Você está na página 1de 8

Autor: Constança Simões

Data de realização: 2022


1.2. ENERGIAS, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO Escalas de temperatura mais utilizadas:
• Escala de Celsius
Se no estudo de um sistema físico for necessário ter
• Escala de Kelvin (ou escala absoluta)
em conta a sua variação de energia interna, ele deixa
de ser tratado como um sistema mecânico e passa a Escala de Celsius
ser tratado como um sistema termodinâmico.
• Símbolo t, unidade ºC
• Escala estabelecida a partir de situações de
equilíbrio térmico da água à pressão de uma
atmosfera.
• 0ºC – ponto fusão do gelo
• 100ºC – ponto de ebulição da água

A temperatura de um sistema relaciona-se com a


agitação das partículas que o constituem: quanto
maior for essa agitação, maior será a temperatura.

A temperatura e a energia interna são grandezas


físicas distintas. Sistemas com a mesma temperatura
podem não ter, necessariamente, a mesma energia
interna.

Escala de Kelvin
• Símbolo T, unidade K
• O Kelvin é a unidade SI da temperatura
termodinâmica
• Não se conhece limite superior para a
Se a temperatura do corpo A for maior do que a
temperatura, mas existe temperatura mínima: 0K
temperatura do corpo B, há uma transferência
(zero kelvin ou zero absoluto). Próximo dessa
espontânea de energia de A para B. Chama-se calor à
temperatura a agitação térmica corpuscular cessa
energia que é transferida entre estes corpos. Quando
praticamente.
a transferência de energia termina, diz-se que A e B
estão em equilíbrio térmico (estão à mesma
Conversão da escala de Celsius para a escala de Kelvin
temperatura TA=TB, mas não tem necessariamente a
𝑻 = 𝒕 + 𝟐𝟕𝟑, 𝟏𝟓
mesma energia interna).
𝑻 ≠ 𝒕 mas ∆𝑻 = ∆𝒕 (uma variação de temperatura
Nota: no equilíbrio térmico existem trocas de energia,
em kelvin é igual a uma variação em Celsius)
mas a taxa de absorção de energia é igual à taxa de
emissão – equilíbrio dinâmico. Calor e trabalho

O calor é a energia transferida entre sistemas vizinhos


que se encontram a diferentes temperaturas, em que:
• o calor flui sempre da região com temperatura
mais elevada para a de menor temperatura
(quente à frio).
• num sistema isolado, a quantidade de calor
Calor (Q): é a energia transferida espontaneamente
recebida por um dos corpos é simétrica da
entre sistemas a diferentes temperaturas
quantidade de calor cedida pelo outro.
É com base neste equilíbrio que se estabelecem
escalas de temperatura. A temperatura (símbolo T) é A experiência de Joule, mostrou que um aquecimento
a propriedade física que se mede com um pode ser feito através de dois processos: calor e
termómetro e indica se um sistema está ou não em trabalho.
equilíbrio térmico com os outros.
O corpo em queda provoca Radiação e irradiância
a rotação das pás dentro
de água exercendo forças Radiação: energia transferida através da propagação
sobre esta, isto é, de luz, sem haver contacto entre os sistemas. É outro
realizavam trabalho. nome que damos às ondas eletromagnéticas ou luz. O
A transferência de energia sol é a principal fonte de energia por radiação.
por trabalho provoca um
aumento da temperatura Quando incide radiação sobre um corpo, a sua
da água. energia interna aumenta provocando normalmente o
aumento da sua temperatura.
No aquecimento de um líquido pode-se usar calor ou
No entanto, todos corpos emitem radiação (um
trabalho.
corpo, desde que esteja a uma
temperatura superior ao zero
absoluto (0 K), emite radiação).

