Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SENSORES DE TEMPERATURA
Medianeira – 2023
1
Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Parana´
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduacão
1. Introdução
Sensores de temperatura são dispositivos que detectam e medem a temperatura de um
objeto ou ambiente. Eles são usados em muitas aplicações, como monitoramento de temperatura
em processos industriais, controle de temperatura em sistemas de aquecimento e resfriamento,
monitoramento de temperatura em alimentos e medicamentos, e muito mais. Existem vários
tipos de sensores de temperatura, incluindo termopares, RTDs (dispositivos de detecção de
temperatura de resistência), termistores e sensores de temperatura infravermelhos. Cada tipo de
sensor tem suas próprias características e é adequado para diferentes aplicações.
A grandeza temperatura
Para que possamos entender o funcionaento de tal sensor, precisamos primeiro
compreender o comportamento e dinâmica de tal grandeza física. Defini-se temperatura como
uma medida da energia cinética média das moléculas ou átomos individuais, esse conceito
também precisa ser compreendido e separado em relação ao conceito de calor, que é definido
como energia cinética total dos átomos e moléculas que compõem uma substância. A dinstição
entre esses dois conceitos, fica mais clara quando analisamos o seguinte exemplo. A
temperatura de um copo de água fervente é a mesma que a da água fervente de um balde.
Contudo, o balde de água fervente tem uma maior quantidade de energia que o copo de água
fervente. Portanto, a quantidade de calor depende da massa do material, a temperatura não.
Embora os conceitos de calor e temperatura sejam distintos, eles são relacionados. A
temperatura de uma parcela de ar pode mudar quando o ar ganha ou perde calor, mas isto não é
sempre necessário, pois pode haver também mudança de fase da água contida no ar ou mudança
de volume da parcela de ar, associada com o ganho ou perda de calor. Por outro lado, gradientes
de temperatura determinam o fluxo de calor de um lugar para outro através de radiação,
condução e convecção.
Assim, de uma maneira mais abrangente, podemos definir a temperatura como
a grandeza física que mede o grau de agitação térmica, ou energia cinética, translacional,
rotacional e vibracional dos átomos e moléculas que constituem um corpo. Quanto maior for a
agitação das moléculas, maior será a sua temperatura. Além disso, o estado físico da
matéria está relacionado com sua temperatura. Na escala macroscópica, a agitação térmica afeta
a velocidade, bem como as distâncias entre os átomos e moléculas de um corpo; desse modo, os
efeitos percebidos são as mudanças de estado físico.
valores são medidos em Fahrenheit (ºF). Fato é que a mesma temperatura é representada por
números diferentes em cada uma das diferentes escalas termométricas.
A escala termométrica de Celsius é baseada nas temperaturas de ebulição e fusão da
água. No desenvolvimento dessa unidade de medida, ficou determinado que a temperatura de
fusão da água, ou seja, quando ela transita entre os estados sólido e líquido, é o ponto inicial =
0ºC. Por outro lado, a temperatura de ebulição da água, quando ela se transforma de líquido em
vapor, é a marca de 100ºC.
A escala de Fahrenheit foi criada no século XVIII, quando os termômetros de mercúrio
estavam em desenvolvimento. Assim como Celsius, os marcos utilizados também se referem ao
ponto de fusão e ebulição da água. Dessa vez, ficou determinado que o ponto de fusão da água é
igual a 32ºF, enquanto que o ponto de ebulição está em 212 ºF. O número de intervalos entre os
pontos é de 180, por isso, a escala termométrica de Fahrenheit não é centígrada.
A escala de Kelvin é mundialmente conhecida, principalmente em ambientes
laboratoriais e assuntos acadêmicos. Afinal, é uma escala termométrica criada com o objetivo de
atribuir um valor de temperatura para um momento em que as partículas químicas estivessem
em ausência de movimento — conceito conhecido como zero absoluto. Um dos critérios
estabelecidos pelo autor foi que esse zero absoluto não poderia estar em valores negativos. Foi
assim que definiu que o ponto de fusão da água está em 273 K, enquanto o ponto de ebulição é
de 373 K. Observe que o intervalo de valores é centígrado e saiba que essa é a unidade utilizada
pelo Sistema Internacional.
