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Termodinâmica
Termodinâmica
Autoria: Maikon Bressani
Como citar este documento: BRESSANI, M. Termodinâmica. Valinhos: 2017.
Sumário
Apresentação da Disciplina 04
Unidade 1: Conceitos básicos e propriedades fundamentais 06
Assista a suas aulas 31
Unidade 2: Primeira lei da termodinâmica 38
Assista a suas aulas 63
Unidade 3: Segunda e Terceira Leis da Termodinâmica 71
Assista a suas aulas 86
Unidade 4: Ciclos termodinâmicos 93
Assista a suas aulas 111
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Termodinâmica
Autoria: Maikon Bressani
Como citar este documento: BRESSANI, M. Termodinâmica. Valinhos: 2017.
Sumário
Unidade 5: Análise exergética 119
Assista a suas aulas 131
Unidade 6: Relações termodinâmicas 138
Assista a suas aulas 152
Unidade 7: Termodinâmica dos seres vivos 160
Assista a suas aulas 180
Unidade 8: Termoeconomia 187
Assista a suas aulas 203
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Apresentação da Disciplina
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Unidade 1
Conceitos básicos e propriedades fundamentais
Objetivos
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Introdução
O estado termodinâmico pode ser descrito como um retrato do sistema, ou seja, um determi-
nado momento do tempo em que todas as suas propriedades tenham valores fixos e que não
estejam passando por mudanças. Se o valor de apenas uma das propriedades se alterar, teremos
um novo estado. Por exemplo, imagine um recipiente que contenha, inicialmente, água à pressão
de 1 atm e 20°C. Podemos dizer que o sistema, nessas condições, está no Estado 1. A água é, en-
tão, aquecida isobaricamente até que sua temperatura atinja 60°C. Como uma das propriedades
mudou, o estado termodinâmico do sistema também muda, e pode ser definido como Estado 2.
Portanto, observamos que, para definir um estado termodinâmico, não é necessário conhecer o
valor de todas as suas propriedades. Para um sistema compressível simples (em que há ausência
11/210 Unidade 1 • Conceitos básicos e propriedades fundamentais
de efeitos magnéticos, elétricos, gravitacio- à pressão, e o sistema estará em equilíbrio
nais, de movimento e de tensão superficial), mecânico quando não houver variação de
o número de propriedades necessárias para pressão em nenhum ponto do sistema com
definir um sistema termodinâmico é dado o tempo. Há ainda o equilíbrio de fases (não
pelo conhecimento de que: O estado de um há variação de potencial químico) e o equi-
sistema compressível simples é completa- líbrio químico (não há reações químicas).
mente especificado por duas propriedades Para o sistema estar em equilíbrio termodi-
intensivas independentes. Essa definição é nâmico, todos esses critérios precisam ser
denominada regra das fases de Gibbs e é satisfeitos.
expressa matematicamente por:
F= C + 2 - F Link
onde: C é o número de componentes; F é o A definição de Potencial químico e sua aplicação
número de fases. em processos em equilíbrio pode ser verificada
no link indicado: <https://www.youtube.com/
Existem diversos tipos de equilíbrio, por
watch?v=evIhYrF-6bc>. Acesso em: 9 set. 2017.
exemplo, equilíbrio térmico é atingido quan-
do a temperatura for igual em todo o siste- Com base nessas definições, dizemos que
ma. Equilíbrio mecânico está relacionado um sistema percorre um ciclo quando, após
12/210 Unidade 1 • Conceitos básicos e propriedades fundamentais
passar por determinado número de estados 1.2 Definições de processos
termodinâmicos, retorna ao estado inicial.
Ou seja, as propriedades do estado final O processo termodinâmico é definido como
coincidem com as propriedades do estado o caminho percorrido por um sistema que
inicial, conforme mostra a Figura 3. passa de um estado termodinâmico de
Figura 3 Representação de um ciclo termodinâmico com 2 estados equilíbrio para outro. Um processo termo-
dinâmico é completamente descrito espe-
cificando-se seus estados inicial e final e o
percurso que ele segue. Em um diagrama
cartesiano bidimensional, cujos eixos repre-
sentam propriedades termodinâmicas, os
estados termodinâmicos são representados
por pontos, ao passo que um processo é a
linha que une dois pontos distintos.
Os processos quase estáticos ou de quase
Fonte: elaborada pelo autor.
equilíbrio são descritos como um processo
suficientemente lento, que permite ao sis-
tema se ajustar internamente, de modo que
13/210 Unidade 1 • Conceitos básicos e propriedades fundamentais
as propriedades de uma parte dele não mo- Nesse caso, se medirmos a temperatura em
dificam mais rápido que as outras partes. qualquer instante de tempo, tanto a porção
Imagine uma panela de água sendo aqueci- de água do fundo quanto a da superfície ex-
da. A porção do líquido que está em contato terna terão os mesmos valores. É importan-
com o fundo da panela tende a se aquecer te frisar que a maioria dos processos termo-
mais rapidamente que a porção próxima da dinâmicos reais relevantes na indústria não
superfície externa. Ou seja, ao medir a tem- são processos de quase equilíbrio, porém,
peratura da água em ambas as regiões, no em muitos casos, se aproximam bastante e
mesmo instante de tempo, obteremos tem- podem ser modelados como tais, com erros
peraturas diferentes. Se há temperaturas desprezíveis.
diferentes, o sistema não está em equilíbrio.
Um processo quase estático é quando, de 1.3 Temperatura
acordo com o exemplo anterior, o aqueci-
mento procede de forma extremamente O termo temperatura normalmente é as-
lenta, de modo que a cada avanço infinitesi- sociado à sensação de “frio” ou “calor”. E
mal de tempo, haja tempo suficiente para as isso pode levar a erros conceituais, como
moléculas se reorganizarem no sistema, e a a interpretação de que calor e temperatu-
distribuição de temperaturas se uniformize. ra são sinônimos de uma única grandeza. A
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Considerações Finais
• A termodinâmica possui uma linguagem própria que deve ser considerada
em estudos envolvendo energia. Termos como sistema, fronteira, vizinhan-
ça, estado, equilíbrio, processo e ciclo devem ser compreendidos.
• A Lei Zero da Termodinâmica nos diz que, se dois corpos, A e B, estão se-
paradamente em equilíbrio térmico com um terceiro corpo C, então A e B
estão em equilíbrio térmico entre si.
