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ENERGIA, FENÓMENOS

TÉRMICOS E RADIAÇÃO

Ponto 1.3.1 – Sistema termodinâmico. Sistema isolado – Pág. 116.


Ponto 1.3.2 – Temperatura, equilíbrio térmico e escalas de temperatura – Pág. 117 à 120.
Ponto 1.3.3 – Transferências de energia por calor – Pág. 121 e 122.
Ponto 1.3.4 – Radiação e Irradiância. Painéis fotovoltaicos – Pág. 123 à 129.

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Ponto 1.3.1 - SISTEMA TERMODINÂMICO. SISTEMA ISOLADO.

A termodinâmica estuda os fenómenos térmicos. Isto é, aqueles em que é necessário ter


em conta a temperatura.

ENERGIA INTERNA: define-se como sendo a soma da energia cinética das partículas constituintes do
sistema com a energia potencial resultante das suas interações.

Sistema termodinâmico

Sistema em que importa considerar a energia interna e a sua variação.

Por exemplo, a Terra é um sistema termodinâmico quando se pretende estudar o


aquecimento global. Nesta situação teremos de considerar a energia interna do planeta e a
sua variação ao longo do tempo.
SISTEMA TERMODINÂMICO

TEMPERATURA

ENERGIA INTERNA

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A energia interna é a energia associada às partículas que
constituem um corpo.

Aumento da temperatura

Aumento da energia interna


Maior temperatura Maior energia cinética média
Maior agitação das interna das partículas
partículas

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Os sistemas termodinâmicos são constituídos por muitas partículas em interação, mas a análise do
seu movimento individual é, na prática, impossível. Por isso recorre-se a grandezas físicas que
descrevem o comportamento do conjunto das partículas constituintes do sistema.

O gás de uma botija é um sistema


termodinâmico.

Grandezas físicas que permitem o estudo de um sistema termodinâmico:


𝑇 - TEMPERATURA
𝑛 - QUANTIDADE DE MATÉRIA
𝑝 - PRESSÃO

𝑉 - VOLUME

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Designa-se por sistema a região do espaço que se pretende estudar: corpo ou
conjunto de corpos.

 A fronteira separa a vizinhança do sistema.

 A vizinhança é o exterior do sistema que com ele pode interagir.

FRONTEIRA

SISTEMA

VIZINHANÇA

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Um sistema pode interagir com o meio que o rodeia – a vizinhança - do qual está separado
pela fronteira.

Sistema isolado

Quando não há transferências de energia entre o sistema e a vizinhança.

Uma garrafa “termo” é,


aproximadamente, um sistema isolado.
Energia

Não há sistemas reais absolutamente isolados!

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SISTEMA ABERTO
Permite troca de matéria e de energia com a vizinhança.

SISTEMA FECHADO
Permite troca de energia mas não de matéria com a vizinhança

SISTEMA ISOLADO
Não permite troca de energia nem de matéria com a vizinhança.

SISTEMA ABERTO SISTEMA FECHADO SISTEMA ISOLADO

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TRANSFERÊNCIAS E TRANSFORMAÇÕES DE ENERGIA

Energia Energia Energia


Elétrica Transformação Térmica Transferência Térmica

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Ponto 1.1.2 - TEMPERATURA, EQUILÍBRIO TÉRMICO E ESCALAS DE TEMPERATURA

Ver animação do manual – Temperatura e equilíbrio térmico.

 A energia interna de um sistema depende da energia cinética das partículas, a qual está
associada ao movimento incessante das partículas.

 A temperatura está relacionada com a agitação térmica das partículas que formam o
sistema: quanto maior for essa agitação maior será a temperatura.

Aumento de temperatura de um sistema:


Indica, de um modo geral, um aumento da sua energia interna.

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 A temperatura e a energia interna são grandezas físicas distintas.

 A energia interna depende do número de partículas do sistema, o que já não acontece


com a temperatura.

Sistemas com a mesma temperatura podem não ter, necessariamente, a mesma


! energia interna.

𝑇A 𝑇B

𝑻𝐀 = 𝑻𝐁
O sistema A tem maior
número de partículas.

𝑬𝐢𝐧𝐭𝐞𝐫𝐧𝐚 𝐀 > 𝑬𝐢𝐧𝐭𝐞𝐫𝐧𝐚 𝐁

Sistemas com a mesma temperatura mas


com diferente energia interna.

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Normalmente relacionamos a temperatura com a nossa perceção de quente e de frio.
Mas essa perceção não é objetiva.

