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O guia definitivo

Para pintar

Aquarela Tudo o que você precisa


saber para começar!
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Introdução
Sobre a aquarela

Capítulo 01
Os materiais que não
podem faltar

Capítulo 02
Cores

Capítulo 03
3 exercícios para começar

Capítulo 04
As possibilidades criativas
da aquarela

Conclusão
introdução

Sobre a Aquarela
A pintura em aquarela já existe há muitos séculos e se
distingue de outras técnicas por suas características
especiais, como a luminosidade e a transparência. Isso
significa que você pode aplicar uma camada mais clara de
tinta por cima da outra sem cobrir o que estiver embaixo.

Além disso, a transparência permite que a luz atravesse a


tinta e reflita no papel, o que atribui a segunda
característica marcante, a luminosidade.
Por se tratar de uma tinta que se dilui em água, aprender a
técnica é a arte de dominar as cores em estado líquido! O
resultado são trabalhos de cores vibrantes, manchas de
cores e traços delicados.

Entender essas propriedades te ajuda a compreender o


funcionamento das tintas quando você estiver pintando e
tirar o melhor proveito da técnica. É isso que vamos
ensinar nesse E-book, assim como os materiais essenciais,
como fazer as cores e muito mais!
Capítulo 01

Os materiais que
não podem faltar!

Entre papéis, tintas, pincéis e outros materiais menos


óbvios como limpa tipo e fita crepe, um kit completo de
aquarela pede materiais específicos para a técnica.

Existem materiais para todos os níveis e bolsos e, por isso,


é importante conhecê-los para saber investir, pois podem
haver muitas diferenças entre um material e outro.

Além disso, a escolha de materiais é também uma questão


de estilo e preferência, então, sempre que puder, teste
novos produtos para ver qual você adapta melhor.
Tintas
A aquarela é um tipo específico de tinta. É possível
encontrá-la em dois formatos: em bisnaga ou em pastilha.
A escolha de cada uma é uma questão de preferência, já
que os efeitos são os mesmos.

Pastilhas x Bisnagas

A aquarela em pastilha é uma tinta sólida que vem em


bloquinhos quadrados ou redondos. Para utilizá-la é só
passar um pincel molhado para “ativar” o pigmento.

Muitos aquarelistas gostam das pastilhas pela facilidade do


transporte, já que basta levar o estojinho sem ter que
carregar mil tubinhos.
Enquanto isso, a aquarela em bisnaga é pastosa e tem cores
muito vibrantes quando saem do tubo pela alta
concentração de pigmento. Ela deve ser aplicada em um
godê e diluída em água antes de ser usada no papel.

Depois de secas, podem ser utilizadas da mesma forma que


a aquarela em pastilha. Basta passar um pouco de água com
pincel, que você verá a tinta soltando novamente!

Assim você não precisa se preocupar com o desperdício ou


ficar calculando o quanto de tinta você precisa colocar no
godê. Apenas tenha o cuidado de armazená-las longe do sol
e protegidas da poeira.
A qualidade da tinta vai interferir principalmente na
durabilidade do seu trabalho, sendo essa uma das maiores
diferenças entre as tintas escolares e profissionais.

De modo geral, a pigmentação da aquarela é sensível à luz


e tende a desbotar com o tempo, principalmente as tintas
escolares. Enquanto isso, as linhas profissionais e
semi-profissionais tem cores mais vivas e são feitas para
durar, pois a pigmentação é menos sensível à luz.

Contudo, é importante notar que a aquarela não deve ser


exposta em áreas muito claras e jamais deixadas na luz
direta mesmo com as tintas profissionais. Então já sabe, né?
Se quiser fazer um quadro com a sua obra de arte e
pendurar na parede, prefira um local sombreado!

estudante x profissional

Sakura Koi Winsor & Newton


(R$70,00 12 pastilhas) Cotman ou Van Gogh
Pentel (R$21,00 1 tubo)
(R$30,00 12 pastilhas) (R$160,00 15 pastilhas)
Papel
Um papel específico para aquarela é extremamente
importante para a técnica. Afinal, a aquarela, como diz o
próprio nome, se trata de usar muita água!

