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Técnico de

Enfermagem
Módulo I
Microbiologia /
Parasitologia

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TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Microbiologia / Parasitologia

SUMÁRIO

MICROBIOLOGIA ............................................................................................................................. 3
BACTERIOLOGIA ............................................................................................................................. 3
FISIOLOGIA BACTERIANA ............................................................................................................ 4
MORFOLOGIA BACTERIANA ........................................................................................................ 4
ESTRUTURAS EXTERNAS À PAREDE CELULAR ...................................................................... 5
DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS .................................................................................... 6
MEIOS DE CULTURA ....................................................................................................................... 9
ESTERILIZAÇÃO E DESINFECÇÃO............................................................................................... 9
VIROLOGIA ..................................................................................................................................... 10
VÍRUS EMERGENTES .................................................................................................................... 12
MICOLOGIA ..................................................................................................................................... 13
RICKETISIAS ................................................................................................................................... 14
IMUNOLOGIA .................................................................................................................................. 14
AS VACINAS .................................................................................................................................... 17
VACINA CONTRA A MENINGITE C ............................................................................................ 18
PARASITOLOGIA ............................................................................................................................ 18
DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS .......................................................................... 21
DOENÇAS CAUSADAS POR HELMINTOS ................................................................................. 24

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TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Microbiologia / Parasitologia

MICROBIOLOGIA
Microbiologia é o estudo científico dos microorganismos. Inclui as bactérias, vírus, fungos,
protozoários, algas unicelulares.
Teve início por volta do ano de 1880, com Louis Paster e Robert Koch, estudando as
bactérias.
Nos últimos anos houve grande progresso nos estudos da microbiologia, devido às técnicas
de pesquisas cada vez mais modernas e a descoberta do microscópio eletrônico.

BACTERIOLOGIA
Bacteriologia é a ciência que estuda as bactérias.

Bactérias:
Existem quatro tipos de bactérias: São unicelulares e estão entre os menores seres vivos
conhecidos. Podem viver isolados ou formar colônias. Provavelmente são os organismos mais
abundantes do planeta sendo encontrados em praticamente todos os ambientes.
Quanto à nutrição, podem ser autótrofas ou heterótrofas.
As autótrofas podem sintetizar seu próprio alimento através da fotossíntese ou da
quimiossíntese.
As heterótrofas podem ser saprófitas, simbióticas ou parasitas.

Quanto à forma, as bactérias podem ser classificadas como: cocos, bacilos, espirilos e vibriões.

Cocos - bactérias de forma arredondada.


- Cocos = isolados
- Diplococos = agrupados de dois a dois.
- Pneumococos = diplococos em forma de chave de vela.
- Meningococos e gnococos = diplococos em forma de dois rins.
- Estafilococos = cocos agrupados em forma de cachos de uva.
- Estreptococos = cocos agrupados em cadeias.

Bacilos - bactérias alongadas em forma de bastonetes.


Espirilos - são bactérias espiraladas.
Vibriões - são bactérias em forma de vírgulas.
Quanto à respiração elas podem ser aeróbias ou anaeróbias.
As bactérias têm alto poder de reprodução.

Algumas bactérias podem ser úteis ao homem e são utilizadas na agricultura e na indústria
(produção de iogurte, queijos, vinhos). Na indústria farmacêutica, bactérias do gênero Bacillus são
utilizadas na produção de antibióticos. Outras bactérias são agentes causadores de diversas doenças
em plantas e animais, inclusive no homem.

São também muito importantes ao meio ambiente na decomposição de matéria orgânica,


pois ingerem restos de animais e plantas.

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FISIOLOGIA BACTERIANA
Crescimento

A principal forma de reprodução é a assexuada por divisão binária, bipartição ou


cissiparidade. Neste caso um indivíduo se divide originando dois outros idênticos.

As bactérias podem realizar também um processo semelhante à reprodução sexuada típica,


chamado conjugação: duas bactérias se ligam através de pontes citoplasmáticas; ocorre então a
transferência de DNA de uma bactéria para outra. Por este processo ocorrem recombinações
gênicas.

