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ISECMAR

INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA E CIÊNCIAS DO MAR

HIDRÁULICA II

2
ESCOAMENTOS

PERMANENTES

SOB PRESSÃO

PROF HERNANI ALMEIDA


NOVEMBRO DE 2008
ISECMAR ISECMAR

HIDRÁULICA II HIDRÁULICA II
_____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________

CAPÍTULO 2
ESCOAMENTOS PERMANENTES SOB PRESSÃO

2.1 - TIPOS DE ESCOAMENTOS PERMANENTES.


Num escoamento em regime permanente (quer sob pressão, quer com superfície
livre) o caudal mantém-se constante ao longo de um tubo de fluxo, qualquer que
seja a secção considerada. Fig. 2.1 – Perdas de carga: contínuas e singulares

As instalações funcionando sob pressão são normalmente formadas por trechos de Em (1) ⎫
condutas (constituídas por tubos montados em série) de eixo rectilíneo, unidos por De (1) até (2 )⎫
Em (2)⎪⎪
acessórios, como sejam transições bruscas ou suaves, curvas, cotovelos, válvulas e ⎪ De (2) até (3)⎪⎪
derivações, e, compreendem, eventualmente, máquinas hidráulicas. Em (3)⎬ PERDAS SINGULARES ⎬ PERDAS DISTRIBUÍDAS
De (3) até (4 )⎪
Em (4)⎪
No caso do regime permanente, o escoamento nos trechos cilíndricos (sem ligação ⎪ De (4 ) até (5)⎪⎭
Em (5)⎭⎪
ao exterior ao longo do percurso) é uniforme e a perda de carga unitária é constante.

Os acidentes nos tubos vão traduzir-se por um acréscimo de turbulência, se o a) – Perdas de Carga Contínuas
escoamento já for turbulento (ou pelo desenvolvimento de turbulência, se for A determinação das perdas de carga unitárias em escoamentos uniformes sob pressão foi
laminar). objecto do Capítulo Leis de Resistência aos Escoamentos.

O regime permanente em instalações sob pressão compreende assim: Nos escoamentos permanentes, desde que gradualmente variados, só existem perdas de
carga contínuas, variando, porém, a perda de carga unitária ao longo do percurso.
- escoamentos uniformes, nos trechos de condutas - cilíndricas (sem ligação ao exterior
ao longo do percurso); a) – Perdas de Carga Singulares

- escoamentos gradualmente variados nos trechos de condutas com variação gradual de As perdas de carga singulares avaliam-se por uma expressão do tipo:
secção (caso de condutas tronco-cónicas) ou de condutas com ligações ao exterior,
ΔH = K U
2
permitindo receber ou distribuir caudal ao longo do percurso (escoamentos permanentes
(2.1)
gradualmente variados em que o caudal é função do percurso); 2g
em que
- escoamentos rapidamente variados, junto de singularidades, onde a curvatura das
linhas de corrente é acentuada. U é uma velocidade tomada como referência
K um coeficiente que depende da geometria da singularidade, do número de Reynolds e,
em alguns casos (como nas ramificações), de determinadas condições do escoamento.
2.2 - PERDAS DE CARGA
NOTAS:
Temos dois tipos de perdas de carga: (i) O coeficiente K, para valores suficientemente elevados do número de Reynolds, torna-
Perdas de carga distribuídas ou contínuas – ao longo do comprimento da tubulação e se independente deste, situação que se considera nas aplicações correntes, quando o
escoamento é turbulento.
atrito das camadas do fluido (ii) A determinação de K só pode fazer-se por via experimental. Em certos casos, a
aplicação dos teoremas de Euler e de Bernoulli pode conduzir a esquemas teóricos cuja
Perdas de carga singulares (perturbações bruscas no escoamento do fluido) – nas resolução final ainda exige investigação experimental. É o caso clássico da perda de
válvulas, aparelhos de registo, alargamentos bruscos, reduções e curvas. carga por alargamento brusco.

