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SEMANA CONTEÚDO
Sondagem diagnóstica; apresentação do cronograma e formas de avaliação.
1º Introdução à metrologia.
Conceitos básicos. Algarismos Significativos.
VIM Vocabulário Internacional de Metrologia;
2º SI Sistema Internacional de Unidades
Conversão de Unidades
Avaliação
Teoria dos Erros
3º
Critérios de exclusão
Introdução a estatística
Noções de estatística
4º
Introdução ao cálculo de incerteza para instrumentos de medição
Cálculo básico da incerteza de medição
5º
Interpretação de certificado de calibração
Determinação da incerteza de medição
6º
Avaliação
7º Noções de calibração
8º Prática de calibração
Elaboração do certificado de calibração
9º Revisão dos conteúdos
Fechamento da disciplina
2.1 Metrologia
A ciência que trata das medições é a metrologia. A metrologia abrange todos os aspectos
teóricos e práticos relativos às medições, em quaisquer campos da ciência ou da tecnologia. O
problema central da metrologia é a credibilidade e universalidade dos resultados. Seus principais
desafios são:
Melhoria do controle do processo;
Melhoria da qualidade do produto;
Aumento da produtividade;
Redução do impacto ambiental;
Uso de sistema de medição viável técnica e economicamente;
Objetivos:
Permitir uma comunicação clara na área de metrologia, e o entendimento dos
conceitos que serão tratados nas próximas aulas.
Permitir a compreensão quando da leitura de documentos técnicos, como certificados
e procedimentos de calibração, e a correta utilização do vocabulário quando da
escrita desses documentos.
3.1 Metrologia
A ciência que trata das medições é a metrologia. A metrologia abrange todos os aspectos
teóricos e práticos relativos às medições, em quaisquer campos da ciência ou da tecnologia.
Medir, entretanto, é uma atividade mais corriqueira do que parece. Ao olhar no relógio, por
exemplo, você está vendo no mostrador o resultado de uma medição de tempo. Ao tomar um táxi,
comprar um quilograma de carne no açougue ou abastecer o carro no posto de gasolina, você
presencia medições. Mas o que é uma medição?
3.2 Medição
Conjunto de operações que tem por objetivo determinar um valor de uma grandeza.
Medir é comparar uma grandeza com uma outra, de mesma natureza, tomada como padrão.
Existe uma imensa variedade de coisas diferentes que podem ser medidas sob vários aspectos.
Imagine uma lata, dessas que são usadas para refrigerante. Você pode medir a sua altura, pode medir
quanto ela "pesa" e pode medir quanto líqüido ela pode comportar. Cada um desses aspectos
(comprimento, massa, volume) implica numa grandeza física diferente.
3.3 Grandeza
Já deu pra perceber que o conceito de grandeza é fundamental para se efetuar qualquer
medição. Grandeza pode ser definida, resumidamente, como sendo o atributo físico de um
corpo que pode ser qualitativamente distinguido e quantitativamente determinado.
Aqui vamos precisar de mais exemplos: a altura de uma lata de refrigerante é um dos
atributos desse corpo, definido pela grandeza comprimento, que é qualitativamente distinto de
outros atributos (diferente de massa, por exemplo) e quantitativamente determinável (pode ser
expresso por um número).
3.5 Padrão
Seria bem complicado medir a altura de uma lata usando apenas a definição do Metro. Para
isso existem os Padrões Metrológicos. Um padrão metrológico é, em resumo, um instrumento
de medir ou uma medida materializada destinado a reproduzir uma unidade de medir para
servir como referência. Medida materializada, instrumento de medição, material de
referencia ou sistema de medição destinado a definir, realizar, conservar ou reproduzir uma
unidade ou um ou mais valores de uma grandeza para servir de referencia.
O padrão (de qualquer grandeza) reconhecido como tendo a mais alta qualidade metrológica
e cujo valor é aceito sem referência a outro padrão, é chamado de Padrão Primário. Um padrão cujo
valor é estabelecido pela comparação direta com o padrão primário é chamado Padrão Secundário, e
assim sucessivamente, criando uma cadeia de padrões onde um padrão de maior qualidade
metrológica é usado como referência para o de menor qualidade metrológica. Pode-se, por exemplo,
a partir de um Padrão de Trabalho, percorrer toda a cadeia de rastreabilidade desse padrão,
chegando ao Padrão Primário.
