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Campus Medianeira – PR
SEBLIC – Secretaria de Bacharelado e Licenciatura
Medianeira
Curso: ENGENHARIA DE ALIMENTOS
Maio, 2014
Sumário
UM POUCO DE HISTÓRIA
De várias maneiras, as equações diferenciais são o coração da análise e do cálculo, dois dos
mais importantes ramos da matemática nos últimos 300 anos. Equações diferenciais são uma parte
integral ou um dos objetivos de vários cursos de graduação de cálculo. Como uma ferramenta
matemática importante para ciências físicas, a equação diferencial não tem igual. Assim é
amplamente aceito que equações diferenciais são importantes em ambas: a matemática pura e a
aplicada. A história sobre este assunto é rica no seu desenvolvimento e é isto que estaremos olhando
aqui.
Os fundamentos deste assunto parecem estar dominados pelas contribuições de um homem,
Leonhard Euler, que podemos dizer que a história deste assunto começa e termina com ele.
Naturalmente, isto seria uma simplificação grosseira do seu desenvolvimento. Existem vários
contribuintes importantes, e aqueles que vieram antes de Euler foram necessários para que ele
pudesse entender o cálculo e a análise necessários para desenvolver muitas das idéias fundamentais.
Os contribuintes depois de Euler refinaram seu trabalho e produziram idéias inteiramente novas,
inacessíveis à perspectiva do século XVIII de Euler e sofisticadas além do entendimento de apenas
uma pessoa.
Esta é a história do desenvolvimento das equações diferenciais. Daremos uma pequena olhada
nas pessoas, nas equações, nas técnicas, na teoria e nas aplicações.
A história começa com os inventores do cálculo, Fermat, Newton, e Leibniz. A partir do momento
que estes matemáticos brilhantes tiveram entendimento suficiente e notação para a derivada, esta logo
apareceu em equações e o assunto nasceu. Contudo, logo descobriram que as soluções para estas
equações não eram tão fáceis. As manipulações simbólicas e simplificações algébricas ajudaram
apenas um pouco. A integral (antiderivada) e seu papel teórico no Teorema Fundamental do Cálculo
ofereceu ajuda direta apenas quando as variáveis eram separadas, em circunstâncias muito especiais.
O método de separação de variáveis foi desenvolvido por Jakob Bernoulli e generalizado por Leibniz.
Assim estes pesquisadores iniciais do século 17 focalizaram estes casos especiais e deixaram um
desenvolvimento mais geral das teorias e técnicas para aqueles que os seguiram.
Depois de Euler vieram muitos especialistas que refinaram ou estenderam muitas das idéias de
Euler. Em 1728, Daniel Bernoulli usou os métodos de Euler para ajudá-lo a estudar oscilações e as
equações diferenciais que produzem estes tipos de soluções. O trabalho de D'Alembert em física
matemática envolveu equações diferenciais parciais e explorações por soluções das formas mais
elementares destas equações. Lagrange seguiu de perto os passos de Euler, desenvolvendo mais teoria
e estendendo resultados em mecânica, especialmente equações de movimento (problema dos três
corpos) e energia potencial. As maiores contribuições de Lagrange foram provavelmente na definição
de função e propriedades, o que manteve o interesse em generalizar métodos e analisar novas famílias
de equações diferenciais. Lagrange foi provavelmente o primeiro matemático com conhecimento
teórico e ferramentas suficientes para ser um verdadeiro analista de equações diferenciais. Em 1788,
ele introduziu equações gerais de movimento para sistemas dinâmicos, hoje conhecidas como
equações de Lagrange. O trabalho de Laplace sobre a estabilidade do sistema solar levou a mais
avanços, incluindo técnicas numéricas melhores e um melhor entendimento de integração. Em 1799,
introduziu as idéias de um laplaciano de uma função. Laplace claramente reconheceu as raízes de seu
trabalho quando escreveu "Leia Euler, leia Euler, ele é nosso mestre". O trabalho de Legendre sobre
equações diferenciais foi motivado pelo movimento de projéteis, pela primeira vez levando em conta
novos fatores tais como resistência do ar e velocidades iniciais. Lacroix foi o próximo a deixar sua
marca. Trabalhou em avanços nas equações diferenciais parciais e incorporou muito dos avanços,
desde os tempos de Euler, ao seu livro. A contribuição principal de Lacroix foi que leva seu nome.
Este resultado foi uma ferramenta importante para o estudo de oscilações. Fourier, contudo, pouco
contribuiu para a teoria matemática desta série, a qual era bem conhecida anteriormente por Euler,
Daniel Bernoulli, e Lagrange. As contribuições de vieram por uma rota diferente. Ele desenvolveu
uma máquina de calcular chamada de Máquina de Diferença que usava diferenças finitas para
aproximar soluções de equações. resumir muitos dos resultados de Euler, Lagrange, Laplace, e
Legendre. O próximo na ordem foi Fourier. Sua pesquisa matemática fez contribuições ao estudo e
cálculos da difusão de calor e à solução de equações diferenciais. Muito deste trabalho aparece em
The Analytical Theory of Heat (A Teoria Analítica do Calor,1822) de Fourier, no qual ele fez uso
extensivo da série Charles Babbage
O próximo avanço importante neste assunto ocorreu no início do século XIX, quando as teorias
e conceitos de funções de variáveis complexas se desenvolveram. Os dois contribuintes principais
deste desenvolvimento foram Gauss e Cauchy. Gauss usou equações diferenciais para melhorar as
teorias das órbitas planetárias e gravitação. Gauss estabeleceu a teoria do potencial como um ramo
coerente da matemática. Também reconheceu que a teoria das funções de uma variável complexa era
a chave para entender muitos dos resultados importantes das equações diferenciais aplicadas. Cauchy
aplicou equações diferenciais para modelar a propagação de ondas sobre a superfície de um líquido.
Os resultados são agora clássicos em hidrodinâmica. Inventou o método das características, o qual é
importante na análise e solução de várias equações diferenciais parciais. Cauchy foi o primeiro a
definir completamente as idéias de convergência e convergência absoluta de séries infinitas e iniciou
uma análise rigorosa de cálculo e equações diferenciais. Também foi o primeiro a desenvolver uma
teoria sistemática para números complexos e a desenvolver a transformada de Fourier para prover
soluções algébricas para equações diferenciais.
Depois destas grandes contribuições de Gauss e Cauchy, outros puderam refinar estas teorias
poderosas e aplicá-las a vários ramos da ciência. Os trabalhos iniciais de Poisson em mecânica
apareceram em Traité de mécanique em 1811. Aplicou seu conhecimento de equações diferenciais a
aplicações em física e mecânica, incluindo elasticidade e vibrações. Muito de seu trabalho original foi
feito na solução e análise de equações diferenciais. Outro aplicador destas teorias foi George Green.
O trabalho de Green em fundamentos matemáticos de gravitação, eletricidade e magnetismo foi
publicado em 1828 em An Essay on the Application of Mathematical Analysis to Electricity and
Magnetism. A matemática de Green proveu a base na qual Thomson, Stokes, Rayleigh, Maxwell e
outros construíram a teoria atual do magnetismo. Bessel era um amigo de Gauss e aplicou seu
conhecimento sobre equações diferenciais à astronomia. Seu trabalho sobre funções de Bessel foi
feito para analisar perturbações planetárias. Posteriormente estas construções foram usadas para
resolver equações diferenciais. Ostrogradsky colaborou com Laplace, Legendre, Fourier, Poisson e
Cauchy enquanto usava equações diferenciais para desenvolver teorias sobre a condução do calor.
Joseph Liouville foi o primeiro a resolver problemas de contorno resolvendo equações integrais
equivalentes, um método refinado por Fredholm e Hilbert no início da década de 1900. O trabalho de
Liouville sobre a teoria de integrais de funções elementares foi uma contribuição substancial para
soluções de equações diferenciais. As investigações teóricas e experimentais de Stokes cobriram
hidrodinâmica, elasticidade, luz, gravitação, som, calor, meteorologia e física solar. Ele usou modelos
de equações diferenciais em todos os campos de estudo.
Na metade do século XIX, uma nova estrutura era necessária para atacar sistemas de mais de
uma equação diferencial. Vários matemáticos vieram em socorro. Jacobi desenvolveu a teoria de
determinantes e transformações em uma ferramenta poderosa para avaliar integrais múltiplas e
resolver equações diferenciais. A estrutura do jacobiano foi desenvolvida em 1841. Como Euler,
Jacobi era um calculador muito hábil e um perito numa variedade de campos aplicados. Cayley
também trabalhou com determinantes e criou uma teoria para operações com matrizes em 1854.
Cayley era um amigo de J. J. Sylvester e foi para os Estados Unidos para lecionar na Universidade
Johns Hopkins entre 1881 e 1882. Cayley publicou mais de 900 artigos cobrindo muitas áreas da
matemática, dinâmica teórica e astronomia. Cayley criou a noção de matrizes em 1858 e desenvolveu
boa parte da teoria de matrizes nas décadas posteriores. Josiah Gibbs fez contribuições à
termodinâmica, ao eletromagnetismo e à mecânica. Por seu trabalho nos fundamentos de sistemas de
equações, Gibbs é conhecido como o pai da análise vetorial.
Equações não lineares foram o próximo grande obstáculo. Poincaré, o maior matemático de
sua geração, produziu mais de 30 livros técnicos sobre física matemática e mecânica celeste. A
maioria destes trabalhos envolveu o uso e análise de equações diferenciais. Em mecânica celeste,
trabalhando com os resultados do astrônomo americano George Hill, conquistou a estabilidade das
órbitas e iniciou a teoria qualitativa de equações diferenciais não lineares. Muitos resultados de seu
trabalho foram as sementes de novas maneiras de pensar, as quais floresceram, tais como análise de
séries divergentes e equações diferenciais não lineares. Poincaré entendeu e contribuiu em quatro
áreas principais da matemática - análise, álgebra, geometria e teoria de números. Ele tinha um
domínio criativo de toda a matemática de seu tempo e foi, provavelmente, a última pessoa a estar
nesta posição. No século XX, George Birkhoff usou as idéias de Poincaré para analisar sistemas
dinâmicos grandes e estabelecer uma teoria para a análise das propriedades das soluções destas
equações. Na década de 1980, a teoria emergente do caos usou os princípios desenvolvidos por
Poincaré e seus seguidores.
Fonte:
http://cwx.prenhall.com/bookbind/pubbooks/thomas_br/chapter1/medialib/custom3/topics/diffeq.htm
Muitas das leis gerais da natureza, na física, na química, na biologia, na astronomia encontram
a sua expressão mais natural na linguagem das equações diferenciais. Aplicações também surgem na
matemática em si, especialmente na geometria, na engenharia, na economia, e em muitos outros
campos da ciência aplicada.
É fácil de entender as razões que estão por detrás desta grande utilização de equações
dy
diferenciais. Para tanto, é bom relembrar que se y = f(x) é uma dada função, então a sua derivada
dx
pode ser interpretada como a taxa (ou razão) de variação y de em relação a x.
Em qualquer processo natural, as variáveis envolvidas e suas taxas de variação estão
interligadas com uma ou outras por meio de princípios básicos científicos que governam o processo.
Quando esta relação é expressa em símbolos matemáticos, o resultado é frequentemente uma equação
diferencial.
