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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA AMBIENTAL


DISCIPLINA: HIDRÁULICA I – Ensino Remoto

AULA 2:
PERDA DE CARGA DISTRIBUÍDA
EXPERIÊNCIA DE NIKURADSE

PROFA LUCIANA PEIXOTO AMARAL


EQUAÇÃO DE BERNOULLI
2
1
Q

(fluido real)

(fluido real)
EXERCÍCIO 1
EXEMPLO 1.1 (PORTO, p. 19) Numa tubulação de 300 mm de
diâmetro, a água escoa em uma extensão de 300 m, ligando um
ponto A na cota topográfica 90,0 m, no qual a pressão interna é de
275 kN/m2, a um ponto B na cota topográfica de 75,0 m, no qual a
pressão interna é de 345 kN/m2. Calcule a perda de carga entre A e
B e o sentido do escoamento.
A
EXERCÍCIO 2
Uma tubulação possui 75 mm de diâmetro no ponto 1 e reduz-se
para 70 mm no ponto 2. A vazão de água transportada é de
21 m3/h e as cotas topográficas nos pontos 1 e 2 são iguais a
20 m e 35 m, respectivamente. Sendo a pressão no ponto 1 igual
a 2 kgf/cm2 e a carga de pressão no ponto 2 igual a 25 m.c.a.,
determine a perda de carga e indique o sentido do escoamento.
PERDA DE CARGA

• É UM TERMO GENÉRICO DESIGNATIVO DO CONSUMO DE ENERGIA


DESPRENDIDO POR UM FLUIDO PARA VENCER AS RESISTÊNCIAS DO
ESCOAMENTO. ESSA ENERGIA SE PERDE SOB A FORMA DE CALOR.
• NA PRÁTICA, AS TUBULAÇÕES NÃO SÃO CONSTITUÍDAS APENAS POR
TUBOS RETILÍNEOS E DE MESMO DIÂMETRO. HÁ TAMBÉM AS PEÇAS
ESPECIAIS COMO: CURVAS, JOELHOS OU COTOVELOS, REGISTROS,
VÁLVULAS, REDUÇÕES, AMPLIAÇÕES ETC, RESPONSÁVEIS POR NOVAS
PERDAS.
PERDA DE CARGA PERDA DE CARGA
CONTÍNUA (Dh’) LOCALIZADA (Dh”)

PERDA DE CARGA TOTAL (DhT)


EXEMPLO DE APLICAÇÃO

Qual a altura da
caixa d´água?

Fonte: https://www.escolaengenharia.com.br/instalacoes-hidraulicas/
Fonte: https://www.escolaengenharia.com.br/instalacoes-hidraulicas/
H = ??

Fonte: https://www.escolaengenharia.com.br/instalacoes-hidraulicas/
1

H = ??

1 –nível d´água no reservatório


2- seção após a curva

Fonte: https://www.escolaengenharia.com.br/instalacoes-hidraulicas/
Antes de aplicar a Equação de Bernoulli, é
necessário definir:
- Sentido do escoamento
No escoamento por gravidade, a água sempre
PR escoa de uma seção de maior energia para uma
de menor energia.
- PR (datum)

Aplicando a Equação de Bernoulli entre as


seções 1 e 2:

Fonte: https://www.escolaengenharia.com.br/instalacoes-hidraulicas/
Qual o valor da perda de
carga de E a F ?

Fonte: https://www.escolaengenharia.com.br/instalacoes-hidraulicas/
PERDA DE CARGA CONTÍNUA OU DISTRIBUÍDA
- FÓRMULAS -

A) EQUAÇÃO UNIVERSAL DA PERDA DE CARGA;


B) FÓRMULA DE HAZEN - WILLIAMS;
C) FÓRMULA DE FAIR – WHIPPLE – HSIAO;
D) FÓRMULA DE FLAMANT.
EQUAÇÃO UNIVERSAL DA PERDA DE CARGA
• PODE SER UTILIZADA PARA QUALQUER TIPO DE FLUIDO; E
• É VÁLIDA PARA QUALQUER REGIME DE ESCOAMENTO, SENDO LAMINAR OU
TURBULENTO.
Laminar:
(Re < 2.000)
Turbulento: ;
(Re > 4.000)
De transição: f não está
caracterizado
(2.000 Re 4.000)
Em que:
f = fator ou coeficiente de atrito (depende do regime de escoamento)
L = comprimento da tubulação (m)
D = diâmetro da tubulação (m)
V = velocidade média de escoamento (m/s)
g = aceleração da gravidade (=9,81 m/s2)
EQUAÇÃO UNIVERSAL DA PERDA DE CARGA
• PODE SER REESCRITA EM FUNÇÃO DA Q:
EQUAÇÃO UNIVERSAL DA PERDA DE CARGA

• PERDA DE CARGA UNITÁRIA (J): É A PERDA DE CARGA QUE OCORRE A


CADA METRO DE TUBULAÇÃO. UNIDADE (SI): m/m.

