Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Março / 2012
CONDIÇÃO (Módulo I)
Universidade Petrobras
Instrutores:
Humberto/BY6I
Marcondes/CFQ9
Carga horária:
8 horas
Objetivos da disciplina:
___________________________________________________________________
PETROBRAS 1
MANUTENÇÃO BASEADA NA
Março / 2012
CONDIÇÃO (Módulo I)
Índice
1 Introdução........................................................................................................................ 3
2 O ciclo de vida de um equipamento ................................................................................ 4
2.1 Relações de causa e efeito ....................................................................................... 6
2.2 Modos de manter ..................................................................................................... 6
2.2.1 Rodar até falhar ............................................................................................... 6
2.2.2 Preventiva periódica ........................................................................................ 6
2.2.3 Preventiva baseada na condição ou MbC ........................................................ 7
2.3 Porque monitorar a condição? ................................................................................. 7
3 O quê monitorar............................................................................................................... 8
3.1 Monitoramento da condição e diagnóstico de máquinas....................................... 10
3.2 Técnicas preditivas ................................................................................................ 13
3.3 Calendário de inspeção e coletas ........................................................................... 13
3.4 Parâmetros de monitoramento: coleta e registro ................................................... 13
3.5 Técnicas e procedimentos de medição .................................................................. 15
3.6 Pontos, taxas e intervalos de medição ................................................................... 18
3.7 Critérios de alarme e contramedidas ..................................................................... 19
3.8 Fluxo de dados e informações ............................................................................... 20
4 Reportando a condição .................................................................................................. 23
4.1 Informação típica a ser registrada em um programa MbC .................................... 23
4.2 Boletim de condição de máquina........................................................................... 24
4.3 Relatório de diagnóstico de máquina .................................................................... 25
5 Aspectos fundamentais .................................................................................................. 26
5.1 Regularidade, consistência e corroboração ........................................................... 26
5.2 Composição da equipe........................................................................................... 27
6 Considerações finais ...................................................................................................... 27
7 Definições...................................................................................................................... 28
Referências ............................................................................................................................ 29
___________________________________________________________________
PETROBRAS 2
MANUTENÇÃO BASEADA NA
Março / 2012
CONDIÇÃO (Módulo I)
1 Introdução
O progresso da automação industrial vem viabilizando novas técnicas de manutenção em
vários setores da indústria. Neste cenário, a manutenção baseada na condição, doravante
denominada MbC, surge como uma estratégia promissora que visa estabelecer a intervenção
de manutenção com base na evolução da condição da máquina ao longo do tempo.
É bom importante lembrar que este tipo de manutenção também é conhecido como
manutenção preditiva.
Para o filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804), o nosso conhecimento global começa
pelos sentidos, passa pelo entendimento e termina na razão. Dessa forma, o entendimento é
suscetível de ser instruído e enxertado por regras, mas a faculdade de julgar é um talento
especial que de modo algum pode ser ensinado, apenas exercido, caracterizando o que se
chama de bom senso. Sendo assim, é imprescindível o conhecimento do equipamento, seus
componentes, seu princípio de funcionamento etc., sem o qual o diagnóstico pode ficar
comprometido.
Um bom projeto deve ser obtido por meio da combinação de princípios teóricos com
indicações práticas, resultantes do bom senso e da experiência do projetista. O projeto de
uma máquina é uma arte que requer anos de estudos e experiência. Ao projeto, segue-se a
fabricação da máquina, que em sua primeira versão geralmente é executada em forma de um
protótipo ou unidade piloto. Confirmado o sucesso desta primeira unidade ou, se necessário,
após revisões e modificações no projeto, a máquina é então fabricada em sua versão final.
Não basta que uma máquina seja bem concebida, projetada sob os melhores critérios de
projeto e isenta de não conformidades na fabricação, é necessário ainda que seu processo de
montagem e instalação seja conduzido por pessoal capacitado, para não comprometer seu
desempenho operacional ao longo de sua vida útil.
