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MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO II
SEMESTRE 2
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1. Aspectos gerais sobre o zinco
1.1 Breve historial do surgimento e evolução do zinco
Séculos antes de zinco ser descoberto na forma metálica, seus minérios já eram utilizados
para fazer compostos de latão e zinco, e também para curar feridas e olhos doloridos.
Acredita-se que os primeiros romanos fizeram pela primeira vez o bronze no tempo de
Augusto (20 a.C. - 14 d.C.).
No século 13 Marco Polo descreveu a fabricação de óxido de zinco na Pérsia. Há
vestígios de peças de latão datadas de 1000-1400 a.C. na Palestina, e outros objectos com
até 87% de zinco foram achados na antiga região da Transilvânia.
Por volta de 1374, zinco foi reconhecido na Índia como um novo metal, o oitavo metal
conhecido pelo homem naquele momento. No Zawar, Índia, o zinco e óxido de zinco
foram produzidos a partir século 12 ao século 16. O zinco foi usado para fazer latão, e
óxido de zinco para fins médicos.
Da Índia, a produção de zinco mudou para a China no século 17, onde se desenvolveu
como uma indústria para suprir as necessidades da indústria de bronze.
O zinco foi reconhecido na Europa como um metal separado no século 16, quando
Agricola (1490 - 1555) observou um metal chamado "Zincum", produzido em Slesia e
Paracelso (1493-1541), e declarou claramente que "Zincum" era um novo metal .
Figura 1. Agricola
Em 1743, o primeiro forno europeu de fundição de zinco foi criado em Bristol, no Reino
Unido através de um procedimento retorta vertical (recipiente que trabalha a altas
pressões feito de chapas de caldeira de 1/4 de polegadas ou mais espessas, modeladas no
formato cilíndrico e rebitadas ou soldadas nas juntas).
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Figura 2. Retorta vertical usada na fundição de zinco
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principalmente, nas rochas calcárias que são as hospedeiras usuais, dando origem aos
segiuntes minérios de zinco:
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Quadro 2. Reservas e produção mundial do zinco
2. Produção do zinco
A produção do zinco começa com a extracção do mineral, que pode ser realizada
tanto a céu aberto como em jazidas subterrâneas. Os minerais extraídos são triturados e,
posteriormente, submetidos a um processo denominado flotação, para a obtenção do
mineral concentrado que logo depois passará para o processo de refino, gerando o zinco
metálico que irá ser comercializado.
2.1 Extracção
A extracção do minério é subterrânea, com o uso de câmaras e pilares, com galerias de
acesso ao corpo mineralizado separadas entre si em níveis de aproximadamente 33m de
profundidade.
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Figura 3. Mina Subterrânea
2.2 Beneficiamento
As principais etapas de beneficiamento do minério sulfetado de chumbo e zinco
são: britagem, homogeneização, moagem, flotação da galena (minério de chumbo),
flotação da esfarelita (minério de zinco), filtragem do concentrado final de chumbo e
filtragem do concentrado final de zinco.
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Figura 4. Fluxogrma do beneficiamento do minério de chumbo e de zinco
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2.4 Processos de Refino
Os processos de refino têm como objectivo o aprimoramento do minério, submetendo
este a operações químicas ou físico-químicas. O minério concentrado passará
para a etapa de refino utilizando processos piro e hidrometalúrgico chegando a seu
produto final, o zinco metálico.
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3. Aplicações do zinco
Por sua propriedade anti-corrosiva o zinco tem larga aplicação na construção civil,
nas indústrias automobilística e de electrodomésticos, destacando-se o seu uso na
galvanização como revestimento protector de aços estruturais, folha, chapas, tubos e fios
por meio da imersão ou eletro-deposição. As ligas para fundição são utilizadas em peças
fundidas em electrodomésticos, indústria de material bélico e automobilístico. Os latões e
bronzes (ligas cobre-zinco com teores de zinco entre 5 e 40%) são usados em acessórios
eléctricos e várias outras aplicações. Os laminados têm como principal campo de
aplicação às pilhas e baterias. O óxido e o pó de zinco são usados em produtos químicos e
farmacêuticos, cosméticos, borrachas, explosivos, tintas e papel. O zinco é também
utilizado como ânodo para a proteção catódica do aço ou ferro.
