Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
trabalho que deve ser realizado para separar uma unidade de área da substância
i da substância k. A tensão interfacial σi entre uma substância i e seu próprio
deste modo:
σ SG − σ SL
cos θ = (13.2.2)
σ GL
na fase molhante.
Considerando um meio poroso não-saturado (água e ar), a pressão capilar
pode ser determinada considerando um elemento de área em um ponto da
interface água-ar (Figura 13.3.1). A interface água -ar dentro de um poro possui
dois raios de curvatura, r ' e r ' ' , em planos ortogonais. Considerando o equilíbrio
de forças no elemento de área da interface água -ar, têm-se (BEAR, 1972):
1 1 2 ⋅ σ w,nw
p c = p nw − p w = σ w ,nw ⋅ + = (13.3.2)
r' r' ' r*
onde r * é uma média entre os raios de curvatura e σ w,nw é a tensão interfacial
13.4 Histerese
O fenômeno de histerese pode ser retratado pelo chamado rain drop effect
(efeito da gota de água). Na Figura 13.4.1 são apresentados diferentes ângulos
da interface entre fluido molhante e não-molhante, para situações de equilíbrio e
de deslocamento em um tubo capilar. O ângulo θ representa o ângulo de contato
da interface dos fluidos (molhante e não-molhante) para uma situação de
equilíbrio estático; θ1 representa o ângulo de contato da interface dos fluidos
Quando o meio poroso está inicialmente saturado com fluido molhante, sendo
este movimentado pelo fluido não-molhante, o processo é chamado de drenagem,
e a curva p c = f ( S w ) é chamada de curva de drenagem. Quando o meio poroso
está saturado por fluido não-molhante, o qual é deslocado pelo fluido molhante,
somente por forças capilares, o processo é chamado de embebimento.
Considerando um meio poroso completamente saturado com fluido não-molhante,
se uma porção de fluido molhante for introduzida na superfície do meio, o fluido
molhante irá se deslocar espontaneamente através das paredes sólidas que
formam os poros deslocando o fluido não-molhante. A curva que descreve o
comportamento de p c = f ( S w ) durante o processo de embebimento é chamada de
curva de embebimento.
Na Figura 13.4.2 é apresentado o comportamento da pressão capilar em
relação ao grau de saturação de fluido molhante, ilustrando o fenômeno da
histerese e as curvas de drenagem e embebimento para água e querosene em
um arenito.
Através da Figura 13.4.2, sob a curva de drenagem (deslocamento do fluido
molhante pelo fluido não-molhante), observa-se que para a pressão capilar nula
há a presença de um certo montante de fluido não-molhante no meio, que
compõe a chamada saturação residual de fluido não-molhante ( Snwo ). Para o caso
que, para o caso do fluido molhante ser a água, recebe o nome de água conata.
ρ2 ⋅ g ∆H2
Q2 = −k( c ) 2 ⋅ ⋅A ⋅ (13.5.2)
ν2 L
onde g é a aceleração da gravidade, ρ1 e ρ 2 as massas específicas dos fluidos 1
Deste modo, comparando a Equação 13.5.4 com a Lei de Darcy (13.5.5) para
um meio poroso saturado com condutividade hidráulica K e permeabilidade k:
∆H ρ ⋅ g ∆H
q = −K ⋅ = −k ⋅ ⋅ (13.5.5)
L ν L
observa-se que a permeabilidade relativa serve como um fator de correção para a
condutividade hidráulica quando o meio poroso não se encontra totalmente
saturado.
Segundo BEAR (1972), parece natural assumir que quando a vazão de um
dos fluidos em um ponto é considerada, desde que parte dos espaços dos poros
na vizinhança daquele ponto é ocupado por outro fluido, a permeabilidade do
meio poroso irá ser reduzida com relação ao fluido considerado. Deste modo, a
permeabilidade relativa depende somente do grau de saturação do meio.
Modelo para Meios Não-Saturados 9
2. Água capilar: Existente nos vazios formados pelos grãos do solo, podendo ser
absorvida pelas plantas.
3. Água gravitacional: Água que vence as forças de adesão e capilares,
percolando sob influência da gravidade.
A zona de aeração está dividida em três regiões, também chamadas de zonas.
São elas (PINTO et al., 1998):
1. Zona de água do solo: É a faixa de solo que constitui a parte superior da zona
de aeração. Nesta região, a água contida no solo pode retornar à superfície
por capilaridade ou ação das raízes das plantas. De maneira geral, sua
espessura é definida pelo comprimento médio das raízes das plantas
(TABELA 13.6.1).