Para ilustrar estas observações vejamos o exemplo que se segue.
De acordo com a Segunda Lei de Newton do movimento, a aceleração a de um corpo de
1
massa m é proporcional à força total F agindo sobre ele, com como a constante de
m
proporcionalidade, assim,
F
a= ou F = m ⋅ a . (1)
m
Suponhamos, por hipótese, que um corpo de massa m cai livremente sobre a influência da
gravidade. Nesse caso a única força que age sobre ele é F = m.g onde g é a aceleração devido à
gravidade. Se y(t) é a distância abaixo do corpo para alguma altura fixada, então sua aceleração é
d2y
a = 2 , de forma que
dt
d2y d2y
m⋅ = m⋅ g ou =g (2)
dt 2 dx 2
d2y dy d2y dy
m 2
= m⋅ g − k ou m 2
+k = m⋅ g (3)
dt dt dt dt
DEFINIÇÃO 1: Define-se uma Equação Diferencial Ordinária (EDO) como sendo uma equação
que envolve uma função desconhecida e uma ou mais de suas derivadas, sendo que a função
desconhecida é função de uma única variável.
em que:
x é a variável independente;
y é a variável dependente;
A ordem de uma EDO é a ordem da mais alta derivada da função incógnita da equação.
O grau de uma EDO é o valor do expoente para a derivada mais alta da equação, quando a
equação tem a “forma” de um polinômio na função incógnita em suas derivadas, como por
exemplo: Ay³ + By² + Cy¹ + Dy0 = 0
Exemplos
a) y” + 3y’ + 6y = sen(x)
b) (y”)³ + 3y’ + 6y = tg(x)
c) (y’’’)4 + 2(y’)10 + 5y = tg(x)
d) y” + 3yy’ = ex
EDO: É dita uma equação diferencial ordinária se a variável dependente for função de uma única
dy
variável. y = y(x) e y ' = .
dx
dR (t )
Exemplo 1) = − kR(t ) , equação de decaimento radioativo do Rádio em função do tempo t.
dt
EDP: É dita uma equação diferencial parcial se a variável dependente for função de duas ou mais
variáveis independentes. y = u(x,y).
Exemplos
∂u ( x, t ) 2 ∂ u ( x, t )
2
∂u ∂u
2) =α ou =α2 2 ; esta é a equação de condução do calor.
∂t ∂x 2 ∂t ∂x
∂ 2 u ( x, t ) 2 ∂ u ( x, t )
2
∂ 2u 2 ∂ u
2
3) = a ou = a ; esta é a equação de onda.
∂t 2 ∂x 2 ∂t 2 ∂x 2
Uma função y = y(x) é uma solução de uma EDO em um dado intervalo se a equação estiver
satisfeita para todo x no intervalo quando y e sua(s) derivada(s) for(em) substituída(s) na equação e
verificada.
Exemplos
dy
4) Verificar se y = e2x é solução da equação diferencial − y = e2 x
dx
d (e 2 x ) e2x = e2x
− e2x = e2x => 2e2x – e2x = e2x =>
dx
d (e x + e 2 x ) e2x = e2x
− (e x + e 2 x ) = e 2 x => ex + 2e2x – ex – e2x = e2x =>
dx
Problema de Valor Inicial (PVI): Para uma equação de 1ª ordem, a única constante arbitrária pode
ser determinada especificando-se o valor da função desconhecida y(x) em um ponto arbitrário x =
xo, digamos y(xo) = yo. Isto é chamado de uma condição inicial, e o problema de resolver uma EDO
de 1ª ordem sujeita a uma condição inicial é chamado de Problema de valor inicial.
As condições suficientes para a existência de uma solução única de uma equação diferencial
de primeira ordem são definidas pelo teorema de Picard:
Teorema 1 (Picard):
dy
= f ( x, y ) y ( x0 ) = y0
dx
se a função f e a derivada parcial de f em função de y são contínuas numa vizinhança do ponto (x0 ,
y0), existe uma solução única y = y(x) em certa vizinhança do ponto (x0, y0) que verifica a condição
inicial y(x0) = y0.
O intervalo onde existe a solução única pode ser maior ou menor que o intervalo onde a
∂f
função f e a sua derivada parcial são contínuas (o teorema não permite determinar o tamanho do
∂y
intervalo).
As condições do teorema de Picard são condições suficientes, mas não necessárias para a
∂f
existência de solução única. Quando f ou a sua derivada parcial não sejam contínuas, o teorema
∂y
não nos permite concluir nada: provavelmente existe solução única a pesar das duas condições não
se verificarem.
x
2x + 2yy’ = 0 => y' = −
y
x ∂f x
a função f ( x, y ) = − e a sua derivada parcial = 2 são contínuas em quaisquer pontos fora do
y ∂y y
eixo dos x. A solução implícita dada conduz às soluções únicas:
y1 = c 2 − x 2 e y2 = − c 2 − x 2
no intervalo -c < x < c. O teorema de Picard nada permite concluir nos pontos em que y = 0, mas
segundo o resultado obtido acima vemos que em cada ponto y = 0 existem duas soluções, y1 e y2.
dy dy 1
dx
= R( x) Q ( y ) ⇒
Q( y)
= R ( x ) dx ⇒ ∫ Q ( y ) dy = ∫ R ( x) dx + C
1
A solução geral da EDO original depende de as funções R(x) e serem integráveis.
Q( y )
dy dy −2
dx
= −4xy 2 =>
y2
= −4 xdx => ∫y dy = ∫ − 4 x dx
1 1
= 2x 2 − C => y= solução geral.
y 2x − C
2
Solução:
∫ (4 y − cos( y)) dy = ∫ 3x
2
(4y – cos(y))dy = 3x²dx => dx
Para calcularmos o valor de C, substituímos a condição inicial y(0) = 0 dada, na SG, assim: C = 0
EXERCÍCIOS
dy y
1) = y(x) = Cx
dx x
1 + x 2 dy
2) = −x y ( x ) = Ce − 1+ x 2
−1
1 + y dx
x2
4) y’ – (1 + x)(1 + y²) = 0 y ( x) = tg x + +C
2
x2 x2
5) y’ – xy = x, y(0) = 3 y ( x) = Ce 2 −1 y ( x ) = 4e 2 −1
dy 4x 2 y2 4x3 y2 4x3
6) = , y(1) = π + sen( y ) − =C + sen( y ) − = 3,6
dx y + cos( y ) 2 3 2 3
1 1
7) y’ + y = 2, y(0) = 1 y ( x) = 2 − y ( x) = 2 −
Ce x ex
dy − y 2 −x
8) = 2 y ( x) =
dx x Cx + 1
dy x2 +1 1− x2
9) x 2 = 2 y3 + y + =C
dx 3 y + 1 x
x x
12) y’ = yex , y(0) = 2e y ( x) = Ce e y ( x ) = 2e e
y’ + p(x) y = q(x)
Se a função e suas derivadas aparecem linearmente na equação, sendo que as funções p(x) e q(x) são
contínuas e podem ou não ser constantes.
Exemplos
a) y' + x²y = ex
b) 4y' + 5y = 2
c) y' – cos(x)y = 0
d) y' + sen(y) = x
e) y” - y y' = ex
Nem toda a EDO de 1ª ordem linear y’ + p(x) y = q(x) pode ser resolvida por separação de
variáveis. Neste caso, uma maneira alternativa é a de encontrar um fator de integração que nos
possibilite resolver esta equação mais facilmente. O fator de integração é: µ ( x) = e ∫
p ( x ) dx
, então
multiplicamos toda a equação diferencial por µ(x) e por último integramos ambos os lados para
achar y = y(x), que é a solução geral da EDO y’ + p(x) y = q(x).
Segue-se que:
µ ( x) = e ∫
dy p ( x ) dx
+ p( x) y = q( x) ;
dx
dy
e∫ + e∫ p( x) y = e ∫
p ( x ) dx p ( x ) dx p ( x ) dx
⋅ q ( x)
dx
D x y ( x) e ∫
p ( x ) dx ∫ p ( x ) dx ⋅ q ( x)
=e
y ( x) e ∫ = ∫ e∫
p ( x ) dx p ( x ) dx
⋅ q ( x ) dx + C S.G.
− p ( x ) dx
y ( x) = C e ∫ S.G.
y' + 2 x y = x e − x
2
Exemplo 10) Encontre a SG da EDO:
y ( x) e ∫ = ∫ e∫ x e − x dx + C
2 x dx 2 x dx 2
Solução: p(x) = 2x =>
y ( x) e x = ∫ e x e − x x dx + C
2 2 2 2
=> y ( x) e x = ∫ x dx + C
x 2e −x
2
x2 x2 y ( x) = + C e − x S.G.
2
y ( x) e = +C =>
2 2
dy 1 1
− y =1 => p( x) = −
dx x x
− 1x dx − 1x dx
y ( x) e ∫ = ∫ e∫ 1 dx + C => y ( x) e − ln( x ) = ∫ e − ln( x ) dx + C
−1 −1 y ( x) 1
y ( x) e ln( x )
= ∫ e ln( x )
dx + C => = ∫ dx + C
x x
y ( x)
= ln( x) + C => y(x) = x ln(x) + Cx S.G.
x
EXERCÍCIOS
−x 1 −x 5 x2 − x 1 − x
y ( x) = C e x − y ( x) = − e
2
7) y’ + (1 – 2x)y = xe-x, y(0) = 2 e e
2 2 2
1 x 2 + sen( x )
9) y’ – cos(x) y = xex² + sen(x), y(0) = 2 y ( x ) = C e sen( x ) + e
2
3 sen( x ) 1 x 2 + sen( x )
y ( x) = e + e
2 2
x5 4 x5 x5 4 x5
4 x5 − 1 4 − 1
10) y ' + x y = x e
4 4 5
, y(0) = 1 y ( x) = C e 5
+ e 5
y ( x) = e 5 + e 5
5 5 5
4
11) y ' − y = x5e x , y(x) = x5ex – x4ex + Cx4
x
Definição: A função definida por z = f(x,y) será uma função homogênea de grau m se tivermos
f(λx,λy) = λmf(x,y).
Exemplos:
a) f(x,y) = 2x3 + 5xy2 é homogênea de grau 3, pois f(λx,λy) = 2(λx)3 + 5λx.(λy)2 = λ3f(x,y).
b) f(x,y) = yex/y é homogênea de grau 1, pois f(λx,λy) = λyeλx/λy = λf(x,y).
dy
Seja = f ( x, y ) , para verificar a homogeneidade desta equação é necessário e suficiente
dx
y x
que a função f(x , y) seja função de x e y e não de uma apenas, respectivamente, na razão ou .
x y
dy y dy x
Assim, uma equação diferencial homogênea tem a forma: = f ou = f .
dx x dx y
Exemplos:
dy y 2 + 2 xy
a) =
dx x2
dy x+ y
b) = ln( y ) − ln( x) +
dx x− y
dy y 3 + 2 xy
c) =
dx x2
y
v= ou y=vx
x
dy y dy
Então, a equação = f torna-se = f (v) , em que v é a função de x e substitui y.
dx x dx
dy dv
=v+x
dx dx
dv
Portanto, f (v ) = v + x .
dx
O fato mais importante é que as variáveis x e v são sempre separáveis na solução desta
y
equação. Depois de resolvida a equação em v, substituímos v = que nos levará a solução geral da
x
equação original.
y 2 + 2 xy
Exemplo 12) Resolva a equação diferencial y' =
x2
2
dy y 2 2 xy dy y y
Solução: = + 2 => = +2
dx x 2 x dx x x
y dy dv
v= e y = vx => =v+x
x dx dx
dv dv dv dx
v+ x = v 2 + 2v => x = v2 + v => =
dx dx v +v
2 x
1 1
∫ v 2 + v dv = ∫ x dx OBS: A integral do lado esquerdo é integrada por frações parciais.
