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1.3. Energia, fenómenos térmicos e radiação
1.3. Energia, fenómenos térmicos e radiação
Escala de Kelvin
• Símbolo T, unidade K
• O Kelvin é a unidade SI da temperatura
termodinâmica
• Não se conhece limite superior para a
Se a temperatura do corpo A for maior do que a
temperatura, mas existe temperatura mínima: 0K
temperatura do corpo B, há uma transferência
(zero kelvin ou zero absoluto). Próximo dessa
espontânea de energia de A para B. Chama-se calor à
temperatura a agitação térmica corpuscular cessa
energia que é transferida entre estes corpos. Quando
praticamente.
a transferência de energia termina, diz-se que A e B
estão em equilíbrio térmico (estão à mesma
Conversão da escala de Celsius para a escala de Kelvin
temperatura TA=TB, mas não tem necessariamente a
𝑻 = 𝒕 + 𝟐𝟕𝟑, 𝟏𝟓
mesma energia interna).
𝑻 ≠ 𝒕 mas ∆𝑻 = ∆𝒕 (uma variação de temperatura
Nota: no equilíbrio térmico existem trocas de energia,
em kelvin é igual a uma variação em Celsius)
mas a taxa de absorção de energia é igual à taxa de
emissão – equilíbrio dinâmico. Calor e trabalho
Irradiância, Er
𝑷 Er – irradiância (W m-2)
𝑬𝒓 = P – potência irradiada (W)
𝑨 Com estes valores iremos calcular a potência 𝑃(𝐽/𝑠)
A – área (m2)
fornecida ao circuito pelo painel fotovoltaico. Assim
para cada valor de resistência no reóstato há um
Os painéis fotovoltaicos, constituidos valor de potência fornecida ao circuito.
por células fotovoltaicas (figura ao
lado), tiram partido da radiação solar Traçando o gráfico da potência (P) em função de U(V)
para produzir eletricidade. A incidência conseguiremos determinar qual o valor de tensão que
de radiação numa célula fotovoltaica origina uma otimiza o rendimento do painel e que corresponderá
diferença de potencial elétrico nos seus terminais, ao valor máximo de potência obtida.
criando uma corrente elétrica contínua num circuito.
Quando é colocado um filtro entre o
candeeiro e o painel estaremos a
A.L.3.1. diminuir a energia da radiação
eletromagnética que atinge o painel,
Painel fotovoltaico uma vez que nem toda as radiações
que compõem a radiação
Objetivo: Investigar a influência da irradiância e da eletromagnética atingiram o painel,
diferença de potencial elétrico no rendimento de um já que uma parte foi absorvida pelo
painel fotovoltaico. filtro.
Com a diminuição da radiação incidente no painel o As partículas da região mais quente estão mais
valor da diferença de potencial nos seus terminais agitadas e essa agitação propaga-se às partículas
deverá ser menor assim como a sua potência. vizinhas e destas às outras, ao longo do corpo: o
aumento da agitação corpuscular traduz-se em um
De seguida, alteramos a intensidade da radiação aumento de temperatura da região que recebe essa
incidente no painel com a inclinação do painel, energia.
sabendo que a intensidade da radiação é altamente
dependente do ângulo de incidência desta no painel. A condução térmica ocorre predominantemente nos
sólidos, sendo desprezável nos líquidos e gases. A
Assim a diferença de potencial gerada no painel explicação reside no facto de serem fracas as ligações
depende do valor de irradiância (potência por entre as partículas constituintes dos líquidos e gases,
unidade de área) da radiação recebida pela superfície ao contrário dos sólidos. As partículas do líquidos e
do painel, que será menor com a inclinação do painel. dos gases encontram-se mais afastadas umas das
outras, o que dificulta a condução térmica.
Condução térmica
A diferente sensação de quente e frio ao tocar em
Exemplo -Aquecimento objetos à mesma temperatura deve-se ao facto destes
de um objeto metálico terem condutividades térmicas diferentes.
A condução térmica ocorre predominantemente em A porta de madeira possui uma condutividade baixa.
sólidos, resultado da transmissão das vibrações das Quando tocamos com a mão a energia é transferida
partículas que constituem o corpo, sem que haja mais lentamente, dando a sensação que esta se
movimentos do próprio meio material - as partículas encontra menos fria que o puxador.
agitam-se em torno das suas posições médias de
O mesmo acontece com uma carpete e um chão de
equilíbrio, mas não se deslocam ao longo do material.
mosaico. Ao deitarmo-nos no mosaico temos a
Entre duas regiões, o calor transfere-se da região a sensação de este estar mais frio do que a carpete,
temperatura maior para a que está a temperatura apesar de ambos se encontrarem à mesma
menor. temperatura.
Convecção térmica Capacidade térmica mássica
A.L.3.2.
Capacidade térmica mássica
O coletor plano tem três componentes principais:
• Cobertura transparente à radiação (de vidro ou Objetivo: Determinar a capacidade térmica mássica
acrílico): deixa entrar radiação mas não a deixa de um material.
sair na totalidade, originando aquecimento.
