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Hemorragia

pós-parto
THAYANNE REQUIÃO ROCHA
MR1 GINECOLOGIA E OBSTERICIA - UFS
Pontos de discussão
Importância do tema
Definição
Classificação
Causas
Fatores de risco
Identificação
Tratamento
UMA DAS MAIORES CAUS AS DE MORT E MAT E RNA NO MUNDO

A HPP é responsável por 150.000 mortes por ano em todo mundo, o que
corresponde a aproximadamente uma morte a cada 4 minutos e a 25% do total
de óbitos maternos mundiais. A maioria dessas mortes ocorre em países em
desenvolvimento e poderia ser evitada por medidas de complexidade variável
Entre as mulheres que sobrevivem a um quadro
grave de HPP, existe uma frequência importante
de sequelas físicas e emocionais (esterilidade,
disfunções hormonais e orgânicas, estresse
pós-trauma e depressão).
DEFINIÇÃO
FIGO (FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE GINECOLOGIA E OBSTETRICIA)

Perda sanguínea acima de 500 mL após parto vaginal ou acima de


1.000 mL após parto cesáreo em 24 horas ou qualquer perda de
sangue pelo trato genital capaz de causar instabilidade
hemodinâmica
HPP MACIÇA
Sangramentos após um parto, idependentemente da via de nascimento, que:

são superiores a 2.000 mL/24h;

ou necessitem da transfusão mínima de 1.200 mL (quatro unidades de


concentrado de hemácias);

ou resultem na queda de hemoglobina ≥ 4g/dL ou


sejam capazes de provocar distúrbios de coagulação.
CLASSIFICAÇÃO

HPP primária
É aquela que ocorre dentro das primeiras 24 horas pós-parto.
Causas: a atonia uterina (a mais comum), a retenção placentária (acretismo), os distúrbios
de coagulação, a inversão e rotura uterina, as lacerações/hematomas no canal de parto

HPP secundária
É a hemorragia que ocorre após 24 horas até 6 a 12 semanas após o parto.
Causas a retenção de restos placentários, a infecção puerperal (endometrite) e\ou a
subinvolução do leito placentário.
Cerca de 15% dos casos de HPP
secundária não terão sua causa
definida.
CAUSAS DA HPP

TÔNUS TRAUMA TECIDO TROMBINA


Atonia uterina Laceração, Acrestismo, Coagulopatia,
hematoma, retenção de uso de
70%
inversão placenta anticoagulante
19% 10%
1%
Fatores de risco
Estratificação de risco para
hemorragia pós-parto e
recomendações assistenciais
específicas
Baixo:

Ausência de cicatriz uterina


Gravidez única ≤ 3 partos vaginais prévios
Ausência de distúrbio de coagulação
Sem história de HPP

Conduta:

Manejo ativo do 3º estágio


Observação rigorosa por 1-2 horas em local adequado*
Estimular presença do acompanhante para ajudar a detectar sinais de alerta
Estratificação de risco para hemorragia
pós-parto e recomendações assistenciais
específicas
Médio:

Cesariana ou cirurgia uterina prévia


Pré-eclâmpsia leve
Hipertensão gestacional leve
Superdistensão uterina (gestação múltipla, polidrâmnio, macrossomia fetal) ≥ 4 partos vaginais
Corioamnionite
História prévia de atonia uterina ou hemorragia obstétrica
Obesidade materna (IMC > 35 kg/m2 )
Indução de parto

Conduta:

Manejo ativo do 3º estágio


Observação rigorosa por 1-2 horas em local adequado*
Estimular presença do acompanhante para ajudar a detectar sinais de alerta
Hemograma; avaliar acesso venoso periférico (Jelco 16G); tipagem sanguínea
Estratificação de risco para hemorragia pós-parto e recomendações
assistenciais específicas
CONCIERGE 24/7
Alto: Apresentações são ferramentas de comunicação.
Placenta prévia ou de inserção baixa
Pré-eclâmpsia grave Hematócrito < 30% + fatores de risco
Plaquetas < 100.000/mm3
Sangramento ativo à admissão Apresentações são ferramentas de comunicação.
Coagulopatias Uso de anticoagulantes
Descolamento prematuro de placenta

MANUTENÇÃO INTERNA
Conduta:
Apresentações são ferramentas de comunicação.