1 1
∫ v − v + 1 dv = ln( x) + C
v
ln(v) – ln(v + 1) = ln(x) + C => ln = ln( x) + C
v +1
e
ln (vv+1 ) = e ln( x) + C =>
v
= Cx
v +1
y
y
Como v = => y
x
= Cx
x
x
+1
y
y
x
y+x
= Cx => = Cx
y+x
x
Cx 2
y ( x) = S.G.
1 − Cx
EXERCÍCIOS
dy x + y
1) = y(x) = xln(x) + Cx
dx x
dy x 2 + xy + y 2
2) = , y(1) = 1,557 y(x) = x tg( ln(x) + C) y(x) = x tg( ln(x) + 1)
dx x2
dy x + 3 y 2x
4) = y ( x) = ln( y + x) + =C
dx x− y y+x
dy x 2 + 3 y 2
5) = , y(1) = 1 y ( x) = ± x Cx − 1 y ( x) = ± x 2 x − 1
dx 2 xy
1
x3 3
1
5x
8) (5x – y)dx + 3xdy = 0 y ( x) = C x −
3
2
y
y
10) e + y ' −
x
=0 y(x) = -x ln( ln(x) + C)
x
x y
11) y ' = + y ( x) = ± x 2 ln( x) + C
y x
dy
M(x, y)dx + N(x, y)dy = 0 ou M ( x, y ) + N ( x, y ) =0
dx
∂M ∂N
Para verificar se a equação é exata é necessário e suficiente que: =
∂y ∂x
∂ϕ ∂ϕ
dϕ = dx + dy = M ( x, y ) dx + N ( x, y ) dy
∂x ∂y
∂ϕ ∂ϕ
dx = M ( x, y ) dx e dy = N ( x, y ) dy
∂x ∂y
∂ϕ
Se, dx = M ( x, y ) dx e ϕ ( x, y ) = ∫ M ( x, y ) dx + ϕ ( y )
∂x
Neste caso y deve ser considerado como uma constante e ϕ(y) é a constante (em relação a x) de
integração. Para determinarmos ϕ(y) fazemos:
∂ϕ
=
∂y ∂y
∂
[∫ M ( x, y) dx] + ϕ ' ( y) = N ( x, y) => ϕ ' ( y ) = N ( x, y ) − ∫
∂M
∂y
dx
∂ϕ
Se, dy = N ( x, y ) dy e ϕ ( x, y ) = ∫ N ( x, y ) dy + ϕ ( x)
∂y
Neste caso x deve ser considerado como uma constante e ϕ(x) é a constante (em relação a y) de
integração. Para determinarmos ϕ(x), fazemos:
∂ϕ
=
∂x ∂x
∂
[∫ N ( x, y) dy ] + ϕ ' ( x) = M ( x, y) => ϕ ' ( x ) = M ( x, y ) −
∂N
∫ ∂x dy
Exemplo 13) Determine a solução geral da EDO 3x²y + 8xy² + (x³ + 8x²y + 12y²)y’ = 0
∂M ∂N
= 3x 2 + 16 xy = 3 x 2 + 16 xy a equação é exata.
∂y ∂x
∂N
ϕ ( x, y ) = ∫ N ( x, y ) dy + ϕ ( x) ϕ ' ( x ) = M ( x, y ) − ∫ dy
∂x
ϕ ' ( x) = 3 x 2 y + 8 xy 2 − ∫ 3 x 2 + 16 xy dy
ϕ ( x, y ) = ∫ x 3 + 8 x 2 y + 12 y 2 dy + 0
with(DEtools):
P2:= DEplot(D(y)(x)=-(3*x^2*y(x)+8*x*y(x)^2)/(x^3+8*x^2*y(x)+12*y(x)^2),[y],x=2..6,y=-25..10,{[2,-2],[2.4,-
3],[2.6,-4],[2.5,-5],[3,-6],[3.2,-7],[3.4,-8],[3.6,-9]},arrows=NONE,color=blue,title=`Campos de direções em curvas`):%;
Uma equação diferencial que não é exata, mas redutível à exata, pode ser reduzida a uma
equação exata multiplicando-se toda a equação por um fator de integração apropriado. Os fatores de
integração conhecidos são:
1 ∂M ∂N
a) u ( x) = e ∫
g ( x ) dx
; g ( x) = − , sendo que u(x) é função somente de x.
N ∂y ∂x
∂N ∂M
b) u ( y ) = e ∫
g ( y ) dy 1
; g ( y) = − , sendo que u(y) é função somente de y.
M ∂x ∂y
1
c) ; se a EDO for homogênea e M(x, y)⋅x + N(x, y)⋅y ≠ 0.
M ⋅x + N⋅y
1
d) ; se a EDO pode se escrita na forma y⋅f(x,y)dx + x⋅g(x,y)dy = 0 e f(x,y) ≠ g(x,y).
M ⋅x − N⋅y
∂M ∂N
= cos( x) = 0 a equação não é exata.
∂y ∂x
1 ∂M ∂N
u ( x) = e ∫
g ( x ) dx
; g ( x) = −
N ∂y ∂x
cos( x ) − 0
g ( x) = ⇒ g ( x ) = cos( x )
1
u ( x) = e ∫
cos( x ) dx
⇒ u ( x) = e sen( x ) é o fator integrante
∂M ∂N
= cos( x) e sen( x ) = cos( x) e sen( x )
∂y ∂x
∂N
ϕ ( x, y ) = ∫ N ( x, y ) dy + ϕ ( x) ϕ ' ( x ) = M ( x, y ) − ∫ dy
∂x
ϕ ( x, y ) = ∫e
sen( x)
dy => ϕ(x, y) = y esen(x)
y(x) = C e-sen(x)
sen(x)
ye =C =>
3 − sen( x )
1,5 esen(0) = C => C = 3/2 y ( x) = e S.P.
2
EXERCÍCIOS
x dy
6) 1 + − sen( y ) =0 ycos(y) – sen(y) + xy = C
y dx
1 dy
11) 2 xy 2 + cos( x) + 2 x 2 y + = 0 x²y² + sen(x) + ln|y| = C
y dx
1 1 dy 1 1
12) 2 xy 3 − 3 + 3x 2 y 2 − 2 =0 x2 y3 + + =C
x y dx x2 y
FATORES DE INTEGRAÇÃO
1
O fator de integração é que reduz a EDO original numa equação de variáveis
f 2 ( x) ⋅ g 2 ( y )
f ( x) g ( y)
separáveis. Deste modo a equação original pode ser escrita na forma 1 dx + 1 dy = 0
f 2 ( x) g 2 ( y)
dy
2) Seja a equação diferencial da forma + p ( x ) y = q ( x ) (linear de 1ª ordem)
dx
O fator de integração é µ ( x) = e ∫
p ( x ) dx
que torna a EDO facilmente resolvida pelas seguintes
fórmulas:
1 ∂M ∂N
(I) u ( x) = e ∫
g ( x ) dx
; g ( x) = −
N ∂y ∂x
∂N ∂M
(II) u ( y ) = e ∫
g ( y ) dy 1
; g ( y) = −
M ∂x ∂y
dy y
4) seja a equação diferencial da forma M(x,y)dx + N(x,y)dy = 0, homogênea = f ou
dx x
dy x
= f com M(x, y)⋅x + N(x, y)⋅y ≠ 0.
dx y
1
O fator de integração é que reduz a EDO à forma exata.
M ⋅x + N⋅y
Exemplos 15) Resolva a seguinte EDO xdy – ydx = 0, utilizando um fator de integração.
Solução:
1 1
a) Se o fator de integração for = , as variáveis são separadas e a solução é por
f 2 ( x) ⋅ g 2 ( y ) xy
separação de variáveis. Então:
1 1 1 1 1
xdx − dy = 0 => dy = dx => y(x) = Cx
xy xy xy y x
1 ∂M ∂N
b) Se o fator de integração for u ( x) = e ∫
g ( x ) dx 1
; g ( x) = − , u ( x) = 2 ; ou
N ∂y ∂x x
∂N ∂M
u ( y) = e ∫
g ( y ) dy 1 1
; g ( y) = − , u ( y ) = 2 . A EDO se reduz à forma exata.
M ∂x ∂y y
xdy − ydx 1 y
=0 => dy − 2 dx = 0 => y(x) = Cx
x2 x x
1
c) Se o fator de integração for , a equação se reduz a uma EDO linear de 1ª ordem.
x dx
1 1 dy 1
xdy − ydx = 0 ⇒ − y=0 => y(x) = Cx
x dx x dx dx x
EXERCÍCIOS GERAIS
1
1) (x – 1)²ydx + x²(y + 1)dy = 0 y + x + ln( y ) − 2 ln( x ) − =C
x
dy y x 2 5 x 2 2 −x
3) − = e −x , y(0) = 1 y ( x) = C e 2
− e−x y ( x) = e − e
dx 2 3 3 3
dy 2 y − 4 x
5) = , y(1) = 3 y(x) = C – 2x y(x) = 5 – 2x
dx 2 x − y
6)
dy
+ y
1
dx x cos ()
y
=
y
x
y
x
sen ( )+ cos( ) + ln( x) = C
y
x
y
x
x
7)
dy
= y
1
+
y
e
y
x
( ( )) − ln( x) = C
+ ln sec y
dx e x + tg ()
y
x
x x
x 3 − cos( x )
8) y’= x²y + y sen(x) y ( x) = C e 3
dy y 3 3 C
9) + = 3 cos(2 x) y ( x) = sen(2 x) + cos(2 x) +
dx x 2 4x x
dy e − x − e x
10) = , y (0) = 1 2y² + 3y + e-x + ex = C, C=7
dx 3 + 4y
dy
+ p( x) y = q( x) y n (1)
dx
dy
y −n + p ( x ) y 1− n = q ( x )
dx
dy 1 dv
Fazendo as substituições y −n = e v = y1-n obtemos:
dx (1 − n) dx
1 dv dv
+ p ( x )v = q ( x ) => + (1 − n) p ( x ) v = (1 − n) q ( x )
1 − n dx dx
que é uma equação linear de primeira ordem. Depois de encontrada a solução geral desta EDO,
substitui-se v = y1-n para encontrar a solução geral de (1).