Considera-se que, até aqui, a máquina foi bem projetada, bem fabricada e cuidadosamente
instalada. Entretanto, de nada adianta todo este esforço se ela não for operada dentro dos
___________________________________________________________________
PETROBRAS 4
MANUTENÇÃO BASEADA NA
Março / 2012
CONDIÇÃO (Módulo I)
Toda máquina tem sua vida intrínseca resultante da composição da vida de cada
componente, decorrente do seu uso. A participação da manutenção pode e deve acontecer
desde a fase de projeto fornecendo informações em feedback para o aprimoramento de um
projeto, entretanto, numa visão mais pragmática, a missão da manutenção é garantir a
disponibilidade da função exercida pelo equipamento/instalação de modo a atender a um
processo produtivo, buscando confiabilidade, conformidade legal, preservação do meio
ambiente e segurança operacional a custos adequados.
Diferentes curvas ou funções são indicadas na literatura para representar a taxa de falhas nas
diferentes fases da vida de um equipamento ou componente, mas o que importa aqui é
entender que este é um conceito geral. É importante lembrar que a curva da banheira
representa um comportamento médio observado na indústria e que, como cada caso é um
caso, as taxas de falha reais podem apresentar comportamento diferente do apresentado na
Figura 2.
___________________________________________________________________
PETROBRAS 5
MANUTENÇÃO BASEADA NA
Março / 2012
CONDIÇÃO (Módulo I)
Como pode ser observado, longe de ser tarefa fácil, a manutenção de equipamentos é uma
atividade complexa que precisa ser entendida e valorizada enquanto atividade-meio para se
alcançar os devidos fins. Muitas vezes, embora não tendo participado das diversas fases de
projeto, construção e montagem da máquina/sistema, o profissional de manutenção,
especialmente na abordagem para diagnóstico, deve refazer mentalmente essa trajetória,
para identificar as funções desempenhadas pelos componentes, naquela concepção adotada
pelo projetista.
Obs.: Os objetivos acima podem ser atingidos através das análises de confiabilidade e falhas
do tipo FMECA, ACR etc.
No caso da degradação normal, note que a diferença de tempo entre os instantes t1 e t3 teria
sido perdida em termos de vida útil, já que a intervenção preventiva periódica teria sido
deflagrada em t1.
3 O quê monitorar
Dentre as atividades a serem conduzidas num programa de manutenção baseada na
condição, podemos citar:
• Coleta ou aquisição de dados e informações;
• Tratamento de dados;
• Processamento de dados para detecção de estado (condição);
• Diagnóstico e prognóstico;
• Relatório de condição (recomendações).
É importante observar que nem sempre a campanha da máquina será estendida, pois o fato
de conhecer melhor a condição do equipamento e, portanto, ter a capacidade de detectar
defeitos em fase inicial, isto trás a possibilidade de a intervenção se fazer necessária antes do
que se poderia esperar. Nestes casos, a principal vantagem terá sido evitar os transtornos de
uma falha aleatória.
___________________________________________________________________
PETROBRAS 9
MANUTENÇÃO BASEADA NA
Março / 2012
CONDIÇÃO (Módulo I)
A partir da norma ISO 13380 vemos que a medição de diferentes parâmetros deve ser feita,
sempre que possível, ao mesmo tempo ou sob as mesmas condições de operação. Para
situações de variação de carga ou em máquinas com velocidade variável, pode ser possível
realizar medições em condições similares pela variação da velocidade, carga ou outro
parâmetro de controle. A coleta dos dados de monitoramento deve ser feita quando a
máquina tenha atingido uma determinada condição de operação (ex. temperatura normal de
operação) ou, para transientes, em condições pré-determinadas de partida e parada e perfil
de operação. Estas são também condições que podem ser usadas para uma específica
___________________________________________________________________
PETROBRAS 10
MANUTENÇÃO BASEADA NA
Março / 2012
CONDIÇÃO (Módulo I)
Outro aspecto fundamental se refere à freqüência de coleta de dados que deve proporcionar
tempo de reação quando da detecção de um defeito, para que se possa realizar a intervenção
e evitar a falha. Para situações onde o defeito evoluiu sem qualquer aviso ou que não se
possam detectar sintomas com a devida antecedência, deve haver um ou mais parâmetros
relacionados servindo de proteção da máquina (desarme/trip). Os equipamentos
normalmente já possuem seu sistema de proteção de fábrica.