Uma das primeiras tentativas de construção de uma escala de temperatura ocorreu por
volta de 170 DC. Claudius Galenus of Pergamum (130-201), medico grego, teria sugerido que
as sensações de “quente” e “frio” fossem medidas com base em uma escala com quatro divisões
numeradas acima e abaixo de um ponto neutro. Para tal escala termométrica, atribuiu a
temperatura de “quatro graus de calor” à água a fervendo, a temperatura de “quatro graus de
frio” ao gelo e a temperatura “neutra” a uma mistura de quantidades iguais daquelas duas
substâncias. Galenus não foi um excelente medico, mas sim um excelente fisiologista. Ele
escreveu vários tratados médicos, frutos de seu trabalho no tratamento dos Gladiadores romanos
e das suas dissecações de animais vivos. Ele foi o primeiro medico a dar diagnósticos pela
medição do pulso da pessoa
O primeiro termômetro foi idealizado por Galileu Galilei (1564-1642). Ele consistia de
um longo tubo de vidro com um bulbo preenchido com vinho. Este primeiro tipo de aparelho
utilizado para a medição de temperatura foi chamado de termoscópio (instrumento que indica a
temperatura através da mudança do volume). Alguns tinham o ar do bulbo retirado antes de se
colocar o liquido (podia ser água colorida no lugar do vinho), fazendo com que o liquido subisse
3
Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Parana´
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduacão
dentro do tubo. Conforme o ar restante no tubo era aquecido ou esfriado, o liquido do tubo
variava refletindo a mudança na temperatura do ar. Mais tarde seu colega Sanctorius
acrescentou uma escala gravada no tubo para facilitar a medição da alteração da temperatura.
Robert Hook (1635-1703), curador da Sociedade Real em 1664 usou tintura vermelha no
álcool. Sua escala, na qual cada grau representava um incremento do volume equivalente a
1/500 parte do volume do liquido do termômetro precisava somente de um ponto fixo. Ele
selecionou o ponto de congelamento da água. O termômetro original de Hook tornou-se padrão
do Colégio Gresham e foi usado pela Sociedade Real até 1709. A primeira leitura meteorológica
compreensível foi feita nesta escala.
Daniel Gabriel Fahrenheit (1686-1736) devotou a maior parte de sua vida a criação de
instrumentos meteorológicos. Em 1708, Fahrenheit visitou Rømer em Copenhague e viu seu
termômetro com dois pontos de calibração. Impressionado com o termômetro, ele passou a
utilizá-lo quando voltou a Alemanha. Mais tarde, não gostando do inconveniente (e das frações)
de dividir os graus Rømer de modo a permitir a medição de pequenos intervalos de temperatura
e ele multiplicou a escala de Rømer por 4. Isto fez com que o ponto de derretimento da água
fosse 30 graus e a temperatura do copo humano 90 graus. Depois ele mudou estes valores para
32 e 96 graus respectivamente para simplificar a marcação da escala (em 64 divisões).
Fahrenheit ainda adicionou mais um ponto com referência, a temperatura de equilíbrio de uma
mistura de gelo e sal, que foi definida como zero em sua escala. Infelizmente o uso de três
referencias causou mais incerteza do que precisão.
Após a morte de Fahrenheit, a temperatura do corpo humano foi considerada inconstante
para a definição de um ponto na escala de temperatura, então sua escala foi modificada para dar
a ela novamente 2 pontos de referência. Tudo isto resultou no desajeitado padrão numérico, com
o ponto de congelamento da água definido como 32 F e o ponto de ebulição (na pressão
atmosférica padrão) definido como 212 F. Fahrenheit também percebeu que o álcool não tinha
precisão e repetibilidade para a medição da temperatura. Em 1714, ele adotou o mercúrio, o qual
se mostrou uma excelente alternativa devido ao seu coeficiente de expansão térmica ser
altamente linear e não se dissolver no ar. Por outro lado, ele é menos sensível a mudança de
temperatura.
4
Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Parana´
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduacão
temperatura.
esses materiais têm um coeficiente de temperatura positivo. Isso significa que um aumento na
temperatura resulta em um aumento na resistência – essa mudança de resistência é então usada
para detectar e medir as mudanças de temperatura.