Objetivos:
Utilizar, na prática metrológica, unidades internacionalmente reconhecidas.
Realizar conversão para as unidades do SI, de forma a poder utilizar estas unidades
na prática metrológica.
Abaixo são representadas as principais unidades que compõe o Sistema Internacional. Estas
unidades podem ser utilizadas em conjunto com os prefixos, apresentados na tabela seguinte.
1 mmHg = 133,322 Pa
1 mmHg 133,322 Pa
1 mmHg 133,322 Pa
67 mm Hg x Pa
1 · x = 133,322 · 67
x = 8932,574 Pa
Objetivos:
Utilizar a teoria dos Algarismos Significativos para expressar o valor de uma medição
e para realizar cálculos com estes valores.
Reconhecer, a partir desta teoria, a exatidão de uma medida realizada por outro
técnico.
Comprimento: 9,2 cm
É muito importante que se consiga distinguir a partir de um valor numérico quais são
algarismos corretos e qual é o algarismo duvidoso resultantes da medição. A medida de
comprimento do lápis está entre 9,2 e 9,3 cm.
No exemplo acima temos como algarismo correto o 9. Afinal, ele está na escala da régua.
O 2 já é uma subdivisão imaginária da escala da régua. Ele não carrega a mesma certeza que o
9. Por essa razão o 9 é considerado o algarismo correto, e o 2 é o algarismo duvidoso.
Dizer que o lápis tem um comprimento de 9,25 cm beira o absurdo, já que nenhum olho
humano consegue divir uma escala de 1 mm em 100 subdivisões, apenas no olho. O 5, desta
forma, não tem significado algum, não sendo considerado um algarismo significativo. Desta forma
uma medida deve ser expressa utilizando os algarismos corretos e apenas UM algarismo duvidoso,
expressando a exatidão da medida.
Se for necessário realizar uma transformação de unidade, de forma a expressar a medida em
metros, o resultado seria 0,092 m. E em micrometros, 92000 m. Sabemos que esta medida tem
dois algarismos significativos: o 9, que é o correto, e o 2, que é o duvidoso. Mesmo realizando
a conversão de unidades são esses os algarismos significativos provenientes da medição. Vejamos
então as regras que expressam quantos algarismos significativos têm uma medida, e qual é o
duvidoso:
Mas para o primeiro instrumento de medição o algarismo duvidoso está na casa dos
décimos. Para o segundo, na casa dos centésimos. E para o último, na dos milésimos. Sublinhando
os duvidosos de cada medida e repassando cada um deles para o resultado da soma temos:
25,4 Pa + 49,89 Pa + 67,001 Pa = 142,291 Pa
Nossa soma, portanto, possui neste momento três algarismos duvidosos. Só poderia ter um.
Para que reste só um precisamos arredondar o resultado de forma a possuir somente a casa decimal,
a menor resolução dos instrumentos que utilizamos:
5.3 Arredondamento
Em muitos momentos quando se trabalha com algarismos significativos é necessário realizar
o arredondamento de casas decimais. Se tivermos uma medida de 26,68 (4 AS) e tivermos que
arredondar para 3AS, teremos 26,7.
O problema reside quando temos que arredondar um numero terminado em 5, 50,
500.... Como 28,65. Para ficar com 3 AS, arredonda-se para mais ou para menos? Neste caso a
regra é clara: arredonda-se para o valor positivo. Ficaria 28,6. Da mesma forma, 47,875 se
arredondado para 4 AS ficaria 47,88.
Objetivos:
Responder as seguintes questões:
Qual é a melhor forma de expressar o resultado de uma medição?
Quais são os tipos de erros envolvidos em uma medição?
Como cada um destes erros afeta a medição?
O que é exatidão e o que é repetitividade?