harmônica dos diâmetros dos grãos (em polegadas). Segundo BEAR (1972)
SHS 5854 - Hidráulica de Águas Subterrâneas 12
13.6.1 Infiltração
pc = −p w (13.6.1.2.3)
ρ⋅g
Fazendo K( c ) = k r ⋅ k ⋅ , onde K(c) é definido como condutividade
ν
hidráulica efetiva, pois depende da permeabilidade efetiva ( k(c ) = k r ⋅ k ), tem-se:
q = −K (c ) ⋅ ∇(z - ψ ) = K(c) ⋅ ∇ ψ - K(c) ⋅ z (13.6.1.2.7)
Como ψ depende de c:
∇ ψ dψ dψ
= ⇒ ∇ψ = ⋅ ∇c (13.6.1.2.8)
∇c dc dc
Através da Equação 13.6.1.2.8, a Equação 13.6.1.2.7 pode ser reescrita
como:
Modelo para Meios Não-Saturados 19
dψ
q = K(c) ⋅ ⋅ ∇c - K(c) ⋅ z (13.6.1.2.9)
dc
Fazendo:
dψ K (c ) K (c )
D (c ) = − K (c ) ⋅ =− = −ρ ⋅ g ⋅ (13.6.1.2.10)
dc dc dc
dψ dpc
∂(ρ ⋅ c )
= −∇ (ρ ⋅ q) (13.6.1.2.13)
∂t
Assumindo o fluido (água) como incompressível, a Equação 13.6.1.2.13 pode
ser reescrita como:
∂c
= −∇( q) (13.6.1.2.14)
∂t
Assim, das Equações 13.6.1.2.11 e 13.6.1.2.14 pode-se escrever:
∂c ∂K(c)
= −∇ (q ) = ∇[ D(c) ⋅ ∇c] + (13.6.1.2.15)
∂t ∂z
De forma equivalente, substituindo a equação 13.6.1.2.7 na expressão
13.6.1.2.14, obtém-se:
∂c ∂K(c)
= −∇[K(c) ⋅ ∇ψ ] + (13.6.1.2.16)
∂t ∂z
A variação do teor de umidade em função do tempo pode ser escrito em
função da carga capilar.
∂c ∂ψ dc
= ⋅ (13.6.1.2.17)
∂t ∂t dψ
logo, a Equação 13.6.1.2.16 pode ser reescrita como:
dc ∂ψ ∂K(c)
⋅ = −∇[K(c) ⋅ ∇ ψ] + (13.6.1.2.18)
dψ ∂t ∂z
dc dc
Definindo a relação como a capacidade de água ( C( c ) = ), capacidade
dψ dψ
específica de água ou armazenamento específico de água de um meio poroso,
tem-se:
∂ψ ∂K(c)
⋅ C( c ) = −∇[K(c) ⋅ ∇ ψ] + (13.6.1.2.19)
∂t ∂z
A capacidade de água C(c) também está sujeita ao fenômeno de histerese.
A Equação 13.6.1.2.19 representa um problema com variação temporal, não-
linear e com termo advectivo, onde as funções K(c), D(c) e C(c) são assumidas
como conhecidas. As não-linearidades da equação estão presentes funções de
condutividade hidráulica efetiva e difusividade hidráulica, pois estas são funções
de variáveis dependentes (c, ψ ). O termo advectivo é representado pela primeira
∂K( c )
derivada . Este termo transforma o sistema de equações obtido a partir de
∂z
13.6.1.2.19 em um sistema não-simétrico, o qual, pode estar sujeito a problemas
numéricos durante a sua solução.
Modelo para Meios Não-Saturados 21
água em uma coluna de solo com profundidade z inf ), dividido em N células com N
∑
j=1
∆z i = z inf (13.7.1)
∑
j=1
∆t j = t f (13.7.2)
∂c ∂ψ
transformação do termo em C(c ) ⋅ , por sua vez discretizado em diferenças
∂t ∂t
finitas. O erro é provocado pela não-linearidade desse termo, principalmente
quando se introduz a capacidade de armazenamento C(c).
Com o objetivo de manter as propriedades conservativas da equação de
Richards em c (umidade), é conveniente a utilização da Equação 13.6.1.2.17, que
discretizada na forma de diferenças, pode ser escrita como (RIGHETTO, 1996):
j +1
c ij+1 − c ij ∂ ∂ψ ∂K(c )
= − K( c ) ⋅ + (13.7.3)
∆t ∂z ∂z ∂z i
(c )
j+1 it+1
i [
− ( c ij+1 )it = C(c )ij +1 ⋅ [ ψ ij+1] ( )
it it +1
( ) ]
− ψ ij+1
it
(13.7.4)
deste modo, o seguinte esquema misto em c e ψ pode ser utilizado para resolver
(c ) − (c ) + [C(c ) ] ⋅ [ (ψ )
j+1 it
i
j it
i
j +1 it
i j +1 it+1
( ) ]=
− ψ ij +1
it
∆t ∆t
i
it +1 it (13.7.5)
∂ψ j +1 ∂K( c ) j +1
=−
∂
∂z
[
j +1 it
K( c )i ⋅ ]
+
∂z i ∂z i
ou
[C(c ) ] ⋅ (ψ )
it +1
j+1 it ∂ψ j+1
∆t
i j+1 it+1
+−
∂
∂z
[
j +1 it
K( c )i ⋅ ]
=
∂z i
i
(13.7.6)
[ ] ⋅ (ψ ) − (c ) − (c )
it
∂K( c ) j +1
C( c ) j +1 it
j +1 it
j+1 it j it
= + i i i
∂z i ∆t ∆t
i