Assim, se você usar uma folha de ofício comum, ela não


será capaz de reter a água, que vai escorrer, borrar e enrugar
o papel, que também vai se desfazer com as pinceladas.

Portanto, a escolha do papel vai interferir muito no seu


resultado e no seu processo.
O papel ideal para um trabalho em aquarela é sem dúvida
um papel de algodão com gramatura de, pelo menos 200g.
Ao contrário dos papéis comuns de celulose, o algodão
permite uma melhor absorção da água.

Isso vai te dar mais controle para aplicar a tinta nas áreas
certas, evitando que a água escorra indesejadamente ou crie
poças. E a gramatura mais elevada é necessária para que o
papel não se desmanche com o atrito do pincel, absorva
melhor a tinta e evite a envergadura da folha.

Um papel 100% algodão é um material mais caro, então não


tem problema escolher um com 25% ou 50% algodão. Só
evite papéis 100% celulose e que sejam muito fininhos,
pois eles realmente não são feitos para aquarela.

Alguns papéis também apresentam texturas com


granulações diferentes, o que é uma questão de estilo.

100% algodão
50% algodão
100% celulose
Você encontra os papéis de aquarela em cadernos, folhas
separadas ou até em rolo.

Algumas opções mais básicas são o Montval e o XL


aquarelle, ambos da Canson e 100% celulose. Você os
encontra na faixa de R$30,00 e R$60,00 o bloco de folhas
A4.

O Moulin du Roy 100% algodão, também da Canson, já é


uma linha semi-profissional, enquanto os papéis Fabriano
ou Arches são referência em qualidade. Uma folha de 55 x
65 cm 100% algodão pode custar entre R$40,00 e R$50,00,
mas tenha certeza de que são papéis excelentes!
Pincéis
Os melhores pincéis para se usar na aquarela são aqueles
cujas cerdas são mais macias e finas. A ideia é que ele
retenha água e seja delicado com o papel. Eles podem ser
tanto de pêlo sintético, quanto natural feitos com pêlos de
animais.

Os de pêlo natural tendem a reter mais água e mais tinta em


relação aos sintéticos, o que permite traços mais longos. Mas
isso não significa necessariamente que um é melhor que o
outro. De toda forma, é legal experimentar vários tipos de
pincéis e ver o que você pode criar com cada um deles!
As opções também variam em termos de formato e
espessura, que interferem no tipo de traço e cobertura.
Dessa forma, prefira pincéis fininhos para fazer detalhes ou
traços finos, e pincéis grossos para preencher grandes áreas.

Os pincéis redondos, como o nome diz, tem a base circular


e as cerdas costumam fazer uma pontinha, o que os torna
bem versáteis. Com eles, você faz movimentos bem
precisos, ideais para fazer curvas ou contornos de traços
bem fininhos. Mesmo com um pincel mais grosso, o fato
dele ter uma ponta fina te dá tanto um bom alcance quanto
uma boa cobertura.

O pincel chato, ou chanfrado, por sua vez, apresenta uma


ponta reta que é perfeita para traçar ângulos bem marcados.
Conte com ele para traços retos e de espessura constante!
Uma alternativa super
portátil são os waterbrushes,
os pincéis com reservatório.
Eles têm formato de caneta e
um reservatório que é
possível abrir para encher de
água ou tinta líquida. Os
waterbrushes dispensam o
potinho de água e são muito
usados também no lettering!

Algumas indicações de
marcas são a Keramik, Tigre
e Pentel. Os mais básicos
feitos com pêlos sintéticos
você encontra na faixa de
R$7,00 e R$40,00, variando
de acordo com o tamanho.
Godê O godê é a superfície em que você coloca as
tintas antes de aplicá-las no papel. É onde
você vai diluir e misturar as tintas para
chegar na tonalidade desejada, fazendo
pocinhas de cores.