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ALARGAMENTOS E ESTREITAMENTOS Na passagem em aresta viva de uma conduta cilíndrica para um reservatório de
grandes dimensões (caso particular da perda de Borda em que a velocidade é nula
A perda de carga devida a um ALARGAMENTO BRUSCO calcula-se por: no trecho de maior secção), perde-se toda a altura cinética (vindo K igual à
unidade)
(U 1 −U 2)
2

U ⎛ A1 ⎞⎟
2 2

U
2
ΔH= = 1 ⎜1 − (2.2) ΔH= (2.4)
2g 2g
⎝ A2 ⎠ 2g
ou
2 Tendo a linha de energia e a linha piezométrica os andamentos representados na Fig. 2.3
ΔH=K
U1 (2.3)
2g
com
2
⎛ ⎞
K= ⎜1 − A1 ⎟
⎝ A2 ⎠
Fig 2.3 – Passagem em aresta viva de uma conduta para um reservatório
NOTAS:
(i) A fórmula (2.2) foi estabelecida por Borda (1733-1799) pelo que a perda de NOTAS:
carga num alargamento brusco é frequentemente designada por perda de carga de (i) Para ter em conta a repartição de velocidades na secção final da conduta, a
Borda. perda de carga na passagem em aresta viva para um reservatório é calculada por
(ii) Tendo em conta a Eq. (2.2), demonstra-se facilmente que a linha piezométrica
sobe, quando a secção alarga bruscamente (subida localizada admitindo uma 2

representação convencional da linha piezométrica, isto é, concentração da perda de Δ H =α


U1 (2.5)
carga singular na secção da singularidade que a provoca Fig. 2.2). Com efeito, a 2g
referida condição tem lugar desde que se verifique a desigualdade sendo α o coeficiente de Coriolis (próximo da unidade no caso do escoamento
uniforme turbulento).
U1
2

>
(U 1 −U 2) 2

+
U2
2
(ii) Se a passagem para o reservatório é feita por meio de transição, o coeficiente K
diminui; variando, consoante a geometria, entre 1,00 e 0,50.
2g 2g 2g

a qual é verdadeira por ser U1 > U2 A perda de carga provocada por um ESTREITAMENTO BRUSCO é devida quase
exclusivamente à expansão a jusante da secção contraída, pois a perda de carga até à
secção contraída é muito pequena Fig. 2.4. A perda de carga singular é calculada por:

ΔH=K
U2 (2.6)
2g

sendo U2 a velocidade no trecho de jusante e vindo o coeficiente K dado pela tabela


seguinte:

Fig 2.2 – Alargamento brusco A2 / A1 0,01 0,10 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00
K 0,49 0,45 0,42 0,33 0,22 0,13 0,00

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Outras singularidades

Para permitir a resolução dos problemas mais frequentes apresentam-se, dados


referentes a perdas de carga provocadas por:

Fig 2.4 – Estreitamento brusco - cotovelos e curvas,..- Fig. 2.7;


- válvulas de corrediça (em função da abertura) e diafragmas - Fig. 2.8;
Quando a relação A2/A1 diminui, o valor de K tende para 0,50 e, assim, na - condutas com um ramal a 90°, de igual diâmetro - Fig. 2.9.
passagem, em aresta viva, de um reservatório para uma conduta, tem-se a perda
de carga dada por
U
2

Δ H = 0,5
2g

Fig 2.5 – Passagem em aresta viva de um reservatório para uma conduta

NOTA
(i) Quando há uma transição do reservatório para a conduta, o coeficiente K torna-se Fig 2.7 – Perdas de carga provocadas em (a) cotovelos e (b) e (c) por curvas circulares
inferior a 0,50. É difícil, no entanto, obter transições para as quais K resulte inferior a
0,05.
Na Fig. 2.6 apresentam-se gráficos que permitem calcular as perdas de carga devidas a
alargamentos e estreitamentos tronco-cónicos.

Fig 2.8 – Perdas de carga provocadas em (a) por válvulas de corrediça e (b) por diafragmas

Fig 2.6 – Perdas de carga localizadas em a) alargamentos e b) estreitamentos

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(iii) É ainda interessante analisar as perdas de carga nas situações em que não há
caudal num dos ramos. Essa análise é feita em seguida para o caso de ser Dα = Dβ
= Dγ - Fig. 2.10.
A perda de carga entre o ramo de onde provém o escoamento e o ramo para onde
aquele se dirige é, praticamente, igual à altura cinética, quando há um desvio da
corrente de 90° (escoamento de a para β ou de β para γ) e inexistente quando não
há desvio (escoamento de a para γ)
A perda de carga entre o ramo de onde provém o escoamento e o ramo sem
escoamento
a) é:

