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LECT-C21

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO II

SEMESTRE 2

TRABALHO DE INVESTIGAÇÃO SOBRE O ZINCO


E A INDÚSTRIA DE ZINCO EM MOÇAMBIQUE

Estudantes: Belzénia Matsimbe


Ivana Almeida

Docente: Engº Paulo Bassequete

Maputo, Outubro de 2012


ÍNDICE
1. Aspectos gerais sobre o zinco..........................................................................................3
1.1 Breve historial do surgimento e evolução do zinco...................................................3
1.2 Propriedades do zinco................................................................................................4
1.3 Ocorrência e minérios de zinco.................................................................................4
1.3.1 Reservas do minério de zinco.............................................................................5
2. Produção do zinco............................................................................................................6
2.1 Extracção...................................................................................................................6
2.2 Beneficiamento..........................................................................................................7
2.3 Ustulação de sulfetos.................................................................................................8
2.4 Processos de Refino...................................................................................................9
2.5 Processos de fabrico industrial do zinco....................................................................9
3. Aplicações do zinco.......................................................................................................10
3.1 Aplicações do zinco na construção civil..................................................................10
4. Reciclagem....................................................................................................................11
5. Custos e preços internacionais.......................................................................................11
6. Comécio exterior do zinco.............................................................................................13
7. Zinco em Moçambique..................................................................................................14
7.1 Matéria-prima e sua obtenção..................................................................................14
7.2 Principais indústrias em Moçambique.....................................................................14
7.2.1 Preço da chapa de zinco....................................................................................15
7.3 Produtos derivados de zinco usados em Moçambique............................................16
7.4 Importação e exportação de zinco em Moçambique..............................................17
8. Alternativas de substituição do zinco e seus derivados por outros de maior viabilidade
económica..........................................................................................................................18
9. Conclusão......................................................................................................................18
10. Bibliografia..................................................................................................................19
11.Anexos..........................................................................................................................19

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1. Aspectos gerais sobre o zinco
1.1 Breve historial do surgimento e evolução do zinco
Séculos antes de zinco ser descoberto na forma metálica, seus minérios já eram utilizados
para fazer compostos de latão e zinco, e também para curar feridas e olhos doloridos.
Acredita-se que os primeiros romanos fizeram pela primeira vez o bronze no tempo de
Augusto (20 a.C. - 14 d.C.).
No século 13 Marco Polo descreveu a fabricação de óxido de zinco na Pérsia. Há
vestígios de peças de latão datadas de 1000-1400 a.C. na Palestina, e outros objectos com
até 87% de zinco foram achados na antiga região da Transilvânia.
Por volta de 1374, zinco foi reconhecido na Índia como um novo metal, o oitavo metal
conhecido pelo homem naquele momento. No Zawar, Índia, o zinco e óxido de zinco
foram produzidos a partir século 12 ao século 16. O zinco foi usado para fazer latão, e
óxido de zinco para fins médicos.
Da Índia, a produção de zinco mudou para a China no século 17, onde se desenvolveu
como uma indústria para suprir as necessidades da indústria de bronze.
O zinco foi reconhecido na Europa como um metal separado no século 16, quando
Agricola (1490 - 1555) observou um metal chamado "Zincum", produzido em Slesia e
Paracelso (1493-1541), e declarou claramente que "Zincum" era um novo metal .

Figura 1. Agricola

Em 1743, o primeiro forno europeu de fundição de zinco foi criado em Bristol, no Reino
Unido através de um procedimento retorta vertical (recipiente que trabalha a altas
pressões feito de chapas de caldeira de 1/4 de polegadas ou mais espessas, modeladas no
formato cilíndrico e rebitadas ou soldadas nas juntas).

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Figura 2. Retorta vertical usada na fundição de zinco

Uma grande melhoria tecnológica foi alcançada com o desenvolvimento do processo


retorta horizontal na Alemanha, que levou à construção de obras de fundição em Slesia,
Liege, Bélgica e Aachen, na Renânia e as áreas de Ruhr, na Alemanha. Em 1836,
galvanização por imersão a quente, o mais antigo processo de anti-corrosão, foi
introduzido na França. Produção de zinco nos Estados Unidos começou em 1850.
Por cerca de 500 anos de zinco foi produzido a partir de minérios do seu óxido, com o
passar do tempo os sulfuretos mais abundantes tornaram-se a principal fonte de
abastecimento. Do ponto de vista tecnológico, houve uma alteração drástica em 1916
quando o processo electrolítico foi introduzido em grande escala substituindo o processo
pirometalúrgico como o método de produção dominante.

