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21
,
2.2.1. Viscosidade
É a propriedade física que caracteriza a resistência de um fluido ao escoamento,
associada à resistência que ele oferece à deformação por cisalhamento, que é o tipo
de tensão gerado por forças aplicadas em sentidos opostos, porém, em direções
semelhantes no material analisado. Um exemplo de material viscoso é a graxa,
conforme apresenta a Figura 2.2:
22
,
Dessa forma, se analisarmos que um fluido escoa com menor velocidade, podemos
supor que possui uma maior resistência ao cisalhamento.
Lembre-se de que o cisalhamento é o fenômeno de deformação ao qual um corpo está
sujeito quando as forças que agem sobre ele provocam um deslocamento em planos
diferentes, mantendo seu volume constante.
Ft
τ = A (Equação 23)
23
,
24
,
𝑑𝑣
𝜏 = 𝜇 𝑑𝑦 (Equação 24)
𝜇
𝜈 = 𝜌 (Equação 25)
2.2.2. Rugosidade
A rugosidade pode ser descrita como as irregularidades de acabamento superficial
encontradas no interior dos condutos ou tubulações. Vamos observar as Figuras 2.4 e
2.5 a seguir:
25
,
a) Quanto mais liso o tubo, menor será o atrito do fluido com suas paredes;
b) A rugosidade depende do tipo de material da tubulação e do tipo de processo de
fabricação dela;
c) A rugosidade equivalente (e) é tabelada conforme o tipo de material e pode ser
encontrada facilmente durante o projeto de acordo com o material necessário a ser
dimensionado. Por exemplo:
Aço Comercial = 0,00006 m
Concreto Rugoso = 0,0005 m
Ferro Fundido Revestido = 0,0001 m
Polímeros (Plásticos) = 0,00006 m
𝑒
𝑒𝑅 = 𝐷 (Equação 26)
26
,
27
,
Dessa forma, podemos substituir nas cargas H1 e H2 as cargas das energias por unidade
de peso, já calculadas conforme a equação 27 a seguir:
𝑣12 𝑃1 𝑣22 𝑃2
𝐻1 + 𝐻𝑀 = 𝐻2, 𝑝𝑜𝑟𝑡𝑎𝑛𝑡𝑜: 𝑧1 + + + 𝐻𝑀 = 𝑧2 + +
2𝑔 2𝑔
𝑒 𝑎𝑠𝑠𝑖𝑚 ∶
𝑣22 − 𝑣12 𝑃2−𝑃1
𝐻𝑀 = (𝑧2 − 𝑧1) + + (Equação 27)
2𝑔
𝑁 = . 𝑄. 𝐻𝑀 (Equação 28)
28
,
.𝑄. 𝐻𝐵
𝐵𝑜𝑚𝑏𝑎𝑠 = 𝑁𝐵 = (Equação 29)
𝐵
29
,
𝐻1 + 𝐻𝑀 = 𝐻2 + 𝛥ℎ𝑓𝑡, 𝑝𝑜𝑟𝑡𝑎𝑛𝑡𝑜:
𝑣12 𝑃1 𝑣22 𝑃2
( 𝑧1 + + ) + 𝐻𝑀 = (𝑧2 + + ) + 𝛥ℎ𝑓𝑡
2𝑔 2𝑔
𝑣22 − 𝑣12 𝑃2−𝑃1
𝐻𝑀 = (𝑧2 − 𝑧1) + ( )+( ) + 𝛥ℎ𝑓𝑡 (Equação 31)
2𝑔
Dessa forma, é possível simplificar a equação 31 para o cálculo da perda de carga nas
seguintes situações, conforme equações 32 e 33:
30
,
31
,
𝐿 𝑣²
ℎ𝑓 = 𝑓 . 𝐷 . 2 .𝑔 (Equação 34)
32
,
2) 5.103 ≤ Re ≤ 108
0,25
f= e 5,74 (Equação 35)
[log.( + )]²
3,7 .D Re0,9
Somente em 1993, Swanne desenvolveu uma equação geral para o cálculo de todos os
intervalos possíveis para a determinação do fator de atrito (f), conforme a equação 36.
0,125
64 8 e 5,74 2500 6 −16
f = { (Re) + 9,5 . [ln . (3,7 .D + )−( ) ] } (Equação 36)
Re0,9 Re
Essa equação será utilizada somente quando o regime de escoamento for turbulento.
Quando o regime de escoamento for Laminar, ou seja, se o número de Reynolds
calculado for (𝑅𝑒 ≤ 2000), o cálculo do fator de atrito é o quociente da equação 37.
