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ALFENAS
2023
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO………………………………………………………………………2
2. GASES E TERMODINÂMICA …………………………………………………….2
2.1. Lei Zero da Termodinâmica…………………………………………………2
2.2. Primeira Lei da Termodinâmica…………………………………………….3
2.3. Gases ideais e propriedades………………………………………………….4
2.3.1. Propriedades e transformações……………………………………...5
2.4. Segunda Lei da Termodinâmica…………………………………………….9
2.4.1. Terceira Lei da Termodinâmica……………………………………10
3. A Entropia no mundo real………………………………………………………….10
3.1. Entropia em máquinas térmicas…………………………………………...10
3.2. Entropia na Estatística……………………………………………………...12
3.3. Entropia na Economia……………………………………………………..12
3.4. Entropia na Administração………………………………………………..12
3.5. Erros em relação a entropia………………………………………………..12
3.6. Entropia na Química……………………………………………………….13
3.7. Entropia na Biologia……………………………………………………….13
4. Conclusão…………………………………………………………………………..13
5. Referências…………………………………………………………………………13
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1. Introdução
2. Gases e Termodinâmica
“Dois sistemas em equilíbrio térmico com um terceiro sistema, estão em equilíbrio térmico
entre si.”
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conceito de temperatura está amplamente relacionado ao equilíbrio térmico. Quando saímos
na rua descalços num dia de sol, muito quente, sentimos o chão queimar nossos pés e se
estivermos usando um chinelo não queimamos, isso se deve pois a sola isola nosso pé e não
permite a troca de calor, interrompendo assim o sistema de chegar ao equilíbrio térmico de
forma brusca. Agora consideremos um sistema com três corpos separados,como na imagem
abaixo, por paredes adiabáticas (não trocam calor), se substituirmos a parede do corpo 3 por
uma diatérmica, os corpos formarão um sistema entre si e irão realizar trocas de calor com o
corpo 3, até atingir o equilíbrio térmico, tanto que que no fim, todos estarão em equilíbrio.
“Se a energia cinética e potencial são equivalentes a calor, é natural que o calor seja
equivalente a energia cinética e potencial.” Essa frase do médico alemão Julius Robert
Mayer, estudioso da natureza do calor, foi de suma importância para fundamentar e esclarecer
o ponto de que, naturalmente, o calor era uma forma de energia. E ele, como forma de
energia, se enquadra no conceito da conservação de energia, o qual diz que a energia não se
cria nem se destrói, porém se transforma. Um fluido homogêneo em equilíbrio térmico pode
ser determinado em função de diversas variáveis, como a pressão, o volume e a temperatura.
Nas experiências de James Prescott Joule, físico britânico, ele mantinha um fluido com o
volume constante, mantendo o estado do fluido determinado pela sua temperatura, sendo
assim passar de uma temperatura inicial até uma final significava passar de um estado inicial
para um estado final por meio de um trabalho adiabático (sem trocas de calor).
A primeira lei da termodinâmica está estritamente relacionada a esse trabalho
observado por Joule e o pensamento de calor como forma de energia de Mayer. Ela aplica os
conceitos da conservação de energia ao campo da termodinâmica, dizendo que a variação de
energia interna de um sistema se deve pela quantidade de calor que ele envolve e o trabalho
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que realiza. Figurando isso, pensemos em uma máquina a vapor, o vapor d’água que faz
máquina trabalhar, sendo assim ele produz e gasta energia proveniente de algum lugar ou
processo, sua energia interna, e isso se dá ou pelo aumento de temperatura do fluido ou pela
sua expansão, movendo os pistões e realizando trabalho. Porém, nos dois casos, a energia
interna vai se manter, obedecendo a conservação de energia. Assim podemos concluir que a
energia interna de um sistema está ligada ao trabalho e a quantidade de calor do processo,
relação que é: a variação de energia interna de um sistema termodinâmico é dada pela
diferença entre a quantidade de calor absorvida por ele e o trabalho realizado.
Expressando matematicamente temos:
∆𝑈 = 𝑄 − 𝑊
∆𝑈 = Variação de energia interna ( cal ou J)
𝑄 = Quantidade de calor
𝑄𝑉𝑜𝑙. 𝐶𝑡𝑒 = 𝑛 · 𝐶𝑣 · ∆𝑇
𝑄𝑃𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝐶𝑡𝑒 = 𝑛 · 𝐶𝑝 · ∆𝑇
𝑊 = Trabalho
𝑉𝑓
𝑊 = ∫ 𝑃𝑑𝑉
𝑉𝑖
O trabalho é o produto da pressão pela variação de volume.