Um godê também é perfeito para guardar as tintas, o que o


torna um material indispensável se você optar pela aquarela
em bisnaga! Você coloca as tintas do tubinho e pode
deixá-las secar.

Para utilizá-las novamente, basta aplicar água com o pincél.


No caso das tintas em pastilhas, elas costumam já vir em
um estojo que é o próprio godê!
Outros Materiais
As folhas de aquarela são
bastante delicadas e
pedem materiais
complementares para
evitar danos durante o
processo.

Para fazer o esboço do seu


desenho na folha de
aquarela, prefira um lápis
macio, como o 2B para
evitar marcar o papel.
Borrachas podem marcar
e comprometer a absorção
do papel, então prefira
usar um limpa-tipo para
apagar seu traço.

O limpa-tipo é como uma


borracha moldável tipo
massinha. O grafite gruda
nele, apagando os traços a
lápis sem precisar esfregar
no papel.
A tinta se espalha nas regiões do seu papel que estiverem
molhadas. Por isso, um borrifador te ajuda a hidratar o
papel antes de começar a pintar.

A melhor forma de secar seus pincéis e retirar o excesso de


tinta e água é usando folhas de papel toalha. Ao contrário
de panos, que podem acabar soltando pelinhos, elas
também podem ser usados diretamente na pintura para
retirar o excesso de água e tinta.

Para evitar que o papel fique enrugado, cole-o em uma mesa


ou prancheta com fita crepe fazendo algo como uma
moldura em torno da folha.

Por fim, tenha sempre do seu lado um potinho de água para


dissolver as tintas e lavar os pincéis.
Capítulo 02

Cores
Antes que você saia comprando um montão de tubinhos de
tinta, ou um estojo com mil pastilhas, saiba que você
precisa apenas das cores primárias para ter todas as outras
cores!

Na aquarela, elas são: amarelo, azul ultramar ou azul da


Prússia, magenta e terra siena queimada (um tom de
marrom). Misturando-as nas devidas proporções você terá
quase todas as outras cores!

Para fazer preto,


misture azul, magenta e
terra siena queimada.
Tons de pele podem ser
obtidas com magenta,
amarelo e terra siena
queimada, com um
pouco de azul em peles
mais escuras. Uma dica
para fazer sombras é
usar roxo ao invés de
preto!
Aprender a chegar em qualquer cor apenas com essas tintas
é um exercício importante para conhecer a técnica, não só
para criar novas tonalidades, quanto aprender a
reproduzi-las mais de uma vez.

Apesar de existir aquarela branca, essa é um pigmento que


não se usa muito nessa técnica por ela ser uma tinta opaca.
Quando se mistura o branco com as outras tintas, elas
perdem essa propriedade da transparência.

Dessa forma, o ideal é que o branco seja o branco do papel


e os tons mais claros sejam das outras tintas bem diluídas
em água. Contudo, outros tipos de tintas brancas como
acrílica e guache costumam ser usadas para complementar
desenhos em aquarela, fazendo detalhes e brilho.

Sendo uma tinta de transparência, a aquarela se pinta em


camadas, começando das mais claras até as mais escuras.
E como as tintas ainda úmidas são mais escuras do que
depois de secas, a cada camada você pode ajustar as
tonalidades aplicando mais pigmento quando julgar
necessário.
Capítulo 03

3 técnicas
para iniciantes
Para começar a pintar com aquarela, é importante entender
suas características e propriedades na prática. Por isso,
veja aqui três exercícios para compreendê-las.
exercício 1
Lembra de quando eu falei que a aquarela é uma tinta de
transparência? Experimente fazer vários quadradinhos
sobrepostos, cada um com cores e concentração de tinta
diferentes. Observe que não é possível cobrir uma área mais
escura com uma tinta mais clara. Assim, a dica é pintar em
camadas, começando pelas mais claras até as partes mais
escuras com as tintas mais concentradas.