O ciclo de crescimento das bactérias apresenta quatro fases:

1. A primeira é a fase lag (fase de retardo) é quando ocorre uma vigorosa atividade metabólica, mas
as células não se dividem;

2. A fase log (logarítima) é quando ocorre uma rápida divisão celular;

3. A fase estacionária ocorre quando há carência de nutrientes ou presença de produtos tóxicos


provocando redução do crescimento até que o número de células novas sejam equivalentes ao
número de células que morrem;
4. A fase final é a fase da morte, marcada por um declínio no número de células viáveis.

MORFOLOGIA BACTERIANA
Estrutura das Células Bacterianas

1. Membrana citoplasmática - localizada internamente e logo após a camada peptideogliclana da


parede celular, composta de fosfolipídeos. Apresenta as funções de: transporte ativo de moléculas
para o interior das células; geração de energia por fosforilação oxidativa; síntese de precursores para
a síntese da parede celular e secreção de enzimas e de toxinas.

2. Mesossomo - esta invaginização presente na membrana citoplasmática é importante durante a


divisão celular, onde atua como a origem septo transverso que divide a célula ao meio.

3. Ribossomos - os ribossomos bacterianos são o sítio para a síntese de proteína.

4. Plasmídeos - são moléculas de DNA dupla fita circular, extracossomais, capazes de se replicar
independente do cromossomo.

5. Cromossomo - o cromossomo bacteriano está distribuído no citoplasma constituído por uma


molécula de DNA.

6. Parede celular da bactéria - é uma estrutura com camadas múltiplas localizada externamente à
membrana citoplasmática.

Parede celular de bactérias gram-positivas e gram-negativas

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O médico dinamarquês Christian Gram, em 1884, desenvolveu uma técnica de


microbiologia que separa a maioria das bactérias em dois grupos: a) gram-positivas, que se coram
de azul e b) bactérias gram-negativas, que se coram de vermelho.

a) Parede celular de bactérias gram-positivas


A camada de peptideoglicana é espessa e algumas bactérias grampositivas possuem uma
camada de ácido teicóico, externa à peptideoglicana.

b) Parede celular de bactérias gram-negativas.


Possuem uma camada externa complexa, composta de lipopolissacarídeos, lipopoliproteínas
e fosfolipídios. Nas bactérias gram-negativas, entre a membrana citoplasmática e a peptideoglicana
está o espaço periplásmico, onde se localizam as enzimas que degradam as penicilinas e outras
drogas Blactânicas.

ESTRUTURAS EXTERNAS À PAREDE CELULAR

Cápsula

A cápsula é uma camada gelatinosa, composta por polissacarídeos envolvendo toda a


bactéria. É um determinante de virulência, pois, constitui um dos antígenos de superfície das
bactérias.

Flagelos
Os flagelos são apêndices longos, em forma de chicote, que movem as bactérias na direção
de nutrientes e outros atrativos.

Pili
Os pili são filamentos da espessura de um fio de cabelo que se estendem a partir da
superfície celular. São menores e mais resistentes do que os flagelos e são compostos por uma
proteína denominada pilina encontrada em organismos gram-negativos.

Esporos
Certas bactérias podem gerar mecanismo defensivo – podendo resistir às altas temperaturas
e agentes químicos – através do endósporo que é uma célula formada no interior de uma célula
vegetativa.

Crescimento Aeróbico e Anaeróbico

Algumas bactérias são organismos aeróbicos obrigatórios, isto é, necessitam de oxigênio


para crescer.
Outras bactérias são organismos anaeróbicos obrigatórios, isto é, não podem crescer na
presença de oxigênio porque não possuem superóxido dismutase ou catalase ou ambos. Conseguem
sobreviver mas não são capazes de crescer.

Flora Normal
O termo flora normal é usado para descrever várias bactérias e fungos que são residentes
permanentes de certos locais do corpo humano, especialmente a pele, a orofaringe, o cólon e a
vagina.