OBSERVAÇÃO: A solução geral de uma EDO linear de 1ª ordem v’ + p(x)⋅v = q(x) pode ser
encontrada pelas fórmulas:
v( x) = C e ∫
− p ( x ) dx
a) Se q(x) = 0, então a S.G. é:
v( x ) e ∫ = ∫ e∫
p ( x ) dx p ( x ) dx
b) Se q(x) ≠ 0, então a S.G. é: ⋅ q ( x) dx + C
dy
Exemplo 16) Achar a S.G. da EDO de Bernoulli − y = xy 5
dx
dy dy
y −5 − y y −5 = xy 5 y −5 => y −5 − y −4 = x
dx dx
dv dy 1 dv dy
= −4 y −5 ⇒ − = y −5
dx dx 4 dx dx
1 dv dv
− −v = x ⇒ + 4v = −4 x que é uma equação linear. Portanto:
4 dx dx
ve ∫ = ∫ e∫
4 dx 4 dx
.(−4 x) dx + C é a solução em v como função de x
1
ve 4 x = − xe 4 x + e 4 x + C substituindo v = y-4, obtém-se a solução final:
4
onde a(x), b(x) e c(x) são três funções que dependem de x. Se conhecermos uma solução particular
da equação, por exemplo y1, a seguinte mudança de variável transformará a equação de Riccati em
uma equação linear
1 dy dy1 1 dv
y = y1 + ⇒ = −
v dx dx v 2 dx
A solução é obtida em relação a variável v = v(x) e então substitui-se na variável y para obtenção da
solução geral.
Exemplo 17) Encontre a solução geral da seguinte equação sabendo que y1(x) é solução particular
y' = exy2 – y + e-x y1(x) = -e-x cotg(x)
1 dy dy1 1 dv
y = y1 + ⇒ = −
v dx dx v 2 dx
e conveniente não substituir y1 pela função dada, já que o fato desta ser solução da equação
simplificará os resultados. Substituindo na equação de Riccati obtem-se:
2
1 1 1
y ' = y − 2 v ' = e x y1 + − y1 + + e− x
'
1
v v v
como y1 é solução, o termo nos parênteses no lado esquerdo é zero e obtém-se a seguinte equação
linear para v(x):
v’ – (2cotg(x) + 1) v = -ex
que é uma equação linear de primeira ordem cuja solução é dada por:
v⋅e ∫ = −∫ e ∫
− (2cot g ( x ) +1) dx − (2cot g ( x ) +1) dx
⋅ e x dx + c
v = exsen(x)(cos(x) + c sen(x))
sen( x) − c cos( x)
Finalmente, y ( x) = e − x
cos( x) + c sen( x)
EXERCÍCIOS
−1
2 1 3
a) y’ + 2xy = xy 4
y ( x) = Ce 3 x +
2
b)
dy 1 1
+ y = (1 − 2 x ) y 4
dx 3 3
(
y ( x ) = Ce x − 2 x − 1 ) −1
3
1
c) y’ + y = y2(cos(x) – sen(x)) y ( x) =
Ce − sen( x)
x
−1
4 x 2 x ln( x)
− = y 3 (1 + ln( x) )
dy y 2
d) y ( x) = − − + Cx −2
dx x 9 3
x2
e) y y’ = xy 2
y ( x) = C e 2
−1
f) y’ + y = ex y2 y ( x) =
e (x − C)
x
1
dy y 3x 2 4
g) − = − y5 y ( x) =
3
dx 2 x C + 4x
1
−
dy 2 y3 1 2
h) + y= 3 y ( x) = 2 + C x 4
dx x x 3x
dy 1 1
i) + y = x y2 y ( x) =
dx x C x − x2
2x
j) xy’ – y + y² = x²; y1(x) = x y ( x) = x +
C e2 x − 1
y 2x
k) y ' = x 3 + ( y − x) 2 + ; y1(x) = x y ( x) = x +
x C − x2
1
l) y’ = xy² + (1 – 2x)y + x – 1; y1(x) = 1 y ( x) = 1 +
1 − x + C e− x
2
m) y’ = e-x y² + y – ex ; y1(x) = ex y ( x) = e x + −3 x
Ce − e− x
2x
n) xy’ – 3y + y² = x² – 2; y1(x) = x + 1 y ( x) = x + 1 +
C e2 x − 1
2x
o) y’cos(x) = cos²(x) – y sen(x) + y²; y1(x) = sen(x) y ( x) = sen( x) +
C cos( x) − sen( x)
C e3 x + 6 x − 1
2
1
p) x²y’ + 2x²(3x – 1)y + x³y² – 6x² + x + 1 = 0; y1 ( x ) = y ( x) =
C xe3 x − x
2
x
1 C x1− a + a
q) x²y = -x²y² + axy – a; y1 ( x ) = y ( x) =
x x ( Cx1− a + 1)
Definição: Quando todas as curvas de uma família G(x, y, c1) = 0 interceptam ortogonalmente
todas as curvas de outra família H(x, y, c2) = 0, então diz-se que as famílias são trajetórias
ortogonais uma da outra.
Assim, pode-se dizer que duas curvas C1 e C2 são ortogonais em todos os pontos do domínio
de ambas se, e somente se, suas retas tangentes T1 e T2 são perpendiculares em todos os pontos de
intersecção. Exceto no caso em que T1 e T2 são paralelas aos eixos coordenados, queremos dizer
que os coeficientes angulares m1 e m2 das retas tangentes T1 e T2 são inversos opostos um do outro,
isto é: (m1.m2 = -1).
Exemplo 19) As retas que passam pela origem são as trajetórias ortogonais da família de
circunferências com centro na origem.
Exemplo 20) As circunferências com centro em y e passando pela origem são as trajetórias
ortogonais da família de circunferências com centro em x e passando pela origem.
Exemplo 21) As curvas de temperatura constante T(x, y) = k num campo de temperatura são
chamadas de isotérmicas. Suas trajetórias ortogonais são as curvas ao longo das quais fluirá calor.
−1
ii) Substituímos yC′ na expressão yT′ = e encontramos a equação diferencial de T.
yC′
−1 1
Assim, yT′ = = = −1 e a equação diferencial de T é: y´ = − 1.
yC′ −1
y = c x2 => y´= 2c x
Observemos que a constante c não foi eliminada com a derivação como no caso anterior. Usamos
então o sistema:
y = c x2 ( 1 )
. Isolando c em (1) e substituindo em (2) obtemos:
y
c ′ = 2c x ( 2 )
y 2y 2y
yc' = 2 2
x = . A equação diferencial de c é, portanto: yC′ = .
x x x
−1
ii) Substituímos yC′ na expressão yT′ = e encontramos a equação diferencial de T.
yC′
−1 −1 x x
Assim, yT′ = = = − e a equação diferencial de T é: y ′ = −
yC′ 2 y 2y 2y
x
dy x
x dx
=−
2y
⇒ 2 ydy = − xdx ⇒ ∫ 2 y dy = ∫ − x dx
y′ = − ⇒
2y x2
y2 = − +C
2
2 2
A família de trajetórias pode ser reescrita como x + 2 y = C1 que é uma família de elipses.
Exemplo 25) Mostre que as curvas definidas por C1: y = x3 e C2: x 2 + 3 y 2 = 4 são ortogonais no(s)
ponto(s) de interseção.
x
y'1 = 3x2 e y2' = −
3y
3y
3x 2 = ⇒ y = x3 => x = -1 e x = 1
x
x 4
No ponto (-1 , -1) y1 = 3x + 2 e y2 = − −
3 3
x 4
No ponto (1 , 1) y1 = 3x – 2 e y2 = − +
3 3
EXERCÍCIOS
a) x 2 + y 2 = C R : y = Kx
1 2
b) y = Cx 2 R: x + y2 = K
2
c) x 2 − y 2 = C 2 R : xy = K
d ) y = C ex R : y 2 = −2 x + K
e) x 2 − y 2 = Cx R: x 2 y + 1/ 3 y 3 = K
f ) y 2 = Cx3 R: 2 x2 + 3 y 2 = K
g ) x1/3 + y1/3 = C R: y 5/3 − x5/3 = K
h) x 2 + y 2 = Cx R: x 2 + y 2 = Ky
i) 3x + 4 y = C
dT
Então, a taxa de variação da temperatura do corpo no decorrer do tempo é e a lei de
dt
Newton relativa à variação de temperatura pode ser formulada como:
dT dT
= − k (T − Tm) ou + kT = kTm
dt dt
onde k é uma constante de proporcionalidade. Se k > 0, torna-se necessário o sinal negativo na lei
dT
de Newton, a fim de tornar negativa em um processo de resfriamento.
dt
dT dT
= − k (T − Tm) = − k (T − Tm)
dt dt
dT dT
∫ = ∫ − kdt = − kT + kTm
T − Tm dt
ln(T − Tm) = − kt + C dT
+ kT = kTm
dt
e ln( T− Tm) = e − kt + C
T e∫ = ∫ e∫
p (t ) dt p (t ) dt
. q (t ) dt + C
T − Tm = C. e − kt
T e∫ = ∫ e∫
kdt kdt
. kTm dt + C
− kt
T = C. e + Tm
T e kt = ∫ e kt . kTm dt + C
[
T = e − kt e kt .Tm + C ]
T = C. e − kt + Tm
EXERCÍCIOS
dT
dt = − k (T − 30)
Solução: T (0) = 100
T (15) = 70
dT 1
T − 30
= − kdt => ∫ T − 30 dT = − ∫ k dt
4 4 4
= e −15k ⇒ ln = ln e −15k ⇒ − 15k = ln
7 7 7
4
ln
k=
7
− 15
k = 0,037307719
10
40 = 70. e −0,037307719.t + 30 => = e − 0,037307719.t
70
1
ln
t= 7 => t ≈ 52 min
− 0,037307719
2) Uma certa substância esfria-se de 100ºC a 60ºC em 10 minutos, ao ar, sendo a temperatura
deste 20ºC. Achar a temperatura da substância após 40 minutos.
Prof. Lucas S. Ribeiro Página 40
Apostila de Equações Diferenciais Ordinárias – UTFPR – Medianeira/PR
dT = − k (T − 20)
Solução: T(0) = 100
T(10) = 60
dT
= − kdt ⇒ T (t ) = C.e −kt + 20
T − 20
t = 10 ⇒ 60 = 80. e − k10 + 20
40
= e −10 k + 20
80
então:
P é a população no instante t
dP
é a taxa de crescimento populacional no instante t segundo as condições do problema
dt
Então:
dP
dt = kP
onde k é o coeficiente de proporcionalidade.
P (0) = P
o
Este modelo é aplicado em certos tipos de microrganismos que se reproduzem por mitose.
dP dP dP
dt
= kP ⇒ ∫ P ∫
= kdt
dt
= kP ⇒ P ' − kP = 0
ln P = kt + C ⇒ eln P = e kt +C P = C.e ∫
− a ( t ) dt
⇒ P = C.e ∫
− − kdt
P = C.e kt
P = C. e kt
P( t ) = C. e kt
3) Sabendo-se que a população de uma cidade dobra em 50 anos, em quantos anos ela será o
triplo, admitindo-se que a razão do crescimento é proporcional ao número de habitantes dessa
cidade.
Solução:
dP
dt = kP
P(0) = Po A solução geral dessa equação é dada por
P(50) = 2 Po
P( t ) = C. e kt
t = 50 ⇒ P(t ) = 2 Po ⇒ P(50) = 2 Po
então, em t = 0 ⇒ P(0) = C. e k 0 ⇒ Po = C
2 Po
= e50 k ⇒ 2 = e50 k
Po
ln 2 = ln e50 k ⇒ ln 2 = 50k
ln 2
k= ⇒ k = 0, 01386
50
como P( t ) = C. e kt então,
t ≈ 79 anos
4) Uma colônia de bactérias cresce a uma razão proporcional ao número de bactérias presentes. Se
o número de bactérias duplica em 24 horas, quantas horas serão necessárias para que as
bactérias aumentem em 100 vezes a sua quantidade original?