1.2 Propriedades do zinco


O zinco é um metal com as seguintes propriedades:

Cor branca - azulada


Número atómico 30
Peso atómico 65,38 g
Densidade(a 25 o C) 7,14 g/cm3
Dureza ( escala de Mohs) 2,5
Ponto de fusão (à pressão de 760 mm de Hg) 419 o C
Ponto de ebulição 920 o C
Tabela 1. Propriedades do zinco

1.3 Ocorrência e minérios de zinco


O zinco é encontrado na natureza principalmente sobre a forma de sulfetos, associado ao
chumbo (Pb), cobre (Cu), Prata (Ag) e ferro (Fe) (galena, calcopirita, argentita e pirita,
dentre outros). O minério sulfetado de zinco está sujeito a grandes transformações na
zona de oxidação formando óxidos, carbonatos e silicatos. As mineralizações ocorrem,

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principalmente, nas rochas calcárias que são as hospedeiras usuais, dando origem aos
segiuntes minérios de zinco:

Quadro 1. Principais minérios de zinco

1.3.1 Reservas do minério de zinco


O zinco é o 23º elemento mais abundante na crosta terrestre. As jazidas mais ricas
contém cerca de 10% de ferro e entre 40% e 50% de zinco. Os minerais dos quais se
extrai o zinco são: óxidos, sulfetos, carbonatos, silicatos etc.
As reservas mundiais cuja exploração são economicamente viáveis, ultrapassam a
casa dos 220 milhões de toneladas, a maior parte nos Estados Unidos, Austrália, China e
Cazaquistão. As reservas mundiais (incluindo aquelas cuja extracção actualmente não é
viável) são estimadas em 2000 milhões de toneladas.
A produção mundial foi em 2003, segundo dados da Agência de Prospecção Geológica
dos Estados Unidos (US Geological Survey) de 8,5 milhões de toneladas, liderada pela
China com 20% e Austrália com 19%. Estima-se que um terço do zinco consumido é
reciclado.
Os depósitos de zinco são geralmente associados a outros minérios como os de
chumbo, prata e cobre, permitindo a extração conjunta destes metais, o que contribui para
redução dos custos da mineração.
As reservas mundiais de zinco são estimadas em 436 milhões t de metal contido sendo
que Austrália, China, Estados Unidos e Canadá concentram 64,3% do total. As reservas
mundiais medidas e indicadas evoluiram de 336 milhões t em 1996 para 436 milhões t
em 1997, demonstrando que o metal é abundante no mundo. O nível atual da produção
mundial de zinco representa apenas 1,84% das reservas.

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Quadro 2. Reservas e produção mundial do zinco

2. Produção do zinco
A produção do zinco começa com a extracção do mineral, que pode ser realizada
tanto a céu aberto como em jazidas subterrâneas. Os minerais extraídos são triturados e,
posteriormente, submetidos a um processo denominado flotação, para a obtenção do
mineral concentrado que logo depois passará para o processo de refino, gerando o zinco
metálico que irá ser comercializado.

2.1 Extracção
A extracção do minério é subterrânea, com o uso de câmaras e pilares, com galerias de
acesso ao corpo mineralizado separadas entre si em níveis de aproximadamente 33m de
profundidade.

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Figura 3. Mina Subterrânea

2.2 Beneficiamento
As principais etapas de beneficiamento do minério sulfetado de chumbo e zinco
são: britagem, homogeneização, moagem, flotação da galena (minério de chumbo),
flotação da esfarelita (minério de zinco), filtragem do concentrado final de chumbo e
filtragem do concentrado final de zinco.

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Figura 4. Fluxogrma do beneficiamento do minério de chumbo e de zinco

2.3 Ustulação de sulfetos


A ustulação é efectuada sempre que o minério é sulfeto, seja na via pirometalúrgica ou
hidrometalúrgica. Na pirometalúrgia a ustulação deve produzir o máximo de óxidos, ou
seja, deixar
o mínimo de sulfeto, uma vez que a sua volatilização posterior na redução volatilizante
do zinco, à presença suplementares de gases significa uma contra pressão a mais a ser
vencida à custa de calor e combustível. No caso da hidrometalúrgia, há de se evitar a
formação de composto insolúveis de zinco como o ferrito (ZnO e Fe2O3 ), devido ao
ferro está sempre presente nos minérios de zinco.

