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INSTRUMENTAÇÃO INDUSTRIAL
E CONTROLE DE PROCESSOS
William C. Dunn
D923f Dunn, William C.
Fundamentos de instrumentação industrial e controle de
processos [recurso eletrônico] / William C. Dunn ; tradução:
Fernando Lessa Tofoli ; revisão técnica: Antonio Pertence
Júnior. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Bookman, 2013.
CDU 62-5
Medição de
temperatura e calor 8
Objetivos do capítulo
Este capítulo auxiliará na compreensão da diferença entre temperatura e
calor, unidades de medida, constantes de tempo térmicas e métodos mais
comuns utilizados para medir a temperatura e calor e seus respectivos
padrões.
Este capítulo aborda os seguintes tópicos:
䊏 A diferença entre temperatura e calor.
䊏 As diversas escalas de temperatura.
䊏 Fórmulas de temperatura e calor.
䊏 Os diversos mecanismos de transferência de calor.
䊏 Calor específico e energia térmica.
䊏 Coeficientes de expansão linear e volumétrica.
䊏 A grande variedade de dispositivos de medição de temperatura.
䊏 Introdução às constantes de tempo térmicas.
8.1 Introdução
No cotidiano, o controle da temperatura é utilizado para atender às neces-
sidades de conforto térmico. De forma análoga, quase todos os processos
industriais requerem o controle preciso de temperaturas. Os parâmetros
físicos e as reações químicas dependem da temperatura e, portanto, o con-
trole da temperatura é de suma importância. A temperatura é, sem dúvi-
das, a variável medida mais frequentemente. Para o controle preciso da
temperatura, é necessário medi-la. Este capítulo discute as várias escalas
de temperatura utilizadas, as relações entre elas, os métodos de medição de
temperatura e a relação entre temperatura e calor.
122 Fundamentos de Instrumentação Industrial e Controle de Processos
* N. de T.: Como existem cem graduações entre os pontos de referência da escala, o termo ori-
ginal desse sistema era centígrado (100 partes) ou centésimos. Em 1948, o nome do sistema foi
oficialmente modificado para Celsius durante a 9ª Conferência Geral de Pesos e Medidas (CR
64), tanto em reconhecimento a Celsius como para eliminar a confusão causada pelo conflito
de uso do prefixo centi (10−2 = 0,01) do SI. Portanto, não é conveniente dizer “graus centígra-
dos”, mas “graus Celsius”.
Capítulo 8 ♦ Medição de temperatura e calor 123
Ponto de
212° F 671,6° R 100° C 373,15 K ebulição da água
Ponto de
32° F 491,6° R 0° C 273,15 K
fusão da água
Zero
−459,6° F 0° R −273,15° C 0K
absoluto
A água se transformará em vapor à medida que mais calor for aplicado, mas
a temperatura da mistura de água e vapor continuará no ponto de ebulição
até que toda a água efetivamente se transforme em vapor. Em seguida, a
temperatura do vapor começa a subir acima do ponto de ebulição. Isso é
ilustrado na Fig. 8.2, onde a temperatura de uma substância é representada
em função da inserção de calor. O material também pode alterar o seu vo-
lume durante a mudança de fase. Alguns materiais são capazes de ignorar
a fase líquida e se transformar diretamente do estado sólido para gasoso ou
gasoso para sólido, sendo que essa transição é chamada de sublimação.
Em um sólido, os átomos podem vibrar, mas estão fortemente ligados
uns aos outros. Desse modo, átomos ou moléculas são incapazes de se mo-
ver além de suas posições relativas. À medida que a temperatura aumenta,
mais energia é fornecida para as moléculas. Assim, as suas amplitudes de
vibração aumentam até um ponto em que é possível superar as ligações
entre as moléculas, as quais se tornam capazes de se mover em relação às
demais. Quando esse ponto é alcançado, o material torna-se líquido. A ve-
locidade com que as moléculas se movem no líquido é uma medida da sua
energia térmica. À medida que mais energia é fornecida às moléculas, sua
velocidade no líquido aumenta até um ponto em que se tornam capazes de
superar as forças de ligação ou atração com outras moléculas no material.
Dessa forma, o estado gasoso ou ponto de ebulição é atingido.
Calor específico é a quantidade de energia térmica necessária para ele-
var a temperatura de uma dada massa de um material em 1°. A unidade
mais comum é o BTU no sistema britânico, isto é, 1 BTU é a quantidade
de calor necessária para aumentar a 1 lb de material em 1 °F. No SI, uma
caloria é a quantidade de calor necessária para que a temperatura de 1 g de
material aumente em 1 °C. Assim, se um material tem um calor específico
de 0,7 cal/g × °C, é necessário 0,7 cal para elevar a temperatura de 1 g desse
material em 1 °C, ou 2,93 J são necessários para elevar a temperatura do
material em 1 K. A Tabela 8.2 fornece os valores do calor específico para
alguns materiais comuns, sendo que as unidades são as mesmas em ambos
os sistemas.
Líquido
e
sólido
Sólido
e Vapor
Temperatura líquido
do material Início da evaporação
Líquido
Início da fusão
Sólido
8.3.1 Temperatura
A necessidade de conversão de uma escala de temperatura para outra é
comum. Os fatores de conversão são dados a seguir:
Para converter °F em °C:
°C = (°F − 32) × 5/9 (8.1)
Para converter °C em °F:
°F = (°C × 9/5) + 32 (8.2)
Para converter °F em °R:
°R = °F + 459,6 (8.3)
Para converter °C em K:
K = °C + 273,15 (8.4)
Para converter K em °R:
°R = 1,8 × K (8.5)
Para converter °R em K:
K = 0,555 × °R (8.6)