As circunstancias nas quais os melhores benefícios podem ser obtidos com o monitoramento
da condição ocorrem quando o equipamento está sujeito a mecanismos de deterioração
relacionados a parâmetros que possam ser monitorados e que evoluam lentamente a períodos
de semanas ou meses. A periodicidade do monitoramento deve então ser ajustada para que
quando uma tendência (sintoma) seja identificada, haja tempo para planejar e realizar a
intervenção antes que a falha ocorra.
devem ser ajustados de acordo com o potencial dos defeitos que podem ocorrer em uma
máquina (ISO 13379).
Os passos descritos em a), b), c) e d) podem ser seguidos utilizando-se as técnicas de FMEA
(Failure Modes and Effects Analysis) e FMECA (Failure Modes, their Effects and
Criticality Analysis). Isto pode ser conseguido com um processo de otimização RCM
(Reliability Centred Maintenance).
___________________________________________________________________
PETROBRAS 12
MANUTENÇÃO BASEADA NA
Março / 2012
CONDIÇÃO (Módulo I)
Cada uma delas proporciona diferente capacidade de detecção de defeitos para cada tipo de
máquina, e a associação de diferentes técnicas na confirmação de hipóteses costuma ser
necessária e até bastante promissora. A questão é sempre avaliar o custo/benefício da
técnica, ou seja, o valor da informação adicionada pelo custo do emprego de cada uma delas.
Ainda quanto às diferentes técnicas que podem ser empregadas, é preciso ter o cuidado de
não se deter em uma única técnica em detrimento das outras, pois o que importa aqui é
avaliar a condição da máquina e assim manter o foco no problema sem se apaixonar por esta
ou aquela técnica.
___________________________________________________________________
PETROBRAS 13
MANUTENÇÃO BASEADA NA
Março / 2012
CONDIÇÃO (Módulo I)
selo?, O skid está sujo?, Há algum ruído estranho?, Qual foi a quantidade de óleo
adicionada?
O registro de parâmetros monitorados deve incluir, no mínimo, as seguintes informações:
• Dados do equipamento (Ex.: Modelo, fabricante, capacidades etc.);
• Localização dos pontos de coleta de dados;
• Grandezas medidas e suas respectivas unidades;
• Data e hora da coleta;
• Identificação do profissional que executou a coleta.
A Tabela 1 apresenta exemplo de uma planilha de monitoramento de dados para uma bomba
de injeção de água. Trata-se de uma bomba centrífuga de múltiplos estágios tocada por um
motor de indução de grande capacidade.
___________________________________________________________________
PETROBRAS 14
MANUTENÇÃO BASEADA NA
Março / 2012
CONDIÇÃO (Módulo I)
Notar que na Tabela 1 a primeira coluna apresenta um código numérico da variável a ser
medida. Na segunda coluna vem a descrição da variável, na terceira coluna vem a unidad de
medida, na quarta, quinta e sexta colunas vem uma referência de valor inferior, a média de
assinatura e uma referência de valor superior, respectivamente. Na sétima coluna vem a
leitura atual e na oitava coluna o desvio percentual eda medição atual em relação à média da
assinatura.
Uma distinção deve ser feita entre os dados relacionados a técnicas usadas para
processamento de descritores (variáveis que descrevem sintomas) e aqueles relacionados
com a configuração da máquina. É importante registrar os dois tipos para fins de
diagnóstico. Dados de configuração de máquina são normalmente registrados na pasta com a
documentação do equipamento, já os dados relativos a técnicas de monitoramento devem ser
arquivados juntamente com os diagnósticos quando especificam os descritores.
A ocorrência de defeitos pode estar relacionada tanto com atividades de operação como com
atividades de manutenção. Um defeito pode ser introduzido durante uma intervenção de
manutenção ou mesmo durante uma operação inadequada. Portanto é importante manter um
histórico de falhas, histórico operacional e de manutenção da máquina para se ter em conta
estes fatos para efeitos de diagnóstico, conforme ISO 13379.
___________________________________________________________________
PETROBRAS 15
MANUTENÇÃO BASEADA NA
Março / 2012
CONDIÇÃO (Módulo I)
Ferrografia, tribologia/partículas de
Eficiência Posição Tensão
desgaste
Cuidado especial deve ser tomado ao considerar parâmetros operacionais. Quando este é um
descritor, ou entra na computação de um descritor, o parâmetro é uma saída. O mesmo pode
ser uma entrada quando este caracteriza uma condição operacional. Isto deve ser
considerado a fim de evitar usar uma condição operacional como um descritor.