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Representação e Localização Anatômica da Flora Normal

Repres. da flora Localização Anatômica


Bacteróides sp cólon, garganta, vagina
Candida albicans boca, cólon, vagina
Clostridium sp cólon
Corynebacterium sp (difteróides) nasofaringe, pele, vagina
Escherichia coli e outros coliformes cólon, vagina, uretra externa
Gardnerella vaginallis vagina
Haemophillus sp nasofaringe conjuntiva
Lactobacillus sp boca, cólon, vagina
Neisseria sp boca, nasofaringe
Pseudomonas aeruginosa cólon, pele
Staphylococcus aureus nariz, pele
Staphylococcus epidermidis pele, nariz, boca, vagina, uretra
Streptococcus faecalis (enterococos) cólon
Estreptococos viridentes boca, nasofaringe

Os membros da flora normal tem uma função importante na manutenção da saúde, mas podem
causar doenças de três formas:

1. Causam doenças em indivíduos imunodeprimidos ou debilitados e quando estes organismos


encontram-se fora de sua região anatômica usual;

2. Causam doenças quando a flora é suprimida, os patógenos podem crescer e causar doença;

3. Causam doenças em indivíduos desnutridos que são tratados com antibióticos orais.

DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS


Tuberculose: é causada pelo bacilo Mycobacterium tuberculosis, ataca geralmente os pulmões. Há
tosse persistente, emagrecimento, febre, fadiga e, nos casos mais avançados, hemoptise. O
tratamento é feito com antibióticos e as medidas preventivas incluem vacinação das crianças - a
vacina é a BCG (Bacilo de Calmet-Guérin) - radiografias e melhorias dos padrões de vida das
populações mas pobres.

Hanseníase (lepra): transmitida pelo bacilo de Hansen (Mycobacterium lepra), causa lesões na
pele, nas mucosas e nos nervos. O doente fica com falta de sensibilidade na pele. Quando o
tratamento é feito a tempo, a recuperação é total.

Difteria (crupe): muitas vezes fatal, é causada pelo bacilo diftérico, atacando principalmente
crianças. Produz uma membrana na garganta acompanhada de dor e febre, dificuldade de falar e
engolir. O tratamento deve ser feito o mais rápido possível. A vacina antidiftérica está associada à
antitetânica e à antipertussis (essa última com a coqueluche) na forma de vacina tríplice.

Coqueluche: doença típica de crianças produzindo uma tosse característica, causada pela bactéria
Bordetella pertussis. O tratamento consiste em repouso, boa alimentação e, se o médico achar
necessário, antibióticos e sedativos para a tosse.

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Pneumonia bacteriana: embora algumas formas de pneumonia sejam causadas por vírus, a
maioria é provocada pela bactéria Streptococcus pneumoniae, que ataca o pulmão. Começa com
febre alta, dor no peito ou nas costas e tosse com expectoração. O médico deve ser chamado para
iniciar o tratamento com antibióticos e o doente deve ficar em repouso.

Escarlatina: provocada pelo Streptococcus pyogenes. Causa dor de garganta, febre, dores
musculares, náuseas e vômitos. As amígdalas ficam inflamadas, com pus, e a língua apresenta
pequenas saliências ("língua de framboesa"). Depois disso surgem erupções na pele e manchas
vermelho-escarlate. O médico deve ser consultado e o doente tem que ficar em repouso. De modo
geral, a evolução é benigna, mas pode haver complicações causadas pela disseminação da infecção
para outros órgãos do corpo.

Tétano: produzido pelo bacilo do tétano (Clostridium tetani), pode penetrar no organismo por
ferimentos na pele ou pelo cordão umbilical do recém-nascido quando este é cortado por
instrumentos não esterilizados. Há dor de cabeça, febre e contrações musculares, provocando
rigidez na nuca e mandíbula. Há casos de morte por asfixia. A vacinação e os cuidados médicos (é
aplicado o soro antitetânico em caso de ferimento suspeito) são essenciais.

Leptospirose: causada pela Leptospira interrogans, é transmitida pela água, alimentos e objetos
contaminados por urina de ratos, cães e outros animais portadores da bactéria. Há febre alta,
calafrios, dores de cabeça e dores musculares e articulares. É necessário atendimento médico para
evitar complicações renais e hepáticas

Tracoma: inflamação da conjuntiva e da córnea que pode levar à cegueira, é causada pela
Chlamydia trachomatis. Surgem bolhas nos olhos e granulações nas pálpebras. É necessário pronto
atendimento médico. A prevenção inclui uma boa higiene pessoal e o tratamento é feito com sulfas
e antibióticos.