Antes de sobrepor um quadrado em outro, espere o


primeiro secar. Caso contrário, uma cor vai invadir o
espaço da outra e elas vão se misturar. Para ver como isso
acontece e usar essa propriedade ao seu favor, veja o
próximo exercício.
exercício 2

Delimite uma forma e passe água com o pincel ou


borrifador. Aplique tinta de um lado e repare em como as
cores avançam onde está molhado. No outro lado, aplique
outra cor e veja como elas se misturam.

Por isso, lembre-se que um trabalho de aquarela exige


paciência e você precisa esperar a tinta secar para evitar
borrões indesejados.

Ao mesmo tempo, a agilidade é necessária quando você


precisa pintar antes da tinta secar!
exercício 3

Para treinar as transições entre cores e tonalidades, comece


com uma tinta bem concentrada e faça um traço. Logo
abaixo, faça um outro traço, mas colocando um pouquinho
mais de água. Para cada traço que você fizer, vá dissolvendo
a tinta aos poucos até não sobrar mais pigmento!

Pegou o jeito? Experimente fazer o contrário, começando da


água até a cor concentrada.
Capítulo 04

As possibilidades
criativas da aquarela
As cores iluminadas, as manchas, a fluidez e a delicadeza
são características que as pessoas buscam na aquarela que
só ela pode proporcionar.

A construção em camadas, da mais clara para a mais escura,


dá o efeito de profundidade muito desejado na
representação de paisagens.

Além disso, também é uma


das técnicas preferidas para
ilustrações científicas por
permitir representações fiéis
de cores e volume.
A aquarela combina muito bem com outros tipos de
projetos, como convites de casamento. A delicadeza dos
traços traz o requinte que a ocasião pede!

É uma técnica perfeita para qualquer tipo de ilustração e


não é necessário ter conhecimento prévio de outras
técnicas de pintura para começar. Inclusive, a aquarela é,
para muitas pessoas, a porta de entrada para o mundo das
pinturas e pode ser combinada com outros tipos de tinta!
Aquarela e nanquim
O nanquim pode ser usado em forma líquida ou em canetas
e caracteriza-se por um preto bem pigmentado. O escuro
contrapõe-se com as cores da aquarela dando muito
contraste, sendo ideal para fazer contornos ou detalhes
muito pequenos e difíceis de fazer com o pincel.

O nanquim é uma tinta plástica, o que a torna impermeável.


Em contornos, ela cria barreiras que impedem que a
aquarela ultrapasse essas linhas. Nesse caso, a aquarela
funciona menos como uma técnica e mais como forma de
preenchimento com cor.
Aquarela e guache
Ao contrário da aquarela, a guache não é transparente, o
que significa que você pode aplicar cores mais claras sobre
cores mais escuras. A vantagem disso é que você pode
cobrir algo que você não gostou no seu trabalho em
aquarela ou, mais comumente, acrescentar brilho e fazer
detalhes. Pela aparência semelhante, a combinação de
tintas funciona muito bem.

Aquarela e lápis
de cor aquarela
Os lápis de cor
aquareláveis tendem a ser
bem macios e deixar
cores bem vivas no papel.
E como diz o próprio
nome, eles apresentam
características de aquarela.
Basta esfregar um pincel
molhado nas partes
coloridas que as tintas vão
começar a soltar!
Aquarela sem aquarela
Os efeitos da aquarela podem ser reproduzidos também por
meios digitais. Os softwares de ilustração estão cada vez
mais precisos quanto ao comportamento da aquarela, a
sensação de passar o pincel no “papel” e o realismo dos
traços.

Os splashes de cores da aquarela também podem ser vistos


por aí em tatuagens que imitam a técnica e até mesmo em
bolos! Basta aplicar sobre pasta americana um pouco de
anilina comestível dissolvida em essência de baunilha para
dar o efeito aquarelado.

Tatuagem incrível da
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