Por isso é que certos corpos


como a Terra mantêm a sua
temperatura constante, ao
emitirem em média a mesma
quantidade de radiação que
Ambos os processos permitem o aumento da absorvem.
temperatura da água, ou seja, a sua energia interna
aumenta. À temperatura ambiente, todos
os corpos emitem
predominantemente radiação
Transferência de energia por calor infravermelha.
Não necessita de
A origem desta radiação reside
Necessitam de contacto entre na agitação térmica das partículas carregadas
contacto entre os
os sistemas sistemas eletricamente que constituem os corpos.
Condução Convecção
Radiação O tipo de radiação emitida depende da temperatura
térmica térmica do corpo. Por exemplo, ao aquecermos um metal, à
temperatura A, a radiação emitida é vermelha,
Transferência de Transmissão de Não necessita de
enquanto que a uma temperatura B é amarela e em C
energia de energia através meio material
a radiação é branca.
partículas mais da agitação para se propagar,
energéticas para molecular e do viaja no espaço
partículas menos movimento do por ondas
energéticas próprio meio ou eletromagnéticas.
através do de partes desse
Ocorre através da
contacto direto. meio.
propagação de
Ocorre Ocorre apenas luz.
principalmente nos fluidos (gases Para além de emitirem, os corpos também absorvem
Toda a matéria radiação. A absorção e emissão de radiação de um
nos sólidos. e líquidos).
emite radiação corpo depende da temperatura da sua vizinhança.
(mas nem toda é
visível).
Desprezando outras transferências de energia: Material: Candeeiro (fonte de radiação); Painel
Rabsorvida > Remitida → corpo aquece fotovoltaico (fonte de tensão); Fios condutores;
Rabsorvida < Remitida → corpo arrefece Reóstato; Filtro; Amperímetro e Voltímetro.
Rabsorvida = Remitida → equilíbrio térmico (T constante)
A realização deste trabalho prático implica a
A absorção de energia por radiação relaciona-se com montagem de um circuito, tal como se apresenta no
a natureza das superfícies dos corpos. esquema seguinte. O painel estará ligado em série
com o interruptor, o
Uma superfície branca reflete toda a radiação visível, reóstato e o amperímetro.
não a absorvendo (embora absorva radiação não O voltímetro estará ligado
visível). Por isso é que a neve demora bastante tempo em paralelo com o painel.
a derreter ao sol (absorve cerca de 10% da radiação)

As superfícies pretas absorvem totalmente a radiação


visível, aquecendo bastante.

Para investigar como a diferença de potencial elétrico


nos terminais do painel influencia a sua potência
iremos iluminar o painel com a lâmpada fixa do
Irradiância (Er): energia da radiação emitida por um candeeiro a uma certa distância, e com a incidência
corpo por unidade de tempo e por unidade de área. perpendicular da radiação relativamente ao painel,
iremos variar a resistência mudando a posição do
Irradiância, Er
reóstato, obtendo para cada uma destas posições os
𝑬 Er – irradiância (J m-2 s-1)
valores correspondentes de tensão, 𝑈 e intensidade
𝑬𝒓 = E – energia irradiada (J)
𝑨 ∆𝒕 A – área (m2) de corrente, 𝐼.
∆𝒕 – intervalo de tempo (s)