___________________________________________________________________
PETROBRAS 16
MANUTENÇÃO BASEADA NA
Março / 2012
CONDIÇÃO (Módulo I)
Nota: Embora os parâmetros sejam apresentados por tipo de máquina, é recomendado que
todo o trem da máquina seja incluído no processo de monitoramento e diagnóstico. Ex.:
Bomba de injeção – considerar motor, bomba e periféricos.
___________________________________________________________________
PETROBRAS 17
MANUTENÇÃO BASEADA NA
Março / 2012
CONDIÇÃO (Módulo I)
A medição dos parâmetros pode ser por valor pontual ou médio. Em certos casos, tais como,
corrente, tensão e vibração, medidas simples podem não ser suficientes para caracterizar a
ocorrência de um defeito. Técnicas como: análise espectral e medições de fase em um motor
elétrico podem ser requeridas para revelar variações causadas por certos tipos de defeitos.
___________________________________________________________________
PETROBRAS 18
MANUTENÇÃO BASEADA NA
Março / 2012
CONDIÇÃO (Módulo I)
(etiqueta), afixado no local permanentemente. Outros fatores a se levar em conta quanto aos
pontos de coleta de dados são:
• Segurança;
• Alta sensibilidade a desvios em presença de defeito;
• Baixa sensibilidade a outras influências;
• Repetibilidade de medida;
• Atenuação ou perda de sinal;
• Acessibilidade;
• Meio ambiente e;
• Custos.
Para condições de operação consideradas estáveis, a taxa de aquisição de dados deve ser
rápida o suficiente para capturar um conjunto completo de dados antes que haja uma
mudança de estado. Para o caso de transientes, a aquisição de alta velocidade pode ser
necessária.
Da ISO 17359 temos que considerações devem ser feitas acerca do intervalo de medições
conforme a amostragem seja contínua ou periódica. O intervalo de medições depende
primariamente, do tipo de defeito, sua taxa de progressão (de acordo com a taxa de variação
dos parâmetros relevantes). Além disso, o intervalo de medições é influenciado também por
fatores como: carregamentos cíclicos, custo e criticidade.
Nota: Para monitoramento da condição por vibrações, informações sobre critérios de alarme
são apresentados na ISO 13373-1, ISO 10816 e ISO 7919. Para o monitoramento da
condição por análises de óleo lubrificante ver o Anexo IV.
Obs.: Caso a instalação conte com coletores eletrônicos de dados, estes dispositivos
permitem que sejam carregadas as contra-medidas da rota de inspeção de tal forma que, ao
inserir um valor fora da faixa normal, na tela do coletor surgirá uma pergunta para confirmar
a medição e, caso confirmada, o aparecem na tela do coletor a(s) contra-medida(s)
pertinente(s). Após a execução da contra-medida, uma nova medição deve ser feita para
verificar sua eficácia quanto à permanência do desvio. Conforme o resultado, além do
registro da ocorrência, uma ordem de serviço de manutenção pode ser emitida.
___________________________________________________________________
PETROBRAS 20
MANUTENÇÃO BASEADA NA
Março / 2012
CONDIÇÃO (Módulo I)
Nem é preciso dizer que a melhor situação para efeitos de monitoramento é o Caminho 1,
porém, a realidade das instalações do E&P nem sempre possibilita esta configuração e os
Caminhos 2 e 3 aparecem freqüentemente onde a conscientização dos profissionais na coleta
de dados se torna fundamental para obter dados consistentes.
A idéia aqui é seguir o fluxo apresentado na Figura 9, visa extrair o conhecimento que reside
nos dados e informações coletados na planta e sistematizá-lo para concluir sobre a condição
atual da máquina e a evolução desta, a fim de subsidiar a tomada de decisão quanto à
intervenção mais adequada.
___________________________________________________________________
PETROBRAS 21
MANUTENÇÃO BASEADA NA
Março / 2012
CONDIÇÃO (Módulo I)
O gerenciamento da coleta de dados (off-line) para monitoramento deve ser feito através do
estabelecimento de rotinas (rotas) de medição e coletas na planta. Estas rotas são realizadas
a uma periodicidade regular que precisa ser mais freqüente do que o modo de falha mais
freqüente.