RTDs de platina são o tipo mais comum de RTD usado em aplicações industriais, pois a
platina tem um excelente resistência à corrosão, e um excelente estabilidade a longo prazo,
medindo uma faixa de (-200 ate 850 º C).
Os de Níquel são mais baratos que os de platina e têm boa resitência à corresão, no
entanto possue um envelhecimento mais rapido e perde precisão com isso. Su faixa de medição
vai de (-80 até 260º C).
Os de cobre têm a melhor resitência à linearidade da temperatura dos três tipos, além do
cobre ser um materiail de baixo custo. No entanto, o cobre oxidade em temperaturas mais altas.
Sua faixa de medição é limitada de -200 até 260ºC.
A construção de um RTD é simples e podem ser de três tipos. De fio enrolado, de
elemento enrolado e de filme enrolado.
RTD de Fio enrolado: Um fio de resistência é enrolado em trono de um núcleo não
condutor, que geralmente é feito de cerâmica. O fabricante irá cortar o comprimento do fio para
atingir uma resistência especificada a 0º C. Chamada de resistência “RO”
7
Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Parana´
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduacão
RTD de filme fino: são produzidos em massa e custam menos do que os outros tipos de
RTDs. Eles são menores e têm um tempo de resposta mais rápido do que os outros, o que é
desejável em muitas aplicações. Eles são feitos depositando um caminho fino de platina sobre
uma base de cerâmica. O fabricante ajusta a resistência em 0 ° C abrindo shunts paralelos no
caminho com um feixe de laser. Quanto mais shunts são abertos, maior é a resistência a 0 ° C.
RTDs de filme fino não são tão precisos quanto os outros tipos porque: A resistência R0 não
pode ser ajustada com a mesma precisão dos outros tipos. A base de cerâmica e o revestimento
de platina têm taxas de expansão ligeiramente diferentes, Como os RTDs de filme fino são
menores, a corrente de excitação do RTD causa um erro um pouco maior devido ao auto
aquecimento do RTD.
2.3. Termistor
Os termistores são resistores termicamente sensíveis, cujas características exibem
grandes mudanças na resistência com uma pequena mudança da temperatura do corpo, devido à
alteração na concentração de portadores de carga. Esta mudança da resistência com a
temperatura pode resultar em um coeficiente negativo da resistência, onde a resistência diminui
com um aumento na temperatura (termistor NTC ). Quando a resistência aumenta com um
aumento na temperatura, o resultado é um coeficiente positivo da temperatura (termistor PTC).
usados para temperaturas abaixo de 100 K, ou seja, dentro de 100 graus do zero absoluto. Os
termistores de silício podem ser usados em temperaturas de até 250°K. Acima desta
temperatura, um coeficiente de temperatura positivo se estabelece. O próprio termistor é feito de
um único cristal que foi dopado a um nível de 10 16 – 10 17 por centímetro cúbico.
3. Sensores comerciais
O sensor de temperatura EE074 é dedicado à medição precisa de temperatura (T) de ar,
gases e líquidos. A robusta sonda de aço inoxidável é ideal para climatização e controle de
processos nas indústrias alimentícia e farmacêutica, em salas limpas (cleanroom) ou
na agricultura. Os dados medidos estão disponíveis através da interface RS485 com protocolo
Modbus RTU. Sua opção construtiva em aço inoxidável IP68 em combinação com a eletrônica
totalmente encapsulada leva a um excelente desempenho de medição de longo prazo, mesmo em
ambientes agressivos e de alta condensação. O EE074 pode ser encontrado em aplicações como,
processo e controle climático, indústria de alimentos e bebidas, industria farmacêutica,
agricultura, entre outros.
10
Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Parana´
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduacão
a análise de percas por efeito joule nos sistemas em geral podendo ser utilizado para identificar
falhas e monitorar visando a melhor qualidade do sistema elétrico.
5. Como funciona a leitura de um sensor de temperatura
Em um processo de produção existem variáveis físicas (pressão, temperatura,
velocidade, velocidade de rotação, viscosidade, etc.). Estes chamados sinais analógicos devem
ser processados pelo CLP ou micrcontrolador.