Irradiância, Er
𝑷 Er – irradiância (W m-2)
𝑬𝒓 = P – potência irradiada (W)
𝑨 Com estes valores iremos calcular a potência 𝑃(𝐽/𝑠)
A – área (m2)
fornecida ao circuito pelo painel fotovoltaico. Assim
para cada valor de resistência no reóstato há um
Os painéis fotovoltaicos, constituidos valor de potência fornecida ao circuito.
por células fotovoltaicas (figura ao
lado), tiram partido da radiação solar Traçando o gráfico da potência (P) em função de U(V)
para produzir eletricidade. A incidência conseguiremos determinar qual o valor de tensão que
de radiação numa célula fotovoltaica origina uma otimiza o rendimento do painel e que corresponderá
diferença de potencial elétrico nos seus terminais, ao valor máximo de potência obtida.
criando uma corrente elétrica contínua num circuito.
Quando é colocado um filtro entre o
candeeiro e o painel estaremos a
A.L.3.1. diminuir a energia da radiação
eletromagnética que atinge o painel,
Painel fotovoltaico uma vez que nem toda as radiações
que compõem a radiação
Objetivo: Investigar a influência da irradiância e da eletromagnética atingiram o painel,
diferença de potencial elétrico no rendimento de um já que uma parte foi absorvida pelo
painel fotovoltaico. filtro.
Com a diminuição da radiação incidente no painel o As partículas da região mais quente estão mais
valor da diferença de potencial nos seus terminais agitadas e essa agitação propaga-se às partículas
deverá ser menor assim como a sua potência. vizinhas e destas às outras, ao longo do corpo: o
aumento da agitação corpuscular traduz-se em um
De seguida, alteramos a intensidade da radiação aumento de temperatura da região que recebe essa
incidente no painel com a inclinação do painel, energia.
sabendo que a intensidade da radiação é altamente
dependente do ângulo de incidência desta no painel. A condução térmica ocorre predominantemente nos
sólidos, sendo desprezável nos líquidos e gases. A
Assim a diferença de potencial gerada no painel explicação reside no facto de serem fracas as ligações
depende do valor de irradiância (potência por entre as partículas constituintes dos líquidos e gases,
unidade de área) da radiação recebida pela superfície ao contrário dos sólidos. As partículas do líquidos e
do painel, que será menor com a inclinação do painel. dos gases encontram-se mais afastadas umas das
outras, o que dificulta a condução térmica.

Representando a relação P/U num gráfico podemos


determinar qual o valor de diferença de potencial que
maximiza a potência do painel, ou seja que lhe
proporciona um maior rendimento.

Condutividade térmica de um material: Grandeza


que caracteriza um material quanto à rapidez com
que nele a energia se transfere por condução térmica.

Condução térmica
A diferente sensação de quente e frio ao tocar em
Exemplo -Aquecimento objetos à mesma temperatura deve-se ao facto destes
de um objeto metálico terem condutividades térmicas diferentes.

A extremidade que não Exemplo: Porta e puxador à mesma temperatura


está em contacto direto
com a fonte de calor O puxador metálico possui uma
também vai aumentando condutividade elevada. Quando
gradualmente a sua tocamos com a mão a energia é
temperatura. rapidamente transferida para o
Há propagação de energia ao longo do metal. puxador, daí a sensação de frio.

A condução térmica ocorre predominantemente em A porta de madeira possui uma condutividade baixa.
sólidos, resultado da transmissão das vibrações das Quando tocamos com a mão a energia é transferida
partículas que constituem o corpo, sem que haja mais lentamente, dando a sensação que esta se
movimentos do próprio meio material - as partículas encontra menos fria que o puxador.
agitam-se em torno das suas posições médias de
O mesmo acontece com uma carpete e um chão de
equilíbrio, mas não se deslocam ao longo do material.
mosaico. Ao deitarmo-nos no mosaico temos a
Entre duas regiões, o calor transfere-se da região a sensação de este estar mais frio do que a carpete,
temperatura maior para a que está a temperatura apesar de ambos se encontrarem à mesma
menor. temperatura.
Convecção térmica Capacidade térmica mássica