Para muitos sistemas de monitoramento, as rotas de coleta de dados são assistidas por
sistemas de coleta e registro de dados em computador. Estes softwares apóiam o processo de
análise e identificação das tendências nas variáveis medidas. Se os valores medidos são
aceitáveis comparados com o critério de alarme, nenhuma ação é requerida, além de
registrar os valores e continuar com o monitoramento. Se os valores medidos não são
aceitáveis comparados ao critério de alarme, então o processo de diagnóstico deve ser
iniciado.
Seguem exemplos de instrumentos para a coleta de dados: coletor (Motorola Symbol MC-
9000) e caneta de medição para temperatura e vibração (SKF - CMAS 100-SL - Machine
Condition Advisor), para o monitoramento dos equipamentos. Ver Figuras 11 e 12 abaixo.
4 Reportando a condição
A seguir apresentamos exemplos para um boletim de condição e um relatório de
diagnóstico.
___________________________________________________________________
PETROBRAS 23
MANUTENÇÃO BASEADA NA
Março / 2012
CONDIÇÃO (Módulo I)
Histórico de máquina:
Observações:
Recomendações adicionais:
Formulário MbC-01
___________________________________________________________________
PETROBRAS 24
MANUTENÇÃO BASEADA NA
Março / 2012
CONDIÇÃO (Módulo I)
Histórico de máquina:
Formulário MbC-02
___________________________________________________________________
PETROBRAS 25
MANUTENÇÃO BASEADA NA
Março / 2012
CONDIÇÃO (Módulo I)
5 Aspectos fundamentais
Assim como a célebre frase “uma corrente é tão forte quanto o seu elo mais fraco”, num
programa de MbC, cada “elo” deve ser dimensionado de forma adequada ao objetivo do
programa. Não adianta, ter um sistema de coleta, análise e diagnóstico sofisticados e, por
falha na comunicação ou no controle de estoque de sobressalentes, a máquina ficar
indisponível ou mesmo sem qualquer monitoramento (Ex.: por falha e/ou ausência de
sensores, falhas na coleta de dados etc.). Sendo assim, dentre os aspectos fundamentais para
o sucesso de um programa de manutenção baseada na condição, necessita-se dispor de:
• Formar equipe de manutenção constituída e motivada;
• Estabelecer rotinas sistematizadas de inspeção e coleta de dados e amostras;
(Exemplo de rotina)
• Selecionar um bom sistema de aquisição, armazenamento, tratamento e apresentação
de dados (ferramentas de apoio à análise de dados);
• Haver uma liderança consciente das vantagens de uma política preventiva;
• Estabelecer matriz de comunicação integrada; (Exemplo de matriz comunicação);
• Estabelecer matriz de capacitação adequada. (lista dos cursos de capacitação, etc.).
___________________________________________________________________
PETROBRAS 26
MANUTENÇÃO BASEADA NA
Março / 2012
CONDIÇÃO (Módulo I)
6 Considerações finais
Como dificuldades inerentes e lições aprendidas no desenvolvimento de sistemas para o
diagnóstico de máquinas, as principais são:
• Pode ser difícil adquirir dos especialistas o conhecimento sobre falhas em equipamentos.
É preciso persistir;
• É preciso organizar e estruturar o conhecimento sobre o tipo de equipamento em estudo
(estabelecer relações de causa e efeito entre o comportamento de variáveis consideradas
(sintomas) e os respectivos defeitos, definição de níveis de alerta etc.);
• É preciso envolver e conscientizar os técnicos de campo;
• É fundamental que o programa se torne uma filosofia de operação e não somente de
manutenção;
• Deve-se assumir todo um sistema ou trem de máquinas de um sistema e nunca uma só
maquina (Ex.: Moto-bomba de injeção, moto-compressor buster etc.);
• Deve-se conhecer, antecipadamente, as propriedades dos fluidos de processo,
lubrificação, selagem e arrefecimento além das condições operacionais;
• Aspectos de lubrificação tais como: Pontos adequados de coleta e abastecimento de
lubrificantes, armazenamento adequado e também a questão da filtração;
• Utilização de elementos filtrantes que atendam às especificações dos fabricantes das
máquinas acionada e acionadoras;
• Conhecer as composições das ligas metálicas dos mancais e demais partes em contato
com o lubrificante;
• Solicitar perícia dos componentes substituídos para confirmar ou descartar hipóteses
levantadas nos diagnósticos;
• Padronizar, na medida do possível, acessórios e consumíveis (Ex.: Selos, filtros, óleo
lubrificante etc.).