= 0,26 U
2

- no caso de escoamento de a para β, igual a Hα Hγ −


2g

= 0,51 U
2

- no caso de escoamento de β para γ, igual a H β Hα−


2g

U
2

- no caso de escoamento de a para γ, igual a H α − H β = 0,89 2 g

Fig 2.9 – Perdas de carga singulares numa conduta com um ramal. Definição (a). Coeficientes para ramal
com igual diâmetro, sem arredondamentos (b)

NOTAS: Em relação à Fig. 2.9 (b), tem interesse acrescentar algumas considerações:
(i). Ela respeita a uma conduta com um ramal a 90º, de diâmetro igual ao da
Fig. 2.10 – Perdas de carga localizadas numa conduta com ramal de igual diâmetro, com líquido em
conduta e com ligação em aresta viva; em GARDEL 1970, dispõe-se de indicações
repouso num dos ramos
análogas às da Fig. 2.9 (b) para outros valores da relação entre o diâmetro do
ramal e da conduta, do ângulo do ramal com a conduta e da relação entre o raio
do arredondamento e o diâmetro da conduta. 2.3 - SAÍDA DE CONDUTAS PARA A ATMOSFERA
Os três ramos são designados por α, β e γ, correspondendo β ao ramal. Para uma
dada geometria, os coeficientes de perda de carga entre dois ramos quaisquer são a) – Saída Livre
função do modo do escoamento e da repartição de caudais, como se pode
observar na Fig. 2.9 Quando uma conduta cilíndrica dá saída livre·para a atmosfera, considera-se
usualmente que a linha piezométrica passa pelo centro de gravidade da secção de
(ii) É interessante observar que, por exemplo, para o modo 2 - escoamento de a e saída (na vizinhança da secção de saída existe um escoamento rapidamente variado e a corrente
de f3 para γ - pode existir uma perda de carga negativa entre β e γ; este facto, que líquida deixa de ocupar toda a secção transversal).
corresponde a ser positivo o coeficiente Kγβ definido na Fig. 2.9, verifica-se quando
o módulo da relação qβ, entre o caudal em β e o caudal em γ, é inferior a cerca de ·Nalguns casos, interessa determinar com mais rigor a posição da linha piezométrica junto
0,3. da saída.

Admite-se então que a linha piezométrica é rectilínea partindo de uma altura y


na secção de saída (Fig. 2.11)

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A equação (2.7) é também aplicável a caudais para bocais de saída dependendo o


coeficiente C da configuração do respectivo bocal. Para um bocal cónico,
convergente a 7º, é C= 0,96, tomando-se como área de referência a da secção de
saída.
Fig. 2.11 – Linha piezométrica na saída livre de uma conduta para a atmosfera

Experiências realizadas, com condutas com saída completamente livre para a 2.4 - CÁLCULO DE INSTALAÇÕES
atmosfera (formando jacto) permitiram definir a relação y/D em função do número
de Froude calculado por A consideração (i) das leis de resistência dos escoamentos uniformes, (ii) dos
coeficientes K das perdas de carga singulares, (iii) das condições de saída para a
U atmosfera e (iv) das características das bombas e turbinas, permite a determinação
F r
=
gD dos caudais escoados em instalações de condutas sob pressão (ou, inversamente, o
dimensionamento das instalações para assegurar o transporte de caudais
prefixados).
Pares de valores de Fr e de y/D estão indicados na tabela seguinte
EXEMPLO
Fr 1 2 3 5 7
y/D 0,74 0,57 0,50 0,45 0,42 Considere-se o caso muito simples de se pretender determinar o caudal escoado
quando dois reservatórios com água estão ligados por uma conduta, de dado
Se para jusante da secção de saída da conduta houver uma soleira que acompanhe material, secção constante e de comprimento L, na qual se inserem várias
inferiormente a lâmina líquida, têm-se os valores seguintes. singularidades (se a conduta fosse constituída por vários trechos com secções
diferentes, a situação seria análoga) - Fig. 2.12.
Fr 1 2 3 5 7
y/D 0,82 0,66 0,60 0,56 0,54 A diferença de cotas entre os dois reservatórios é igual à soma da perda de
carga contínua e das perdas de carga singulares