Manejo ativo do 3º estágio


Observação rigorosa por 1-2 horas em local adequado*
ESTACIONAMENTO PÚBLICO E PRIVATIVO
Estimular presença do acompanhante para ajudar a detectar sinais de alerta
Apresentações são ferramentas de comunicação.
Hemograma; acesso venoso periférico (Jelco 16G); tipagem sanguínea; Identificação do risco da
paciente; RESERVA DE SANGUE
MANEJO ATIVO DO TERCEIRO
PERÍODO DO TRABALHO DE
PARTO (MATP)

O MATP constitui-se em uma estratégia de prevenção da HPP, capaz de reduzir


significativamente o risco de perdas sanguíneas no pós-parto imediato, e que, tradicionalmente,
associa as seguintes medidas: profilaxia medicamentosa com ocitocina (principal componente
do MATP), clampeamento oportuno do cordão umbilical e tração controlada do cordão
umbilical.
MASSAGEM OUTRAS
UTERINA MEDIDAS
Uso racional da ocitocina no
trabalho de parto
Episiotomia seletiva
Massagem gentil a cada 15 minutos
Evitar manobra de Kristeller
nas primeiras 2 horas após a retirada
Contato pele a pele com a mãe
da placenta
na 1ª hora de vida
Pacientes com trabalho de parto
prolongado ou induzido com altas
doses de ocitócito são menos
responsivas à ocitocina.
ESTIMATIVA DA PERDA
VOLÊMICA E DIAGNÓSTICO
DA HEMORRAGIA
05 COMPRESSAS SECAS = 100g

VOLUME DE SANGUE PERDIDO


(ml) = PESO COMPRESSAS SUJAS
DE SANGUE (g) – PESO DAS
COMPRESSAS SECAS(g)

1 grama de peso equivale a 1 ml


de sangue
ÍNDICE DE CHOQUE
O IC é calculado dividindo-se a frequência cardíaca materna pela
sua pressão arterial sistólica.
1. Abordagem agressiva/transferência
1. ≥ 0,9 Risco de transfusão
Traje antichoque não pneumático
Hemotransfusão

2. ≥ 1,4 Provável necessidade de transfusão 2. Abordagem agressiva e imediata ao foco


maciça sangrante
Traje antichoque não pneumático
Abrir protocolo de transfusão maciça

3. ≥ 1,7 Provável necessidade de transfusão 3. Abordagem agressiva e imediata ao foco


maciça sangrante e traje antichoque não
Alto risco de resultado materno adverso pneumático
Abrir protocolo de transfusão maciça
Reconhecer
HORA DE
OURO Resgatar
OBSTÉTRICA Reavaliar

Referenciar
Tratamento não cirúrgico
Massagem bimanual
Balão intrauterino
Traje antichoque não
pneumático

Tratamento cirúrgico
Ligaduras
Suturas hemostáticas
Histerectomia
Atenção
São contraindicações para o uso dos BTI: neoplasias invasivas ou
infecções cervicais, vaginais ou uterinas e sangramentos arteriais que
requerem abordagem cirúrgica.

O tempo de permanência recomendado para o balão é de, no máximo,


24 horas

Durante o uso do balão sugere-se realizar antibioticoprofilaxia (ex:


cefazolina 1 grama, EV, de 8/8h) e manter os uterotônicos (ex:
ocitocina).
REFERÊNCIAS

Organização Pan-Americana da Saúde. Recomendações assistenciais para


prevenção, diagnóstico e tratamento da hemorragia obstétrica. Brasília:
OPAS; 2018

Tratado de Obstetrícia FEBRASGO. São Paulo: Elsevier; 2018.

Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, 2017.

Disponível em: https://www.sanarmed.com/resumos-hemorragia-pos-parto


OBRIGADA

Thayanne Requião
E-mail: trrequiao@hotmail.com

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