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LCE0200 Física do Ambiente Agrícola
esfera de ação
r molecular
interface líquido-gás M4
r
r
M3
M2
F2 = 0
F4 F3
M1
F1 = 0
Figura 7.1 - Forças nas moléculas de um líquido.
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Capítulo 7: Capilaridade
superficial, e ela é representada pela letra grega sigma (σ). A unidade de tensão
superficial, conseqüentemente, é a de energia por área: J m-2. Como um Joule
equivale a Newton multiplicado por metro, o J m-2 equivale ao N m-1, que é a
unidade de σ mais comumente encontrada. Como vimos para viscosidade, a tensão
superficial de um líquido também depende de sua natureza e da temperatura. A
tabela a seguir mostra alguns valores de tensão superficial para líquidos comuns à
temperatura de 293 K.
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LCE0200 Física do Ambiente Agrícola
P' - p
P' + p
Figura 7.2 - Pressão interna sob uma superfície plana (a), convexa (b) e côncava (c)
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Capítulo 7: Capilaridade
H2O Hg
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LCE0200 Física do Ambiente Agrícola
a b
Figura 7.4 – Ângulo de contato α para um menisco côncavo (a) e um convexo (b)
7.3 CAPILARIDADE
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Capítulo 7: Capilaridade
(a) (b)
água mercúrio
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LCE0200 Física do Ambiente Agrícola
2σ cos α
2σπr cos α = ρπr 2 hg ⇒ h = (6)
ρgr
r f
R
α
h α
h
Fg
(a) (b)
Figura 7.6 - Relação entre ângulo de contato, raio do capilar e raio de curvatura
do menisco (a) e forças que atuam na superfície de um líquido num
capilar (b).
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Capítulo 7: Capilaridade
Exemplo 1:
Num experimento de ascensão capilar, a que altura h água pura subirá num tubo
capilar de vidro de 0,1 mm de diâmetro? Dados: ρ = 1000 kg/m3; α = 0°;
σ = 0,073 N/m.
Solução: Aplicando-se a equação 7.6:
2.0,073 cos 0°
h= = 0,15 m ou 15 cm
1000.9,81.0,1.10 −3
Note que nesse exemplo, onde se trata de água e vidro, poderíamos ter aplicado a
equação 7.7 para achar o resultado diretamente.
Exemplo 2:
Se, ao invés de um tubo capilar de vidro, utilizássemos um tubo de plástico de
0,1 mm de diâmetro com o qual a água forma um ângulo de contato de 30°, qual
seria a ascensão capilar?
Solução: Aplicando-se a equação 7.6:
2.0,073 cos 30°
h= = 0,13 m ou 13 cm
1000.9,81.0,1.10 −3
Note que nesse exemplo não poderíamos ter aplicado a equação 7.7 porque o ângulo
de contato difere de 0°.
Exemplo 3:
Podemos usar o conhecimento da equação 7.6 para determinar a tensão superficial
de um líquido. Por exemplo, se um tubo capilar com 0,88 mm de diâmetro interno é
mergulhado numa cuba com glicerina, e a glicerina subir 23,3 mm no tubo, qual é
seu coeficiente de tensão superficial? A densidade de glicerina é 1260 kg m-3.
Considere α = 0°.
Solução: Rescrevendo a equação 7.6 temos:
hρgr
σ=
2 cos α
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LCE0200 Física do Ambiente Agrícola
EXERCÍCIOS
7.1 Calcular a ascensão capilar de água em tubos de vidro com diâmetro de:
a) 1 cm
b) 1 mm
c) 1 µm
7.2 Calcular a depressão capilar de mercúrio (σ = 0,5 N m-1, ρ = 13600 kg m-3 e
α = 140°) num tubo capilar de diâmetro de 0,05 mm.
7.3 Se ao se colocar um tubo capilar de vidro verticalmente dentro de uma
vasilha com determinado líquido formar-se um menisco com ângulo de
contato de 90°, o líquido subirá ou descerá no tubo capilar? Qual será a
forma da superfície líquida no capilar?
7.4 A que altura h água pura ( ρ = 1000 kg/m3; α = 0, σ = 71,97.10-3; N/m)
subirá num tubo capilar de vidro de 0,1 mm de diâmetro?
7.5 Se o tubo capilar do problema anterior for quebrado, de tal modo que seu
comprimento acima da superfície livre da água se tornar h/2, haverá fluxo de
água através do capilar? Por que?
7.6 Se, ao invés de água, utilizássemos mercúrio (ρ = 13600 kg.m-3, α = 140 °,
σ = 513.10-3 N/m) no exercício 4, de quanto seria a depressão capilar?