Solução:
dP
dt = kP
P (0) = Po A solução geral dessa equação é dada por
P (24) = 2 P
o
P( t ) = C. e kt
t = 24 ⇒ P(t ) = 2 Po ⇒ P (24) = 2 Po
então em t = 0 ⇒ Po = C.e k .0 ⇒ Po = C
em t = 24 ⇒ 2 Po = C.e k .24 ⇒ 2 Po = Po . e 24 k
2 Po
= e 24 k ⇒ 2 = e24 k
Po
ln 2 = ln e 24 k ⇒ ln 2 = 24k
ln 2
k= => k = 0,02888
24
como P( t ) = C. e kt então
Em quantas horas o número de bactérias aumentará 100 vezes a população inicial (P(t)=
100Po)?
t ≈ 159 horas
5) Sabe-se que a massa de certa substância radioativa diminui a uma taxa proporcional à
quantidade de massa presente. Se, inicialmente, a quantidade de massa de material radioativo é
de 50 mg, e observa-se que, após 2 horas, perderam-se 10% da massa original, determine:
a) a função para calcular a massa de substância restante em qualquer tempo t;
b) a massa restante após 4 horas;
c) o tempo necessário para que a massa inicial fique reduzida à metade.
dm
dt = k m
Solução: m(0) = 50
m(2) = 45
1 1
a)
m
dm = k dt ⇒ ∫ m dm = ∫ k dt ⇒ m(t ) = C e k t
1 9
m(2) = 45 => 50 e2k = 45 => k= ln
2 10
t 9
ln
então, m(t ) = 50 e 2 10
4 9
ln
m(4) = 50 e 2 10
=> m(4) = 40,5 mg
t 9
ln
25 = 50 e 2 10
=> t = 13,16 horas
Seja um circuito simples do tipo RL (Fig. 1), consistindo de uma resistência R (em ohms), um
indutor L (em henries) e uma força eletromotriz (f.e.m) E (em volts). Aplicando-se a segunda lei de
Kirchhoff obteremos a equação diferencial que rege a quantidade de corrente I (em ampères) neste
circuito
dI R E
+ I=
dt L L
Figura 1: Circuito RL
dq 1 E
+ q=
dt RC R
Figura 2: Circuito RC
dI 50 5
dI R E + I=
Solução: + I= ⇒ dt 1 1
dt L L I (0) = 0
I e∫ = ∫ e∫
50 dt 50 dt
5 dt + C ⇒ I e50t = ∫ 5 e50t dt + C
1 1 −50t
=> I (t ) = − e
10 10
1 50t 1
I e50t = e + C ⇒ I (t ) = + C e−50t
10 10
Prof. Lucas S. Ribeiro Página 46
Apostila de Equações Diferenciais Ordinárias – UTFPR – Medianeira/PR
Consideremos um tanque com uma quantidade inicial de Vo litros de salmoura, que contém
“a” kg de sal. Despeja-se no tanque outra solução de salmoura com “b” kg de sal por litro à razão
de “h” litros/minutos, enquanto, simultaneamente, a solução resultante, bem misturada, se escoa do
tanque à razão de “f ” litros/minutos. O problema consiste em determinar a quantidade de sal
presente no tanque no instante “t”. Seja
dQ
= taxa de variação da quantidade de sal em relação ao tempo.
dt
dQ
= Taxa se sal que entra no tanque - Taxa de sal que sai do tanque.
dt
kg ℓ
C = b kh / ℓ e ν = h ℓ / min então, Te = b .h
ℓ min
Te = b h kg / min
V = Vo + h. t − f . t
Q Q
C= então, Ts = .f
Vo + h. t − f . t Vo + h. t − f . t
f
Ts = . Q kg / min
Vo + h. t − f . t
dQ f dQ f
dt = b. h − V + h. t − f . t . Q dt + V + h. t − f . t . Q = b. h
Portanto, o ⇒ o
Q( 0) = a Q( 0) = a
que é uma E.D.O Linear de 1ª Ordem Não-Homogênea cuja solução é dada por
− p ( t ) dt
Q (t ) = e ∫ e∫ ⋅ q (t ) dt + c
p ( t ) dt
∫
−∫
f
dt ∫
f
dt
Q( t ) = e Vo + ( h − f ) t c + ∫ e o h − f ) t . bh. dt
V + (
−f
ln[Vo + ( h − f ).t ] f
ln[Vo + ( h − f ).t ]
c + bh ∫ e
h− f h− f
Q(t ) = e dt
−f
Q (t ) = [Vo + ( h − f ).t ] h − f c + bh ∫ [Vo + ( h − f ) t ] h− f dt
f
f h
b. h ( h − f )
Q( t ) = [ Vo + ( h − f ). t ] f − h c + . . [ Vo + ( h − f ). t ] h − f
(h − f ) h
f −h
Q( t ) = [ Vo + ( h − f ). t ] f − h c + b. [ Vo + ( h − f ). t ] f − h
f
Q(t ) = c [Vo + (h − f ) t ] f −h + b [Vo + (h − f ) t ] quando h ≠ f
Q
Concentração no instante t ⇒ C =
Vo
Q h
Então, Ts = h ⇒ Ts = Q kg / min
Vo Vo
dQ h dQ h
= bh− Q + Q = bh
Portanto, dt Vo ⇒ dt Vo
Q (0) = a Q (0) = a
− p ( t ) dt
Q (t ) = e ∫ e∫ q (t ) dt + c
p ( t ) dt
∫
−∫
h
dt ∫
h
dt −
h
.t h
.t
Q( t ) = e Vo c + ∫ e Vo . bh. dt => Q( t ) = e Vo c + ∫ e Vo . bh. dt
−
h
.t h
.t
−h
t
Q( t ) = e Vo c + b. h. Vo . e Vo => Q(t ) = C e Vo
+ bVo
h
7) Um tanque contém 100 litros de salmoura na qual estão dissolvidos 50 kg de sal. Uma
salmoura contendo 2 kg/ ℓ , entra no tanque à razão de 3 ℓ /min. A mistura, suposta uniforme,
escoa do tanque à razão de 1 ℓ /min. Qual a quantidade de sal existente na solução do tanque
no fim de 100 min? Qual a concentração de sal na solução após os 100 minutos?
Solução:
dQ
= Taxa de sal que entra no tanque - Taxa de sal que sai do tanque
dt
Te = C. ν = 2 kg / ℓ . 3 ℓ / min = 6 kg / min
Ts = C. ν
Q
Concentração de salmoura após t minutos ⇒ C=
100 + 2. t
Q Q
Então, Ts = .1 = kg / min
100 + 2. t 100 + 2. t
dQ Q
dt = 6 − 100 + 2. t
Q(0) = 50
dQ Q
+ =6
dt 100 + 2. t
ou f
Q(t ) = c [Vo + (h − f ) t ] f −h + b [Vo + (h − f ) t ]
− p ( t ) dt
Q (t ) = e ∫ e∫ q (t ) dt + c
p ( t ) dt
∫ Vo = 100
−∫
1
dt ∫
1
dt h=3
Q( t ) = e 100 + 2 t c + ∫ e 100 + 2 t .6 dt
f =1
b=2
1
− ln (100 + 2 t ) 1
ln (100 + 2 t )
Q( t ) = e 2 c + ∫ e 2 .6 dt 1
Q( t ) = c.[100 + (3 − 1). t ]1− 3 + 2.[100 + (3 − 1). t ]
− 12 1 −1
Q( t ) = (100 + 2 t ) c + 6∫ (100 + 2 t ) . dt Q( t ) = c. [100 + 2. t ] 2 + 2. [100 + 2. t ]
2
1 6 2 3
Q( t ) = c + 2 . 3 (100 + 2 t )
2
100 + 2 t
c
Q(t ) = + 2[100 + 2t ]
c 100 + 2t
Q(t ) = + 2(100 + 2t )
100 + 2t
c
mas Q(0) = 50 ⇒ 50 = + 200 ⇒ c = -1500
100
−1500
portanto, Q(t ) = + 2 (100 + 2t )
100 + 2t
− 1500
Para t = 100 ⇒ Q(100) = + 2.(100 + 200) ⇒ Q(100) = 513,3 kg
100 + 2 t
Q Q(100) 513,3
Então, C= ⇒ C(100) = ⇒ C(100) =
100 + 2 t 100 + 2 . 100 100 + 200
C(100) = 1,7 kg / ℓ
8) Um tanque contém 100 litros de salmoura na qual estão dissolvidos 50 kg de sal. Uma
salmoura, contendo 2 kg ℓ é derramada no tanque à razão de 3 ℓ min . A mistura, suposta
uniforme, escoa do tanque na mesma razão. Qual a quantidade de sal existente na solução do
tanque no fim de 20 minutos? Qual a concentração de sal na solução após esses 20 minutos?
Solução:
dQ
= Taxa de sal que entra no tanque - Taxa de sal que sai do tanque
dt
Te = C. ν = 2 kg / ℓ . 3 ℓ / min = 6 kg / min
Ts = C. ν
Q
Concentração de salmoura após t minutos ⇒ C=
100
Q 3. Q
Então, Ts = .3 = kg / min
100 100
dQ 3. Q dQ 3
dt = 6 − 100 dt + 100 . Q = 6
⇒
Q(0) = 50 Q(0) = 50
ou Te = Ts
− p ( t ) dt − h .t
Q (t ) = e ∫ e∫ q (t ) dt + c
p ( t ) dt
∫ Q( t ) = c. e Vo
+ b. Vo
−∫
3
.dt ∫
3
.dt Vo = 100
Q( t ) = e 100 c + ∫ e 100 .6 dt b=2
h=3
3 3 f =3
− .t .t
Q( t ) = e 100 c + 6. ∫ e 100 . dt
−3
.t
Q(t ) = c.e100 + 2 ⋅100
3
− .t 100 3100.t
Q( t ) = e 100
c + 6. 3 . e
−3
.t
Q( t ) = c. e 100 + 200
3
− .t
Q( t ) = c. e 100 + 200
−3
.0
mas Q(0) = 50 ⇒ 50 = c. e 100 + 200 ⇒ c = −150 portanto
−3
.t
Q( t ) = −150. e 100 + 200
−3
.20
por outro lado para t = 20 ⇒ Q( 20) = −150. e 100 + 200
Q(20) = 117 kg
Q Q(20) 117
Logo, C= ⇒ C(20) = =
100 100 100
C(20) = 117
, kg / ℓ
PROBLEMAS
1) Uma barra de ferro, que é colocada em uma sala fechada, é resfriada de 800 °F para 500 ºF em
3 minutos. Considerando que a temperatura da sala seja de 80 ºF, determine o tempo necessário
para que a temperatura da barra de ferro chegue a 100 ºF. t = 19,94 min.
7) Um tanque contém 50 litros de salmoura na qual estão dissolvidos 20 kg de sal. Sal puro é derramado
no tanque em uma razão de 1 kg/min. A mistura mantém-se uniforme e escoa do tanque a razão de 2 ℓ
/min. Qual a quantidade de sal existente no tanque no fim de 10 minutos? Qual a concentração no fim
desse tempo? Q(10) = 19,66 kg/l; C(10) = 0,64 kg / ℓ
8) Uma solução de 60 kg de sal em água enche um tanque de 400 litros. Faz-se entrar água nesse
tanque à razão de 8 ℓ / min e a mistura, mantida homogênea por agitação, sai na mesma razão.
Qual a quantidade de sal existente no tanque no fim de 1 hora? E qual a concentração no fim
desse tempo? Q(60) = 18 kg e C( 60) = 0,045 kg / ℓ
10) Um tanque contém inicialmente 100 litros de água pura. Depois, uma solução com 0,5 g / ℓ de sal entra
no tanque à vazão de 2 ℓ / min , e a solução homogênea, sai do tanque à mesma vazão. Depois de 10
minutos o processo é suspenso e água passa a fluir para o tanque com vazão de 2 ℓ / min e a solução
continua a sair na mesma vazão. Calcular a quantidade de sal no tanque após 20 minutos. Q(20) = 7,42
g
11) Um circuito elétrico RL tem f.e.m. (em volts) dada por , resistência de 10 ohms, indutância de
0,5 henry e corrente inicial de 6 ampères. Determine a corrente no circuito no instante t.
609 −20t 30 3
R: I (t ) = e + sen(2t ) − cos(2t )
101 101 101
12) Um circuito RC tem f.e.m. (em volts) dada por 400cos(2t), resistência de 100 ohms e
capacitância de 10-2 farad. Inicialmente, não existe carga no capacitor. Determine a corrente no
4 8 16
circuito no instante t. R: I (t ) = e −t − sen(2t ) + cos(2t )
5 5 5
13) Certa substância radioativa decresce a uma taxa proporcional à quantidade presente. Observa-se
que após uma hora, houve uma redução de 10% da quantidade inicial da substância, determine a
“meia-vida” da substância. R: 6,6 horas.
Observação: Meia-vida é o tempo necessário para que a massa da substância se reduza pela
metade.
Dados: A temperatura do escritório era de 20°C. Quando a polícia chegou, mediu a temperatura do
defunto, achando 35°C; uma hora depois, mediu novamente obtendo 34,2°C. E por último
suponhamos que a temperatura normal de uma pessoa viva seja de 36,5°C.
APLICAÇÕES À MECÂNICA
Algumas das aplicações mais importantes das equações diferenciais de primeira ordem
encontram-se no domínio da mecânica elementar. Vamos considerar alguns problemas que
envolvem o movimento de um corpo rígido sobre uma reta. Admitimos que os corpos obedecem à
lei do movimento, de Newton: A força externa é igual ao produto da massa pela aceleração.
Portanto:
F = m⋅a (1)
Vamos agora considerar um corpo caindo livremente num vácuo, e bastante próximo da terra,
de modo que a única força significativa que atua sobre o corpo é o seu peso, provocado pelo campo
gravitacional terrestre. A equação (1) assume então a forma:
P = m⋅ g (2)
Mesmo que a massa do corpo permaneça constante, o seu peso, e a aceleração da gravidade
alteram-se com a distância ao centro do campo gravitacional da terra. No nível do mar, o valor de g
medido experimentalmente, é igual a cerca de 32 ft/s² (sistema inglês), a 980cm/s² (sistema cm g s),
ou 9,8 m/s² (sistema m kg s).
Definição: Seja s(t) a coordenada de um ponto A (de um corpo) em uma reta no instante t.
ds
(I) A velocidade do corpo (numa direção) é dada por: v(t ) = s ' (t ) = .
dt
(II) A rapidez (pressa) do corpo é o módulo da velocidade |v(t)| = |s’(t)|. kv
d 2s
(III) A aceleração do corpo é dado por: a(t ) = v' (t ) = s" (t ) = 2 . mg
dt
x
Figura 1
Em nosso estudo é conveniente escolhermos sempre o eixo x como a reta ao longo da qual o
corpo se desloca. Uma vez especificada a direção positiva de x, um valor positivo de x indica um
ds
deslocamento nesta direção, um valor positivo de v = indica que o corpo se move na direção
dt
positiva do eixo x, um valor positivo da força F indica que ela atua na direção positiva de x positivo,
e assim por diante.
Por exemplo, digamos que um corpo de massa m cai, a partir do repouso, num meio que
oferece uma resistência proporcional a |v|, o módulo da velocidade instantânea do corpo. Admitindo
que a força gravitacional seja constante, determinar a posição e a velocidade do corpo em qualquer
instante de tempo.
Neste caso, é conveniente traçar a direção positiva do movimento para baixo, com a origem
na posição inicial do corpo (ver figura 1). O peso P = m⋅g atua na direção para baixo (positiva),
mas a resistência k⋅|v|, onde k é uma constante positiva, atua para impedir o movimento. Quando v >
0, a resistência está dirigida para cima (direção negativa) e é dada por – k⋅v. Quando v < 0, a
resistência atua para baixo e continua a ser dada por k⋅|v| = k⋅(-v) = – k⋅v. Assim em todos os casos,
alei do movimento de Newton pode ser escrita como:
dv dv k
m = mg − kv ou + v=g (3)
dt dt m
A equação é uma equação diferencial linear de primeira ordem, cujo fator de integração é
k t
p (t ) = e m . A resolução desta equação é dada por:
v(t ) e ∫ = ∫ e∫
p (t ) d t p ( t ) dt
⋅ g dt + C
v(t ) e ∫ m = ∫ e ∫ m ⋅ g dt + C
k dt k dt kt kt
⇒ v(t ) e m = ∫ e m ⋅ g dt + C
kt
mg mk t mg mk t −k t
v(t ) e m = e +C ⇒ v(t ) = e + Ce m
k k
mg −k t
v (t ) = + Ce m
k
mg −k t mg
+Ce m = 0 ⇒ C=−
k k
mg mg − mk t mg −kt
v (t ) = − e => v(t ) = 1 − e m (4)
k k k
Pela lei do movimento de Newton v(t) = s’(t), então a equação (4) pode ser escrita como:
ds mg mg − mk t mg mg − mk t
dt
=
k
−
k
e ⇒ ∫ ∫ k − k e dt
ds =
mg m2 g − k t
s (t ) = t + 2 e m +C
k k
mg m 2 g − mk ⋅ 0 m2 g
⋅0 + e +C = 0 ⇒ C=− 2
k k2 k
Portanto:
mg m 2 g − mk t m2 g mg m2 g −k t
s (t ) = + e − => s(t ) = − 2
1 − e m
(5)
k k2 k2 k k
A EDO (1) é dita homogênea se o termo G(x) = 0 ∀ x. Caso contrário a equação é não-
homogênea. Quando as funções P(x), Q(x) e R(x) são constantes e G(x) = 0, então, a equação (1) é
chamada de Equação Diferencial Linear Homogênea com Coeficientes Constantes e tem a forma:
onde a, b, c são constantes dadas. A equação (2) pode sempre ser resolvida com facilidade em
termos das funções elementares do cálculo.
Solução:
onde a = 1, b = 0, c = -1. Pensando um pouco verificamos que procuramos uma função em que a
segunda derivada seja igual a própria função. Neste caso a função y1 = ex tem esta característica,
pois, y1” = ex, mas y2 = e-x também é solução, pois, y2” = e-x. Podemos ainda considerar que os
múltiplos destas funções são soluções da equação (3). Assim temos que C1y1 = C1ex e C2y2 = C2e-x
são soluções da equação (3) ∀ C1 e C2. Ainda podemos observar que a soma das soluções da
equação (3) é também uma solução. Portanto, podemos dizer que a solução geral da equação (3)
tem a forma:
Voltemos agora para a equação (2) que tem coeficientes constantes: ay” + by’ + cy = 0.
Suponhamos que y = ert, em que r é um parâmetro a ser determinado. Assim temos que y’ = r⋅erx e
y” = r²⋅erx. Substituindo as derivadas na equação (2), obtemos:
ar2 + br + c = 0 (5)
A equação (5) é chamada Equação Característica da equação (2). O seu significado está em que,
no caso de r ser uma raiz da equação polinomial (5), y = erx ser uma solução da EDO (2). Uma vez
que a equação (5) é uma equação quadrática com coeficientes reais. Neste caso, pode-se ter duas
raízes reais e diferentes, duas raízes reais e iguais ou raízes complexas conjugadas. Vamos
considerar os três casos:
y( x) = C1e 1 + C2e 2
r x r x
(6)
Se a EDO (2) possuir condições iniciais y(xo) = yo, y’(xo) = yo’, para quaisquer valores de xo, yo e de
yo’ na equação (2), é sempre possível determinar C1 e C2 de modo a satisfazer as condições iniciais.
No caso de as duas raízes da equação característica serem iguais (r1 = r2), o discriminante
b
b − x
∆ = b 2 − 4 ac = 0 . Daí que r1 = r2 = − , as duas raízes levam a mesma solução. y1 = C1 e 2 a e não
2a
é evidente como se pode encontrar uma segunda solução para a equação (2). A fim de encontrarmos
a solução geral da equação (2), precisamos de uma segunda solução que não seja múltipla de y1.
Esta segunda solução pode ser encontrada através de um método criado pelo matemático francês
(Jean D´Alembert_1717–1783). A idéia é substituir a constante C por uma função v(x) e tentar fazer
a determinação de v(x) de modo que o produto v(x)⋅erx seja solução da equação (2).
y(x) = v(x) e rx ou y = v e rx
y’ = v’e rx + vr e rx
b
Como r = − é solução da equação (2) e e r x ≠ 0 , segue-se que
2a
ar² + br + c = 0 e 2ar + b = 0
d 2v
Assim, a = 0 , para obter v, faz-se:
dx 2
d dv d dv
=0
dx dx
⇒ ∫ dx dx = ∫ 0 dx
dv
dx
= C1 ⇒ ∫ dv = ∫ C dx1
v = C 1x => v(x) = C1 x
y ( x ) = C1 e r x + C2 x e r x (7)
Estas duas soluções não são proporcionais ou múltiplas uma à outra, e podemos verificar que são
linearmente independentes pelo cálculo do Wronskiano (W):
y1 y2 er x x er x
W ( y1 , y2 )( x) = => W ( y1 , y2 )( x) =
y1' y2' r er x er x + r x er x
No caso das raízes da equação característica ser números complexos conjugados, então:
r1 = α + βi e r2 = α – βi, onde α e β são números reais, logo a solução geral da equação (2) fica:
Para eliminar os números complexos da equação (8) um matemático suíço, Leonard Euler, criou
uma equivalência matemática que nos ajudará neste problema. Euler descobriu que:
Como deseja-se que a solução da EDO esteja em R deve-se escolher a constante C apropriadamente
1
de forma que se obtenha resultado real, assim, pode-se escolher C = − que se tem coeficiente real
i
na solução, finalmente, obtém-se um par de soluções reais L.I.:
CONCLUSÃO: A solução geral da equação diferencial (2) é a soma das funções u(x) + v(x):
(13)
y(x) = C1eα x cos(β x) + C2eα x sen(β x)
r² + 6r + 13 = 0 => r1 = -3 + 2i e r2 = -3 – 2i.