• Existem três diferentes formas de energia: energia cinética, energia poten-
cial e energia interna.
• Calor e trabalho são duas formas de se transferir energia entre um sistema
e outro, ou entre um sistema e uma vizinhança.
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Referências
ÇENGEL, Y. A.; BOLES, M. A. Termodinâmica. 5. ed. São Paulo: Bookman, 2007.
KROOS, K. A.; POTTER, M. C. Termodinâmica para engenheiros. 1. ed. São Paulo: Cengage Lear-
ning, 2015.
MORAN, M. J.; SHAPIRO, H. N; BOETTNER, D. D.; BAILEY, M. B. Princípios de termodinâmica para
engenharia. 7. ed. São Paulo: LTC, 2013.
Aula 1 - Tema: Conceitos Básicos da Termodi- Aula 1 - Tema: Conceitos Básicos da Termodi-
nâmica. Bloco I nâmica. Bloco II
Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
c0fdd8954f5b89275569c2d2e5baaf68>. b850f964a9f18e4fce7630822f203c85>.
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Questão 1
1. Assinale a alternativa que apresenta no que se baseia a medida de uma
propriedade termodinâmica conhecida como temperatura.
a) Conceito de calor .
b) Lei zero da termodinâmica.
c) Conceito de trabalho.
d) Primeira lei da termodinâmica.
e) Conceito de propriedades intensivas.
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Questão 2
2. Assinale a alternativa que identifica a energia cinética total de uma bola
de futebol que pesa 5 kg e se move a uma velocidade constante de 3,6 m/s.
a) 64,8 J.
b) 9 J.
c) 6,48 J.
d) 3,42 J.
e) 32,4 J.
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Questão 3
3. Assinale a alternativa que corresponde à energia potencial necessária
para elevar um objeto de massa igual a 50 kg a uma altura de 35 m.
a) 17.167,5 J.
b) 490,5 J.
c) 1.716,7 J.
d) 343, 35 J.
e) 1.750 J.
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Questão 4
4. Assinale a alternativa correta. Uma substância, ao ser aquecida, ganha
1,2 kJ de energia a cada °C que aumenta de temperatura. Qual a quanti-
dade de calor ganha ao aumentar a temperatura da substância em 30 K?
a) 3,6 kJ.
b) 64,8 kJ.
c) 36 kJ.
d) 1,2 kJ.
e) 0 kJ.
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Questão 5
5. Durante o resfriamento de um objeto, a sua temperatura reduziu de 250
°C para 30 °C. Assinale a alternativa que apresenta a temperatura inicial e
final do objeto, respectivamente.
a) 250 °F e 30 K.
b) 523,15 K e 86 °F.
c) 273,15 K e 32 °F.
d) 450 °F e 303,15 K.
e) 523,15 K e 30 °F.
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Gabarito
1. Resposta: B. 4. Resposta: C.
A lei zero da termodinâmica nos diz que dois Tanto a escala Celsius quanto a escala Kel-
corpos estarão em equilíbrio térmico se am- vin são divididas em 100 partes, portanto
bos tiverem a mesma leitura de temperatu- uma certa variação de temperatura na es-
ra, medida por um termômetro, mesmo que cala Celsius será igual à variação na escala
os corpos não estejam em contato. Kelvin.
2. Resposta: E. 5. Resposta: B.
Utiliza-se a equação para calcular Para converter Celsius para Kelvin, soma-se
a energia cinética. 273,15 ao valor em °C. Para converter Cel-
sius para Fahrenheit, utiliza-se a relação:
3. Resposta: A. T(°F) = T(°C) . 9/5 + 32.
Utiliza-se a equação para calcu-
lar a energia potencial.
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Unidade 2
Primeira lei da termodinâmica
Objetivos
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Introdução
No tema 1, foram expostos alguns dos prin- mes de controle. Será apresentado também
cipais conceitos básicos da termodinâmica, o conceito de entalpia, propriedade funda-
os diferentes tipos de energia, bem como as mental no estudo da termodinâmica.
formas de transferência de energia por calor
e por trabalho. Vimos também que existem 1. Trabalho de fronteira móvel
diferentes tipos de trabalho: trabalho me-
cânico, trabalho elétrico, trabalho de eixo e Trata-se de um tipo de trabalho mecânico
trabalho de tração sobre uma mola. que está associado à expansão ou com-
pressão de gases em arranjos pistão-ci-
Neste tema, trabalharemos com a “Primeira
lindro. Esse tipo de trabalho é comumente
Lei da Termodinâmica”, que trata da conser-
encontrado em compressores e motores
vação da energia para sistemas fechados e
veiculares, em que o gás se expande ao
abertos, também denominados volumes de
entrar em combustão, fazendo o pistão se
controle. Iniciaremos observando que exis-
movimentar.
te um tipo de trabalho chamado trabalho de
fronteira móvel, muito comum em proces-
sos que envolvem pistão-cilindro. Após isso,
aplicaremos o conceito da conservação da
energia para sistemas fechados e para volu-
39/210 Unidade 2 • Primeira lei da termodinâmica
Para um processo de quase equilíbrio, a Figura 1 – A área abaixo da curva do diagrama P-V re-
presenta o trabalho de fronteira móvel do sistema
equação do trabalho de fronteira móvel é:
Conhecendo-se os estados final (sub índice 2) e inicial (sub índice 1), é possível encontrar os va-
lores de u2 e u1 por meio de tabelas termodinâmicas ou equações de estado.
Para que o sistema tenha variação de energia cinética, é necessário que seja um sistema não esta-
cionário e que sua velocidade final seja diferente de sua velocidade inicial. Da mesma forma, para
que tenha variação de energia potencial, é necessário ser um sistema móvel e ter uma variação
43/210 Unidade 2 • Primeira lei da termodinâmica
na altura do seu estado final para seu esta-
do inicial. Caso o sistema seja estacionário,
as variações de energia cinética e potencial
serão iguais a zero, portanto O segundo tipo é definido como a taxa de
variação da entalpia específica com relação
2.1 Calores específicos à temperatura, em um processo a pressão
constante.