b) – Saída Controlada por Válvulas ou Orifícios


U
2

z1 − z 2 = J L + (K 1 + K2 + K3 + K )2g
4
Se o escoamento na secção de saída de uma conduta para a atmosfera for
controlado por uma válvula, o caudal escoado obtém-se pela expressão
em que K1, K2, K3 e K4 dependem da geometria das singularidades.
Q = C A 2g H (2.7)
Sendo:
H – carga imediatamente a montante da válvula;
A – área de uma secção de referência;
C – coeficiente de vazão (dependente do grau de abertura e da secção de
referência adoptada)
Fig 2.12 - Conduta com singularidades entre dois reservatórios
A tabela seguinte dá os valores de coeficiente de vazão para válvulas na posição de
abertura total, sendo A a área da secção de entrada.
Se se adoptar como lei de resistência a de Gauckler-Manning, a perda de carga
Válvula Corrediça Esférica De borboleta Cónica unitária vem dada pela expressão
C 0,95 1,00 0,95 a 0,60 0,85

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2 KD
⎛ Q ⎞ Igualando as duas expressões obtemos L =
J =⎜ ⎟
e
f
⎜ 2⎟
⎝ K A R3 ⎠ Assim, pode-se organizar tabelas, nas quais são registados os comprimentos
fictícios a serem adicionados à tubulação e que provocam a mesma perda de
carga ocasionada pelas peças de igual diâmetro que substituem (ver tabela anexa
no qual K, A e R são conhecidos, por o serem a natureza e a secção da conduta, – Perdas de carga localizadas em metros de canalização).
tendo-se então
2
⎛ ⎞
⎜ Q ⎟ Q
2
As perdas totais (perdas contínuas mais as perdas singulares), entrando em conta
L + (K 1 + K )2g Q
2
z z ⎜
− = K2 + K3 + =β
2⎟ com os comprimentos equivalentes, serão calculadas pela fórmula
A
1 2 4 2

⎝ K A R3 ⎠
f (L + L) U
2

e determinando-se o caudal por z −z


1 2
= real

D
e

2g

Q= z −z1 2

2.5 - COMPRIMENTO EQUIVALENTE

Outro processo para a determinação das perdas singulares é o do comprimento


equivalente (Le) - comprimento fictício de uma tubulação de secção constante que
produzirá uma perda igual à perda singular da singularidade.

O método consiste em adicionarmos ao comprimento real da tubulação, somente


para efeitos de cálculo, comprimentos de tubos, com o mesmo diâmetro da conduta
em estudo, capazes de provocar as mesmas perdas de carga ocasionadas pelas
peças que substituem. A tubulação adquire, então, certo comprimento fictício e a
perda de carga total é calculada por uma das fórmulas indicadas para a
determinação das perdas de carga contínuas.

Assim qualquer peça pode ser substituída por um comprimento fictício que daria a
f U
2

seguinte perda de carga ΔH =


D 2g L e
(Darcy-Weisbach)

A mesma peça, como ponto singular, ocasionaria igual perda de carga dada por

U
2

ΔH = K
2g

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2.6 – CONDUTAS COM CONSUMO UNIFORME DE PERCURSO

As condutas de abastecimento de doméstico de água distribuem a água por meio


de numerosas derivações, sendo comum admitir-se que o caudal é consumido
uniformemente ao longo de determinados trechos.

Seja uma conduta, de comprimento L, com caudais Q0 e Q1, nos extremos de


montante e de jusante, respectivamente (Fig. 2.14).

O caudal (total) de percurso é P = Q0-Q1 e o consumo uniforme na unidade de


(
percurso é p = 0
Q − Q1
.
)
L

Numa secção de abcissa x, contada a partir de montante, o caudal é

Q = Q0 – px

e a perda de carga unitária, correspondendo à do movimento uniforme, é dada por


2 2
⎛ Q ⎞ ⎛ ⎞
J =⎜ ⎟ ⎜ ⎟ Q
1
Q
2 2
= =β
⎜ 2⎟ ⎜ 2⎟
⎝ K A R3 ⎠ ⎝K A R3 ⎠
Assim, a perda de carga contínua no comprimento L, calcula-se por
L
Δ H = ∫ J dx = β ∫
0
L

0
(Q 0 − p x) dx 2

∫ ⎛⎜⎝ Q + p x − 2 p Q x ⎞⎟ dx
L 2 2
ΔH =β
2
Ou
0 0 0 ⎠

⎛ 2 ⎞ ⎛ 2 ⎞
pL pL
2 3 2 2
L
2
⎜ ⎟ ⎜ ⎟
ΔH = β ⎜ Q L + − 2 pQ ⎟ = β L ⎜Q + − p LQ ⎟
⎜ 0 3 0 2 ⎟ ⎜ 0 3 0