Material: Resistência (fonte); Bloco calorimétrico
• Placa coletora (normalmente metálica e pintada
(recetor); glicerina; termómetro; vaso isolante;
de negro), que absorve a radiação e à qual estão
balança.
soldados tubos condutores, que aquecem por
condução, por onde circula o fluido que vai
A montagem deste trabalho implica a ligação da
aquecendo, gerando-se neste correntes de
resistência a uma fonte de tensão e na qual
convecção.
controlamos a tensão ou diferença de
• Caixa com isolamento térmico, para minimizar as potencial, 𝑈.
transferências de energia por calor e dar rigidez
ao conjunto.
A diferença de potencial aplicada será responsável 1
O declive da reta traçada é igual a 𝑚𝑐, e, sabendo a
pelo aquecimento da resistência e pela intensidade massa do bloco, é então possível determinar a
de corrente que irá percorrer o circuito. A resistência capacidade térmica mássica do alumínio.
está em contacto com o bloco calorimétrico de
alumínio, logo este também irá aquecer (podemos Erro relativo elevado → causas:
medir a sua temperatura através do termómetro • Energia dissipada
também nele inserido). • O alumínio do bloco pode não ser puro
Já a energia fornecida pela 𝑃 =𝑈×𝐼 A distância média entre átomos é muito maior na fase
resistência pode ser 𝐸 gasosa do que na fase líquida ou sólida. Cada átomo
𝑃= ou molécula foi removido da sua “vizinhança”
calculada tendo em conta ∆𝑡
as seguintes fórmulas: 𝑬 = 𝑼 × 𝑰 × ∆𝒕 superando as forças atrativas. Portanto mais energia é
necessária ao nível molecular para vaporizar uma
dada massa de uma substância do que para a fundir, e
por isso, no geral, a entalpia de vaporização apresenta
valores muito maiores que a entalpia de fusão.
Podemos determinar a 𝐸 = 𝑚 𝑐 ∆𝑇
capacidade térmica 𝟏
∆𝑻 = 𝑬
mássica do alumínio da 𝒎𝒄
𝒚 = 𝒂𝒙 + 𝒃
seguinte forma:
Calor e trabalho
A energia interna, U, é uma propriedade do sistema.
O calor, Q, e o trabalho, W, são processos de
transferir energia entre sistemas.
Exemplos
• Quando cozinhamos num fogão ou micro-ondas
estamos a aumentar a energia interna por calor. Nos sistemas de produção de eletricidade ou nos
• Ao comprimirmos ou expandirmos um gás sistemas de aquecimento há sempre transferência de
estamos a aumentar ou diminuir, respetivamente, energia para a vizinhança. Essa energia não se perde:
a sua energia interna por trabalho. fica na vizinhança, mas não pode ser aproveitada de
forma útil.
A Primeira Lei da Termodinâmica ou Lei da
Como só uma parte da energia pode ser aproveitada
Conservação da Energia estabelece que a energia não
de forma útil, o rendimento de uma máquina é
se cria nem se destrói, mas pode-se transferir.
sempre inferior a 100%.
Esta lei traduz o balanço energético num sistema: a
variação da sua energia interna resulta dos processos
de transferência de energia de e para ele, sejam por
trabalho ou por calor.
∆𝑼 = 𝑸 + 𝑾
Se o sistema for isolado, não haverá trocas de energia A variação de energia interna do sistema isolado que
nem por calor nem por trabalho e a energia interna engloba os dois corpos é nula:
do sistema não variará: ∆𝑼 = 𝟎 (U é constante)
∆𝑈 = ∆𝐸𝐴 + ∆𝐸𝐵 = 0 ⇔ ∆𝐸𝐵 = −∆𝐸𝐴
Segunda Lei da Termodinâmica
Se o sistema também mudar de fase, a esta variação Nesse caso a variação da energia interna seria nula,
de energia adiciona-se a energia necessária para que ∆𝑈 = 𝑄 + 𝑊, pois estamos a considerar que não irá
todo o sistema passe de um estado físico para o ocorrer transferência de energia.
outro, 𝐸 = 𝑚 ∆ℎ, mantendo a temperatura
constante: ∆𝐸 = 𝑚 𝑐 ∆𝑇 + 𝑚 ∆ℎ. −𝑄á𝑔𝑢𝑎 𝑞𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 = 𝑄𝑓𝑢𝑠ã𝑜 𝑑𝑜 𝑔𝑒𝑙𝑜 + 𝑄á𝑔𝑢𝑎 𝑓𝑟𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑔𝑒𝑙𝑜
Por exemplo, adicionando uma certa massa de gelo −𝑚á𝑔𝑢𝑎 𝑐á𝑔𝑢𝑎 (𝑇𝑓 − 𝑇𝑖 á𝑔𝑢𝑎 ) = 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 ∆ℎ + 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 𝑐á𝑔𝑢𝑎 𝑇𝑓
fundente (gelo a 0ºC) a uma outra massa de água, e
admitindo que o sistema gelo + água é isolado, uma Resolvendo em ordem a ∆ℎ podemos então
vez conhecidas a temperatura inicial da água, Ti água, e determinar a variação de entalpia de fusão do gelo.
a temperatura final do sistema, Tf, após todo o gelo
Com o ∆ℎ tabelado do gelo, podemos calcular o erro
ter fundido, pode calcular-se a variação de entalpia
relativo.
mássica de fusão, ∆ℎ, da água pela seguinte relação:
A.L.3.3.
Balanço energético
𝑄𝑟𝑒𝑐𝑒𝑏𝑖𝑑𝑜 + 𝑄𝑐𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 = 0