A convecção térmica ocorre A variação de temperatura de um sistema depende


unicamente em fluidos (gases ou da energia transferida entre o sistema e a vizinhança,
líquidos) e caracteriza-se pelo da massa do sistema e do material que o constitui.
facto de a energia ser transferida
pelo movimento de partes do A capacidade térmica mássica, c, de um material é
próprio fluido: as partes mais igual à energia que é necessário transferir, como
quentes, por serem menos calor, por unidade de massa e por unidade de
densas, sobem (corrente variação de temperatura:
ascendente) e as mais frias, por Capacidade térmica mássica, c
serem mais densas, descem c – c. térmica mássica (J kg-1 K-1)
(corrente descendente). Estes
𝑬 E – energia transferida (J)
𝒄=
movimentos sucessivos do 𝒎 ∆𝑻 m – massa do sistema (kg)
fluido designam-se por ∆𝑻 – Variação de temp. (K)
correntes de convecção.
Se o corpo receber energia, 𝐸 > 0, a sua temperatura
O fluido aquece aumentará, ∆𝑇 > 0; se o corpo ceder energia, 𝐸 < 0,
continuamente através da a sua temperatura diminuirá, ∆𝑇 < 0.
deslocação de matéria (o
próprio fluido). Para duas substâncias com a mesma massa, a de
maior capacidade térmica mássica necessita de
receber mais energia para o mesmo aumento de
temperatura: 𝑬 = 𝒎 𝒄 ∆𝑻 (o mesmo se aplica quando
a substância cede energia, diminuindo a sua
temperatura).

A energia, E, e a variação de temperatura, ∆T, são


diretamente proporcionais sendo a constante de
proporcionalidade mc.
Nos coletores solares, a radiação
é aproveitada para aquecimento A água líquida tem uma capacidade térmica mássica
de um fluido. elevada (4,18×103 J kg-1 ºC-1). Por isso é bastante
utilizada em sistemas de aquecimento e refrigeração,
pois precisa de absorver ou perder mais energia para
que a sua temperatura varie do mesmo valor.

A.L.3.2.
Capacidade térmica mássica
O coletor plano tem três componentes principais:
• Cobertura transparente à radiação (de vidro ou Objetivo: Determinar a capacidade térmica mássica
acrílico): deixa entrar radiação mas não a deixa de um material.
sair na totalidade, originando aquecimento.
Material: Resistência (fonte); Bloco calorimétrico
• Placa coletora (normalmente metálica e pintada
(recetor); glicerina; termómetro; vaso isolante;
de negro), que absorve a radiação e à qual estão
balança.
soldados tubos condutores, que aquecem por
condução, por onde circula o fluido que vai
A montagem deste trabalho implica a ligação da
aquecendo, gerando-se neste correntes de
resistência a uma fonte de tensão e na qual
convecção.
controlamos a tensão ou diferença de
• Caixa com isolamento térmico, para minimizar as potencial, 𝑈.
transferências de energia por calor e dar rigidez
ao conjunto.
A diferença de potencial aplicada será responsável 1
O declive da reta traçada é igual a 𝑚𝑐, e, sabendo a
pelo aquecimento da resistência e pela intensidade massa do bloco, é então possível determinar a
de corrente que irá percorrer o circuito. A resistência capacidade térmica mássica do alumínio.
está em contacto com o bloco calorimétrico de
alumínio, logo este também irá aquecer (podemos Erro relativo elevado → causas:
medir a sua temperatura através do termómetro • Energia dissipada
também nele inserido). • O alumínio do bloco pode não ser puro

Variação das entalpias de fusão e vaporização

Numa mudança de estado físico (fusão ou


vaporização) de uma substância, a temperatura não
varia: a energia fornecida traduz-se na quebra das
ligações entre as partículas e não no aumento da
Neste circuito será necessário um voltímetro para a agitação corpuscular.
medição da diferença de potencial aplicada à
A energia que é necessário fornecer, por calor, a
resistência bem como um amperímetro para medir a
pressão constante, por unidade de massa de
intensidade de corrente que a percorre.
substância, para que ocorra a sua fusão, ou a sua
vaporização, designa-se por variação de entalpia
mássica de fusão, ∆ℎ𝑓𝑢𝑠ã𝑜 , ou variação de entalpia
mássica de vaporização, ∆ℎ𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟𝑖𝑧𝑎çã𝑜 ,
respetivamente (unidade SI: J kg-1). Assim, para uma
mudança de estado:
Efetuamos as leituras de tensão, da corrente elétrica e 𝐸𝑚𝑢𝑑𝑎𝑛ç𝑎 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑑𝑜
da temperatura de 30 em 30 segundos. ∆ℎ𝑚𝑢𝑑𝑎𝑛ç𝑎 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑑𝑜 =
𝑚
Com os resultados obtidos, podemos elaborar o
gráfico de variação de temperatura em função da
energia fornecida.