O calor específico é definido como a ener-
gia necessária para elevar em um grau a
temperatura de uma massa de 1 kg de uma
substância. Comumente, definimos, pela
A unidade do calor específico no sistema in-
termodinâmica, dois tipos de calor especí-
ternacional é kJ/kg⋅K.
fico: calor específico a volume constante e
calor especifico a pressão constante. Para sólidos e líquidos (substâncias consi-
deradas incompressíveis), os calores espe-
O primeiro tipo é definido como a taxa de
cíficos a pressão constante e a volume cons-
variação da energia interna específica com
tante são muito parecidos, de forma que:
relação à temperatura, em um processo a
volume constante.
44/210 Unidade 2 • Primeira lei da termodinâmica
Se o processo envolvendo substâncias só- temperatura, os calores específicos podem
lidas ou líquidas não ocorrer em um inter- ser considerados constantes:
valo muito grande de temperatura ou com
temperaturas muito baixas, as variações da
energia interna e da entalpia podem ser de-
terminadas por:
Onde cvo e cpo são os calores específicos a vo-
lume constante e a pressão constante.
Caso o processo envolva mudança de fase
(sólido-líquido ou líquido-sólido), deve-se
2.2 Entalpia
acrescentar o termo calor latente de fusão
Propriedade termodinâmica resultante da
ou calor latente de solidificação à variação
combinação de outras propriedades: ener-
da entalpia.
gia interna, pressão e volume. Na verdade,
Para gases ideais, a energia interna é fun- ela advém de uma transformada de Legen-
ção apenas da temperatura. Assim, para os dre. A combinação dessas três propriedades
gases monoatômicos, em qualquer faixa de é frequentemente encontrada na análise de
temperatura, e para os gases diatômicos ou processos termodinâmicos, como nas gera-
poliatômicos, em determinadas faixas de ções de potência e refrigeração. O termo en-
45/210 Unidade 2 • Primeira lei da termodinâmica
talpia, designado pela letra H, surgiu como
uma forma de simplificação dos cálculos. Link
Sua unidade no SI é o joule (J) e é calculada a A transformação de Legendre 1D é essencial para
partir da equação: definir as principais energias da termodinâmica,
como: entalpia, energia de Gibbs e energia de Hel-
mholtz. Acesse o site para verificar como essa fer-
ou por unidade de matéria (h), tal como ramenta matemática é utilizada. Disponível em:
massa e mols: <http://professor.ufabc.edu.br/~german.lu-
gones/site/BC1330_Principios_de_Termo-
dinamica_files/Capitulo05.pdf>. Acesso em: 7
Na análise de processos termodinâmicos, set. 2017.
o mais importante não é conhecer o valor
absoluto da entalpia de determinada subs- 3. Balanço de energia em volu-
tância, mas sim a variação da entalpia en- mes de controle
tre dois estados termodinâmicos distintos.
Para processos realizados a pressão cons- Na seção anterior, vimos o balanço de ener-
tante, a variação da entalpia corresponde gia para sistemas fechados e a definição
ao calor absorvido pelo sistema. de entalpia. Agora, trabalharemos com a
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Considerações Finais
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Referências
Aula 2 - Tema: Primeira Lei da Termodinâmica. Aula 2 - Tema: Primeira Lei da Termodinâmica.
Bloco I Bloco II
Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
7f9ccab86e0ad9e2a7fbb0aba2031d05>. 1f3930d24e659ebd9ecfb3a366e9a98a>.
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Questão 1
1. Assinale a alternativa correta. A energia interna de um gás ideal depende de:
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Questão 2
2. Assinale a alternativa que indica quando um escoamento em regime per-
manente ocorre.
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Questão 3
3. Assinale a alternativa correta a respeito da Primeira Lei da Termodinâmica
para escoamento permanente.
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Questão 4
4. Assinale a alternativa correta. Quando o gás é aquecido a uma pressão cons-
tante, o calor fornecido:
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Questão 5
5. Vapor d’água saturado a 150 °C, contido em um recipiente rígido de 50
litros, recebe calor até que sua pressão atinja 600 kPa. Assinale a alternativa
que indica o calor recebido pelo vapor.
a) 40,35 kJ.
b) 3,47 kJ.
c) 20,28 kJ.
d) 17,45 kJ.
e) 28,28 kJ.
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Gabarito
1. Resposta: D. entram e que saem do sistema na forma de
calor ou trabalho.
Considerando um gás ideal, a variação da
energia interna depende somente da tem- 4. Resposta: D.
peratura.
Em um processo isobárico (pressão cons-
2. Resposta: A. tante), a transferência de calor para um gás
causará o aumento da sua energia interna e
Em regime permanente, poderá haver va- também elevará sua temperatura.
riação das propriedades termodinâmicas de
um ponto a outro, porém, num mesmo pon- 5. Resposta: C.
to, não se alterará com o tempo.
É necessário utilizar a equação da Primei-
3. Resposta: A. ra Lei para sistemas fechados. Despre-
za-se os termos de energia cinética, po-
A definição da Primeira Lei da Termodinâ- tencial e trabalho e encontra-se o calor
mica diz que a taxa de variação da energia pela equação Os dados de
que um sistema possui com o tempo é igual e são
à diferença entre os fluxos de energia que obtidos a partir das tabelas termodinâmicas
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Gabarito
presentes no Apêndice 1 de Çengel (2015,
p. 909), assim como a massa específica de
vapor saturado a 150 °C, que corresponde a
0,39278 m³/kg. Como se tem 50 L e o siste-
ma é fechado, a massa do sistema é 0,1273
kg. Assim, a transferência de calor pode ser
determinada por: Q = 0,1273 . (2718,42 -
2559,1), que resulta em 20,28 kg.