Ao analisarmos essa variação de energia, vemos que ela depende do estado em que o
sistema se encontra e não do caminho necessário a chegar a esse estado. E ao analisarmos as
fórmulas, notamos que caso não haja mudança de temperatura, não haverá mudança de
energia interna, pois o fluido não receberá/cederá calor, ou irá ser comprimido ou expandir,
não realizando trabalho.
Gases são fluidos que não possuem forma definida, são de fácil compressão e tem
como característica serem expansíveis, ocupando sempre o volume total dos recipientes em
que se encontram. Com o estudo de diversos gases, se criou um “modelo” de gás ideal ou
perfeito, o qual se aproxima do comportamento dos gases reais. Esse modelo é sustentado por
algumas hipóteses levantadas, como: as moléculas, ou átomos, do gás são puntiformes,
obedecendo às leis do ponto material; as colisões entre as partículas constituintes do gás com
as paredes do recipiente em que se encontra são colisões elásticas, ou seja, conservam a
energia; a interação das partículas se dá por essas colisões. Na Física, ao estudarmos gases,
utilizamos o modelo, cujo comportamento se encaixa nessas hipóteses.
O que analisamos é o comportamento térmico desses gases considerando algumas
variáveis, como pressão, volume e temperatura. Cada estado de equilíbrio de um gás
relaciona e atribui valor para essas variáveis, sendo que esse gás sofre uma transformação,
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saindo de um estado inicial e indo para um final, que se dá pela variação dessas condições. A
equação geral dos gases relaciona essas variáveis e é descrita como:
𝑃𝑖·𝑉𝑖 𝑃𝑓·𝑉𝑓
𝑇𝑖
= 𝑇𝑓
Como o gás se mantém em equilíbrio, o estado inicial deve ser igual ao final.
Como foi notado esse aspecto de equilíbrio, foi desenvolvida uma nova relação,
conhecida como equação de Clapeyron, na qual relaciona o produto da pressão pelo volume
sendo diretamente proporcional ao produto do número de mols do gás, uma constante e a
temperatura:
𝑃𝑉 = 𝑛𝑅𝑇
𝑛 = n° de mols
𝑅 = constante dos gases = 8,31 J/mol·K
Algumas dos processos dos gases são: expansão livre isotérmicas, isobáricas,
isovolumétricas e adiabáticas, sendo que significam, respectivamente: o gás se expande
livremente, a temperatura é constante, a pressão é constante, o volume é constante e não há
troca de calor. Podemos analisar a variação da energia nos casos.
A expansão livre é uma propriedade dos gases ideais, na qual é aplicado colocar um
gás em um recipiente de paredes incompressíveis e adiabáticas dividido por uma válvula que
liga a outro compartimento idêntico a esse, porém fazendo vácuo. Ao abrir essa válvula, o gás
vai naturalmente fluir para o vácuo, ocupando todos os dois recipientes por igual.
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Uma transformação isotérmica ocorre numa temperatura constante, isto é, a
temperatura final e inicial do sistema são iguais. Ao aplicarmos na equação geral temos que:
𝑃𝑖·𝑉𝑖 𝑃𝑓·𝑉𝑓
𝑇𝑖
= 𝑇𝑓
→ 𝑇𝑖 = 𝑇𝑓 → 𝑃𝑖𝑉𝑖 = 𝑃𝑓𝑉𝑓
∆𝑈 = 𝑄 − 𝑊
𝑉𝑓
∆𝑈 = 𝑄 − ( ∫ 𝑝𝑑𝑉)
𝑉𝑖
𝑉𝑓
𝑛𝑅∆𝑇
𝑃 · 𝑉 = 𝑛 · 𝑅 · ∆𝑇 → ∫ 𝑉
𝑑𝑣
𝑉𝑖
𝑉𝑓
∆𝑈 = 𝑄 − 𝑛𝑅∆𝑇 · 𝑙𝑛 𝑉𝑖
∆𝑇 = 0 → ∆𝑈 = 0 − 0, ∆𝑈 = 0
O produto da pressão pelo volume vai ser constante durante a transformação. E ao
analisar a expressão é possível concluir que, nesse caso, a pressão é inversamente
proporcional ao volume, se o volume aumenta, a pressão do gás diminui e vice-versa.
A energia interna de um processo isotérmico será 0, pois de acordo com a primeira lei
da termodinâmica, é necessária uma mudança de temperatura para que haja variação de
energia interna, logo ∆𝑈 = 0.