Se colocarmos uma mão em água fria e outra em água quente e depois as pusermos em
água morna.

Sentimos frio na mão que saiu da água quente e quente na mão que saiu da água fria.

 Pessoas diferentes podem ter sensações distintas sobre se um corpo está quente ou
frio.

A Temperatura permite estabelecer a diferença entre “quente” e “frio” com objetividade.

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A Temperatura está relacionada com a agitação corpuscular.
Mas como definir Temperatura de um ponto de vista macroscópico?

Chama-se calor à energia transferida entre corpos.

 A temperatura do corpo A é maior que


a temperatura do corpo B.
𝑇A
Calor  Há uma transferência espontânea de
energia de A para B.
𝑇B
 A temperatura do corpo A e a sua
energia interna diminuem.

 A temperatura do corpo B e a sua


energia interna aumentam.

Transferência de energia por calor entre dois


sistemas com temperaturas diferentes.

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A transferência de energia entre dois corpos termina quando estes estiverem em
equilíbrio térmico, ou seja, à mesma temperatura.

 A transferência termina quando:


𝑇A 𝑇B
𝑇A = 𝑇B

 Diz-se que A e B estão em equilíbrio


térmico.

 Estão à mesma temperatura, mas não


Transferência de energia por calor entre dois têm necessariamente a mesma energia
sistemas com temperaturas diferentes. interna.

Corpos em equilíbrio térmico estão à mesma temperatura.

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Dois corpos em equilíbrio térmico com um terceiro corpo, estarão em equilíbrio térmico
entre si.

Lei Zero da Termodinâmica:


Dois sistemas em equilíbrio térmico com um terceiro estão em equilíbrio térmico entre si.

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TEMPERATURA:
Propriedade física que indica se um corpo está ou não em equilíbrio térmico com outros.
Dois corpos em equilíbrio térmico entre si estão à mesma temperatura.

 A temperatura mede-se com um termómetro.

 Há várias escalas de temperatura, vamos estudar a escala Celsius e a escala Kelvin.

 A escala de Célsius, estabelece-se a partir de situações de equilíbrio térmico à pressão


de uma atmosfera. A temperatura Celsius representa-se pelo símbolo t.

 No sistema internacional a grandeza temperatura é designada por temperatura


termodinâmica (símbolo T), embora se diga muitas vezes apenas temperatura. A sua
unidade é o Kelvin. À escala de Kelvin também se chama de temperatura
termodinâmica ou escala de temperaturas absolutas.

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Escala de Celsius - escala estabelecida a partir de situações de equilíbrio térmico da água à
pressão de uma atmosfera.
 Coloca-se um termómetro em gelo fundente
(mistura de gelo e água): atingido o equilíbrio
Ponto de térmico marca-se o ponto 0℃ (ponto de fusão do
ebulição da
água gelo) na escala do termómetro.

 O termómetro é colocado em água em ebulição


(mistura de água líquida e vapor de água):
atingido o equilíbrio térmico marca-se 100 ℃
100 (ponto de ebulição da água) na escala do
graus termómetro.
Celsius
 O intervalo entre essas duas marcas é dividido
em 100 partes iguais (por isso a escala diz-se
centesimal ou mais habitualmente centígrada) e
Ponto de cada parte vale 1℃ (um grau Celsius).
fusão do
gelo

Escala de Celsius

Símbolo 𝑡

Unidade °C
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Escala de Kelvin - À escala de Kelvin também se chama escala de temperatura
termodinâmica ou escala de temperaturas absolutas.

!
∆𝑇 = ∆𝑡
𝑇≠𝑡

Escala de Kelvin

Símbolo 𝑇
Unidade SI 𝐾

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Escalas de temperatura
Conversão da escala de Celsius para a escala de Kelvin:

𝑻 = 𝒕 + 𝟐𝟕𝟑, 𝟏𝟓

Conversão da escala de Kelvin para a escala de Celsius:

𝒕 = 𝑻 − 𝟐𝟕𝟑, 𝟏𝟓

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 Não se conhece nenhum limite superior para a temperatura mas existe limite para a temperatura
miníma: 0 K (zero Kelvin ou zero absoluto). Próximo dessa temperatura a agitação corpuscular cessa
praticamente. Mas o zero absoluto é inacessível na prática.

 A temperaturas muito baixas alguns materiais apresentam um comportamento muito distinto do


que têm a temperaturas próximas da do ambiente. Este comportamento pode ser usado para
diversos fins: supercondutores, conservação de organismos a fim de serem usados em tratamentos
médicos, etc.