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2.4 Processos de Refino
Os processos de refino têm como objectivo o aprimoramento do minério, submetendo
este a operações químicas ou físico-químicas. O minério concentrado passará
para a etapa de refino utilizando processos piro e hidrometalúrgico chegando a seu
produto final, o zinco metálico.

2.5 Processos de fabrico industrial do zinco

1ª Etapa : Fundição do zinco


A primeira etapa da produção consiste em fundir o metal puro a 99,995%, obtido em
cátodos aquando da operação da electrólise, e na elaboração da liga líquida pela adição
controlada de cobre e titâneo, numa série de fornos de indução.

2ª Etapa : Solidificação do zinco


O líquido resultante é, em seguida transferido para uma máquina de fundição contínua,
para solidificação sob a forma de uma banda com uma dezena de milímetros de espessura
e com cerca de 1 metro de largo chamada “brame”. O arrefecimento energético numa
máquina permite obter uma estrutura solidificada fina e homogénea.

3ª Etapa : Laminagem do zinco.


A « brame » é, em seguida, laminada em contínuo, entre 3 a 5 passos, para obter a
espessura final desejada. A temperatura, a velocidade de laminagem e a taxa de redução
em cada passo são controladas precisamente a fim de obter as características
dimensionais e mecânicas programadas.

4ª Etapa : Enrolar o zinco


A última etapa consiste em enrolar o zinco laminado em bobines, de peso e largura
desejada (quatro toneladas máximo) em linhas especificas de acabamento. As bobines são
em seguida cortadas em chapas ou rolos que servem de base para a realização de
produtos transformados ou para colocar em obra.

Imagem 1. Esquema de enrolamento de zinco

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3. Aplicações do zinco
Por sua propriedade anti-corrosiva o zinco tem larga aplicação na construção civil,
nas indústrias automobilística e de electrodomésticos, destacando-se o seu uso na
galvanização como revestimento protector de aços estruturais, folha, chapas, tubos e fios
por meio da imersão ou eletro-deposição. As ligas para fundição são utilizadas em peças
fundidas em electrodomésticos, indústria de material bélico e automobilístico. Os latões e
bronzes (ligas cobre-zinco com teores de zinco entre 5 e 40%) são usados em acessórios
eléctricos e várias outras aplicações. Os laminados têm como principal campo de
aplicação às pilhas e baterias. O óxido e o pó de zinco são usados em produtos químicos e
farmacêuticos, cosméticos, borrachas, explosivos, tintas e papel. O zinco é também
utilizado como ânodo para a proteção catódica do aço ou ferro.

Os principais compostos de zinco são o óxido (ZnO), utilizado nas indústrias cerâmica e
das borrachas e ainda no fabrico de tintas. O sulfato de zinco (ZnSO4) tem aplicação na
indústria têxtil e no enriquecimento de solos pobres em zinco. O cloreto de zinco é usado
para preservar madeiras bem como desodorizante em diversos fluidos. Este composto
pode também ser usado em pilhas secas e como mordente em tintas.

Figura 5. Principais aplicações do zinco

3.1 Aplicações do zinco na construção civil


 Revestimento de aços estruturais:
 Revestimento de chapas de aço para o uso como telhado de edifícios (chapas de
zinco);
 Aditivo e pigmento de certas tintas para proteger as superfícies dos edifícios;

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 O óxido de zinco adicionado ao betão melhora a resistência deste na água;
 Os seus óxidos são usadas na indústria cerâmica.

4. Reciclagem
Em virtude do aumento do consumo mundial de metais e da crescente ameaça de
exaustão dos metais, actualmente são de grande importância os processos de reciclagem.
Através do processo de reciclagem do zinco, incluindo a quebra de partículas em moinho,
a peneirarão e a fundição do material, damos origem a vários tipos de óxidos, mais
comumente de cinzas ou terras de zinco. Dependo da riqueza de zinco destes materiais a
serem reciclado, provenientes em sua maior parte de processos de galvanização a quente,
damos origem a óxidos que variam de 70% a mais de 90% de teor de zinco. Estes óxidos
são bastante utilizados nas indústrias fabricantes de ração animal e formulação de
micronutrientes para agricultura.