Por diversas razões, que serão discutidas a seguir, todas as medidas estão afetadas por um
erro, que trataremos como E. Este erro relativo a uma medida M pode ser sintetizado pela
expressão:
E = M VV
Onde VV é o valor verdadeiro que teria de ser representado por um padrão de valor
perfeitamente conhecido ou por um sistema de medição livre de erros. Na prática esta situação é
impossível, por esta razão o erro E é calculado por:
E = M VVC
VVC significa valor verdadeiro convencional, que contém um erro desprezível em relação ao
erro do sistema de medição analisado (ideal menor que 1/10). Utilizamos, como Valores
Verdadeiros Convencionais, os padrões metrológicos.
6.2.1 Grosseiros
Falta de cuidado ou maus hábitos do operador. Causas: Erros de leitura , anotação errada,
operação indevida, ajuste incorreto do instrumento de medição, escolha errada de escalas. Podem
ser evitados pela repetição cuidadosa das medições. Não podem ocorrer. Inadmissíveis na prática
metrológica. Os procedimentos de medição, quando bem elaborados, contribuem para impossibilitar
o ocorrência dos erros grosseiros.
6.2.2 Sistemáticos
São erros provenientes do sistema de medição utilizado. Propiciam medidas
consistentemente acima ou abaixo do valor real, prejudicando a exatidão da medida. Sendo
identificados podem ser eliminados ou compensados. Causas: método de medição, paralaxe, efeitos
ambientais, simplificações do modelo teórico utilizado.
Exemplo: Em dada balança o método de medição de massa é indireto, utilizando uma
medida de força para estabelecer a medida de massa através do modelo físico F = m . g, sendo F
6.2.3 Aleatórios
São causados por fatores imprevisíveis e aleatórios, tais como vibrações, atritos e folgas do
instrumento de medição. Tais fatores não podem ser identificados. Mas pode-se ter uma avaliação
quantitativa deles pois são os erros aleatórios que impossibilitam que, em uma série de medição,
uma medida seja igual a outra. Sua quantificação é realizada para cada medida, sendo a diferença
entre cada medida e a média de um número infinito de medições em condições de repetitividade
(mesmo operador, mesmo método de medição, mantendo as mesmas condições ambientais). A idéia
de se ter 'condições de repetitividade' é que a única váriável no sistema de medição seja a grandeza
a ser medida, de forma que grandezas de influência permaneçam constantes.
Para exemplificar tem-se o exemplo da balança eletromecânica digital a seguir. Para saber
qual o erro que a balança comete ao medir uma massa de 1 kg, coloca-se sobre a mesma uma massa
padrão de erro desprezível em relação ao que pode ocorrer na balança.
Caso a experiência de determinação do erro venha a ser repetida, possivelmente a medida,
correspondente a mesma massa padrão, seja um pouco diferente da anterior, fato que também
ocorrerá também às medidas subseqüentes. Este comportamento dos sistemas de medição é
denominado repetitividade.
c) Análise da distribuição:
Se para um mesmo valor da grandeza a medir obtém-se diferenças nas medidas, o erro de
uma medição não é constante. Pode-se caracterizar o erro como sendo a composição das seguintes
parcelas:
E = Es + Ea + Eg
O erro sistemático (Es) ou Tendência (Td): é a parcela de erro da medição que se mantém
constante (em sinal e valor) ou varia de uma forma previsível, quando se efetuam várias medições
da mesma grandeza. Os erros sistemáticos e suas causas podem ser conhecidos e desconhecidos.
O erro aleatório (Ea): é a parcela de erro que surge em, função de fatores aleatórios:
Ea = M - MM
O erro grosseiro (Eg): é uma parcela que pode ocorrer em função de leitura errônea,
operação indevida ou dano do sistema de medição. Seu valor é totalmente imprevisível, podendo
sua aparição suprimida a casos intuito esporádicos, desde que o trabalho de medição seja feito com
atenção e coincidentemente. Esta parcela de erro não será considerada nos estudos a seguir.
No exemplo da balança, mostrado anteriormente, como foi aplicado um massa padrão de 1
kg, pode-se afirmar que esta balança, sistematicamente apresenta um erro de +15 g, isto é, 15 g
acima do valor esperado. O erro aleatório como falado e definido é imprevisível. Apenas pode-se
supor a partir deste experimento que ele ocorrerá dentro de uma faixa de ± 3 g (ver gráfico de
distribuição)
Se não fosse conhecido o valor da massa aplicada a tendência de um leigo seria afirmar:
m = 1015 ± 3 g
Como já é possível observar, ao fazer isto um grave erro será cometido, por simplesmente
ter esquecido do erro sistemático. A determinação do resultado será motivo de uma discussão mais
detalhada em itens a seguir.