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Unidade 3
Segunda e Terceira Leis da Termodinâmica
Objetivos
Até esse momento, fomos capazes de ana- ca, a qual nos prova que a energia sempre se
lisar termodinamicamente processos em conserva, assim, justifica-se economizá-la?
sistemas abertos ou fechados utilizando os Esses e outros questionamentos nos moti-
princípios da conservação de massa e ener- varão ao estudo da segunda e terceira leis
gia. Entretanto, somente esses fundamen- da termodinâmica.
tos não são suficientes; tomemos um sim-
ples exemplo em que dispomos de dois cor- 1. Segunda lei da termodinâmi-
pos com temperaturas distintas, um quente ca
e um frio. Naturalmente, caso esses corpos
sejam colocados em contato, haverá uma Geralmente essa lei é enunciada por: a en-
troca térmica até que o equilíbrio térmico tropia de um sistema isolado aumenta em
seja alcançado. Mas, em que direção haverá qualquer processo espontâneo, ou seja, a
o fluxo de calor? Seria possível ocorrer uma entropia do universo aumenta constante-
inversão desse fenômeno? Ademais, apesar mente em um processo sem intervenção
de sermos lembrados a todo instante para externa, sendo possível que a entropia de
economizar energia nas nossas atividades um sistema diminua desde que a entropia
cotidianas, esse fato não é embasado de da vizinhança aumente. Assim, devemos
acordo com a primeira lei da termodinâmi- analisar dois conceitos importantes: entro-
Caso seja necessário armazenar alimentos a Com relação à bomba de calor, o sentido
baixas temperaturas para evitar a prolifera- das energias é exatamente igual ao dos re-
ção de bactérias, ou manter a temperatura frigeradores, a diferença está no objetivo de
de equipamentos eletrônicos, utilizaremos cada sistema. Logo, a bomba de calor é pro-
sistemas de refrigeração. Assim, temos uma jetada para manter um espaço aquecido a
máquina térmica que permuta calor do sis- uma temperatura alta por meio da remoção
tema mais frio para o mais quente a partir de calor de uma fonte a baixa temperatura.
de um processo não espontâneo, ou seja, do Assim, o desempenho (γ) é dado por:
fornecimento externo de energia, promovi-
do pelo compressor, por exemplo. Dessa for-
ma, temos como variável desejada a trans-
ferência de calor do corpo frio ao custo de
trabalho. Definindo, portanto, o coeficiente
de desempenho (β) para esse sistema con-
forme mostra a equação que se segue.
O ciclo de Carnot exemplifica ciclos termodinâ- Quando estamos diante de um ciclo irre-
micos reversíveis operando entre dois reserva- versível com TH, TC e QH constantes, temos
tórios térmicos. Nesse ciclo de potência, temos que WIRREV < WREV, então QH – QC,IRREV < QH
as seguintes etapas: compressão adiabática, – QC,REV, finalmente, QC,IRREV > QC,REV, então
expansão isotérmica, expansão adiabática e
compressão isotérmica. Confira o vídeo que ex- É possível provar que é constante e
plana melhor sobre o assunto. Disponível em: independe do caminho percorrido pelo flui-
<https://www.youtube.com/watch?v=X- do num processo para todos os caminhos
pEUEs2wRIQ>. Acesso em: 15 set. 2017. reversíveis entre dois estados. Assim, por
ser uma propriedade de estado, definiu-se a
1.6 Desigualdade de Clausius e entropia (S) como:
entropia
Por definição, em processos isotérmicos, temos que: −∆GSIS = T∆SSIS − ∆HSIS , então T∆SUNIV = −∆GSIS
. Essa relação é extremamente importante, uma vez que identifica variações no universo em fun-
ção de uma propriedade (G, energia de Gibbs) do sistema, que define a espontaneidade dos pro-
cessos segundo determinada temperatura e pressão, onde:
• Processo reversível (equilíbrio): ∆GT,P = 0 .
• Processo irreversível (natural ou espontâneo): ∆GT,P < 0 .
• Processo antinatural: ∆GT,P > 0 .
Observamos que existe uma tendência em diminuir a energia do sistema e aumentar sua desor-
dem.
Com isso, temos a terceira lei da termodinâmica, enunciada por Nernst apud Allen (2015, p. 230)
como “A entropia de uma substância pura e perfeitamente cristalina é zero no zero absoluto
de temperatura, na qual observa-se que a entropia varia dramaticamente em uma mudança de
fase”, ocorre então um aumento de entropia quando se aquece uma substância a partir do zero
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Considerações Finais
• A primeira lei nos diz que a energia do universo é constante, e a segunda lei
nos mostra que a entropia do universo aumenta constantemente.
• É possível que a entropia de um sistema diminua, desde que a entropia da
vizinhança aumente.
• A variação de entropia de um sistema isolado é positiva se percorre um pro-
cesso espontâneo.
• Apresentamos as expressões que quantificam a eficiência de máquinas tér-
micas, bem como o coeficiente de desempenho de bombas de calor e refri-
geradores.
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Referências
Aula 3 - Tema: Segunda Lei da Termodinâmica. Aula 3 - Tema: Segunda Lei da Termodinâmica.
Bloco I Bloco II
Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f- pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
1d/7e5cc3f88469dde58407c508ca2bfe60>. d97b037f666dc385e61751e03afbc74a>.
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Questão 1
1. Assinale a alternativa correta. A variação da entropia para um processo ir-
reversível será sempre:
a) zero.
b) positiva.
c) negativa.
d) tanto positiva quanto negativa.
e) infinita.
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Questão 2
2. Assinale a alternativa que identifica os processos de um ciclo de Carnot.
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Questão 3
3. Quais propriedades influenciam na máxima eficiência de uma máquina de
Carnot?
a) Apenas o atrito.
b) Tanto a temperatura da fonte quanto a do sumidouro.
c) Apenas o valor da temperatura do sumidouro.
d) Apenas o valor da temperatura da fonte.
e) A vazão utilizada e o fluido de trabalho.
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Questão 4
4. Uma máquina térmica opera num ciclo de Carnot trocando calor com
dois reservatórios térmicos, um está a 610 °C e outro a 20 °C. Se a taxa de
transferência de calor entre os reservatórios for de 150 kW, a potência líqui-
da que pode ser obtida por ela será de aproximadamente:
a) 120 kW.
b) 100 kW.
c) 115 kW.
d) 85 kW.
e) 150 kW.
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Questão 5
5. Uma máquina térmica troca calor entre dois reservatórios a 300 °C e 15
°C. A taxa de transferência de calor do reservatório quente para o frio é de
100 kW. Se a potência produzida for de 60 kW, determine a eficiência real
dessa máquina e se ela é reversível, irreversível ou impossível.
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Gabarito
1. Resposta: B. 4. Resposta: B.
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Unidade 4
Ciclos termodinâmicos
Objetivos
93/210
Introdução
Os diversos dispositivos mecânicos e térmi- 1. Ciclo rankine
cos, como bombas, compressores, turbinas,
evaporadores e condensadores, são empre- As usinas nucleares, geotérmicas, de carvão
gados em um conjunto cíclico para atender ou queima de lixo empregam o ciclo Ranki-
a diversas necessidades do nosso cotidiano, ne, que utiliza equipamentos para a gera-
seja para o nosso conforto térmico, promo- ção de energia, conforme mostra a Figura 1.
vido pelo ar-condicionado, ou para o deslo- Figura 1 – Representação esquemática do ciclo de Rankine
camento em veículos motorizados.
É claro que, a depender da finalidade e dis-
ponibilidade, é preciso adaptar as condições
operacionais para o adequado funciona-
mento dos equipamentos. Por exemplo, as
plantas de energias renováveis, sendo estas
geotérmica, nuclear, hidráulica, biomassa,
entre outras, requerem o conhecimento de
propriedades e equações termodinâmicas
dos fluidos em questão. Neste tema, apre-
Fonte: elaborada pelo autor.
sentaremos os principais sistemas de po-
tência com as devidas particularidades.
94/210 Unidade 4 • Ciclos termodinâmicos
A bomba é responsável pela compressão seja, nenhuma perda na turbina, na bomba
da água líquida saturada a alta pressão. A e nos tubos de conexão.
caldeira adiciona energia na forma de ca- Figura 2 – Diagrama T-S de um ciclo de Rankine ideal
peratura versus entropia (T-S) para o ciclo Podemos aumentar a eficiência de uma usi-
de Rankine simples ideal, em que todos os na operando com o ciclo de Rankine de três
componentes funcionam sem perdas, ou maneiras:
Um sistema de refrigeração em que o condensador está localizado dentro do espaço que será
aquecido e o evaporador, fora desse espaço é denominado bomba de calor, no qual o calor rejeita-
O ciclo Otto real também é composto por Em 1900, Rudolf Diesel patenteou um mo-
quatro tempos, conforme mostra a Figura 7, tor movido a óleo de amendoim e denomi-
104/210 Unidade 4 • Ciclos termodinâmicos
nou-o como ciclo Diesel. Em síntese, o ar é Figura 8- Representação de um ciclo a Diesel
108/210
Considerações Finais
• Apresentamos resumidamente os principais ciclos termodinâmicos, dando
ao leitor um subsídio teórico para se aprofundar em cada um dos assuntos.
• Foi apresentado o ciclo de Rankine, principal ciclo de potência a vapor.
• Foi discutido brevemente o ciclo de refrigeração, muito utilizado nos siste-
mas de condicionamento de ar.
• Por fim, foram apresentados alguns dos principais ciclos de potência a gás
(Brayton, Otto, Diesel).
109/210
Referências
Aula 4 - Tema: Ciclos Termodinâmicos. Bloco I Aula 4 - Tema: Ciclos Termodinâmicos. Bloco II
Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/
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e6cdbc3ff185577f9ab4df999c92d254>. a4110becaeea4704beaa42b977b8c1ee>.
111/210
Questão 1
1. Em um ciclo de refrigeração, o equipamento cuja função é retirar calor do
ambiente, a fim de provocar uma redução em sua temperatura é:
a) Evaporador.
b) Compressor.
c) Turbina.
d) Bomba.
e) Condensador.
112/210
Questão 2
2. Sabe-se que, em dias de muito frios, a eficiência do motor à combus-
tão de um automóvel tende a aumentar. Uma redução de 10 °C a 15 °C na
temperatura externa pode provocar um aumento de potência de até 5 cv.
Com base nos estudos referentes à Segunda Lei da Termodinâmica e aos
ciclos motores de combustão interna, esse aumento de eficiência devido
à redução da temperatura ambiente pode ser explicado por:
113/210
Questão 3
3. Com base no diagrama temperatura x entalpia de um ciclo de Rankine
simples, um aumento da entropia durante o processo de compressão e
descompressão do fluido significa:
114/210
Questão 4
4. Qual é a eficiência térmica de uma usina de potência a vapor, operando
segundo o ciclo de Rankine simples ideal, em que o vapor entra na turbina
a 5 MPa e 400 °C e é resfriado no condensador a uma pressão de 20 kPa?
a) 55%.
b) 34%.
c) 54%.
d) 30%.
e) 46%.
115/210
Questão 5
5. Um sistema de refrigeração operando em um ciclo real por compres-
são de vapor utiliza amônia como fruído refrigerante. A pressão e a tem-
peratura na saída do condensador são de 1,7 MPa e 30 °C. Na entrada do
evaporador, a pressão é de 0,26 MPa. Calor é removido no evaporador e
entra no compressor na pressão de 0,25 Mpa e temperatura de –7 °C. O
compressor eleva a pressão do fluido para 2,0 MPa e temperatura de 80
°C. Considerando que esse sistema trabalha com um fluxo mássico de 0,2
kg/s, qual é o coeficiente de performance do refrigerador?
a) 7,55.
b) 8,39.
c) 8,59.
d) 4,35.
e) 3,59.
116/210
Gabarito
1. Resposta: A. deve ser mantida, a entrada de maior quan-
tidade de ar significa também a necessida-
O evaporador é um trocador de calor que de de um consumo maior de combustível.
recebe o fluido refrigerante a baixa pressão
e temperatura, muito menor que a do meio 3. Resposta: C.
a ser refrigerado. Devido a essa grande di-
ferença de temperatura, o fluido, ao passar A entropia é a propriedade termodinâmi-
pelo evaporador, absorve calor do meio, re- ca que descreve o quanto um processo é
frigerando-o. irreversível. Assim, quanto maior seu valor,
maior será sua irreversibilidade.
2. Resposta: A.
4. Resposta: B.
A redução da temperatura do ar provoca um
aumento de sua massa específica. Com isso, A eficiência do ciclo de Rankine é calculada
uma maior quantidade de massa de ar esta- pela equação . Sendo qe a quan-
rá entrando na câmera de combustão, o que tidade de calor por unidade de massa que
provocará um aumento na potência gerada entra no sistema e qs a quantidade de calor
pelo motor. Como a relação ar/combustível por unidade de massa que sai do sistema.
117/210
Gabarito
5. Resposta: C.
O coeficiente de performance é obtido pela
divisão do valor da taxa de calor removida
do espaço refrigerado pela potência consu-
mida no compressor. Para tal, é necessário o
cálculo das entalpias do ciclo.
118/210
Unidade 5
Análise exergética
Objetivos
119/210
Introdução
128/210
Considerações Finais
129/210
Referências
Aula 5 - Tema: Análise Exergética. Bloco I Aula 5 - Tema: Análise Exergética. Bloco II
Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/
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5ddbc3ff368178b0ae76ddc0db3da082>. 1d/05babb0d7a0dfdc19efb8e77eca7e700>.
131/210
Questão 1
1. A razão entre a eficiência térmica real e a mais alta eficiência térmica pos-
sível é denominada:
132/210
Questão 2
2. Com relação às definições de energia, considere as seguintes afirma-
ções:
133/210
Questão 3
3. Com relação às condições adequadas para a perda de energia e geração
de entropia, qual representa o processo termodinâmico mais eficiente:
134/210
Questão 4
4. A exergia de um sistema, que se encontra em estado morto, é conside-
rada:
a) Zero.
b) Menor que zero.
c) Maior que zero.
d) Zero ou menor que zero.
e) Zero ou maior que zero.
135/210
Questão 5
5. Um forno industrial transfere calor a uma temperatura de 480 °C. Consi-
derando que a temperatura ambiente é de 25 °C e que a máxima potência
produzida pelo forno é de 1,2 MW, qual deverá ser a taxa de transferência
de calor?
a) 2,5 MW.
b) 3,5 MW.
c) 1,3 MW.
d) 4 MW.
e) 2 MW.
136/210
Gabarito
1. Resposta: C. 4. Resposta: A.
Define-se como eficiência de segunda lei, a O estado morto ocorre quando um sistema
razão entre a eficiência térmica real e a mais está em equilíbrio termodinâmico com a sua
alta eficiência térmica possível. vizinhança, sem variação de energia poten-
cial e cinética e quimicamente inerte. Um
2. Resposta: C. sistema no estado morto apresenta exergia
igual a zero.
O item I está incorreto, pois exergia não pre-
senta a quantidade real de trabalho que um 5. Resposta: E.
sistema pode produzir, e sim a máxima.
A taxa de transferência de calor é calcula-
3. Resposta: D. da pela equação O valor da
máxima potência produzida é fornecido no
Tanto a perda de exergia como a geração de enunciado, então é necessário somente en-
entropia representam perdas para o pro- contrar a eficiência máxima.
cesso. De modo que um processo ideal de-
verá ter a menor perda possível de exergia e
a menor geração possível de entropia.
137/210
Unidade 6
Relações termodinâmicas
Objetivos
138/210
Introdução
A derivada de duas funções pode ser estendida, e a denominação é a regra do produto triplo,
identificada por:
149/210
Considerações Finais
150/210
Referências
ÇENGEL, Y. A.; BOLES, M. A. Termodinâmica. 5. ed. São Paulo: Bookman, 2007.
KROOS, K. A.; POTTER, M. C. Termodinâmica para engenheiros. 1. ed. São Paulo: Cengage Lear-
ning, 2015.
MORAN, M. J.; SHAPIRO, H. N; BOETTNER, D. D.; BAILEY, M. B. Princípios de termodinâmica para
engenharia. 7. ed. São Paulo: LTC, 2013.
Aula 6 - Tema: Relações Termodinâmicas. Bloco I Aula 6 - Tema: Relações Termodinâmicas. Bloco II
Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
a48ed1d4d3382a10d00ea79257932335>. d1032abffe2161512660ec7849e93b2a>.
152/210
Questão 1
1. Assinale a alternativa cuja propriedade apresentada se relaciona correta-
mente com ∂h ∂s
p
a) T.
b) v.
c) u.
d) –T.
e) 1/v.
153/210
Questão 2
2. Assinale a alternativa cuja propriedade apresentada se relaciona corre-
tamente com ∂g ∂p
T
a) T.
b) v.
c) –s.
d) –T.
e) 1/u.
154/210
Questão 3
∂u
3. Assinale a alternativa que identifica o valor de ∂v quando se emprega
T
a equação de van der Waals.
a) a/v².
b) 1/(v-b).
c) R/(v-b).
d) a/T.
e) b/a.
155/210
Questão 4
4. Assinale a alternativa que indica o resultado da variação da energia in-
terna em função da pressão em um processo isotérmico.
a) –v.
b) 1/s.
c) v/T.
d) 0.
e) R (constante universal dos gases).
156/210
Questão 5
5. Assinale a alternativa que indica a expressão correta para a capacidade
calorífica a pressão constante.
a) .
b) .
c) .
d) .
e) .
157/210
Gabarito
1. Resposta: A. ∂g ∂g
de g em p=
e T: dg dp + dT , en-
∂p T ∂T p
Com base na correlação du = Tds-pdv e na
tão é equivalente a v.
derivada de entalpia: dh = du + vdp + pv,
temos: dh = Tds - pvv + vdp + pdv, ou seja,
dh = Tds + vdp. Se a derivada total de h 3. Resposta: A.
for escrita em função de s e p, obtém-se:
A partir da equação du = Tds - pdv, pode-
∂h ∂h
=dh ds + dp , então é mos dividi-la por dv, mantendo T fixa, de
∂s p ∂p s
equivalente a T. ∂u ∂s
tal sorte que: =
∂v T − p . Uma das
T ∂v T
2. Resposta: B. ∂s ∂p
quatro relações de Maxwell é = .
∂v T ∂T v
Com a equação fundamental da energia de ∂u ∂p
Então, =
∂v T − p . Com base na
Gibbs, calculamos a derivada: dg = dh - Tds T ∂T v
- sdT; substituindo a derivada da entalpia: equação de van der Waals: ,
dh = TDS + vdp, temos: dg = Tds + vdp - Tds -
sdT ou dg = vdp - sdT. Com a derivada total
158/210
Gabarito
∂p R 5. Resposta: A.
obtemos que ∂T = , então:
v v −b
∂u R RT a a A partir da relação de capacidade calorífica
∂v = T − +=
T
v − b v − b v² v² . a pressão constante: , da deri-
vada total de entropia em função da tem-
4. Resposta: D. peratura e pressão, da derivada total da
entalpia em função da temperatura e pres-
As propriedades dos gases ideais depen- são e da equação fundamental de entalpia:
dem exclusivamente da temperatura, assim, dh= Tds + vdp com a aplicação de derivada
diante de um processo isotérmico, temos parcial, temos que a capacidade calorífica a
que a variação da energia interna em fun- pressão constante é .
ção da pressão é nula. Para todos os efeitos,
constatamos isso a partir das relações fun-
damentais de energia interna em conjunto
com a equação de gás ideal.
159/210
Unidade 7
Termodinâmica dos seres vivos
Objetivos
160/210
Introdução
Os organismos vivos são formados por mo- armazenamento pelo organismo vivo e sua
léculas que não apresentam vida, pois, se liberação durante a atividade metabólica.
isoladas, seu comportamento será análogo Uma das aplicações mais interessantes e
ao de uma matéria inanimada. Com base motivadoras da segunda lei da termodinâ-
nessa ideia, podemos afirmar que os seres mica é o entendimento de sistemas bioló-
vivos e não vivos são compostos da mes- gicos nos diversos níveis de organização, ou
ma essência, apesar de apresentarem níveis seja, células, tecidos e órgãos. Além de que
distintos de complexidade e organização, uma análise exergética pode ser realizada
cujas características permitem aos seres no ser humano, a fim de verificar a qualida-
vivos exercerem diversas funções, como de dos processos de conversão de energia
transformar a energia do meio ambiente, no corpo e o metabolismo, o qual se baseia
efetuar autorreplicação, sintetizar matéria em reações de oxidação de carboidratos, li-
orgânica, entre outras. pídeos e aminoácidos.
As aplicações da primeira lei da termodinâ- Sabemos, pela terceira lei da termodinâmi-
mica em sistemas biológicos são datadas ca, que no universo ou em qualquer siste-
da segunda metade do século XVIII. A par- ma isolado, o grau de desordem (entropia)
tir da termodinâmica, podemos quantifi- só pode crescer, como os edifícios que des-
car a energia dos alimentos, bem como seu mancham ao logo do tempo e a decompo-
161/210 Unidade 7 • Termodinâmica dos seres vivos
sição dos corpos. Parece que as células vão educação física, entre outras formações
contra essa lei, pois são altamente orga- acadêmicas para aplicações de análise exer-
nizadas, como é o caso da união dos ami- gética no corpo humano.
noácidos em sequências específicas para a
formação de proteína, mas, para isso, elas 1. Composição dos organismos
necessitam de energia exterior, cujo resul- vivos
tado é a formação de moléculas de dióxido
de carbono, a partir de uma reação de oxi- Basicamente, os organismos vivos são for-
dação, o que aumenta a entropia do exterior mados por componentes orgânicos ricos
da célula, e, assim, temos que os organismos em carbono, nitrogênio e oxigênio, gerando,
são “máquinas térmicas a combustão”. essencialmente, as biomoléculas. Estudos
envolvendo bioquímica e biofísica molecu-
Portanto, diante dessas breves explanações
lar indicam que essas estruturas químicas
e exemplificações, esse tema apresenta os
se baseiam em uma lógica simples de for-
principais tópicos relacionados a composi-
mação, como nos casos das proteínas, dos
ção e transformações energéticas dos se-
ácidos nucleicos, dos carboidratos e dos li-
res vivos, com o objetivo de motivá-los ao
pídios.
estudo de assuntos mais complexos, alian-
do fundamentos de medicina, engenharia,
162/210 Unidade 7 • Termodinâmica dos seres vivos
1.1 Carboidratos
177/210
Considerações Finais
178/210
Referências
KROOS, K. A.; POTTER, M. C. Termodinâmica para engenheiros. 1. ed. São Paulo: Cengage Learn-
ing, 2015.
MADY, C. E. K. Desempenho termodinâmico do corpo humano e seus subsistemas: aplicações
à medicina, desempenho esportivo e conforto térmico. 2013. 197 f. Tese (Doutorado) – Curso de
Engenharia Mecânica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013. Disponível em: <http://www.
teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3150/tde-21102014-110723/pt-br.php>. Acesso em: 3 out. 2017.
MADY, C E. K. et al. Second law of thermodynamics and human body. Thermal Engineering. p.
88-95. jun. 2011.
NELSON, D. L.; COX, M. M. Princípios de bioquímica de Lehninger. 6.ed. São Paulo: Artmed,
2014.
Aula 7 - Tema: Termodinâmica dos Seres Vivos. Aula 7 - Tema: Termodinâmica dos Seres Vivos.
Bloco I Bloco II
Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f- pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
1d/7e18c04dea34fecb16ed053e9bc41485>. 25f393aea3f4cf12a0d39909ec6f47f1>.
180/210
Questão 1
1. Assinale a alternativa correta. A energia necessária para desestabilizar as
ligações químicas existentes é chamada:
a) energia de desestabilização.
b) energia cinética.
c) energia de ativação.
d) energia livre.
e) energia interna.
181/210
Questão 2
2. Com relação à composição de um carboidrato, assinale a alternativa
que apresenta os elementos químicos fundamentais que o compõem.
182/210
Questão 3
3. Assinale a alternativa que identifica o nome das etapas iniciais na res-
piração celular.
a) Fixação de nitrogênio.
b) Catálise intramolecular.
c) Quimiosmose.
d) Glicólise.
e) Catálise intermolecular.
183/210
Questão 4
4. Assinale a alternativa que indica o nome dado para a soma de todas as
reações químicas que ocorrem dentro de uma célula viva.
a) Síntese de desidratação.
b) Catálise heterogênea.
c) Metabolismo.
d) Termodinâmica.
e) Hidrólise.
184/210
Questão 5
5. Com relação ao que foi explanado em termodinâmica dos seres vivos,
essencialmente sobre a composição, qual das afirmativas abaixo não está
correta?
185/210
Gabarito
1. Resposta: C. 4. Resposta: C.
2. Resposta: D. 5. Resposta: E.
Os carboidratos, também denominados gli- Os ácidos nucleicos têm como função o ar-
cídios, são compostos pelos elementos: car- mazenamento e a transmissão da informa-
bono, oxigênio e hidrogênio. ção genética.
3. Resposta: D.
186/210
Unidade 8
Termoeconomia
Objetivos
187/210
Introdução
Segundo informações coletadas na literatu- micos, propiciando uma visão dinâmica con-
ra, tal como em Passolongo et al. (2010), o junta do comportamento termodinâmico e
consumo de energia elétrica no Brasil apre- econômico de um sistema de interesse a ser
senta índices de crescimento superiores se analisado” (KREITH, 2000, apud GRACIANO,
comparados ao Produto Interno Bruto. Por 2007, p. 32). Assim, iniciaremos nossos es-
isso, observa-se um incentivo governamen- tudos com conceitos fundamentais de uma
tal para o uso de outras fontes energéticas análise termoeconômica e, posteriormente,
e, em conjunto, estudos científicos para al- traremos sugestões de estudos de caso so-
cançar melhoria na eficiência de produção bre essa fundamentação.
energética, atentando-se para a sustenta-
bilidade, o custo e a inovação. 1. Análise termoeconômica
Nesse cenário, é importante conhecer os
De forma resumida, uma análise termoeco-
principais parâmetros e variáveis envolvidos
nômica alia os conceitos da termodinâmica
em processos térmicos e, para isso, citare-
e da economia, sendo fundamentada numa
mos alguns pontos abordados em trabalhos
análise de custos, em que, para obter o re-
envolvendo a termoeconomia, que pode ser
sultado desejado de um sistema (denomi-
definida como “o ramo da engenharia que
nado produto), seu custo precisa ser neces-
une análise exergética e princípios econô-
188/210 Unidade 8 • Termoeconomia
sariamente igual ao somatório dos custos dos “combustíveis” que o alimentam (ditos insumos)
com os custos de aquisição, operação e manutenção do sistema.
Link
O artigo de Luiz Felipe Pellegrini, Reinaldo Pacheco da Costa e Silvio de Oliveira Jr, A atribuição de custos
em sistemas energéticos: a termoeconomia como base de cálculo, exemplifica a aplicação das metodologias
envolvidas nos cálculos termoeconômicos. Disponível em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/
ENEGEP2005_Enegep0302_0736.pdf>. Acesso em: 28 set. 2017.
Pellegrini (2009) quantificou os custos de potência elétrica e calor a partir dos cálculos de exergia
do bagaço e da cana, calculada com base na contribuição da exergia da fibra e do caldo da cana.
Em seu trabalho, foi verificado que o máximo lucro de uma usina sucroalcooleira está intima-
mente relacionado com o melhor uso da exergia da cana.
199/210
Considerações Finais
• Apresentamos a relação entre a exergia de um processo químico com a eco-
nomia e definimos, assim, a termoeconomia.
• Citamos um caso de aplicação de análise termoeconômica em setor de
energias renováveis.
• Identificamos algumas equações que determinam o rendimento de conver-
são de energia em processos químicos, térmicos e dissipativos de exergia.
200/210
Referências
BEJAN, A.; TSATSARNIS, G.; MORAN, M. J. Thermal design and optimization. New York: John Wiley
& Sons, 1996.
BRODYANSKY, V. M.; SORIN, M. V.; LE GOFF, P. The efficiency of industrial processes: exergy
analysis and optimization. Amsterdã: Elsevier, 1994. 487 p.
GRACIANO, V. Análise e otimização termoeconômica aplicada a usina termelétrica de Figuei-
ra. 2007. 169 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Engenharia Mecânica, Universidade Federal
do Paraná, Curitiba, 2007.
MORAN, M. J.; SHAPIRO, H. N; BOETTNER, D. D.; BAILEY, M. B. Princípios de termodinâmica para
engenharia. 7. ed. São Paulo: LTC, 2013.
OLIVEIRA, S. Revalorisation des effluents thermiques industriels-analyse exergétique, entro-
pique et economique, 400 p. Tese (Doutorado) – Institut National Polytechnique de Lorraine,
Nancy, 1991.
PASSOLONGO, R. et al. Estudo termodinâmico, termoeconômico e econômico da gaseificação da
palha em uma usina de álcool e açúcar. In: BRAZILIAN CONFERENCE ON DYNAMICS, CONTROL
AND THEIR APPLICATIONS, 9., 2010, Serra Negra. Conference. Serra Negra. p. 790-796.
203/210
Questão 1
1. Qual dos termos a seguir é o procedimento mais adequado quando se fala
em realizar uma análise termoeconômica?
a) Análise exergética.
b) Balanço da Primeira Lei.
c) Balanço da Segunda Lei.
d) Análise de eficiência.
e) Análise do coeficiente de performance.
204/210
Questão 2
2. Qual é o principal objetivo de se realizar uma análise termoeconômica?
205/210
Questão 3
3. Para realizar uma análise termoeconômica, é necessário desmembrar
o termo de custo em duas variáveis distintas, uma que mede o custo por
unidade de exergia (c) e outra que mede a taxa de transferência de exer-
gia (Ef). Com base nessa informação, qual é, respectivamente, a unidade
dimensional das variáveis c e Ef?
a) R$ ou R$/kWh e W.
b) kW e kJ.
c) kW e R$.
d) R$/kWh e kJ.
e) m/s e kW.
206/210
Questão 4
4. Determinado sistema de aquecimento apresenta taxa de transferência de
exergia de Ef=5,3MW. Sabendo que o custo unitário dessa exergia é c = 0,75
R$/kWh, assinale a alternativa que indica o custo total, em kW/h, desse sis-
tema.
a) R$ 4.575,00.
b) R$ 2.759,00.
c) R$ 3.575,00.
d) R$ 3.975,00.
e) R$ 2.945,00.
207/210
Questão 5
5. Ao realizar uma análise termoeconômica completa, há diversas etapas
que se fazem necessárias. Analise os termos a seguir e depois selecione
quais devem fazer parte de uma análise termoeconômica completa.
208/210
Gabarito
1. Resposta: A. medida da taxa de transferência de exergia
é o W, ou seus múltiplos KW, MW, por exem-
A análise exergética é um passo extrema- plo.
mente importante para a posterior análise
econômica de todos os fluxos de exergia as- 4. Resposta: D.
sociados ao sistema.
O cálculo do custo total por unidade de
2. Resposta: E. energia é obtido pelo produto do custo uni-
tário da exergia pela taxa de transferência
O objetivo de uma análise termoeconômica de exergia necessária. Assim: ċ1=ċĖf.
é obter o conhecimento de todos os custos
associados ao sistema, de forma individua- 5. Resposta: C.
lizada, visando sempre a redução dos custos
de maneira geral. Todas as afirmativas estão corretas e fazem
parte da realização de uma análise termoe-
3. Resposta: A. conômica completa.