 Para baixar a temperatura dos materiais estes são imersos em fluídos a temperaturas próximas do
zero absoluto como o azoto líquido (77 K) e o hélio líquido (cerca de 4 K).

Ver vídeo Temperatura do manual.

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Termómetros
Os termómetros são dispositivos utilizados para medir a temperatura de um corpo ou de
um sistema, com o qual está em equilíbrio térmico. A utilização do termómetro baseia-se
na Lei Zero da Termodinâmica.

Baseiam-se na variação de uma propriedade com a temperatura:

 dilatação de um líquido ou gás;


 diferença de potencial entre metais a temperaturas diferentes;
 variação da resistência elétrica com a temperatura;
 radiação emitida por um corpo a uma dada temperatura.
 Pressão de um gás a volume constante.

Estas propriedades designam-se por propriedades termométricas e a substância que


constitui o corpo cuja propriedade termómetrica se utiliza para medir a temperatura
designa-se por substância termómetrica.

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Modelos de termómetros

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Ponto 1.1.3 - TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA POR CALOR

CALOR
Energia transferida entre sistemas vizinhos que se encontram a diferentes temperaturas. Ao
valor da energia transferida também se chama calor e representa-se pelo símbolo Q.

 O calor flui sempre de uma região a temperatura


mais elevada para outra a menor temperatura.

 A quantidade de calor recebida por um dos corpos é


simétrica da quantidade de calor cedida pelo outro se
o conjunto for um sistema isolado.

 Por convenção, o calor é negativo se é transferido do


sistema para o exterior e é positivo se é transferido
do exterior para o sistema.

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Para chegar ao conceito de calor foi necessário a investigação de vários cientistas ao longo
dos tempos.

 No século XVIII os físicos já tinham reconhecido que, ao colocarem em contacto dois


corpos a temperaturas diferentes, o de maior temperatura cedia energia ao de menor
temperatura.

 Mas pensavam que, nesse processo, uma substância, invisível e sem peso, passava do
corpo quente para o corpo frio. Lavoisier deu o nome a essa hipotética substância:
calórico.

 A ideia do calórico foi posta em causa pelo norte-americano Thompson. Quando


trabalhava numa fábrica de armas, na Alemanha, observou a perfuração de canos de
canhões: devido à frição, as peças ficavam tão quentes que era necessário arrefecê-las
com água fria, que chegava mesmo a ferver.

 A partir desta e de outras observações, Thompson concluiu que o calor não podia ser
uma substância, devendo antes ser um processo de transferência de energia.

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 Em meados do século XIX, a ideia de Thompson viria a ser confirmada com a experiência
de Joule.

A experiência de Joule, mostrou que um aquecimento pode ser feito através de dois
processos: calor e trabalho.

O corpo em queda provoca a rotação das pás dentro


de água exercendo forças sobre esta, isto é,
realizavam trabalho.
A transferência de energia por trabalho provoca um
aumento da temperatura da água.

A experiência de Joule, permite estabelecer uma equivalência entre calor e trabalho.

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No aquecimento de um líquido pode-se usar calor ou trabalho.

Pode-se aquecer a água num fogão, ou seja, Agitando a água realiza-se trabalho,
através de calor. que conduz ao seu aquecimento.

Esta elevação da temperatura é diminuta e, por isso,


não será uma forma prática de aquecer a água.

Ambos os processos permitem o aumento da temperatura da água, ou seja, a sua energia


interna aumenta.

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As transferências de energia por calor podem ocorrer por processos físicos diferentes,
não sendo necessário o contacto entre os sistemas.

Transferência de energia por calor

Necessitam de contacto entre Não necessita de contacto entre


os sistemas os sistemas

Condução Convecção Radiação

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CONDUÇÃO TÉRMICA
 Necessita obrigatoriamente de meio material para se propagar.
 Transferência de energia de partículas mais energéticas para partículas menos
energéticas através do contacto direto.
 Ocorre principalmente nos sólidos.

CONVECÇÃO TÉRMICA
 Necessita obrigatoriamente de um meio material para se propagar.
 Transmissão de energia através da agitação molecular e do movimento do próprio meio
ou de partes desse meio.
 Ocorre apenas nos fluidos (gases e líquidos).

RADIAÇÃO
 Não necessita de meio material para se propagar.
 Ocorre através da propagação de luz.
 Toda a matéria emite radiação

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Ponto 1.3.4 - RADIAÇÃO E IRRADIÂNCIA. PAINÉIS FOTOVOLTAICOS

Radiação: é outro nome que damos às ondas eletromagnéticas ou luz.