Fazendo-se uma análise da distribuição dos valores medidos normalmente constata-se que,
quanto à repetitividade das leituras/medidas, os sistemas de medição apresentam uma distribuição
aproximadamente Gaussiana dos valores. Pode-se, então, utilizar os recursos de estatística para
avaliar a faixa dentro da qual ocorrerão os erros aleatórios. Esta faixa é denominada dispersão da
medida (DM) ou repetitividade (Re) e seu valor pode ser calculado como sendo:
DM(P) = Re = ± t.S
Onde: DM(P) dispersão da medida enquadrando P% dos valores.
Re repetitividade
P probabilidade de enquadramento
t fator de Student.
S desvio padrão calculado para n medidas.
∑(M − MM )
2
i
i =1
S=
n −1
A dispersão avaliada desta forma, enquadra praticamente P% dos valores possíveis do erro
aleatório. O fator t (coeficiente de Student) para comportamentos Gaussianos pode ser determinado
a partir de tabelas como a mostrada a seguir em função de P e n (tabela abaixo).
A balança mostrada anteriormente pode então ser caracterizada quanto ao seu
comportamento metrológico pelos valores dos parâmetros:
ES ou Td informando a parcela de erro sempre presente;
DM(P) ou Re informando que a parcela de erro aleatório em P% dos casos não supera o
valor ± DM. Para este caso então teríamos:
Td = Es = 15 g
Toda medida esta afetada por um erro. Este erro é provocado pelo sistema de medição e
operador, sendo inúmeras as possíveis causas. 0 comportamento metrológico do SM é influenciado
por perturbações externas e internas, bem como efeitos de retroação do SM sobre a grandeza a
medir e retroação do receptor da medida sobre o SM (esquematizado na figura abaixo).
As perturbações externas podem provocar erros alterando diretamente o comportamento do
SM ou agindo diretamente sobre a grandeza a medir. 0 elemento perturbador mais crítico, de modo
geral é a variação de temperatura ambiente. A variação de temperatura provoca, por exemplo,
dilatação das escalas dos SM para medição de comprimentos, da mesma forma que age sobre a
grandeza a medir, por exemplo, o comprimento a medir de uma peça.
A variação de temperatura pode também ser uma perturbação interna. Exemplo típico é a
não estabilidade dos sistemas elétricos de medição, por determinado espaço de tempo, após terem
sido ligados. Em função da liberação de calor nos circuitos elétricos/eletrônicos pode haver uma
variação das características elétricas de alguns componentes e assim do SM. Há necessidade de
aguardar uma estabilização térmica, a que minimizará os efeitos da temperatura.
A retroação do SM sobre o processo, ou seja, sobre a GM pode ter diversas causas. Por
exemplo, na metrologia dimensional, a dimensão da peça modifica-se em função da forca de
medição aplicada.
A retroação do receptor acontece, por exemplo, na conexão indevida de registradores de
sinal.
Para a operação o fabricante fixa condições limitantes aos fatores que influem sobre o
comportamento do SM. Somente dentro destas faixas é que são garantidas as especificações
metrológicas dos SM.
Finalmente existem uma série de outros fatores que influem nos erros, que não se pode
quantificar através de formulações. Estes fatores não são objeto de estudos de técnicas em
metrologia. São fatores relacionados com os erros grosseiros, mas que sem dúvida são necessários
de se conhecer, para que através do treinamento no trabalho seja possível evitá-los. Entre estes
fatores pode-se citar:
Falhas causadas por cansaço;
Falhas causadas por leitura distorcida (paralaxe);
Falhas causadas por manipulação errada;
Falhas causadas por falta de atenção.
Faixa de indicação (FI): A FI é o intervalo entre o menor e o maior valor que o indicador
do SM teria condições de apresentar como leitura (medida). Nos SMs de indicação analógica a Fl
corresponde ao intervalo entre o menor e o maior valor da escala.