⎝ ⎠ ⎝ ⎠

⎛ ⎞
p L −( − )
2 2
⎜ 2 ⎟
ΔH = β L ⎜ Q + Q QQ ⎟
⎜ 0 3 0 1 0

Fig 2.13 - Perdas de carga localizadas em metros de canalização ⎝ ⎠

⎛ ⎞ ⎛ ⎞
pL pL
2 2

( )Q ⎟⎟⎟
2 2
⎜ ⎟ ⎜
ΔH = β L ⎜ +Q Q1 ⎟ = β L ⎜ + pL + Q
⎜ 3 0
⎟ ⎜ 3 1 1
⎝ ⎠ ⎝ ⎠

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⎛ ⎞
pL
2 2
⎜ 2 ⎟
ΔH = β L ⎜ Q + + p L Q ⎟ = β L ⎛⎜ Q + 0,3 p L + p L Q ⎞⎟
2 2 2

⎜ 1 3 1
⎟ ⎝ 1 1 ⎠
⎝ ⎠
que é aproximadamente igual a

ΔH = β L (Q1 + 0,55 p L) 2
= βL (Q1 + 0,55 P)
2
Fig 2.15

Resolução
O caudal equivalente na conduta BC é: Qe=Q2+0,55P=0,10+0,55x0,06=0,133 m3s-1,
correspondendo-lhe a perda de carga unitária equivalente:
(Aplicando SCIMEMI)
1,8692

Q ⎛ 0,133 ⎞
⇔ Je= ⎜
Qe=35 D22,625 Je0,535 ⇒ Je0,535 =
⎜ 35x0,302,625 ⎟⎟ = 0,011
e
Fig 2.14 – Definição de caudal equivalente
35 x D
2 , 625

⎝ ⎠
Pode-se procurar - Fig. 2.14- o caudal constante (caudal equivalente, Qe) que
A cota da linha de energia em B é HB=20+0,011x400=24,4 m
provoca a mesma perda de carga (total), com perda de carga unitária (equivalente)
constante, Je, 30 − 24,4
pelo que a perda de carga unitária ao longo de AB é J1= = 0,028
ΔH = JeL =β Q L
2

e
200

Tal caudal equivalente é, pois, dado por obtendo-se, pelo recurso à lei de resistência, o caudal de
Q = Q + 0,55 P
e 1 Q1=35 D12,625xJ10,535 = 35x0,302,625x0,0280,535 = 0,220 m3s-1
A expressão anterior permite concluir que numa conduta com serviço
exclusivamente de percurso (caudal Q1 a jusante nulo e, portanto, Q0 = P) a perda
Assim, o caudal bombado para D é
de carga é de cerca de um terço da perda de carga correspondente ao escoamento
do caudal de montante ao longo da conduta, pois é
Q3 = Q1 – (Q2 + P) = 0,220 – (0,10 + 0,06) = 0,060 m3s-1
p L
2 2

=β L P = β L
2
1
Q
2
ΔH =β L
3 3 3 0

APLICAÇÃO – Uma instalação compreende dois reservatórios A e D e um sistema


de condutas de ferro fundido novo, com saída livre para a atmosfera C (Fig. 2.15).
Na conduta BD e a jusante de B está intercalada uma bomba que funciona com o
rendimento, suposto constante, de 0,75. Ooooo00000ooooO
Determinar o caudal bombado para D, quando a conduta BC deixa sair
livremente para a atmosfera, em C, o caudal de 0,10 m3s-1 e tem um consumo de
percurso de 0,06 m3s-1.
Considerar nulas as perdas de carga singulares.

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CAP 2 – ESCOAMENTOS PERMANENTES SOB PRESSÃO CAP 2 – ESCOAMENTOS PERMANENTES SOB PRESSÃO
2 – ESCOAMENTOS PERMANENTES SOB PRESSÃO
2.1.
A tubulação da figura é de aço e tem
diametro D=200 mm. Determinar a vazão
transportada sendo f=0,024.

2.2.
De um lago artificial, parte uma tubulação com 800 m de
comprimento e 300 mm de diâmetro para alimentar um reservatório
com 60 l s-1
Qual a diferença de níveis entre os NA do lago e do reservatório?
Quanto representam as perdas locais em percentagem das perdas
de carga contínuas?