5. Custos e preços internacionais


O custo total do zinco metálico é formado pelo preço do concentrado acrescido do
custo da metalurgia (Treatment Charge - TC).
Ressalte-se que a margem do smelter é reduzida face à valorização do preço do
concentrado que representa cerca de 77,5% do preço do metal. Algumas vezes o smelter
funciona apenas como prestador de serviço às mineradoras. O TC é calculado de acordo
com fórmula contratual em função dos custos de tratamento, da variação do preço LME
do zinco, tendo como base o valor de US$1.100/t e dos teores de zinco e outros metais
contidos.
No período 1988/98, o TC variou de um mínimo de US$ 219/t quando o preço do
zinco era de apenas US$ 978/t a um máximo de US$ 381/t quando o preço do metal
alcançou US$ 1.639/t.
No quadro a seguir apresenta-se a evolução da composição do custo do zinco nos
últimos dez anos em função do preço médio LME do metal.
Em relação à mineração, inclui-se o custo médio de produção e a margem média dos
mineradores que representa cerca de 28 a 29% do preço final do metal. Deve-se destacar
a regularidade da remuneração final do smelter, cuja receita final representa em torno de
22,5% do preço LME do zinco.

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Quadro 3. Evolução da composição do custo e do preço do zinco

A preços históricos, têm-se a seguinte evolução do preço médio anual do zinco:

Quadro 4. Evolução do preço médio do zinco

Observa-se que a rentabilidade da indústria do zinco apresentou-se mais atraente


no período 1988/90 e em 1997, quando o preço praticado suplantou em mais de 20% o
valor básico de cálculo de US$ 1.100/t.
No início de 1997 o preço do zinco situava-se ao redor de US$ 1.110/t, atingindo
em agosto a média de US$ 1.506/t. Nesta época foram intensificadas as exportações
chinesas de zinco metálico, derrubando a cotação para o patamar de US$ 1.100/t, cotação
próxima a de hoje. e
Projeções indicam o patamar de preço entre US$ 1.100/t e US$ 1.200/t no período
1998/2000. A política da China é de intensificar a oferta de zinco no mercado ocidental,
caso haja oscilações no preço para patamares superiores a US$ 1.250/t.

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Quadro 5. Projecção de preços

6. Comécio exterior do zinco


As tabelas abaixo, mostram os maiores exportadores e importadores de zinco.

Tabela 2. Exportadores de zinco

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Tabela 3. Importadores de zinco

7. Zinco em Moçambique
7.1 Matéria-prima e sua obtenção
Nenhum jazigo de zinco é hoje conhecido em território Moçambicano, são apenas 8
ocorrências e vários indícios, de que não foram calculadas reservas nem prognóstico.
Duas daquelas ocorrências localizam-se nas áreas de Manica echimanimani, os restantes
concentram-se na região do rio Mazoe (Changara-Chioco).Todas elas foram atribuídas ao
“grupo hidrotermrmal-filoniano”. Área metalífera de Fumo- Dique, na região do rio
Mozoe, ocupa uma superfície de35 km. Diversos filões de quartzo com galena, a que se
juntam em quantidades subordinadas, pirite , blenda, calcopirite barite e fluirete,
encaixam em gnaisses precambricos da serie Rushinga próximo do contacto com
sedimentos do Cretácico continental.

7.2 Principais indústrias em Moçambique


Em Moçambique, não existe indústria de produção de zinco, apenas importa-se chapa de
zinco lisa em rolos apartir da qual se produzem chapas onduladas.
A indústria moçambicana de zinco centra-se basicamente, na produção e no comércio de
chapas de zinco.
A chapa de zinco é um produto composto por aço e revestido de zinco. É usado para
diversos fins, sendo o principal, como telhas de edifícios.
Inicialmente era fabricada pela IMA(Indústria Moçambicana de Aço) fundada em 1968;
aprodução e comercialização eram por encomenda repondendo assim as necessidades
industriais da época. Quando a IMA surguiu não havia empresas de fabricação de chapas
de zinco e nem do produto semi-acabado, daí ela teve que desencadear sozinha todo o
processo produtivo, fazendo a integração do produto na indústria.
Com as mudanças no ambiente económico e político-militar, surgiram novas empresas de
chapas de zinco, criando assim um mercado deste produto no país.
As mudanças nesta indústria alargaram as possibilidades de escolha dos consumidore,
oferecendo uma gama de produtos direnciados e a preços competitivos.