Para obter a variação de temperatura subtraímos a


temperatura em questão pela temperatura inicial
(temperatura do bloco antes de ser iniciada a
experiência)

Já a energia fornecida pela 𝑃 =𝑈×𝐼 A distância média entre átomos é muito maior na fase
resistência pode ser 𝐸 gasosa do que na fase líquida ou sólida. Cada átomo
𝑃= ou molécula foi removido da sua “vizinhança”
calculada tendo em conta ∆𝑡
as seguintes fórmulas: 𝑬 = 𝑼 × 𝑰 × ∆𝒕 superando as forças atrativas. Portanto mais energia é
necessária ao nível molecular para vaporizar uma
dada massa de uma substância do que para a fundir, e
por isso, no geral, a entalpia de vaporização apresenta
valores muito maiores que a entalpia de fusão.

Podemos determinar a 𝐸 = 𝑚 𝑐 ∆𝑇
capacidade térmica 𝟏
∆𝑻 = 𝑬
mássica do alumínio da 𝒎𝒄
𝒚 = 𝒂𝒙 + 𝒃
seguinte forma:
Calor e trabalho
A energia interna, U, é uma propriedade do sistema.
O calor, Q, e o trabalho, W, são processos de
transferir energia entre sistemas.

Exemplos
• Quando cozinhamos num fogão ou micro-ondas
estamos a aumentar a energia interna por calor. Nos sistemas de produção de eletricidade ou nos
• Ao comprimirmos ou expandirmos um gás sistemas de aquecimento há sempre transferência de
estamos a aumentar ou diminuir, respetivamente, energia para a vizinhança. Essa energia não se perde:
a sua energia interna por trabalho. fica na vizinhança, mas não pode ser aproveitada de
forma útil.
A Primeira Lei da Termodinâmica ou Lei da
Como só uma parte da energia pode ser aproveitada
Conservação da Energia estabelece que a energia não
de forma útil, o rendimento de uma máquina é
se cria nem se destrói, mas pode-se transferir.
sempre inferior a 100%.
Esta lei traduz o balanço energético num sistema: a
variação da sua energia interna resulta dos processos
de transferência de energia de e para ele, sejam por
trabalho ou por calor.

∆𝑼 = 𝑸 + 𝑾

Primeira lei da termodinâmica


∆𝑼 – variação de energia interna (J)
Q – energia transferida por calor (J)
W – energia transferida por trabalho (J)
A evolução espontânea é sempre no sentido da
• Se ∆𝑼 > 𝟎, a energia interna aumenta; degradação da energia (diminuição da energia útil).
• Se ∆𝑼 > 𝟎, a energia interna diminui;
Balanço energético
Se o volume do sistema diminuir (compressão),
haverá trabalho realizado pela vizinhança sobre o Se dois corpos A e B, a diferentes temperaturas
sistema: W>0. entrarem em contacto, há uma transferência de
energia entre eles. Se estiverem num sistema isolado,
Se o volume do sistema aumentar (descompressão), a energia que um cede é totalmente recebida pelo
há trabalho realizado pelo sistema sobre a vizinhança: outro (uma vez que não há transferências de energia
W<0. para a vizinhança).