EXERCÍCIOS
Este método é válido quando a função g(x) tem uma das seguintes formas:
em que s é o menor inteiro não negativo que garanta que nenhuma parcela de yp(x) seja solução da
equação homogênea correspondente e A0; ... ;An são coeficientes a ser determinados substituindo-se
yp(x) na equação (14).
r2 + r = 0
que tem como raízes r1 = 0 e r2 = -1. Assim a solução geral da equação homogênea correspondente
y” + y’ = 0 é:
yh(x) = C1 + C2e-x
O segundo membro da equação, g(x) = 2 + x2, é da forma (I). Vamos procurar uma solução
particular da forma:
s = 1, pois para s = 0, a parcela A0 é solução da eq. homogênea (C1 = A0) e o polinômio g(x) é do
segundo grau.
A0 + 2 A1 =2
2 A1 + 6 A2 = 0
3 A2 = 1
que tem solução A0 = 4, A1 = -1 e A2 = 1/3. Assim uma solução particular da equação não
homogênea é:
1
y p ( x) = 4 x − x 2 + x 3
3
(II) – g(x) = (A0 + A1x + A2x² + ... + Anxn)eα x, em que A0; ... ; An; α ∈ IR.
em que s é o menor inteiro não negativo que garanta que nenhuma parcela de yp(x) seja solução da
equação homogênea correspondente e A0; ... ;An são coeficientes a ser determinados substituindo-se
yp(x) na equação (18).
r2 + 2r + 1 = 0
que tem como raízes r1 = r2 = -1. Assim a solução geral da equação homogênea correspondente
y” + 2y’ + y = 0 é:
O segundo membro da equação, g(x) = (2 + x)e-x, é da forma (II). Vamos procurar uma solução
particular da forma:
O valor de s = 2, pois para s = 0 as parcelas A0e-x e A1xe-x são soluções da equação homogênea e
para s = 1 a parcela A0xe-x é solução da equação homogênea e o polinômio que está multiplicando a
exponencial é do primeiro grau.
(2 A0 + (6 A1 − 4 A0 ) x + ( A0 − 6 A1 ) x 2 + A1 x 3 )e − x + 2(2 A0 x + (3 A1 − A0 ) x 2 − A1 x 3 )e − x +
( A0 x 2 + A1 x 3 )e − x = (2 + x)e − x
2A0 = 2
6A1 = 1
que tem solução A0 = 1 e A1 = 1/6. Assim uma solução particular da equação não homogênea é:
(III) – g(x) = (A0 + ... + Anxn)eαx cos(βx) + (B0 + ... + Bmxm)eαx sen(βx)
em que q = máx{m,n}, s é o menor inteiro não negativo que garanta que nenhuma parcela de yp(x)
seja solução da equação homogênea correspondente e A0; ... ;Aq; B0; ... ;Bq são coeficientes a ser
determinados substituindo-se yp(x) na equação (18).
r2 + 2r + 2 = 0
O segundo membro da equação g(x) = ex cos(x) é da forma (III). Vamos procurar uma solução
particular da forma:
s = 0, pois nenhuma parcela de yp(x) é solução da equação homogênea e o polinômio que está
multiplicando a exponencial é uma constante.
y'p(x) = A(ex cos(x) – ex sen(x)) + B(ex sen(x) + ex cos(x)) = (A + B)ex cos(x) + (B – A)ex sen(x)
2Bex cos(x) – 2Aex sen(x) + 2((A + B)ex cos(x) + (B – A)ex sen(x)) + 2(Aex cos(x) + Bex sen(x)) =
ex cos(x)
4 A + 4B = 1
−4 A + 4 B = 0
que tem solução A = 1/8 e B = 1/8. Logo, uma solução particular da equação não–homogênea é:
1 1
y p ( x ) = e x cos( x ) + e x sen( x )
8 8
1
y ( x) = C1e − x cos( x) + C 2 e − x sen( x) + e x (sen( x) + cos( x))
8
EXERCÍCIOS
1) Resolva as seguintes EDOs lineares não–homogêneas com coeficientes constantes pelo Método
dos Coeficientes a Determinar.
3 −x 3 2 −x
c) y” – 2y’ – 3y = -3xe-x y ( x ) = C1e 3 x + C 2 e − x + xe + x e
16 8
x 2 3x x 3x 1 3x 2
d) y” + 9y = x²e3x + 6 y ( x) = C1 cos(3 x) + C 2 sen(3 x) + e − e + e +
18 27 162 3
3 1 1
e) y” + 2y’ = 3 + 4sen(2x) y ( x) = C1 + C 2 e −2 x + x − sen(2 x) − cos(2 x)
2 2 2
−x 3 9
f) 2y” + 3y’ + y = x² + 3sen(x) y ( x) = C1e − x + C 2 e 2
+ x 2 − 6 x + 14 − sen( x) − cos( x)
10 10
1 1
g) y” + y’ – 2y = 2x; y(0) = 0; y’(0) = 1 y ( x ) = −e x − e − 2 x − x −
2 2
7 19 x 2 3e x 1
h) y” + 4y = x² + 3ex; y(0) = 0; y’(0) = 2 y ( x) = sen(2 x) − cos(2 x) + + −
10 40 4 5 8
1 3 x
i) y” – 2y’ + y = xex + 4; y(0) = 1; y’(0) = 1 y ( x) = −3e x + 4 xe x + x e +4
6
7 −2 x 5 x 1 2 1 9
j) y” + y’ – 2y = x² + 3; y(0) = 0; y’(0) = 0 y ( x) = e + e − x − x−
12 3 2 2 4
12 − x 6 − x 12 9
y ( x) = e + xe − cos(2 x) − sen(2 x)
25 5 25 25
Outra equação linear homogênea, com coeficientes variáveis, que pode ser facilmente
resolvida é a chamada equação de Euler-Cauchy (Leonhard Euler, matemático suíço, 1707-1783).
ax² y” + bx y’ + c y = 0 (15)
Neste caso, vamos procurar uma solução que seja uma função cuja primeira derivada
multiplicada por x e segunda derivada multiplicada por x² sejam linearmente dependentes da função
original. Uma função que tem esta propriedade é:
y(x) = xr (16)
esta relação deverá ser válida em todos os pontos onde y é solução da EDO (15) e, portanto,
ar(r - 1) + br + c = 0 (18)
Este é o polinômio característico e cada raiz dela conduz a uma solução particular. Consideremos
os 3 casos:
Obtêm-se duas raízes diferentes. Neste caso, Pode-se mostrar que o Wronskiano das duas
soluções correspondentes é não-nulo e, portanto, a solução geral é;
Exemplo 32) Achar a solução geral da EDO 2x²y” + 3xy’ – y = 0, com x > 0
Solução:
No caso das raízes ser iguais, isto é, o discriminante ∆ = 0. Portanto, a única raiz do
polinômio característico é:
(b − a )
r1 = r2 = − (20)
2a
y1(x) = xr (21)
y(x) = v(x)⋅y1(x)
Agrupando os termos:
2r b
v"= − − v' (22)
x ax
(b − a )
substituindo o valor da raiz r = − , equação (20), obtemos a seguinte equação de variáveis
2a
separáveis
d 2v 1 dv
=− (23)
dx x dx
Neste caso, deve-se fazer uma substituição de variável para reduzir a ordem da EDO (23), assim:
dz 1 1
=− z ⇒ z = C1
dx x x
dv 1
= C1 ⇒ v ( x) = C1 ln( x ) + C2 (24)
dx x
Exemplo 33) Achar a solução geral da EDO x²y” + 5xy’ + 4y = 0, com x > 0
Solução:
r(r – 1) + 5r + 4 = 0 => r² + 4r + 4 = 0
Raízes Complexas
As raízes são r = α ± β i, sendo, portanto, complexa. As partes real e imaginária desta solução
serão soluções reais. Para separar a parte real e imaginária usamos o seguinte método. A solução
geral fica:
Observemos que: xβ i = e
( ) = ei β ln ( x ) , a qual pela fórmula de Euler, é escrita como:
ln x β i
x β i = cos ( β ln ( x) ) + i sen ( β ln ( x) )
(26)
x − β i = cos ( β ln ( x) ) − i sen ( β ln ( x) )
Como C1xα + βi + C2xα - βi é solução para qualquer valor de C1 e C2, veremos, sucessivamente, que
para:
Prof. Lucas S. Ribeiro Página 72
Apostila de Equações Diferenciais Ordinárias – UTFPR – Medianeira/PR
A solução geral é a uma combinação linear das partes real e imaginária, as quais são linearmente
Exemplo 34) Achar a solução geral da EDO x²y” + xy’ + y = 0, com x > 0
Solução:
r(r – 1) + r + 1 = 0 => r² + 1 = 0
EXERCÍCIOS
cos(2 ln | x |) + C 2 x sen (2 ln | x |)
− 12 − 12
y ( x) = C1 x
cos(2 ln | x |) − x sen (2 ln | x |)
−1 −1
y ( x) = 2 x 2 2
3 3 3 3
i) 2x²y” – 4xy’ + 6y = 0 y ( x) = C1 x 2 cos ln | x | + C 2 x 2 sen ln | x |
2 2
Este método foi criado pelo matemático Lagrange. A principal vantagem deste método é ser
um método geral e não exige hipóteses detalhadas sobre a forma da solução geral. A forma geral é:
impondo uma condição, tornamos nulas as parcelas que envolvem u1’ e u2’, isto é:
Agora substituímos as equações (29), (31) e (32) na equação (28) para determinarmos as funções
u1(x) e u2(x).
u1[y1” + p(x)y1’ + q(x)y1] + u2[y2” + p(x)y2’ + q(x)y2] + u1’y1’ + u2’y2’ = g(x) (33)
Cada expressão entre colchetes na equação (33) é nula, pois, y1 e y2 são soluções da equação
homogênea correspondente. Portanto, a equação (33) se reduz a:
As equações (18) e (22) formam um sistema de equações algébricas lineares nas derivadas u1’(x) e
u2’(x).
u1’⋅y1 + u2’⋅y2 = 0
y 2 ( x) g ( x) y1 ( x) g ( x)
u1 ( x) = − ∫ dx , u 2 ( x) = ∫ dx
W ( y1 , y 2 )( x) W ( y1 , y 2 )( x)
yp = u1(x)⋅y1(x) + u2(x)⋅y2(x)
1
O termo g(x) = 3cosec(x) envolve um quociente, pois, cos ec( x) = . Daí a necessidade de
sen( x)
encontrar as funções u1(x) e u2(x).