Outra transformação é a isobárica, que indica que a pressão do gás durante o sistema
se manteve constante. Ao colocarmos na equação geral:
𝑃𝑖·𝑉𝑖 𝑃𝑓·𝑉𝑓 𝑉𝑖 𝑉𝑓
𝑇𝑖
= 𝑇𝑓
→ 𝑃𝑖 = 𝑃𝑓 → 𝑇𝑖
= 𝑇𝑓
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∆𝑈 = 𝑄 − 𝑃 · ∆𝑉
∆𝑈 = (𝑛 · 𝐶𝑝 · ∆𝑇) − (𝑛 · 𝑅 · ∆𝑇)
Figura 2-3: O primeiro gráfico da transformação isobárica é caracterizado por uma linha reta,
a qual expressa que o sistema tem um valor constante da pressão no sistema, o segundo
mostra que somente o volume e a temperatura variam.
Figura 2-4: No primeiro gráfico é visto que a transformação isobárica apresenta uma curva
vertical, mostrando que não há variação de volume, no segundo é visto que o aumento da
pressão e da temperatura são proporcionais. Ao observar o primeiro gráfico, é visto que é
𝑉𝑓
uma linha reta e como o trabalho é resultado da integral ∫ 𝑃𝑑𝑉, notando que a integral dá o
𝑉𝑖
valor de uma área sobre uma curva, esse valor nesse caso é nulo, resultando trabalho nulo.
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𝑃𝑖·𝑉𝑖 𝑃𝑓·𝑉𝑓
𝑇𝑖
= 𝑇𝑓
A temperatura é constante, sendo assim a pressão inicial e o volume final são
diretamente proporcionais, assim como o volume inicial e a pressão final. Ao observar a
energia interna do processo, como não há troca de calor, a energia interna será o valor do
trabalho.
∆𝑈 = 𝑄 − 𝑊
𝑄= 0
∆𝑈 = 0 − ∆𝑊
𝑉𝑓
∆𝑈 =− ∫ 𝑃𝑑𝑉
𝑉𝑖
Figura 2-5: Há variação de pressão, volume e temperatura, porém não há trocas de calor com
o ambiente, nisso, a variação de energia interna será igual ao trabalho, ou a área sob a curva.
Figura 2-6: Nesse caso, de A→B é uma transformação isovolumétrica, isto é com volume
constante, de B→C ocorre um processo isobárico, com a pressão constante, de C→D outra
isovolumétrica e de D→A uma isotérmica, mantendo a temperatura constante. Por fim, o gás
retornou ao seu estado inicial, logo a variação de energia interna é nula.
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2.4. Segunda Lei da Termodinâmica
“Se um processo acontece em um sistema fechado a entropia do sistema aumenta se o
processo for irreversível e permanece constante se o processo for reversível.”
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𝑓
𝑑𝑄 𝑇𝑓 𝑉𝑓
∫ 𝑇
= 𝑛 · 𝐶𝑣 · 𝑙𝑛( 𝑇𝑖
) + 𝑛 · 𝑅 · 𝑙𝑛( 𝑉𝑖
)
𝑖
Isso mostra como a variação de entropia necessita somente dos estados iniciais e finais de um
processo, não sendo preciso saber o que houve nesse meio tempo.
Essa variação de entropia é fundamental para o entendimento da termodinâmica e a
segunda lei. Podemos afirmar que um processo é reversível quando é possível fazê-lo voltar
ao mesmo ponto que iniciou, e irreversível quando não é possível voltar ao mesmo ponto do
início. A variação de entropia está totalmente ligada com essa definição, em um processo
reversível a variação de entropia é zero, permanece constante, e em um processo irreversível
ela é maior que zero, indicando que não permanece constante. Sendo assim, podemos resumir
a segunda lei da termodinâmica como:
∆𝑆 ≥ 0
A Terceira lei da Termodinâmica foi formulada pelo alemão Walther Nernst, e diz que
quanto mais próximo do zero absoluto, menor será a entropia. Essa lei fundamentou um
ponto de referência absoluto para a definição da entropia.
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Esquema de um ciclo de Carnot.