2.3.
No trecho (1) → (5) de uma tubulação
existe uma válvula de gaveta (2), uma
válvula tipo globo (3), e um cotovelo (4),
sendo a tubulação de aço de diâmetro 2
polegadas.
Determine a perda de carga entre (1) e (5)
sabendo que a vazão é de 2 l/s e que o
comprimento da tubulação entre (1) e (5) é
de 30 m. (ν = 10-6 m2 s-1)

2.4.
Calcular a perda carga no sub-
ramal que abastece um chuveiro
de uma instalação predial
Verificar qual a percentagem das
perdas locais em relação à perda
de carga contínua

2.5. Entre duas secções, A e B, de uma tubulação de ferro fundido (C=100) com D = 63 mm, foram instalados 9 cotovelos e uma
válvula de retenção pesada. De A para B, escoam-se 30,24 m3/h de água. Sendo de 5,5 kgf/cm2 a pressão em A, qual será a
pressão em B, sabendo que as secções em causa estão afastadas de 170,00 m?

2.6.
Calcular a vazão de água num conduto de ferro fundido, sendo
dados D = 10 cm, ν=0,7x10-6 m2 s-1 e sabendo-se que dois
manómetros instalados a uma distância de 10 m indicam,
respectivamente, 1,5 e 1,45 kgf/cm2 . O peso específico da água é
de 1000 kgf/cm3.

2.7.
Uma tubulação horizontal muda bruscamente de 450 mm de
diâmetro para 300 mm. Manómetros instalados antes e depois deste
acidente registam 1,8 kgf/cm2 e 1,4 kgf/cm2, respectivamente. Qual
a vazão?

2.8.
Determinar a secção do obturador B, com saída livre para a
atmosfera, à cota de 20,00, sem contracção, colocado no extremo de
jusante da conduta de betão (K=80 m1/3s-1) de modo a assegurar o
escoamento de 0,8 m3s-1.
Considerar nulas as perdas de carga singulares com excepção da da
entrada, em aresta viva.

2.9.
Dois reservatórios A e B estão ligados por uma conduta de
fibrocimento, com um ponto alto em C , Determinar os diâmetros dos
trechos AC e CB para o caudal escoado ser de 60 ls-1, com a
condição de o trecho AC ter o menor diâmetro que assegure em C a
altura piezométrica mínima de 2,0 m.
Desprezar as perdas de carga singulares.
2 – ESCOAMENTOS PERMANENTES SOB PRESSÃO
2.10
Pretende-se elevar o caudal de 4 l s-1 de um reservatório A para um reservatório B, por uma conduta elevatória com 250 m de
comprimento e 150 mm de diâmetro. O líquido a elevar é um óleo com densidade de 0,9 e viscosidade cinemática igual a ν = 3 x
10-4 m2s-1. A potência da bomba é de 2,2 kW e o rendimento é de 0,70. O reservatório B, de grandes dimensões, é fechado e
contém ar sob pressão, situando-se a superfície do óleo à cota 8 m.
Calcule a pressão do ar no reservatório B.
2. 11
Uma bomba impulsiona água de um reservatoria A para outro B,
através de uma conduta de betão liso e novo com 1000 m
comprimento e 0,60 m de diametro ( ver figura). A equação
caracteristica da bomba exprime-se por Ht = 23 - 20Q2 (S.I.).
Desprezando as perdas de carga singulares, determinar o caudal na
conduta.

2.12
Dois reservatórios A e C com as respectivas superfícies livres
apresentando uma diferença de cotas de 20 m estão ligados ente si
por uma tubagem de fibrocimento constituída por dois trechos: trecho
AB, com um comprimento l1 = 1000 m e diâmetro D1, e trecho BC,
com um comprimento l2 = 1000 m e diâmetro D2 tal que D2 = 1,1D1.
Determine os diâmetros D1 e D2 de modo que o caudal escoado
seja 200 ls-1. Para o efeito utilize a fórmula de Manning-Strickler (K =
95 m1/3s-1).

2. 13
A figura mostra uma bomba hidráulica que alimenta dois esguichos iguais, com água proveniente de dois, reservatórios de
grandes dimensões mantidas às cotas h1 = 2m e h2 = 1m. Calcular o rendimento e a altura manométrica da bomba, sabendo-se que
a potência dissipada na tubulação é de 116 Kgf. m/s e que na bomba são dissipadas 120 cal em 20 min.
Dado: 1Kcal/s =427 Kgf . m / s

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