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Actualmente existem empresas que produzem e comercializam a chapa de zinco,
nomeadamente:í
1. Zincos de Moçambique - sita em Pemba, Cabo Delgado, produz chapas
onduladas de zinco e distribui na zona norte.
2. Zincos de Maputo (Zimal) - sita na cidade de Maputo,comercializa e produz
chapas onduladas de zinco apartir de chapa lisa que é importada em rolos da
África do sul.
3. Simbe Indústria Siderúgica- sita na cidade de Maputo e também comercializa e
produz chapas onduladas a partir de matéria prima importada da África do sul.
4. Indústria de Zinco Maiaia – sita em Nampula e produz chapas onduladas e
comercializa na zona norte.
5. Hariche group – sita em na cidade de Maputo, comercializa e produz chapas
onduladas apartir de lâminas de zinco importadas da China e da África do sul,
esta companhia se diferencia por vender chapas cortadas sob medidas de acordo
com o pedido do cliente, para além das dimensões padrão normalmente vendidas.
6. Ferro e Aço – sita na cidade de Maputo, comercializam e produzem chapas de
zinco, apartir de rolos de chapa lisa importada da África do sul.
As empresas abaixo apenas comercializam as chapas de zinco:
7. Sociedade Moçambicana de Ferragens (SOMOFER) - sita na cidade de
Maputo e comercializa chapas de zinco importadas da China, África do sul e
compradas de produtores nacionais.
8. Construa – sita na cidade de Maputo, com delegações em outras províncias,
comercializa chapas de zinco importadas da África do sul.
Existe também comércio informal de chapas de zinco, assim sendo , identificamos
dois grandes mercados onde se comercializa o produto a nível de da cidade de
Maputo:
9. Mercado de Xiquelene – vende-se chapa de zinco de produção nacional.
10. Mercado de Xipamanine - a chapa vendida é feita a nível nacional.

7.2.1 Preço da chapa de zinco


A partir de visitas feitas a alguns do comercializantes de chapas de zinco com a sede na
cidade de Maputo chegou-se à seguinte tabela ( cotacões podem ser vistas em anexo):

Tabela 4. Preços das chapas de zinco mais comuns em meticais

Como se pode verificar os preços variam de acordo com o lugar de compra do produto.
De referir que apesar de mais caras as chapas vendidas pelas empresa formais oferecem
garantia de qualidade em relação às vendidas no mercado informal.

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7.3 Produtos derivados de zinco usados em Moçambique

- Chapas de zinco, chapa de aço com revestimento de zinco. A resistência à corrosão


das chapas zincadas é determinada basicamente pela camada de zinco que por
sua vez é proporcional à espessura do revestimento. Quanto mais espesso for o
revestimento de zinco, maior será a durabilidade do produto zincado, em um
mesmo ambiente. Na maioria das atmosferas o recobrimento de zinco
proporciona uma proteção muito duradoura, já que a velocidade de corrosão do
zinco é, em média, 25 vezes menor do que a do aço. A proteção frente à
corrosão proporcionada pelos recobrimentos zincados é várias vezes superior a
de qualquer outro sistema de proteção que possa ser utilizado como alternativa.

Após o revestimento, a chapa lisa passa pela dobradeira onde recebe o


acabamento superficial final. Existe material zincado com diferentes
acabamentos superficiais, sendo chapa zincada cristal normal (CZ-NL), chapa
zincada cristal minimizado (CZ-MI) e chapa zincada superfície extra lisa. O
acabamento a ser usado depende da aplicabilidade do produto, mas é
importante acrescentar que em termos de resistência à corrosão o acabamento
superficial não terá nenhuma interferência , é que a resistência a corrosão é
diretamente proporcional à espessura do revestimento, não tendo nenhuma
relação com o acabamento da superfície como já foi dito anteriormente.

Imagem 2. Dobradeira de chapas de zinco

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Em Moçambique algumas pessoas usam as chapas de zinco para erguer paredes de casa
(casas de madeira e zinco); este tipo de construções não é recomendável, porque a chapa
de zinco conduz calor, isto é, esfria quando faz frio humedecendo com o orvalho matinal
tanto a camada interna assim como a externa da parede e aquece quando faz calor, não
garantindo as condiçõs de conforto do ponto de vista de calor e humidade que um edifício
deve ter.
- Produtos quimicos.
- Fertilizantes agrícolas.
- Produtos farmacêuticos.
- Ligas de zinco como bronze e latão.
- Tintas e borrachas que contém zinco como aditivo.