7 Definições
As definições a seguir foram retiradas do PG-1EP-00181-0 GLOSSÁRIO DE
MANUTENÇÃO E INSPEÇÃO DO E&P.
Contramedida
Termo utilizado em programas de monitoramento da condição que consiste em ação
corretiva ou conjunto de ações corretivas imediatas, relativas a um ou mais itens de
monitoramento.
Fonte: Equipe ENGP/OPM/EMI.
Ver também Manutenção de primeiro escalão.
Defeito
Estado de um item caracterizado pela incapacidade em desempenhar uma função requerida,
exceto quando em manutenção preventiva ou outras ações planejadas ou ainda quando se
tratar de falta de recursos externos.
Fonte: ISO 14224:2006.
Descritor
Traço ou sinal característico derivado de parâmetros processados ou não, ou de observação
externa.
Fonte: ISO 13372:2004.
Ver também Item de monitoramento.
Falha
Término da capacidade de um item de desempenhar uma função requerida.
Fonte: ISO 14224:2006.
Item de monitoramento
Todo parâmetro que pode ser medido, controlado e analisado para fins de manutenção.
Fonte: Equipe ENGP/OPM/EMI.
Ver também Descritor.
___________________________________________________________________
PETROBRAS 28
MANUTENÇÃO BASEADA NA
Março / 2012
CONDIÇÃO (Módulo I)
Sintoma
Percepção obtida pela observação humana e/ou medições, que pode indicar a presença de
um ou mais defeitos com uma certa probabilidade.
Fonte: ISO 13372:2004.
Referências
• DIAGNÓSTICO DA CONDIÇÃO OPERACIONAL: ABORDAGEM PARA
• ANÁLISE DE FALHA DE EQUIPAMENTOS. Tese de mestrado de José Amaro
Silva de Carvalho-COPPE/UFRJ - 2005.
• PREDICTIVE MAINTENANCE OF PUMPS USING CONDITION
MONITORING - Raymond S. Beebe.
• IMPROVING MACHINERY RELIABILITY - Heinz P. Bloch.
• SISTEMA ESPECIALISTA PARA A MANUTENÇÃO BASEADA NA
CONDIÇÃO DE TURBOMÁQUINAS - Moura, Newton Reis de, Mecabô,
Leonrado e Silva, Johnny Carlos (6° Fórum de Turbomáquinas Petrobras 2007).
• APPLICATIONS OF ARTIFICIAL INTELLIGENCE TO CONDITION-BASED
MAINTENANCE - Reis, D. e Pati, N., University of Wisconsin, Revista de
Administração de Empresas - Abril/Junho 2000.
De normas internacionais
• ISO 13380/2002 - CONDITION MONITORING AND DIAGNOSTIC OF
MACHINES – GENERAL GUIDELINES ON USING PERFORMANCE
PARAMETERS.
• ISO 13379/2003 - CONDITION MONITORING AND DIAGNOSTIC OF
MACHINES – GENERAL GUIDELINES ON DATA INTERPRETATION AND
DIAGNOSTIC TECHNIQUES.
• ISO 17359/2003 - CONDITION MONITORING AND DIAGNOSTIC OF
MACHINES – GENERAL GUIDELINES.
• ISO 13372/2004 - CONDITION MONITORING AND DIAGNOSTIC OF
MACHINES – VOCABULARY;
• ISO 14224/2006 - PETROLEUM, PETROCHEMICAL AND NATURAL GAS
INDUSTRIES -COLLECTION AND EXCHANGE.
• ISO 13374-1/2003 – CONDITION MONITORING AND DIAGNOSTICS OF
MACHINES - DATA PROCESSING, COMMUNICATION AND
PRESENTATION.
***
___________________________________________________________________
PETROBRAS 29