O Sol é a principal fonte de energia por radiação.

A transferência de energia por radiação é um fenómeno comum, não ocorrendo apenas entre
o Sol e a Terra: a radiação é usada nos fornos micro-ondas, nos aquecedores, nas lâmpadas,
etc.

Exemplos de transferências de energia por radiação.

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 Nem sempre se vê a luz: por exemplo, é o caso das micro-ondas e dos infravermelhos que são luz
não visível.

Radiação:
Energia transferida através da propagação de luz

Visível Não visível

 Quando incide radiação sobre um corpo, a sua energia interna aumenta provocando normalmente
o aumento da sua temperatura.

 A Terra tem uma temperatura média de cerca de 15 °C, com poucas


oscilações.

 Isso deve-se à emissão contínua de radiação pelo planeta: em média a


energia que a Terra absorve proveniente do Sol, e por unidade de tempo,
é praticamente a mesma que emite para o espaço por radiação.

 O aquecimento global que se está a observar no nosso planeta, deve-se


ao efeito de estufa, que é atualmente, maior do que seria desejável.

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Radiação emitida pelos corpos

O Sol emite radiação principalmente na zona do visível, enquanto a Terra emite radiação,
principalmente, na zona do infravermelho.

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Todos os corpos sem exceção emitem radiação.

 A origem desta radiação reside na agitação térmica das partículas carregadas eletricamente que
constituem os corpos. O tipo de radiação emitida depende da temperatura do corpo.

 Por exemplo: aquecendo um metal ele vai mudando de cor à medida que a sua temperatura
aumenta.

A B C

𝑻𝐀 < 𝑻𝐁 < 𝑻𝐂
(A cor passa de vermelho a amarelo e depois a branco)
O tipo de radiação emitida por um corpo depende da sua temperatura.

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 À temperatura ambiente todos os corpos emitem predominantemente radiação infravermelha.
(Se emitissem radiação visível, seriam vistos mesmo no escuro)

Termograma

 A emissão de infravermelhos é aproveitada em certas aplicações tecnológicas.

Exemplos de aplicações tecnológicas da emissão de infravermelhos:

Detetores de Termografia por Termómetros de Visão noturna


infravermelhos infravermelhos infravermelhos

Ver descrição na página 124 do manual.

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Todos os corpos absorvem radiação.

A absorção (e emissão) de radiação de um corpo depende da temperatura da sua vizinhança.

 Consideremos um corpo a uma temperatura superior à da vizinhança, por isso emite mais
radiação do que a que absorve.

 Vai arrefecendo até ficar em equilíbrio térmico com a vizinhança.

 A partir desse instante a radiação emitida passa a ser igual à absorvida (no mesmo intervalo de
tempo).

𝑇corpo > 𝑇vizinhança 𝑇corpo = 𝑇vizinhança

Radiação emitida > Radiação absorvida Radiação emitida = Radiação absorvida

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Quando a radiação incide na superfície de um corpo, pode ser absorvida, refletida ou transmitida
através do corpo.

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Quando a luz branca, resultante da combinação de todas as radiações da zona do visível, incide
sobre um corpo, este absorve parte dessas radiações, chegando apenas aos olhos do observador as
outras cores, as que foram refletidas pelo corpo.

As superfícies brancas reemitem a radiação visível (A), enquanto as superfícies pretas são absorsoras de radiação visível (B).

Os corpos pretos absorvem toda a radiação visível que sobre eles incide.

Qualquer corpo absorve radiação. A intensidade da radiação absorvida depende das propriedades
do corpo e do comprimento de onda da radiação incidente.

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A absorção de energia por radiação relaciona-se com a natureza das superfícies dos corpos.

Uma superfície branca reflete toda a radiação visível, não a absorvendo (embora absorva radiação
não visível).

 Por isso, as casas são caiadas de branco em regiões com verões mais quentes e a neve conserva-se
muito tempo em dias de Sol, não fundindo, pois só absorve cerca de 10 % a 15 % da radiação
incidente.

As superfícies brancas não absorvem a


radiação visível.

Corpo branco
Mau absorsor de radiação Mau emissor de radiação
Aquece lentamente Arrefece lentamente

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As superfícies pretas absorvem totalmente a radiação visível, aquecendo bastante.
 É o caso dos pavimentos de asfalto e dos carros pretos num dia de muito Sol. Por este motivo os
telhados das casas nas regiões muito frias são normalmente escuros.