7.4 Importação e exportação de zinco em Moçambique


O país não produz zinco industrialmente, assim sendo, todo o zinco usado no país é
importado, quer na forma de matéria prima para outros produtos assim como sob forma
de produtos acabados. Logo, é de concluir que uma vez que o país não produz zinco,
também não exporta zinco.
O gráfico abaixo mostra os países de onde Moçambique importa zinco e suas respectivas
quantidades.

Grafico 1. Países que exportam zinco para Moçambique

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8. Alternativas de substituição do zinco e seus derivados por outros de
maior viabilidade económica
A minério de zinco, diferente de outros metais, ocorre muito próximo da superfície
terrestre, e tendo em conta o seu vasto campo de aplicação é um mineral de fácil
obtenção em países onde ocorrem seus jazigos. Situação essa que não é a do nosso país,
pois todo o zinco usado é importado.
Assim sendo, há que pensar em soluções alternativas ao zinco, que sejam mais eficientes
e económicas:
 Para a questão de resistência à corrosão, baixaria o custo de aquisição de matéria
prima se ao invés de usar óxido de zinco puro, se usa-se uma mistura deste com
outros metais como cobre, alumínio de maior ocorrência no país; e teria-se um
revestimento de maior resistência a corrosão, pois as ligas de zinco são mais
resistentes à corrosão que o zinco, aumentando assim o tempo de vida do
revestimento;
 Para o uso como fertilizante, pode ser substituído por adubos vegetais, como
estrume de animais, plantas mortas que fertilizam o soloa um custo muito baixo e
não são nocivos, pois o zinco em altas quantidades é tóxico para as plantas,
animais e para as pessoas;
 O zinco é usado na indústria farmacêutica, para curar feridas e estancar
hemorragias, o seu uso pode ser substituído pelo consumo de alimentos ricos em
zinco como banana, brócolos, cereais, chocolate, carne, mariscos;
 Como telhado, a chapa de zinco é hoje o material mais barato para o uso em
cobertura de edifícios em Moçambique. Mas, uma solução mais económica e
ecologicamente correcta seria a cobertura em telhas leves feitas a base de plástico,
obtidas a partir de material plástico reciclado, para além de vantagens
económicas, tem ótimo isolamento térmico para climas como o nosso,pois a
tecnologia é usada em alguns países tropicais como o brasil, e é de fácil colocação
e manutenção.
 Reaproveitar as pilhas elétricas.

9. Conclusão

O zinco é um metal de grande aplicabilidade é constituinte de algumas ligas, em


estruturas metálicas, na fabricação de lâmpadas e placas luminosas, na galvanização de
peças de aço para prevenir corrosões, em telhas para construção. Enfim, a descoberta do
zinco contribuiu para muitos benefícios a engenharia dentro das construções e dos
processos construtivos, além da sua grande importância na saúde do homem de um modo
bastante abrangente.
Moçambique não é um país produtor de zinco, tendo que importar esse metal de outros
países, assim sendo há uma necessidade de se optar por alternativas mais económicas e
talvez até mais eficazes ao zinco, de modo a baixar os altos custos de aquisição deste
metal e continuar a suprir as necessidades da população concernentes as áreas de aplicaçã
do zinco.

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10. Bibliografia
- Ocorrência dos metais de transição em Moçambique, Universidade Pedagógica.
- Relatório anual da Organização Internacional do Zinco,2011.
- REPUBLICA DE MOÇAMBIQUE, Ministério dos Recursos Minerais e
Energia,Direcção Nacional de Geologia
- REPUBLICA DE MOÇAMBIQUE, Ministério da Indústria e Comércio – Importações
no ano 2011.
- Noticia explicativa da carta de jazigos e ocorrênciaMinerais de Moçambique, Maputo,
1995pg . 24-39.
- AFONSO S. RUI & MARQUES M. João- recursos Minerais de Moçambique Direcção
Nacional de Geologia-Maputo , 2 edição Lisboa. 1998.
- Restauração da indústria de chapas de zinco em Moçambique e seu impacto no bolso do
consumidor, Faculdade de Economia, Universidade Eduardo Mondlane.
- Cotações de preços de chapas de zinco adiquiridas nas visitas a empresas produtoras e
vendedora de chapas de zinco em Maputo.

11.Anexos

Podem-se ver as cotações das chapas de zinco vendidas nas empresa que actuam na
indústria de zinco a nível da cidade de Maputo.

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