Os principais compostos de zinco são o óxido (ZnO), utilizado nas indústrias cerâmica e
das borrachas e ainda no fabrico de tintas. O sulfato de zinco (ZnSO4) tem aplicação na
indústria têxtil e no enriquecimento de solos pobres em zinco. O cloreto de zinco é usado
para preservar madeiras bem como desodorizante em diversos fluidos. Este composto
pode também ser usado em pilhas secas e como mordente em tintas.
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O óxido de zinco adicionado ao betão melhora a resistência deste na água;
Os seus óxidos são usadas na indústria cerâmica.
4. Reciclagem
Em virtude do aumento do consumo mundial de metais e da crescente ameaça de
exaustão dos metais, actualmente são de grande importância os processos de reciclagem.
Através do processo de reciclagem do zinco, incluindo a quebra de partículas em moinho,
a peneirarão e a fundição do material, damos origem a vários tipos de óxidos, mais
comumente de cinzas ou terras de zinco. Dependo da riqueza de zinco destes materiais a
serem reciclado, provenientes em sua maior parte de processos de galvanização a quente,
damos origem a óxidos que variam de 70% a mais de 90% de teor de zinco. Estes óxidos
são bastante utilizados nas indústrias fabricantes de ração animal e formulação de
micronutrientes para agricultura.
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Quadro 3. Evolução da composição do custo e do preço do zinco
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Quadro 5. Projecção de preços
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Tabela 3. Importadores de zinco
7. Zinco em Moçambique
7.1 Matéria-prima e sua obtenção
Nenhum jazigo de zinco é hoje conhecido em território Moçambicano, são apenas 8
ocorrências e vários indícios, de que não foram calculadas reservas nem prognóstico.
Duas daquelas ocorrências localizam-se nas áreas de Manica echimanimani, os restantes
concentram-se na região do rio Mazoe (Changara-Chioco).Todas elas foram atribuídas ao
“grupo hidrotermrmal-filoniano”. Área metalífera de Fumo- Dique, na região do rio
Mozoe, ocupa uma superfície de35 km. Diversos filões de quartzo com galena, a que se
juntam em quantidades subordinadas, pirite , blenda, calcopirite barite e fluirete,
encaixam em gnaisses precambricos da serie Rushinga próximo do contacto com
sedimentos do Cretácico continental.
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Actualmente existem empresas que produzem e comercializam a chapa de zinco,
nomeadamente:í
1. Zincos de Moçambique - sita em Pemba, Cabo Delgado, produz chapas
onduladas de zinco e distribui na zona norte.
2. Zincos de Maputo (Zimal) - sita na cidade de Maputo,comercializa e produz
chapas onduladas de zinco apartir de chapa lisa que é importada em rolos da
África do sul.
3. Simbe Indústria Siderúgica- sita na cidade de Maputo e também comercializa e
produz chapas onduladas a partir de matéria prima importada da África do sul.
4. Indústria de Zinco Maiaia – sita em Nampula e produz chapas onduladas e
comercializa na zona norte.
5. Hariche group – sita em na cidade de Maputo, comercializa e produz chapas
onduladas apartir de lâminas de zinco importadas da China e da África do sul,
esta companhia se diferencia por vender chapas cortadas sob medidas de acordo
com o pedido do cliente, para além das dimensões padrão normalmente vendidas.
6. Ferro e Aço – sita na cidade de Maputo, comercializam e produzem chapas de
zinco, apartir de rolos de chapa lisa importada da África do sul.
As empresas abaixo apenas comercializam as chapas de zinco:
7. Sociedade Moçambicana de Ferragens (SOMOFER) - sita na cidade de
Maputo e comercializa chapas de zinco importadas da China, África do sul e
compradas de produtores nacionais.
8. Construa – sita na cidade de Maputo, com delegações em outras províncias,
comercializa chapas de zinco importadas da África do sul.
Existe também comércio informal de chapas de zinco, assim sendo , identificamos
dois grandes mercados onde se comercializa o produto a nível de da cidade de
Maputo:
9. Mercado de Xiquelene – vende-se chapa de zinco de produção nacional.
10. Mercado de Xipamanine - a chapa vendida é feita a nível nacional.
Como se pode verificar os preços variam de acordo com o lugar de compra do produto.