Os pavimentos de asfalto e os carros pretos


absorvem toda a radiação visível.

Porém, os bons absorsores são também bons emissores de radiação.


Isso significa que as superfícies que aquecem rapidamente também arrefecem rapidamente.

Corpo preto
Bom absorsor de radiação Bom emissor de radiação
Aquece rapidamente Arrefece rapidamente

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 Define-se o fator de absorção 𝛼, para um corpo, como a fração da radiação incidente que é
absorvida por ele. Tem um valor entre 0 e 1.

 Um material absorvedor ideal da radiação – chamado corpo negro – seria aquele que absorvesse
toda a radiação que incidisse na sua superfície.

 Não existe, na Natureza, uma superfície capaz de absorver toda a radiação que nela incida. Uma
superfície recoberta de fuligem ou fumo negro pode considerar-se um corpo negro (absorve
cerca de 97 % da quantidade de radiação que nela incide, isto é, 𝛼 = 0,97).

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Quando a radiação incide sobre uma superfície, a grandeza irradiância (símbolo Er ) permite
quantificar a energia que, por unidade de tempo, chega a uma área unitária dessa superfície.

Irradiância, 𝑬𝐫
Energia da radiação por unidade de área e por unidade de tempo (ou potência da radiação por
unidade de área).

𝑬 𝑷
𝑬𝐫 = ⟺ 𝑬𝒓 =
𝑨 ∆𝒕 𝑨

Unidades SI: 𝐉 𝐦−𝟐 𝐬 −𝟏 Ou W 𝐦−𝟐

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 Por exemplo, o Sol emite radiação e parte dela atinge a Terra.
 A irradiância média no topo da atmosfera é 1367 Wm-2 (valor designado por constante solar).

Constante solar
1367 W m−2

Valor da irradiância média no topo da atmosfera.

Significa que:
cada metro quadrado do topo da atmosfera recebe, em média, a energia de 1367 joules por
segundo.

 Mas, na superfície terrestre a irradiância é menor, pois há absorção da radiação pela atmosfera.

O valor da irradiância varia com a localização geográfica e com a época do ano.

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Certos mapas indicam valores médios anuais de irradiância por localização geográfica.

Mapa da irradiância solar para a Europa.

 Valores habitualmente expressos em kWh m-2 ano-1.

 Traduzem a energia média, em kWh, que, num ano, chega à superfície terrestre, por metro
quadrado de superfície.

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 Em Portugal a irradiância é mais elevada do que na maior parte dos países da Europa. Por isso,
entre nós, cada vez se tira mais partido da radiação solar para produzir eletricidade com painéis
fotovoltaicos.

Painéis fotovoltaicos:
• Permitem aproveitar a energia da luz solar convertendo - a em corrente elétrica.
• Os painéis fotovoltaicos são compostos por um conjunto de células fotovoltaicas constituídas
por um material semicondutor (geralmente silício).

Painéis fotovoltaicos.

Célula fotovoltaica

Dispositivo que aproveita a energia da luz solar para criar diretamente uma diferença de potencial
elétrico nos seus terminais, produzindo uma corrente elétrica contínua.

Ver página 128 e 129 do manual.

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De forma a maximizar o rendimento de um sistema fotovoltaico é necessário dimensionar a área
atendendo à irradiância solar média no local da instalação, ao número médio de horas de luz solar
por dia e à potência a debitar.

Sistemas fotovoltaicos autónomos

Para dimensionar a área de um painel fotovoltaico, para uma determinada instalação elétrica, é
necessário:

• Calcular a potência elétrica necessária. Para isso, é preciso fazer um levantamento dos aparelhos
elétricos que irão funcionar em simultâneo, bem como saber a respetiva potência;

• Calcular a potência solar média disponível por unidade de área do painel, sabendo que depende
do local da instalação e do número médio de horas de luz solar por dia;

• Calcular a potência elétrica fornecida pelo painel, por unidade de área, conhecida a potência solar
média disponível e o rendimento do painel;

• Calcular a área adequada para o painel fotovoltaico satisfazer a potência elétrica necessária.

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Proposta de tarefas:
Questão resolvida – 1, 2 e 3 pág. 120 e 127 do manual
Questões propostas – pág. 130 do Manual
+ Questões – Ex. 1 ao 21, pág. 154 a 156 do manual.
Caderno de Exercícios e Problemas – Questões 1 a 25, pág. 51 a 54.

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