64
f= (Equação 37)
Re
Na prática, utilizaremos pouco o regime Laminar, sendo que na maioria dos casos os
fluidos escoam em regime Turbulento. Dessa forma, podem-se apresentar duas
fórmulas distintas para cada regime de escoamento:
33
,
𝐿 𝑣² 0,25 𝐿 𝑣²
ℎ𝑓 = 𝑓 . 𝐷 . 2 .𝑔 = ( e 5,74 2
) . 𝐷 . 2 .𝑔 (Equação 39)
[log.( + )]
3,7 .D Re0,9
É aplicada para tubulações de 50 mm a 3500 mm, sendo atualmente uma das mais
utilizadas. As equações 40, 41 e 42 apresentam respectivamente as formas de se
calcular as perdas de carga distribuída (hf) em todo o comprimento (L) do trecho, a
perda de carga unitária (J) dada por m/m, e a velocidade média (v).
𝑄 1,85 . 𝐿
ℎ𝑓 = 10,643 . (𝐶 1,85 . ) (Equação 40)
𝐷 4,87
𝑄 1,85 ℎ𝑓
𝐽 = 10,65 . (𝐶 1,85 . ) , 𝑝𝑜𝑟𝑡𝑎𝑛𝑡𝑜 𝐽 = ( 𝐿 ) (Equação 41)
𝐷 4,87
34
,
𝑣²
ℎ𝑠 = 𝑘 . 2 .𝑔 (Equação 43)
𝐿𝑟𝑒𝑎𝑙 𝑣 2 𝐿𝑒𝑞ℎ𝑠 𝑣 2
ℎ𝑓 + ℎ𝑠 = (𝑓 . . ) + (𝑓 . . )
𝐷 2 .𝑔 𝐷 2 .𝑔
35
,
(𝐿𝑟𝑒𝑎𝑙+𝐿𝑒𝑞ℎ𝑠 𝑣2
𝑎𝑠𝑠𝑖𝑚: 𝛥ℎ𝑓𝑡 = (𝑓 . . 2 .𝑔) (Equação 44)
𝐷
Dessa forma, é possível adotar apenas essa equação para o cálculo da perda de carga
total (Δhft), tanto para a sucção como para o recalque.
𝐿 𝐿 𝐿 𝐿
𝑓 𝐷5 = 𝑓1 𝐷15 + 𝑓2 𝐷25 + 𝑓𝑛 𝐷𝑛5 (Equação 45)
Fórmula de Hazen-Williams:
𝐿 𝐿1 𝐿2 𝐿3
= + + (Equação 46)
𝐶 1,85 . 𝐷4,87 𝐶11,85 . 𝐷14,87 𝐶21,85 . 𝐷24,87 𝐶31,85 . 𝐷34,87
Fórmula de Hazen-Williams:
36
,
𝐿 𝑣2 𝑣2
𝛥ℎ𝑇𝑓 = ∑ ℎ𝑓 + ∑ ℎ𝑠 = ∑(𝑓 . 𝐷 . 2 .𝑔) + ∑ (𝑘 . 2 .𝑔) (Equação 49)
Fórmula de Hazen-Williams:
𝑄 1,85 . 𝐿 𝑣2
𝛥ℎ𝑇𝑓 = ∑ ℎ𝑓 + ∑ ℎ𝑠 = ∑(10,643 . (𝐶 1,85 . )) + ∑ (𝑘 . 2 .𝑔) (Equação 50)
𝐷4,87
37
,
O tipo de arranjo físico das redes será o critério de projeto que você usará de acordo
com os conceitos estudados neste bloco. Cabe ressaltar que atualmente existem
diversos softwares que realizam essas simulações hidráulicas.
38
,
39
,
40
,
41
,
Conclusão
Neste Bloco 2, aprendemos o que são condutos e sua classificação. Com isso,
desenvolvemos as equações dos movimentos dos fluidos estudando sobre as
propriedades de viscosidade e definimos o acréscimo de energia de uma máquina.
Aprendemos que o escoamento de um fluido em uma tubulação causa perda de
energia na forma de calor através das Perdas de Carga Distribuída e Localizada, além
de relacionarmos as tubulações equivalentes paralelas e em série.
Descrevemos os Sistemas de Redes de Abastecimento e conhecemos os principais
equipamentos de medição desses tão importantes parâmetros de controle.
Agora, estamos preparados para dimensionar esse acréscimo de energia através do
incremento de Bombas Centrifugas que estudaremos no Bloco 3.
Referências Bibliográficas
AZEVEDO NETTO, J. M.; ACOSTA ALVAREZ, G. Manual de Hidráulica. 7. ed. atual. e
ampl. São Paulo: Edgar Blucher, 1973, 1977, 1982.
BISTAFA, S. R. Mecânica dos fluidos: noções e aplicações. 1. ed. São Paulo: Edgar
Blucher, 2010.
BRUNETTI, F. Mecânica dos fluidos. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008.
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