Por exemplo: para o valor de perda de carga unitária (J) igual a 0,0052
m/m significa que em um metro de tubulação ocorreu uma perda de carga
de 0,0052 m (0,52 cm).
EQUAÇÃO UNIVERSAL DA PERDA DE CARGA

• DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE DE ATRITO (F):

A maior dificuldade no uso da equação


universal para o cálculo da perda de carga
consiste na determinação do valor do
coeficiente de atrito f.
Experiência de Nikuradse

Utilizou tubos lisos cuja parede interna esteve


revestida com grãos de areia esféricos
Harpa de Nikuradse L V2
DH  f
D 2g

Fator
de Rugosidade
atrito relativa

N° de Reynolds
UD
Re 

Tubos hidraulicamente lisos e
rugosos
Escoamento turbulento
Se a espessura da subcamada viscosa δv é suficientemente grande, ela sobrepõe os
elementos da rugosidade da parede. Esta condição é citada como hidraulicamente lisa.
Se a subcamada viscosa é relativamente fina, os elementos rugosos projetam-se para
além dessa camada e a parede é rugosa.

Tubos lisos

Tubos rugosos
Escoamento Turbulento 11,6

u*
u * Escoamento turbulento
5
 hidraulicamente liso

u * Escoamento turbulento
5  70 hidraulicamente misto ou de
 transição

u * Escoamento turbulento
 70
 hidraulicamente rugoso

u * Número de Reynolds de
 rugosidade
Harpa de Nikuradse Regiões
2.000:escoamento
I – Re < 2.300:
2.300: escoamentolaminar
escoamento laminar
laminar

fórmula para laminar: f = 64/Re


Harpa de Nikuradse Regiões
2.300<Re<4.000
II – 2.300 < Re < 4.000

região crítica
 f não
caracterizado
Harpa de Nikuradse Regiões
III – curva dos tubos lisos: f = F(Re)

0,316
fórmula para lisos: f = F(Re)
Fórmula de Blasius f 
Re 0, 25
Harpa de Nikuradse Regiões
IV – turbulento de transição

Fórmula de Colebrook-White (1939/40):

p/
/
Harpa de Nikuradse Regiões
V – turbulento rugoso

f=F(/D)
para um tubo
com /D
constante,
f é constante

fórmula para rugosos: f = F(Re,)


Diagrama de Moody
1942  Hunter Rouse (1906-1996): confirmou a
equação de Colebrook e produziu um gráfico

f  Função Re, Re  f 
1944  Lewis F.
Moody (1880-
1953): Recriou o
diagrama de
Rouse

https://pt.wikipedia.org/wiki/Diag
rama_de_Moody
Diagrama de Moody

Laminar Transição Lisos

Turbulento
Rugoso
PERDA DE CARGA

• O DIAGRAMA DE MOODY, DURANTE MUITOS ANOS, FOI DE


GRANDE UTILIDADE.

• PARA SANAR ESSA DIFICULDADE (F IMPLÍCITO), ALGUMAS


FÓRMULAS EXPLÍCITAS E APROXIMADAS, PARA A
DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE DE ATRITO, TÊM SIDO
APRESENTADAS NA LITERATURA.
DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE DE ATRITO
• OBS.: NA MAIORIA DOS PROJETOS DE CONDUÇÃO DE ÁGUA,
COMO REDES DE DISTRIBUIÇÃO, INSTALAÇÕES PREDIAIS
HIDRÁULICO-SANITÁRIAS, SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO, SISTEMAS DE
BOMBEAMENTO, ETC., OS PARÂMETROS APRESENTAM AS
SEGUINTES FAIXAS:

- VELOCIDADE MÉDIA: 0,50 A 3,0 M/S


- DIÂMETRO: 50 A 800 MM
- NÚMERO DE REYNOLDS: 104 A 3X106
DETERMINAÇÃO DA RUGOSIDADE ABSOLUTA ()

• SÃO DE DIFÍCIL ESPECIFICAÇÃO, DEVIDO AOS PROCESSOS INDUSTRIAIS E


GRAU DE ACABAMENTO DA SUPERFÍCIE, IDADE DA TUBULAÇÃO, ETC.

