
qualidade do produto final.
4.7. Fabricação de plásticos
Em processos industriais onde o plástico é a principal manufatura, se faz necessário um
controle extremamente preciso da temperatura em sua moldagem, pois o plástico é
extremamente sensível ao calor, podendo ser inutilizado com temperaturas relativamente
pequenas devido a sua baixa resistência térmica.
4.8. No sistema de geração, transmissão e distribuição de energia
Sensores de temperatura são de grande importância para o monitoramento da qualidade
da geração, transmissão e distribuição. Sendo eles uma ferramenta de extrema importância para
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a análise de percas por efeito joule nos sistemas em geral podendo ser utilizado para identificar
falhas e monitorar visando a melhor qualidade do sistema elétrico.
5. Como funciona a leitura de um sensor de temperatura
Em um processo de produção existem variáveis físicas (pressão, temperatura,
velocidade, velocidade de rotação, viscosidade, etc.). Estes chamados sinais analógicos devem
ser processados pelo CLP ou micrcontrolador.
Os elementos sensores também são chamados de "transdutores" porque convertem uma
quantidade física (geralmente uma quantidade mecânica) em um sinal elétrico, como corrente,
tensão ou resistência elétrica.
Antes que os valores analógicos possam ser processados pela CPU, eles devem ser convertidos
para o formato digital. Isso é feito pelo ADC (Conversor Analógico-Digital) como um módulo
que faz parte de módulo de entrada analógica.
O resultado da conversão é armazenado em um cache e permanece acessível lá até ser
sobregravado por um novo valor. O valor analógico convertido pode ser lido com o comando
Load "L PIW ...".
Com a instrução de transferência "T PQW ...", o valor analógico utilizado pelo programa do
usuário é enviado para a saída analógica, onde o módulo DAC (conversor analógico-digital)
converte o valor em um sinal padrão analógico normalizado.
5.1. Conversor analógico-digital
Os sinais analógicos devem ser convertidos em informações digitais antes de poderem
ser processados pelo CLP. O módulo que realiza a conversão analógico-digital é chamado de
ADC (conversor analógico-digital). Isto significa que, por exemplo, a tensão de 10 V é
armazenada em uma série de bits como informação binária. Quanto mais dígitos binários
disponíveis, melhor a resolução.

Figura 12 – Gráfico tensão x bit de um ADC


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Se, por exemplo, apenas 2 bits estiverem disponíveis para a faixa de tensão de 0 ... 10 V,
este tensão pode ser dividida em quatro faixas separadas: 0 ... 2,5 / 2,5 ... 5/5 ... 7,5 / 7,5 . .. 10V.
A resolução pode ser determinada usando a seguinte equação:
Resolução = faixa de medição (n = número de bits)
. 2n

Se uma distinção deve ser feita entre faixas de tensão negativa e positiva, um bit deve ser
reservado para o sinal da tensão. A equação muda para:
Resolução = faixa de medição (n = número de bits)
. 2n – 1

5.2. Diagrama completo de leitura e utilização de um sensor de temperatura

Utilizando de exemplo um sensor com a função de monitorar um forno elétrico,


podemos interpretar o diagrama da seguinte maneira. O Sensor de temperatura irá realizar uma
leitura da temperatura atual do forno, esse sinal que irá ser transmitido de maneira analógica irá
passar por um conversor analógico-digital, enviando assim um sinal que poderá ser interpretado
pelo microcontrolador. O microcontrolador, através de um controle já pré-definido irá analisar
essse sinal e enviar comandos através de um circuito de potência para que a temperatura do
forno seja diminuida e aumentada, fechado assim o ciclo e iniciando outro.

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6. Referências
THOMAZINI, Daniel; DE ALBUQUERQUE, Pedro Urbano Braga. Sensores industriais:
fundamentos e aplicações. Saraiva Educação SA, 2020.
ARAÚJO, Letícia Sobral; PORTEZANI, Carlos Henrique. APLICAÇÃO DE SENSORES DE
TEMPERATURA NA AQUISIÇÃO DE PARÂMETROS METEOROLÓGICOS. ANAIS DO
ENIC, 2016.
ARAUJO, DANIELA REBECA DE SOUZA. APLICAÇÃO DE SENSOR DE
TEMPERATURA TERMOPAR PARA CONTROLE E AUTOMAÇÃO DE FORNOS DE
TRATAMENTO TÉRMICO.
OLIVEIRA, Amauri et al. Modulador Sigma-Delta Baseado em Sensor Aquecido à
Temperatura Constante. In: Congresso Brasileiro de Automática. 2004. p. 6-11.
SOUSA, Fernando Rangel et al. Implementação em CPLDS de estratégias de geração de largura
de pulsos em sistema de medição baseado em sensor termo-resistivo mantido a temperatura
constante. 2000.
CIRCUITS-DIY. Simple Temperature Sensor Circuit using LM35 IC. https://www.circuits-
diy.com/simple-temperature-sensor-circuit-using-lm35-ic/#google_vignette
BÇPG RAISA. Termistor: Tudo que Você Precisa Saber. https://blog.raisa.com.br/termistor-
tudo-que-voce-precisa-saber/ Acesso em 30/03/2023
UTFPR. Termistores NTC. https://www.eletrica.ufpr.br/edu/Sensores/2000/brenno/
UEL. Sensores de Temperatura RTD • Techno Supply Automação Industrial termopares.
https://technosupply.com.br/sensores-de-temperatura-rtd/
MUNDO DA ELETRICA. Sensor de temperatura – Tipos e funcionamento!.
https://www.mundodaeletrica.com.br/sensor-de-temperatura-tipos-funcionamento/
LINQUIP. Temperature Sensor: Types, Working Principles, Advantages.
https://www.linquip.com/blog/temperature-sensors/

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