Se o sistema for isolado, não haverá trocas de energia A variação de energia interna do sistema isolado que
nem por calor nem por trabalho e a energia interna engloba os dois corpos é nula:
do sistema não variará: ∆𝑼 = 𝟎 (U é constante)
∆𝑈 = ∆𝐸𝐴 + ∆𝐸𝐵 = 0 ⇔ ∆𝐸𝐵 = −∆𝐸𝐴
Segunda Lei da Termodinâmica

O rendimento de uma máquina é sempre


inferior a 100%.
A energia interna A energia interna
Nos processos espontâneos verifica-se uma
aumenta (∆𝑈 > 0) diminui (∆𝑈 < 0)
diminuição da energia útil.
O corpo B recebeu O corpo A
energia transferiu energia
Se um sistema de massa m e capacidade térmica O mesmo procedimento será realizado aquando da
mássica c não mudar de fase, a sua variação de mistura de uma dada massa de água à temperatura
energia interna é ∆𝐸 = 𝑚 𝑐 ∆𝑇. ambiente com uma dada massa de gelo fundente.

Se o sistema também mudar de fase, a esta variação Nesse caso a variação da energia interna seria nula,
de energia adiciona-se a energia necessária para que ∆𝑈 = 𝑄 + 𝑊, pois estamos a considerar que não irá
todo o sistema passe de um estado físico para o ocorrer transferência de energia.
outro, 𝐸 = 𝑚 ∆ℎ, mantendo a temperatura
constante: ∆𝐸 = 𝑚 𝑐 ∆𝑇 + 𝑚 ∆ℎ. −𝑄á𝑔𝑢𝑎 𝑞𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 = 𝑄𝑓𝑢𝑠ã𝑜 𝑑𝑜 𝑔𝑒𝑙𝑜 + 𝑄á𝑔𝑢𝑎 𝑓𝑟𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑔𝑒𝑙𝑜

Por exemplo, adicionando uma certa massa de gelo −𝑚á𝑔𝑢𝑎 𝑐á𝑔𝑢𝑎 (𝑇𝑓 − 𝑇𝑖 á𝑔𝑢𝑎 ) = 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 ∆ℎ + 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 𝑐á𝑔𝑢𝑎 𝑇𝑓
fundente (gelo a 0ºC) a uma outra massa de água, e
admitindo que o sistema gelo + água é isolado, uma Resolvendo em ordem a ∆ℎ podemos então
vez conhecidas a temperatura inicial da água, Ti água, e determinar a variação de entalpia de fusão do gelo.
a temperatura final do sistema, Tf, após todo o gelo
Com o ∆ℎ tabelado do gelo, podemos calcular o erro
ter fundido, pode calcular-se a variação de entalpia
relativo.
mássica de fusão, ∆ℎ, da água pela seguinte relação:

−𝑚á𝑔𝑢𝑎 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ∆𝑇á𝑔𝑢𝑎 = 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ∆𝑇á𝑔𝑢𝑎 𝑑𝑜 𝑔𝑒𝑙𝑜 + 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 ∆ℎ

−𝑚á𝑔𝑢𝑎 𝑐á𝑔𝑢𝑎 (𝑇𝑓 − 𝑇𝑖 á𝑔𝑢𝑎 ) = 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 𝑐á𝑔𝑢𝑎 𝑇𝑓 + 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 ∆ℎ

A.L.3.3.
Balanço energético

Objetivo: Estabelecer balanços energéticos e


determinar a entalpia mássica de fusão do gelo.

A execução desta atividade requere a colocação os


recipientes que irão conter as “misturas” em vasos
isolantes. O isolamento térmico dos recipientes é
muito importante para se poder considerar que está a
ser aplicada a Lei
da Conservação da
Energia a um
sistema isolado.

Após a adição da massa de água quente à água fria


deve ser medida a temperatura em que se estabelece
o equilíbrio térmico, (temperatura final) a fim de
comparar o valor obtido experimentalmente com o
valor teórico (cálculos) e avaliar se ocorreram perdas
de energia.

𝑄𝑟𝑒𝑐𝑒𝑏𝑖𝑑𝑜 + 𝑄𝑐𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 = 0

𝑚𝐴 𝑐 (𝑇𝑓 − 𝑇𝑖 𝐴 ) = −𝑚𝐵 𝑐 (𝑇𝑓 − 𝑇𝑖 𝐵 )

(resolver para determinar a Tf teórico)

Você também pode gostar