y 2 ( x) g ( x) y1 ( x) g ( x) y1 ( x) y 2 ( x)
u1 ( x) = − ∫ dx , u 2 ( x) = ∫ dx , W ( y1 , y 2 )( x) =
W ( y1 , y 2 )( x) W ( y1 , y 2 )( x) y1' ( x) y 2' ( x)
cos(2 x) sen(2 x)
W ( y1 , y 2 )( x) = = 2cos²(2x) – (-2sen²(2x)) = 2 [cos²(2x) + sen²(2x)]
− 2 sen(2 x) 2 cos(2 x)
W(y1,y2)(x) = 2
1
sen(2 x) 3
sen( x)
u1 ( x) = − ∫ dx ; sen(2x) = 2sen(x)cos(x)
2
1
cos(2 x) 3
sen( x)
u 2 ( x) = ∫ dx ; cos(2x) = 1 – 2sen²(x)
2
(1 − 2 sen 2
( x) )sen(3x) 3
u 2 ( x) = ∫ dx = ∫ 2 cos ec( x) − 3sen( x) dx
2
3
y p ( x) = −3 sen( x) cos(2 x) + ln (cos ec( x) − cot g ( x) ) + 3 cos( x) sen(2 x)
2
EXERCÍCIOS
1) Determine a solução geral das seguintes EDOs de 2ª ordem não–homogêneas pelo Método da
Variação de Parâmetros:
3
d) y” + 4y = 3cosec(2x) y(x) = C1cos(2x) + C2sen(2x) + ¾⋅sen(2x)⋅ln|sen(2x)| - x cos(2x)
2
g) y” + 4y = x²sen(2x)
1 3 1 1 1
y ( x ) = C1 cos( 2 x ) + C 2 sen( 2 x ) − x cos( 2 x ) + x 2 sen(2 x ) + x cos(2 x ) − sen( 2 x )
12 16 32 64
1 5 2x 1
h) y” – 4y’ + 4y = x³e2x + xe2x y(x) = C1e2x + C2xe2x + x e + x³e2x
20 6
1 −2 x 1 − 2 x
i) y” – 2y’ – 8y = 3e-2x y ( x) = C1e −2 x + C 2 e 4 x − xe − e
2 12
podem ser resolvidas fazendo-se a substituição y’(x) = v(x). O que transforma a equação (35) em
v’ – f(v , x) = 0
Esta é uma equação de 1ª ordem. Depois de resolvida esta equação, resolve-se a equação:
y' = v(x)
2 1
v '+ v = 2 que é uma EDO linear de 1ª ordem cuja solução é:
x x
2 2
∫ x dx ∫ x dx 1
v( x ) e = ∫e dx + c
x2
1 c
v( x) x 2 = ∫ 1 dx + c ⇒ v( x) = +
x x2
Assim,
dy 1 c1 c1
= + => y ( x) = ln( x) + + c2
dx x x 2 x
podem ser resolvidas fazendo-se a substituição v(x) = y’(x). O que transforma a equação (36) em
v’ = f(v , y)
dv dv dy dv dv
= ⋅ => = v⋅
dx dy dx dx dy
dv
v⋅ = f (v , y )
dy
dv
Solução: Substituindo-se v(x) = y’(x) e y '' = v ⋅ tem-se que.
dy
dv 2 dv
yv +v =0 logo, v = 0 ou y +v =0
dy dy
Se v = 0 => y(x) = c.
dv dv 1
Se y +v =0 => + v=0
dy dy y
1
− ∫ y dy c1
v( y ) = c1 e => v( y ) = mas v = y’
y
dy c1 y2
Finalmente, = => = c1 x + c2
dx y 2
dv 2 dv
v + v = 2e − y => + v = 2e − y v −1 EDO de Bernoulli
dy dy
1 dz dv
z = v1− n ⇒ z = v2 ; =v
2 dy dy
dv 2 1 dz dz
v + v = 2e − y ⇒ + z = 2e − y ⇒ + 2 z = 4e − y
dy 2 dy dy
z e∫ = ∫ e∫
2 dy 2 dy
4e− y dy + C1 ⇒ z e2 y = 4∫ e y dy + C1
z = 4e − y + C1e −2 y => z = v²
2
dy −y −2 y
v 2 = 4e − y + C1e −2 y => = 4e + C1e
dx
dy 4 C1 dy 4e y + C1
= + => =
dx e y e2 y dx e2 y
dy 1 e y dy
= 4e y + C1 => = dx
dx e y 4e y + C1
ey 1
∫ 4e + C1
y
dy = ∫ dx =>
2
4e y + C1 = x + C2
1
y ( x) = ln ( 2 x + C2 ) + C1
2
4
EXERCÍCIOS
x2
b) x y’’ – y’ = 0 y ( x) = c1 + c2
2
1
c) (1 + x2)y’’ + 2xy’ = 2x-3 y ( x) = + c1 arctg ( x) + c2
x
y3
d) y’’ + y(y’)3 = 0 + c1 y = 2 x + c2
3
1
e) y2y’’ – y’ = 0 y+ ln ( c1 y − 1) = c1 x + c2
c1
dy1
dx = f1 ( y1 , y2 ,..., yn , y1' , y2' ,..., yn' )
dy2 = f 2 ( y1 , y2 ,..., yn , y1' , y2' ,..., yn' )
dx
dy3
= f 3 ( y1 , y2 ,..., yn , y1' , y2' ,..., yn' )
dx
...
dyn
dx = f n ( y1 , y2 ,..., yn , y1' , y2' ,..., yn' )
onde f1, f2, ... , fn são quaisquer funções de (2n + 1) variáveis reais, que definem o sistema. Não será
necessário considerar sistemas de equações de ordem superior a 1, devido a que se alguma das
equações diferencias for de ordem superior, poderá ser escrita como um sistema de equações de
primeira ordem como veremos no exemplo que se segue.
d2y y dy
Exemplo 39) Escreva a equação diferencial cos( y ) 2
+ + sen( x) = 0 como um sistema de
dx x dx
equações diferenciais de primeira ordem.
Solução: Podemos definir duas variáveis y1 e y2, dependentes de x, a partir da função y(x) e da
sua derivada
dy
y1 = y e y2 =
dx
a primeira definição é uma simples mudança do nome da variável, mas a segunda definição é uma
equação diferencial de primeira ordem. Temos também uma segunda equação diferencial — a
equação dada — que em termos das variáveis definidas é:
dy2 y
cos( y1 ) + 1 y2 + sen( x ) = 0
dx x
dy1
dx = y2
dy
2 = − y1 y2 − sen( x)
dx x cos( y1 ) cos( y1 )
Nota-se que os sistemas de equações diferenciais de primeira ordem são muito importantes por
incluir como casos particulares as equações diferencias de ordem superior e os sistemas delas. De
fato, os métodos numéricos para resolver equações diferenciais de ordem superior baseiam-se,
geralmente, na resolução de sistemas de equações de primeira ordem. Um sistema de equações de
primeira ordem pode ser escrito numa forma mais compacta, usando a notação vetorial:
dy
= f ( x, y , y ' )
dx
onde y é um vetor com n componentes, cada uma delas função de x, e f é um vetor com n
componentes, funções de x, y e y’.
Uma EDO lineare de ordem n pode ser reescrita como um sistema de n EDOs lineares de
primeira ordem. Considere uma EDO linear de ordem n na forma normalizada:
então, a EDO original pode ser substituída pelo seguinte sistema de n EDOs lineares de primeira
ordem:
dy1
dx = y2
dy2 = y
dx 3
dy3
= y4
dx
...
dyn −1 = −an ( x) y1 − ... − a1 ( x) yn − f ( x)
dx
y1 ( x0 ) = A1
y (x ) = A
2 0 2
...
y (x ) = A
n −1 0 n −1
yn ( x0 ) = An
Ou seja, resolver uma EDO linear de ordem n equivale a resolver um sistema de n EDOs lineares de
primeira ordem. Interessante, mas… como se resolve esse sistema?
d
a) Definir o operador =D;
dx
dyi
b) Considerar = D yi como sendo o produto algébrico do coeficiente D pela variável yi;
dx
c) Eliminar variáveis, até obter uma equação de uma única variável dependente (são
multiplicações por D, mas não divisões por D!).
y ' = 4 y1 − 2 y2
Exemplo 40) Resolva o sistema 1' .
y2 = y1 + y2
y1' = 4 y1 − 2 y2 Dy1 = 4 y1 − 2 y2
' ⇒
y2 = y1 + y2 Dy2 = y1 + y2
( D − 4) y1 + 2 y2 = 0
este é um sistema linear que pode ser resolvido pelos métodos
− y1 + ( D − 1) y2 = 0
tradicionais. Podemos eliminar y1 multiplicando a segunda equação por (D – 4), assim:
Transformamos assim a resolução do sistema de duas EDOs na resolução de uma EDO homogênea
de segunda ordem, o que não nos deverá surpreender, uma vez que já discutimos a analogia entre
um sistema de n EDOs lineares de primeira ordem e uma EDO linear de ordem n. A solução geral
desta equação é fácil de obter:
y2 = C1 e3t + C2 e2t .
Sabe-se que a solução geral de uma EDO linear homogénea de ordem n é dada pela
combinação linear de n soluções particulares linearmente independentes. Um resultado semelhante
pode ser derivado para um sistema linear homogéneo de n equações:
dy
= A( x ) y
dx
num intervalo I em que os elementos de A são contínuos, então a solução geral do sistema pode ser
escrita como:
em que C1, C2,…, Cn são constantes. O conjunto {y (x), y (x), ... , y (x)} é designado por conjunto
1 2 n
fundamental de soluções.
dy
= Ay
dx
dy
=ay ⇒ y = C ea x
dx
Isto sugere que procuremos soluções de forma semelhante para o problema de dimensão n,
substituindo a constante C por um vetor constante, v:
dy
= Ay ⇒ y = eλ x v
dx
λ eλ x v = Aeλ x v ⇒ λ v = Av
( A − λI )v = 0
Ou seja, y = eλx v será uma solução do sistema de equações diferenciais se λ e v verificarem a
equação (A− λI ) v = 0. Para que este sistema algébrico tenha soluções para além da solução trivial v
= 0 , é necessário que o determinante da sua matriz de coeficientes seja nulo:
A − λI = 0
Teorema: Se A for uma matriz constante n x n com n auto vetores linearmente independentes v1,
{e λ1 x
v1 , eλ2 x v2 , eλ3 x v3 , ... , eλn x vn }
é um conjunto fundamental de soluções do sistema linear homogêneo
dy
= Ay
dx
y1' = y1 + 2 y2 y1 (0) = 1
Exemplo 41) Determine a solução do sistema ' , com .
y2 = 2 y1 + y2 y
2 (0) = 3
1 2 y1 1
y' = , y (0) =
2 1 y2 3
A solução geral vai ser uma combinação linear de duas soluções particulares linearmente
independentes:
y(x) = C1 y1 + C2 y2
yi ( x ) = Ci eλi x vi
A − λI = 0
1− λ 2
=0 ⇒ (1 − λ ) 2 − 4 = 0 ⇒ λ1 = −1 e λ2 = 3
2 1− λ
−v −1
λ = -1 v1 = 2 = v2
v2 1
v 1
λ=3 v2 = 1 = v1
v1 1
−1 1
y ( x) = C1 e− x + C2 e3 x Solução Geral
1 1
−1 1 1
C1e −1⋅0 + C2 e3⋅0 =
1 1 3
y1 (0) = 1
=>
y2 (0) = 3
−C1 + C2 = 1
⇒ C1 = 1 e C2 = 2
C1 + C2 = 3
Pode ser que existam raízes complexas do polinómio característico, obtendo-se assim valores
próprios que são complexos conjugados:
λ1 = α + β i
λ2 = α − β i
v1 = a + bi
v2 = a − bi
Esta solução é composta por duas funções, eα x [a cos(bx) – b sen(bx)] e eα x [a sin(bx) + b cos(bx)],
as quais, conforme se pode facilmente demonstrar, são elas próprias soluções particulares
linearmente independentes do sistema. Sendo assim, pode-se usá-las como as duas soluções
particulares de que necessitamos para construir a solução geral:
y1 ( x) = eα x ( a cos( β x) − b sen( β x) )
y2 ( x) = eα x ( a sen( β x) + b cos( β x) )