A entropia desse sistema, por ser reversível, é igual a 0. Sabendo que só há duas
transferências de energia, portanto duas variações de entropia, e observando que a quantidade
de calor e temperatura da fonte quente são maiores que da fonte fria, podemos relacionar:
∆𝑆 = ∆𝑆𝑞 + ∆𝑆𝑓
|𝑄𝑞| |𝑄𝑓|
∆𝑆 = 𝑇𝑞
− 𝑇𝑓
= 0, 𝑝𝑜𝑖𝑠 𝑜 𝑝𝑟𝑜𝑐𝑒𝑠𝑠𝑜 é 𝑟𝑒𝑣𝑒𝑟𝑠í𝑣𝑒𝑙
|𝑄𝑞| |𝑄𝑓|
𝑙𝑜𝑔𝑜, 𝑇𝑞
= 𝑇𝑓
Como a fonte fria retira calor, sua variação de entropia é negativa, porém a razão entre
a quantidade de calor e a temperatura são igualmente proporcionais, provando a
reversibilidade do processo.
Mesmo sendo ideal, na prática a máquina de Carnot não é perfeita, pois não consegue
transformar toda energia que absorve em trabalho útil, ou seja, não é 100% eficiente. A
eficiência é outra propriedade mensurável das máquinas térmicas, a qual é medida pela razão
entre o trabalho realizado e o calor absorvido:
𝑊
ε= 𝑄𝑞
Porém, uma máquina térmica perfeita seria inviável pelo fato de ser necessário que a
fonte quente forneça energia infinita e a fonte fria não absorva nada, além de ter que estar
imune de perdas para o ambiente, assim garantindo um processo naturalmente reversível,
entretanto como isso tudo não é possível o processo se torna irreversível, necessitando de
uma ajuda externa para o funcionamento.
Ao analisar o ciclo de Carnot, nos deparamos com uma situação ideal, e isso nos dá
base para analisar situações reais, como é o caso de refrigeradores. Refrigeradores como a
geladeira ou o ar-condicionado estão presentes no cotidiano de diversas pessoas, são
máquinas que funcionam ao contrário de um ciclo de Carnot, utilizam trabalho para retirar
calor de uma fonte e passam para outra, a geladeira retira calor do compartimento onde estão
os alimentos e passa para o ambiente, contudo como há perdas no ambiente, o processo é
igualmente irreversível como o ciclo de Carnot, pelo fato de necessitar de realização de
trabalho para continuar o processo.
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3.2. Entropia na Estatística
A estatística é outro campo que utiliza dos conceitos da entropia para seus estudos,
pois é um conceito que pode ser considerado como o número de possibilidades possíveis de
um sistema, o que está amplamente ligado com esse campo. A mecânica estatística estuda
esse lado da entropia e dá resultados satisfatórios como a termodinâmica, podendo calcular
microestados possíveis de moléculas de gás em um sistema fechado. Sendo assim a entropia
na estatística trabalha com tais microestados de um sistema, calculando o grau de desordem
do mesmo. Nesse campo, ela é calculada pela equação:
𝑆 = 𝑘 · 𝑙𝑛 𝑊
Onde W é o número de microestados possíveis do sistema e k é a constante de
Boltzmann, que relaciona a energia cinética média das partículas de um gás com sua
temperatura.
Na Estatística, a entropia é utilizada para medir probabilidades e graus de incerteza
em diversos âmbitos, como modelagem de cidades, cálculos sobre a distribuição de
transporte, com dados financeiros, etc.
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3.6. Entropia na Química
4. Conclusão
5. Referências
● https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/entropia-uma-grandeza-termodinamica.htm
● http://www.esalq.usp.br/lepse/imgs/conteudo_thumb/Entropia-dos-Seres-Vivos.pdf
● https://pt.wikipedia.org/wiki/Entropia
● HALLIDAY, D.; RESNICK, R;, WALKER, J. Fundamentos da física: Gravitação,
ondas e termodinâmica. 10. ed.
● NUSSENZVEIG, H. M. Curso de Física Básica: Fluidos, oscilações e ondas, calor. 5.
ed. Disponível em: https://noic.com.br/wp-content/uploads/2021/05/Moyses_2.pdf
● https://www.manualdaquimica.com/fisico-quimica/entropia.htm
● https://wp.ufpel.edu.br/consagro/files/2012/01/CAETANO-Paulo-Mantey-Domingues
-Indicadores-ambientais-sint%C3%A9ticos-contribui%C3%A7%C3%B5es-da-Termo
din%C3%A2mica.pdf
● https://www.ecodebate.com.br/2010/06/14/economia-e-entropia-a-economia-do-futur
o-e-o-futuro-da-economia-artigo-de-marcus-eduardo-de-oliveira/
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● https://administradores.com.br/artigos/sua-vida-precisa-de-entropia
● https://merkatus.com.br/o-que-e-entropia/
● https://villadobem.com.br/viver_inutilmente/
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