De referir que apesar de mais caras as chapas vendidas pelas empresa formais oferecem
garantia de qualidade em relação às vendidas no mercado informal.
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7.3 Produtos derivados de zinco usados em Moçambique
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Em Moçambique algumas pessoas usam as chapas de zinco para erguer paredes de casa
(casas de madeira e zinco); este tipo de construções não é recomendável, porque a chapa
de zinco conduz calor, isto é, esfria quando faz frio humedecendo com o orvalho matinal
tanto a camada interna assim como a externa da parede e aquece quando faz calor, não
garantindo as condiçõs de conforto do ponto de vista de calor e humidade que um edifício
deve ter.
- Produtos quimicos.
- Fertilizantes agrícolas.
- Produtos farmacêuticos.
- Ligas de zinco como bronze e latão.
- Tintas e borrachas que contém zinco como aditivo.
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8. Alternativas de substituição do zinco e seus derivados por outros de
maior viabilidade económica
A minério de zinco, diferente de outros metais, ocorre muito próximo da superfície
terrestre, e tendo em conta o seu vasto campo de aplicação é um mineral de fácil
obtenção em países onde ocorrem seus jazigos. Situação essa que não é a do nosso país,
pois todo o zinco usado é importado.
Assim sendo, há que pensar em soluções alternativas ao zinco, que sejam mais eficientes
e económicas:
Para a questão de resistência à corrosão, baixaria o custo de aquisição de matéria
prima se ao invés de usar óxido de zinco puro, se usa-se uma mistura deste com
outros metais como cobre, alumínio de maior ocorrência no país; e teria-se um
revestimento de maior resistência a corrosão, pois as ligas de zinco são mais
resistentes à corrosão que o zinco, aumentando assim o tempo de vida do
revestimento;
Para o uso como fertilizante, pode ser substituído por adubos vegetais, como
estrume de animais, plantas mortas que fertilizam o soloa um custo muito baixo e
não são nocivos, pois o zinco em altas quantidades é tóxico para as plantas,
animais e para as pessoas;
O zinco é usado na indústria farmacêutica, para curar feridas e estancar
hemorragias, o seu uso pode ser substituído pelo consumo de alimentos ricos em
zinco como banana, brócolos, cereais, chocolate, carne, mariscos;
Como telhado, a chapa de zinco é hoje o material mais barato para o uso em
cobertura de edifícios em Moçambique. Mas, uma solução mais económica e
ecologicamente correcta seria a cobertura em telhas leves feitas a base de plástico,
obtidas a partir de material plástico reciclado, para além de vantagens
económicas, tem ótimo isolamento térmico para climas como o nosso,pois a
tecnologia é usada em alguns países tropicais como o brasil, e é de fácil colocação
e manutenção.
Reaproveitar as pilhas elétricas.
9. Conclusão
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10. Bibliografia
- Ocorrência dos metais de transição em Moçambique, Universidade Pedagógica.
- Relatório anual da Organização Internacional do Zinco,2011.
- REPUBLICA DE MOÇAMBIQUE, Ministério dos Recursos Minerais e
Energia,Direcção Nacional de Geologia
- REPUBLICA DE MOÇAMBIQUE, Ministério da Indústria e Comércio – Importações
no ano 2011.
- Noticia explicativa da carta de jazigos e ocorrênciaMinerais de Moçambique, Maputo,
1995pg . 24-39.
- AFONSO S. RUI & MARQUES M. João- recursos Minerais de Moçambique Direcção
Nacional de Geologia-Maputo , 2 edição Lisboa. 1998.
- Restauração da indústria de chapas de zinco em Moçambique e seu impacto no bolso do
consumidor, Faculdade de Economia, Universidade Eduardo Mondlane.
- Cotações de preços de chapas de zinco adiquiridas nas visitas a empresas produtoras e
vendedora de chapas de zinco em Maputo.
11.Anexos
Podem-se ver as cotações das chapas de zinco vendidas nas empresa que actuam na
indústria de zinco a nível da cidade de Maputo.
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