Exemplos:
-Fl manômetro: 0 a 20 bar;
-FI termômetro: 700 a 12000C;
Faixa de medição ou faixa de operação (FO): É o intervalo entre o menor e o maior valor
da GM entre o qual o SM opera segundo as especificações metrológicas estabelecidas.
Exemplos:
- termômetro: FO: -50 a 2800C;
- medidor de deslocamento: FO: -0,050 a +0,050 mm;
A FO é menor ou, no máximo, igual a FI. A FO pode ser obtida através do manual de
utilização do SM, de sinais gravados sobre a escala, de especificações de normas técnicas ou de
relatórios de calibração.
Erro sistemático (Es) ou Tendência (Td): É a parcela de erro que se mantém constante
(em sinal e valor) ou varia da forma previsível, quando se efetuam várias medições da mesma
grandeza.
Os erros sistemáticos (tendências) e suas causas podem ser conhecidos ou desconhecidos.
Correção (C): Sabendo-se que determinada leitura contém um erro sistemático de valor
conhecido, pode-se então eliminar este erro. Isto é feito através da correção (C), que é adicionada à
leitura: Lc = L + C, onde: Lc é a leitura corrigida.
O valor da correção é a tendência (Td) com o sinal trocado.
Histerese (H): Diferença entre leitura/medida (L/M) para um dado valor da GM quando
esta foi atingida por valores crescentes e a L/M quando atingida por valores decrescentes da GM. A
histerese é um fenômeno bastante típico em SMs mecânicos devido a folgas e deformações
associados ao atrito.
Quando se relata o resultado de uma medição de uma grandeza física, é obrigatório que seja
dada uma indicação quantitativa da qualidade do resultado de forma tal que aqueles que o utilizam
possam avaliar sua faixa de dúvidas. Sem esta indicação, resultados das medições não
podem ser comparados, seja entre eles mesmos ou com valores de referência dados numa
especificação ou numa norma. É, portanto, necessário que haja um procedimento prontamente
implementado, facilmente compreendido e de aceitação geral para caracterizar a qualidade de um
resultado de uma medição, isto é, para avaliar e expressar sua incerteza. O procedimento
apresentado a seguir é baseado no ISO-GUM, Guia para determinação da Incerteza de Medição.
Quando se relata o resultado de uma medição de uma grandeza física, é obrigatório que seja
dada uma indicação quantitativa da qualidade do resultado de forma tal que aqueles que o utilizam
possam avaliar sua faixa de dúvidas. Sem esta indicação, resultados das medições não podem ser
comparados, seja entre eles mesmos ou com valores de referência dados numa especificação ou
numa norma. É, portanto, necessário que haja um procedimento prontamente implementado,
facilmente compreendido e de aceitação geral para caracterizar a qualidade de um resultado de uma
medição, isto é, para avaliar e expressar sua incerteza.
Avaliação tipo B - método de avaliação da incerteza por outros meios que não a
análise estatística de uma série de observações.
∑(x
i =1
i − µ)2
S=
n −1
Neste caso, a incerteza padrão será caracterizada pelo desvio padrão experimental da média:
s
s ( xi ) =
n
Nos casos onde o desvio padrão amostral for igual a zero, ou bastante pequeno, como
acontece nos processos de calibração de micrômetros, paquímetros, poderá ser assumido que há um
intervalo dentro do qual existe a possibilidade de se encontrar o valor da grandeza xi. Este intervalo
será ± a divisão da escala do instrumento (± a resolução). Como esta distribuição de probabilidade é
uniforme retangular, deverá ser transformada em normal. Para isso , a seguinte condição
matemática deverá ser satisfeita:
_
resol. s ( xi )
s ( xi ) = , então assume-se que s ( x) =
2 3
CONFIABILIDADE METROLOGICA :: Prof Eng Tobias Roberto Mugge :: 26
9.2 Determinação da incerteza padrão Tipo B
Se um laboratório de medição tivesse recursos e tempo ilimitados, ele poderia conduzir uma
investigação estatística exaustiva de cada causa concebível de incerteza, por exemplo, utilizando
vários instrumentos de feitios e tipos diferentes, métodos diferentes de medição, aplicações
diferentes do método e diferentes aproximações em seus modelos teóricos de medição. As
incertezas associadas à todas estas causas poderiam então ser avaliadas pela análise estatística da
série de observações e a incerteza de cada causa seria caracterizada por um desvio padrão avaliado
estatisticamente. Em outras palavras, todos os componentes de incerteza seriam obtidos de
avaliações do Tipo A. À medida que tal investigação não é uma prática econômica, muitos dos
componentes de incerteza precisam ser avaliados por quaisquer outros meios que sejam práticos, ou
seja, a incerteza padronizada é avaliada através de um julgamento científico baseado em todas as
informações disponíveis sobre a variabilidade possível de uma grandeza de entrada.