7.7 Um tubo capilar com 0,88 mm de diâmetro interno é mergulhado numa cuba
com glicerina. A glicerina sobe 2,33.10-2 m no tubo. Sendo sua densidade
igual a 1260 kg/m3, qual é seu coeficiente de tensão superficial? Assuma
α = 0°.
7.8 No mesmo experimento de demonstração da ascensão capilar, o que
aconteceria, depois de a água ter estabilizado a uma altura h, se uma parte
dela fosse, retirada do capilar? A altura h diminuiria? Explique. E se o
processo fosse o inverso, isto é, depois do equilíbrio ainda existisse capilar
acima do menisco e fosse possível colocar água (sem aprisionar ar) através
do capilar, a altura h aumentaria? Por que?
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CAPÍTULO 8: POTENCIAIS DA ÁGUA NO SOLO
J N .m
Energia por peso: = = m (distância, altura)
N N
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e
E B − E0
φ t (B ) =
Va
então,
E A − E0 E B − E0 E A − E B
φt ( A) − φt (B ) = − = . (8.2)
Va Va Va
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Capítulo 8: Potenciais da água no solo
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LCE0200 Física do Ambiente Agrícola
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Capítulo 8: Potenciais da água no solo
Po
h
RG
Va Va
Água no ponto considerado
com energia potencial total E
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LCE0200 Física do Ambiente Agrícola
lençol freático
ponto em
questão
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Capítulo 8: Potenciais da água no solo
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LCE0200 Física do Ambiente Agrícola
RG
Va Va
Água num ponto considerado (água Água padrão (água livre) com
retida pelas forças mátricas) do solo com energia potencial total Eo
energia potencial total E
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CAPÍTULO 9: MOVIMENTO DA ÁGUA NO SOLO
φp(C)
tela
C
φt(C) φp(B)
φg(C)
B
tela
φt(B)
φg(B) recipiente
graduado
para medir
a vazão Q
RG
1
Q∝ (9.3)
L
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LCE0200 Física do Ambiente Agrícola
sendo qo, de valor igual a Q/A, denominado de densidade de fluxo de água no solo
saturado.
Expressando o potencial da água do solo em metros e o comprimento
L também em metros, verifica-se na equação 9.6 que a unidade de Ko é a mesma que
a de qo, normalmente m h-1, cm dia-1 ou outras.
Na utilização da equação 9.6 se mantivermos sempre a diferença
φt (C) - φt (B), isto é, sempre o valor do potencial total de cima menos o valor do
potencial total de baixo e convencionarmos que quando o movimento é para baixo o
valor de qo é negativo e que quando o movimento é para cima o valor de qo é
positivo, tem-se que reescrever esta equação 9.6 com o sinal negativo, isto é,
φt (C ) − φt (B ) ∆φ t
qo = − K o = −K o (9.7)
L L
para atender à convenção estipulada. Com isto, percebe-se, facilmente, que o sinal
da quantidade [φt (C) - φt (B)]/L, denominada gradiente de potencial total, é sempre
o inverso do sinal de qo, ou seja, quando o valor do gradiente de φt é positivo, o valor
da densidade de fluxo qo é negativo e vice-versa.
A mesma equação 9.7, evidentemente, se aplica se tivermos uma
situação de movimento horizontal. Neste caso, para atender a convenção de que
quando qo > 0 o movimento é para direita e de que quando qo < 0 o movimento é
para esquerda, tem-se que considerar sempre a diferença φt (D) - φt (E), isto é, o valor
do potencial total da direita menos o valor do potencial total da esquerda, ou seja, na
equação (7) no lugar de φt (C) coloca-se φt (D) e no lugar de φt (B) coloca-se φt (E).
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Capítulo 9: Movimento da água no solo
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LCE0200 Física do Ambiente Agrícola
φ t (C ) − φ t (B ) ∆φ t
q = − K (θ ) = − K (θ ) (9.10)
L L
φ m( C )
C
L
cápsula porosa
B
φm(B)
φg(C)
φg(B)
placa porosa
RG
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Capítulo 9: Movimento da água no solo
EXERCÍCIOS
0,05 m
0,08 m
0,30 m
referência gravitacional
9.3 Sendo K=100 mm/h e A=0,01 m2, pergunta-se: quanto tempo é necessário
para se ter 200 ml de solução passando através da coluna abaixo ? (R: 0,19
h)
s
o 1,05 m
1m
l
o
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LCE0200 Física do Ambiente Agrícola
9.4 Quanto tempo é necessário para que 15.10-6 m3 de solução flua através da
coluna com solo abaixo? (dado: A=0,01 m2; K=12 µm/s). (R: 703 s)
referência gravitacional
0,08 m
0,85 m
0,45 m
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Capítulo 9: Movimento da água no solo
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