Os elementos sensores também são chamados de "transdutores" porque convertem uma
quantidade física (geralmente uma quantidade mecânica) em um sinal elétrico, como corrente,
tensão ou resistência elétrica.
Antes que os valores analógicos possam ser processados pela CPU, eles devem ser convertidos
para o formato digital. Isso é feito pelo ADC (Conversor Analógico-Digital) como um módulo
que faz parte de módulo de entrada analógica.
O resultado da conversão é armazenado em um cache e permanece acessível lá até ser
sobregravado por um novo valor. O valor analógico convertido pode ser lido com o comando
Load "L PIW ...".
Com a instrução de transferência "T PQW ...", o valor analógico utilizado pelo programa do
usuário é enviado para a saída analógica, onde o módulo DAC (conversor analógico-digital)
converte o valor em um sinal padrão analógico normalizado.
5.1. Conversor analógico-digital
Os sinais analógicos devem ser convertidos em informações digitais antes de poderem
ser processados pelo CLP. O módulo que realiza a conversão analógico-digital é chamado de
ADC (conversor analógico-digital). Isto significa que, por exemplo, a tensão de 10 V é
armazenada em uma série de bits como informação binária. Quanto mais dígitos binários
disponíveis, melhor a resolução.
Se, por exemplo, apenas 2 bits estiverem disponíveis para a faixa de tensão de 0 ... 10 V,
este tensão pode ser dividida em quatro faixas separadas: 0 ... 2,5 / 2,5 ... 5/5 ... 7,5 / 7,5 . .. 10V.
A resolução pode ser determinada usando a seguinte equação:
Resolução = faixa de medição (n = número de bits)
. 2n
Se uma distinção deve ser feita entre faixas de tensão negativa e positiva, um bit deve ser
reservado para o sinal da tensão. A equação muda para:
Resolução = faixa de medição (n = número de bits)
. 2n – 1
15
Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Parana´
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduacão
6. Referências
THOMAZINI, Daniel; DE ALBUQUERQUE, Pedro Urbano Braga. Sensores industriais:
fundamentos e aplicações. Saraiva Educação SA, 2020.
ARAÚJO, Letícia Sobral; PORTEZANI, Carlos Henrique. APLICAÇÃO DE SENSORES DE
TEMPERATURA NA AQUISIÇÃO DE PARÂMETROS METEOROLÓGICOS. ANAIS DO
ENIC, 2016.
ARAUJO, DANIELA REBECA DE SOUZA. APLICAÇÃO DE SENSOR DE
TEMPERATURA TERMOPAR PARA CONTROLE E AUTOMAÇÃO DE FORNOS DE
TRATAMENTO TÉRMICO.
OLIVEIRA, Amauri et al. Modulador Sigma-Delta Baseado em Sensor Aquecido à
Temperatura Constante. In: Congresso Brasileiro de Automática. 2004. p. 6-11.
SOUSA, Fernando Rangel et al. Implementação em CPLDS de estratégias de geração de largura
de pulsos em sistema de medição baseado em sensor termo-resistivo mantido a temperatura
constante. 2000.
CIRCUITS-DIY. Simple Temperature Sensor Circuit using LM35 IC. https://www.circuits-
diy.com/simple-temperature-sensor-circuit-using-lm35-ic/#google_vignette
BÇPG RAISA. Termistor: Tudo que Você Precisa Saber. https://blog.raisa.com.br/termistor-
tudo-que-voce-precisa-saber/ Acesso em 30/03/2023
UTFPR. Termistores NTC. https://www.eletrica.ufpr.br/edu/Sensores/2000/brenno/
UEL. Sensores de Temperatura RTD • Techno Supply Automação Industrial termopares.
https://technosupply.com.br/sensores-de-temperatura-rtd/
MUNDO DA ELETRICA. Sensor de temperatura – Tipos e funcionamento!.
https://www.mundodaeletrica.com.br/sensor-de-temperatura-tipos-funcionamento/
LINQUIP. Temperature Sensor: Types, Working Principles, Advantages.
https://www.linquip.com/blog/temperature-sensors/
16