O conjunto de informações pode incluir:
Experiência com ou conhecimento geral do comportamento e propriedades de
materiais relevantes e instrumentos;
Dados fornecidos em certificados de calibrações e outros certificados;
Normal (k=x) x
Retangular 3
Triangular 6
Em forma de U 2
Alguns exemplos das fontes mais comuns de incerteza tipo B e sua transformação para
incerteza padronizada serão apresentadas à seguir.
d
uR = , onde d é a resolução ou capacidade de interpolação do operador
2 3
9.2.2 Histerese:
A histerese h na indicação de um instrumento de medição deve ser tratada como uma
incerteza simétrica em relação a média das duas indicações (avanço/retorno) que formam a
histerese. A componente de incerteza atribuída a histerese terá como incerteza padronizada:
h
uh = , onde h é a histerese do instrumento de medição.
2 3
U
uc = , onde
k
U: Incerteza expandida expressa no certificado de calibração;
k: Fator de abrangência expresso no certificado de calibração.
E
uE = , onde
3
E: Erro de indicação expresso no certificado de calibração;
As componentes de incerteza tem que ser combinadas para produzir uma incerteza total. Na
maioria dos casos, isto é reduzido a aplicar a raiz quadrada da soma dos quadrados das incertezas
N N
u c ( y) = ∑c u ( x )
i
2 2
i ≡ ∑ u ( y)
2
i
i =1 i =1
Todavia, na maioria dos casos, não é prático basear a avaliação tipo A em um grande
número de leituras, o que poderá resultar em um nível de confiança menor do que 95% se o fator de
abrangência de k=2 for utilizado. Nestas situações o valor de k, ou mais estritamente kp, onde p é a
probabilidade de confiança em termos percentuais, por exemplo 95, deve ser baseada na
distribuição t-student e não na distribuição normal.
Para a obtenção de um valor para kp será necessário obter uma estimativa dos graus efetivos
de liberdade, veff, da incerteza padronizada combinada uc(y). O Guide recomenda que a equação de
uc4 ( y )
veff = N 4
ui ( y )
∑ v
i =1 i
Nota 1: Os graus de liberdade, vi, para contribuições obtidas de avaliações tipo A é n-1.
Nota 2: Os graus de liberdade, vi, para contribuições obtidas de avaliações tipo B com
distribuições de probabilidade retangulares, triangulares ou em forma de U é .
Tendo obtido um valor para veff , a tabele t-student será utilizada para encontrar um valor de
tp(v). A tabela abaixo apresenta alguns valores para t95,45(v); Valores para outros níveis de confiança
podem ser encontrados no Guide.
veff 1 2 3 4 5 6 7 8 10 12 14 16
t(v) 13,9 4,53 3,31 2,87 2,65 2,52 2,43 2,37 2,28 2,23 2,20 2,17
veff 18 20 25 30 35 40 45 50 60 80 100
t(v) 2,15 2,13 2,11 2,09 2,07 2,06 2,06 2,05 2,04 2,03 2,02 2,00
Nota: Se o valor de veff obtido da equação não é um número inteiro, que será geralmente o
caso na prática, o valor correspondente de t p poderá ser interpolado ou truncado para o próximo
número inteiro mais baixo. O valor obtido para t 95,45(v) é o valor de k95,45 requerido para calcular a
incerteza expandida U95,45.
xn
uc(y)
U(y)
O resultado de uma medição deve reportado na forma y ± U. Esta condição não estaria
completa sem a menção ao fator de abrangência usado para obter a incerteza expandida. Uma
indicação do nível de confiança obtido deverá ser incluído. Uma sugestão para fornecer uma
informação completa acerca da incerteza de medição poderá ser a seguinte: