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23/10/2020

Biofísica
Aula 3 | 20 Outubro 2020

Conclusão do sumário da aula anterior


ENERGIA _ Movimento térmico. Calor e Aquecimento
Energia, massa e sua conservação
Transferências de energia

Isabel Malaquias

ESSUA_Biofísica_2020-2021_IM 1

Tensão superficial
A tensão superficial, g, manifesta-se sempre que um líquido apresenta
uma superfície livre, eventualmente em contacto com outro fluido.

A água, em contacto com o ar, tem uma tensão superficial de cerca


de 0,073 N/m, à temperatura ambiente.

A tensão superficial diminui, quando a temperatura aumenta, para


todos os líquidos.

A tensão superficial, g, ou força por unidade de comprimento, criada


por forças coesivas das moléculas na superfície de um líquido. As
partículas da superfície experimentam uma força resultante média
dirigida para o seu interior, que define uma propriedade intrínseca do
líquido. A tensão superficial também é uma medida do trabalho
necessário por unidade de área para aumentar a superfície do líquido.
F
Calcula-se através da razão entre a força superficial, Fϒ, e o comprimento, d, ao g
longo do qual a força actua, d
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Tensão superficial

• Quando a superfície é deformada, reage: a


pata de um insecto afunda-se, mas apenas
ligeiramente.

Peso aparente = peso real - impulsão


O peso aparente é equilibrado pelas
componentes verticais da força superficial.

Fϒ = 2π r ϒ cos θ

NB - As componentes horizontais da tensão eliminam-se


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Capilaridade Acção capilar ou capilaridade _ efeito devido à tensão superficial de um


líquido, que se traduz pela capacidade que ele tem de subir, ou descer, dentro
de um tubo com diâmetro muito pequeno, aparentemente violando a acção da
gravidade.

De quanto o líquido sobe ou


desce, depende da tensão
superficial, que é o que
impede a superfície do líquido
de se “partir” (subdividir).

Quando há capilaridade, o líquido


alcança uma certa altura e a
superfície do líquido no interior do
capilar apresenta uma curvatura que
define um ângulo designado por
ângulo de contacto.
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Tensão superficial
ângulo de
contacto

ângulo de
Fadesiva > Fcoesiva contacto Fadesiva < Fcoesiva

Neste caso, o líquido h Se a força coesiva for maior


sobe dentro do tubo h que a força adesiva, o líquido
capilar descerá dentro do tubo
capilar

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Capilaridade
A capilaridade é parcialmente responsável pela elevação da seiva, desde as raízes de uma planta ou
árvore até à sua folhagem.

A pressão negativa é outro fenómeno relacionado com a capilaridade. Existem substâncias - surfactantes
- também conhecidas como agentes humificadores ou detergentes, que reduzem a tensão superficial de
um líquido, alterando consequentemente o ângulo de contacto.
Exemplo _ Suponha que os capilares existentes na camada externa activa de uma árvore são
cilindros uniformes e que a elevação da seiva se deve exclusivamente à capilaridade, com ângulo de
contacto de 45º e tensão superficial de 0,05 N/m. Qual é o raio máximo dos capilares numa árvore
com 20m de altura?
o peso da coluna de líquido com altura h é Então teremos
Fϒy = 2π r ϒ cos θ dado por mg = ρ π 𝑟 2 h g 2ϒ 𝑐𝑜𝑠θ
A r=
ρ𝑔ℎ
Como o líquido está em repouso, Fϒy = mg 2 ϒ 𝑐𝑜𝑠θ
ℎ=
ρ𝑔𝑟 r max = 0,36.10-3 m
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Os processos energéticos nas células dependem da presença de determinados


Difusão átomos, nomeadamente oxigénio, e do desembaraçar de desperdícios.
O transporte desses átomos até onde são precisos ou de onde têm de ser
retirados é feito graças à difusão.

Se não se agitar o líquido, o processo de


homogeneização pode demorar várias horas!

As moléculas de tinta espalham-se da região de maior


concentração para a de menor concentração.
A este processo chama-se difusão.

Qual é a causa deste processo?


É o movimento térmico aleatório das moléculas.

Quanto maior for a diferença de concentrações, maior a taxa


de fluxo
𝑁
(nº de partículas por unidade de tempo e de área)
𝑡𝐴

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Difusão C  C2
Equação de difusão ou lei de Fick J DA 1
Dx gradiente de
J : taxa de difusão (mol/s) concentração
D : constante (ou coeficiente) de difusão (em m2/s) depende:
1) das propriedades das substâncias; 2) da temperatura; 3) da pressão exterior
A : área (m2)
C : concentração (mol/m3)
Dx: comprimento (m)
(C1-C2)/Dx : gradiente de difusão ou concentração por unidade de comprimento

Se a concentração se medir em mol/m3, J é a quantidade de substância (nº de moles) que


passa por segundo, num dado ponto.
Se a concentração se medir em kg/m3, J é o movimento de massa por segundo (kg/s)
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Difusão

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Difusão
A difusão é também o fenómeno que ocorre nas membranas das células.

A membrana biológica pode ser considerada porosa, sendo que o tamanho e a densidade dos
poros governa a difusão através da membrana. Neste caso, em vez do coeficiente de difusão,
usa-se a permeabilidade da membrana.
No tipo de difusão que referimos, o movimento das moléculas é devido à energia cinética
térmica. Mas algumas substâncias são transportadas através das membranas devido a
campos eléctricos gerados por diferenças de cargas eléctricas entre os dois lados da
membrana, daí a importância dos electrólitos (Na+ e K +).

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Difusão e Respiração
EXEMPLO:
O oxigénio que é necessário para oxidar a comida pode ser fornecido apenas por difusão através
da pele.
Este é o método mais simples, mas não funciona para o ser humano e animais grandes, já que
só consegue fornecer cerca de 2% do O2 necessário.

Há que recorrer a um método mais complexo, mas mais eficaz: um sistema de alvéolos
pulmonares onde se dão trocas de gases por difusão, entre o sangue e o ar.

Num adulto, os pulmões têm cerca de 300 milhões de alvéolos com diâmetros entre 0,1 e 0,3 mm. A
área alveolar total é cerca de 100 m2, cerca de 50 vezes maior que a área total de pele.
A barreira entre o ar alveolar e o sangue nos capilares é muito fina, cerca de 0,4 m. Deste modo, as
trocas gasosas (O2 para dentro e CO2 para fora) são muito rápidas.
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Pulmões “Superfície de meio campo de ténis”

A capacidade pulmonar total é de


cerca 5L de ar.

Desse volume apenas 0,5 L é


renovado em cada respiração
tranquila (volume corrente).

No fim de uma expiração forçada,


fica nas vias aéreas um volume
residual de cerca de 1L de ar.

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Difusão

Relembrando a Lei de Boyle: PV


ᵅ KBT
P, V e T – variáveis de estado

KB - constante de Boltzmann

• Há transporte de massa, variação de pressão e de temperatura, logo: há


movimento térmico aleatório das moléculas.

• No tipo de difusão que referimos, o movimento das moléculas é devido à energia


cinética térmica, responsável pelo seu grau de aquecimento, ou temperatura.

• Mas esta não é a única energia interna existente num corpo.

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Temperatura e calor
A energia cinética dos átomos está relacionada com a temperatura do corpo.

A temperatura não é uma medida da energia cinética total de um corpo

Eint (balde) > Eint (chávena)

T (balde) = T (chávena)

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Temperatura e calor
O QUE É A TEMPERATURA?
A temperatura é uma grandeza que indica se um corpo
está quente ou frio em relação a um padrão.
A temperatura está normalmente relacionada com a
energia cinética média do movimento de translação das
moléculas.
O corpo humano é um mau termómetro
A variação da T de um corpo é
acompanhada da variação de outra
grandeza, p. exº. o volume.
Este facto pode ser usado para medir T.
termómetros de álcool
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florentinos

Temperatura e calor
Há basicamente dois tipos de escalas termométricas mais usadas:

• escalas baseadas em pontos de fusão e de ebulição de uma substância (p. exº. água)
_ tem-se o caso da escala Celsius.

• escala absoluta, baseada na energia, ou escala termodinâmica


Escala absoluta:
Escala Celsius:
• zero absoluto: a substância não
• zero gelo fundente pode ceder absolutamente qualquer
• 100 vapor de água em ebulição energia
(à pressão normal) • não tem valores negativos
• unidade: oC (grau Celsius) • unidade: K (kelvin)
• T (K) = Q (oC) + 273
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Temperatura e calor
O que é o calor?

Uma forma de energia em trânsito

O calor flui no sentido do corpo a maior temperatura para o


corpo a menor temperatura.
Os dois corpos em contacto tendem a ficar à mesma temperatura.
Portanto, se um corpo recebe calor, a sua temperatura aumenta.
Mas quanto é que aumenta? Q = c  m DT

A constante de proporcionalidade c é característica do material e chama-se CALOR


ESPECÍFICO OU CAPACIDADE TÉRMICA MÁSSICA. A unidade SI de c é J/kg.oC

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Temperatura e calor

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Temperatura e calor
2.1. O corpo humano é 75% água e 25% proteína. Qual é o seu calor específico?
NB_Ver tabela slide anterior
c = 0,751 + 0,25  0,4 = 0,85 kcal/kg.oC

2.2. Uma cuba de ferro vazia pesa 20kg.


a) Qual é a quantidade de calor necessária para elevar a temperatura de 10 oC para 90 oC ?
b) E se a cuba estivesse cheia com 20 kg de água?

Q  c m DT  20 kg 450 J/kg.º C80º C  720 kJ

Q  c m DT  20 kg 4186 J/kg.º C80º C  6700 kJ


Total: 720 kJ + 6700 kJ = 7400 kJ
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Temperatura e calor
Quando um material passa de sólido a líquido e de líquido a gás, há uma certa
quantidade de energia envolvida nesta mudança de fase. Esta energia tem que ver
com as alterações nas ligações atómicas.

No gráfico, ilustra-se o que acontece a 1 kg de


gelo a – 40oC, quando é aquecido a uma taxa
constante até passar a água líquida, e depois,
quando a água é aquecida a 100 oC até passar
completamente a vapor, acima de 100 oC, tudo
isto à pressão de uma atmosfera (1 atm).

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Temperatura e calor
A quantidade de calor necessária para que 1 kg de substância passe do estado sólido ao
estado líquido é chamada calor de fusão, L F. No caso da água, LF = 79,7 kcal/kg ou 333 kJ/kg.

A quantidade de calor necessária para que 1 kg de substância passe do estado líquido ao


estado gasoso é chamada calor de vaporização, L V. No caso da água, LV = 539 kcal/kg ou 2260
kJ/kg.

Estas quantidades de calor também são chamadas calores latentes. Os calores latentes
também se aplicam quando a substância muda de gás para líquido ou de líquido para
sólido.

Como é lógico, a quantidade de calor envolvida numa mudança de fase não depende só
do calor latente, mas também da massa total da substância: Q =mL
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Temperatura e calor

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Temperatura e calor
2.3. Que quantidade de energia é que um frigorífico tem de retirar de 1,5 kg de
água a 20 oC para fazer gelo a -12 oC?

Q  m cágua (20º C  0º C)  mLF  m cgelo (0º C  (12º C))


 (1,5 kg )(4186 J/kg.º C)(20º C)
 (1,5 kg )(333 kJ/kg )
 (1,5 kg )(2100 J/kg.º C)(12º C)
 6,6 105 J

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ENERGIA

• conceito unificador
• permite tratar de forma semelhante fenómenos de diversas
índoles, que ocorrem em escalas muito diferentes

ENERGIA potencial ENERGIA cinética

TRANSFORMAÇÃO

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Energia, massa e sua conservação


A energia de um sistema traduz a capacidade desse sistema, interagindo com o seu
ambiente, produzir trabalho ou transferir calor.

Trabalho e calor são, por assim dizer, energia em trânsito.


energia em sai dum sistema,
trânsito entra noutro
TRANSFERÊNCIA
Qualquer que seja a forma de energia, e quaisquer que sejam as transformações
operadas, a energia conserva-se sempre, i. é, se somarmos toda energia
num determinado sistema antes de um acontecimento/fenómeno e somarmos todos
as parcelas depois do fenómeno, teremos sempre a mesma quantidade de energia.
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Energia, massa e sua conservação


Exemplo: energia mecânica, bola saltitante

• Transformação

• Transferência

• Dissipação

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Energia, massa e sua conservação

ENERGIA INTERNA DO TIPO POTENCIAL


• mede-se por deformações e variações de volume
• pode ser convertida em energia cinética externa
– energia cinética externa
ENERGIA INTERNA DO TIPO CINÉTICO
• corresponde a movimentos desordenados
dentro dos sistemas (agitação molecular)
• não é convertível em energia cinética externa.
– movimento térmicos internos

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Energia, massa e sua conservação

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Energia, massa e sua conservação


Quando o sistema não é isolado, a sua energia não
se conserva, sendo transferida para o ambiente, por
calor ou por trabalho.
Há perda de energia no que diz respeito ao sistema,
mas não no universo (sistema + ambiente).
No universo, a energia não se perde, transforma-se
ou transfere-se.

Sistema aberto: não há conservação nem de


massa nem de energia
Sistema fechado: não há conservação de energia,
só de massa.
Sistema isolado: há conservação de energia e de
massa
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Transferências de energia
A energia pode ser transferida de um sistema para outro por outro processo para além da
via térmica: a realização de trabalho, W.
O trabalho pode ser positivo ou negativo

O trabalho W realizado por


uma força constante (constante em
intensidade, direcção e sentido)
é o produto da componente da força
na direcção do movimento
pelo valor do deslocamento

W = F. d O trabalho da força de atrito é negativo.

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Transferências de energia
A potência média, P , é a taxa de realização de trabalho, isto é,

P = Trabalho = Energia transformada


tempo que demora a realizá-lo Tempo que demora a transformar

Estes conceitos aplicam-se também , quando a transferência de energia acontece por via térmica
(transferência de calor).

Energia, calor e trabalho têm a mesma unidade: A unidade SI de:


joule, símbolo J.
• energia é o joule, J
Frequentemente é usada outra unidade, a caloria:
1 caloria = 4,186 J • trabalho é o joule, J
Em nutrição usa-se a quilocaloria:
1 kilocaloria = 1000 calorias • potência é J/s ou watt, W

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Transferências de energia
Em resumo:
A energia que é transferida de um corpo para outro devido à diferença de
temperatura entre eles chama-se calor.
Calor é energia em trânsito.
Quando deixa de estar em trânsito, a energia deixa de ser calor e passa a ser energia
interna.

Um corpo não contém calor: contém energia interna.


A energia interna é o total de todas as energias dentro da substância:
• Energia potencial relacionada com forças entre átomos e moléculas.
• Energia cinética devida aos movimentos dos átomos.

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Transferências de energia

Já vimos que quando dois corpos estão a temperaturas diferentes, trocam energia de
modo que as suas temperaturas tendem a ficar iguais.
Há 3 maneiras de se atingir esta igualização tendencial das temperaturas pelo calor:

• CONDUÇÃO
• CONVECÇÃO
• RADIAÇÃO

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Temperatura e calor
CONDUÇÃO - dá-se por choques entre moléculas e/ou entre electrões
Exemplo: Colher metálica fria dentro de sopa quente: o cabo acaba por ficar quente,
apesar de não estar em contacto directo com a sopa!
• Condução depende da ligação eléctrica da estrutura molecular do condutor
• Sólidos cujas moléculas tenham electrões exteriores pouco ligados conduzem
bem o calor (e a electricidade).

• Bons condutores: Ag, Cu, Al, Fe.


• Maus condutores: lã, madeira, palha, papel, cortiça, esferovite, neve.
• Líquidos e gases são em geral maus condutores: ar (e substâncias porosas que
contenham cavidades preenchidas com ar)
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Transferências de energia
CONDUÇÃO
A que taxa é transferido calor de um corpo para outro?

DQ T T
 kA 1 2
Dt 
K = condutividade térmica ou
capacidade térmica mássica

2.9. Qual a quantidade de calor transferida através de uma janela


para que ocorra equilíbrio térmico?
DQ
Seja o vidro de uma janela  790 J/s
k = 0,84 J/(s.m.oC) Dt
A = 3,0 m2  0,19 kcal/s
l = 3,2 x10-3 m
 680 kcal/h
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Temperatura e calor
CONVECÇÃO
• Mecanismo predominante em gases e líquidos
• Transmissão de calor por movimento real do
fluido.

DQ
 kcv AT1  T2 
Dt

kcv— coeficiente de convecção


— mede-se habitualmente em kcal/(m2.h. oC) ou W/(m2. oC)
— depende da velocidade do ar

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www.suntherm.pt/site/index.php?pag=cont&menu_
CONVECÇÃO www.uponorportugal.pt/slim_prescripcion.htm

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Temperatura e calor
CONVECÇÃO
Exemplo 2.10
Uma pessoa cuja temperatura da pele é 33 oC encontra-se em fato de banho, num ambiente
cuja temperatura (T∞) é de 25 oC. Sendo a área de pele exposta de 1,8 m2 , determine o calor
retirado por convecção.
Se não houver vento, kcv é cerca de 6 kcal/(m2.h.oC) i.é, cerca de 7W/(m2.oC)

A taxa de perda de calor é de 100,8W ou de 86,4kcal/h

Portanto, num ambiente com pouca corrente de ar, a convecção não é muito eficaz.
Era preciso que a velocidade do ar fosse 1,5 m/s (5,4 km/h) para que a taxa de arrefecimento
fosse de 170 kcal/h.
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Temperatura e calor
RADIAÇÃO

Ao contrário dos outros dois processos, não precisa de meio material A que taxa
— a energia pode ser transferida através do vazio! é que um corpo
• Exº.: a energia do Sol irradia
• Qualquer corpo emite e absorve energia energia?

• Um bom absorsor é também um bom emissor!


DQ
• Objectos escuros absorvem bem e emitem bem  e AT 4
Dt
• Roupas claras são preferíveis no Verão!
e : emissividade _ varia entre 0 e 1
 : constante de Stefan-Boltzmann = 5,67x10-8 Wm-2 K-4
A : área
T : temperatura absoluta (K)
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Temperatura e calor
RADIAÇÃO Mas os corpos, além de emitirem, também absorvem energia!
Taxa do saldo emissão-absorção:
e : é a mesma para emissão e absorção!
DQ
 
 : constante de Stefan-Boltzmann = 5,67x10-8 Wm-2 K-4
 e  A T14  T24 A : área
Dt
T1 : temperatura absoluta (K) do corpo
T2 : temperatura absoluta (K) do ambiente

2.11. Um atleta, em calções, está sentado num balneário, cujas paredes estão a 15 oC. Estimar
a perda de calor por radiação, admitindo que a pele está a T = 34 oC e que e = 0,70. Supor que a
área do corpo que não está em contacto com a cadeira é 1,5 m2.
DQ/DT = (0,70) (5,6710-8 W·m-2·K-4) (1,5m2) [(307K)4 - (288K)4]
= 120 W
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Temperatura e calor
RADIAÇÃO
Perda de calor corporal por radiação
Uma pessoa em repouso produz naturalmente calor a uma taxa de cerca de 100 W, portanto
menos que a perda por radiação do exemplo anterior.

Assim, naquelas condições, a T corporal diminui consideravelmente.

Qual é a resposta do corpo à perda de calor? Aumentar a taxa metabólica!

E o tremer de frio é mesmo para isso!

Note-se que, se as paredes e o chão estiverem frios, há sempre perda por radiação para eles,
mesmo que o ar da sala esteja quente!

Tem-se mais conforto quando o chão e as paredes estão quentes, mas o ar não está tão quente.
Porquê?
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Temperatura e calor
RADIAÇÃO
Regulação da temperatura corporal

O termóstato do ser humano encontra-se no cérebro – no hipotálamo.


O corpo humano tem de funcionar a uma temperatura praticamente constante, e,
para isso, tem de trocar calor com a vizinhança:
por radiação (~50%), evaporação, convecção (~ 25%) ou respiração.

A energia produzida é da ordem de 2400 kcal/dia e a potência é de ~ 1,7 kcal/min


(120 W) que tem de ser eliminada à mesma taxa.

Porquê?

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Aplicações do conceito de Temperatura


Imagiologia Médica
 Exame não invasivo
 Indolor
 Não é prejudicial
 Permite detectar lesões e problemas que ainda
não tinham gerado sintomas
 Tem ser realizado sob condições cuidadosamente
controladas

Que radiação?

Termografia
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