• NA LITERATURA, TÊM TABELAS DE VALORES DA RUGOSIDADE PARA


DIVERSOS MATERIAIS, COM VARIAÇÕES EM FAIXAS LARGAS, ALÉM DE
VALORES DIFERENTES, PARA O MESMO MATERIAL EM DIFERENTES FONTES
DE DADOS.

• É PRECISO EXPERIÊNCIA E BOM SENSO NA DETERMINAÇÃO DE .


DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE DE ATRITO

• Observa-se que as fórmulas empíricas apresentam uma


faixa de aplicação e exigem o uso de computadores para
a obtenção de f.

• Para simplificar o uso por projetistas, são utilizadas


fórmulas práticas.
Fórmulas práticas
FÓRMULA DE HAZEN-WILLIAMS

• RECOMENDADA PRELIMINARMENTE PARA:


A) ESCOAMENTO TURBULENTO DE TRANSIÇÃO
B) ÁGUA A 20OC  NÃO CONSIDERAR O EFEITO VISCOSO
C) EM GERAL, D ≥ 4”
D) APLICAÇÃO EM REDES DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA, ADUTORAS E
SISTEMAS DE RECALQUE
FÓRMULA DE HAZEN-WILLIAMS

, ,

Em que:
L = comprimento da tubulação (m)
D = diâmetro da tubulação (m)
Q = vazão (m3/s)
C = coeficiente de Hazen-Williams (depende da natureza (material e
estado de conservação) das paredes dos tubos e está intimamente
relacionado com e/D e independe de R
FÓRMULA DE HAZEN-WILLIAMS
• VALORES DE C
FÓRMULA DE FAIR-WHIPPLE-HSIAO
Projetos de instalações prediais de água fria 
recomendada pela ABNT para PVC e aço galvanizado,
em instalações hidráulico sanitárias
J(m/m), D(m) e Q(m3/s)

Aço galvanizado novo Q 1,88

conduzindo água fria J  0,002021 4,88


D
Q 1,75
PVC rígido J  0,0008695 4,75
conduzindo água fria D
PERDA DE CARGA CONTÍNUA OU DISTRIBUÍDA
- FÓRMULAS -
PODE-SE CONCLUIR COM RELAÇÃO À PERDA DE CARGA CONTÍNUA:
A) É DIRETAMENTE PROPORCIONAL AO COMPRIMENTO DA CANALIZAÇÃO;
B) É INVERSAMENTE PROPORCIONAL A UMA POTÊNCIA DO DIÂMETRO;
C) É PROPORCIONAL A UMA POTÊNCIA DA VELOCIDADE;
D) É VARIÁVEL COM A NATUREZA DAS PAREDES (MATERIAL E ESTADO DE
CONSERVAÇÃO), NO CASO DE REGIME TURBULENTO. NO CASO DE REGIME
LAMINAR DEPENDE APENAS DE REY;
E) INDEPENDE DA POSIÇÃO DO TUBO; E
F) INDEPENDE DA PRESSÃO INTERNA SOB A QUAL O LÍQUIDO ESCOA.
EXERCÍCIO 3

EXERCÍCIO 3.1 (ADAPTADO, BAPTISTA E LARA, P. 74) Uma adutora


fornece a vazão de 150L/s, através de uma tubulação de aço soldado,
revestida com esmalte, diâmetro de 400 mm e 2 km de extensão.
Determinar a perda de carga na tubulação por meio da fórmula universal
de perda de carga.
Fonte: BAPTISTA e LARA (2014).
DADOS:  = 0,06 mm, C = 130, Q = 150L/s, D = 400 mm, L = 2 km

Equação Universal da Perda de Carga

- Coeficente de atrito: Diagrama de Moody

- Coeficente de atrito: Swamee-Jain


Intervalo de aplicação: 5x103 ≤ Re ≤ 108
10-6 ≤ /D ≤ 10-2
Uso do Diagrama de Moody

0,00015

4,8 x 105
EXERCÍCIO 4

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