Disenterias bacilares: constituem a principal causa de mortalidade infantil nos países


subdesenvolvidos, onde as classes mais pobres vivem em péssimas condições sanitárias e de
moradia. São doenças causadas por diversas bactérias, como a Shigella e a Salmonella, e pelos
colibacilos patogênicos. Transmitidas pela ingestão de água e alimentos contaminados, exigem
pronto atendimento médico. A profilaxia só pode ser feita através de medidas de saneamento e
melhoria das condições socioeconômicas da população.

Gonorréia ou blenorragia: causada por uma bactéria, o gonococo (Neisseria gonorrhoeae),


transmite-se por contato sexual. Provoca dor, ardência e pus ao urinar. O tratamento deve ser feito
sob orientação médica, pois exige o emprego de antibióticos.

Sífilis: provocada pela bactéria Treponema pallidum, é transmitida, geralmente, por contato sexual
(pode passar também da mãe para o feto pela placenta). Um sinal característico da doença é o
aparecimento, próximo aos órgãos sexuais, de uma ferida de bordas endurecidas, indolor (o "cancro
duro"), que regride mesmo sem tratamento. Entretanto, essa regressão não significa que o indivíduo
esteja curado, sendo absolutamente necessário diagnóstico e tratamento médico. Sem tratamento, a
doença tem sérias conseqüências, atacando diversos órgãos do corpo, inclusive o sistema nervoso,
provocando paralisia progressiva e morte.

Meningite meningocócica: infecção das meninges (membranas que envolvem o cérebro e a


medula). Pode ser provocada por vírus, mas a forma mais comum de meningite é causada por uma

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bactéria - o meningococo. Os sintomas iniciais são: febre alta, náuseas, vômitos e rigidez dos
músculos da nuca. O doente não consegue encostar o queixo no peito e deve ser hospitalizado
imediatamente, sendo submetido a tratamento por antibióticos, pois a doença pode ser fatal. Como é
transmitida por espirro, tosse ou fala, é importante a notificação à escola caso uma criança a
contraia.

Cólera: doença causada pela bactéria Vibrio cholerae (vibrião colérico), que se instala e se
multiplica na parede do intestino delgado, produzindo substâncias tóxicas e provocando uma forte
diarréia. As fezes são aquosas e esbranquiçadas (parecendo água de arroz), sem muco ou sangue.
Ocorrem também cólicas abdominais, dores no corpo, náuseas e vômitos.

O grande perigo está na rápida desidratação provocada pela diarréia: o doente pode perder
de um a dois litros de líquido por hora. Como conseqüência, o doente apresenta muita sede, cãibras,
olhos encovados e pele seca, azulada e enrugada. Se o processo continuar, pode haver rápida
insuficiência renal e morte em 24 horas ou menos. Por isso, é preciso procurar logo atendimento
médico para que a perda de água seja controlada através de reidratação endovenosa com soro e
antibióticos.

Mais de 90% das pessoas que contraem a cólera permanecem assintomáticos, isto é, não
chegam a adoecer, podendo sofrer apenas uma diarréia branda (embora possam transmitir a doença
por mais de trinta dias). A doença é contraída através da ingestão de água ou alimentos
contaminados, crus ou mal cozidos (a bactéria morre em água fervida e em alimentos cozidos).

Embora haja vacinas contra a cólera, sua eficácia é apenas parcial (em geral, cerca de 50%)
e dura poucos meses. Por isso, a doença somente pode ser erradicada através de medidas de higiene
e saneamento básico.

Febre tifóide: causada pela Salmonella typhi, provoca úlceras no intestino, diarréia, cólica e febre.
O tratamento é feito com antibióticos. A prevenção inclui vacinas e melhoria das condições
sanitárias da população.

Pseudomonas: gênero de bacilos gram-negativos móveis e de pequenas dimensões, com flagelos


polares. A maioria é saprófita, vivendo em matéria orgânica em decomposição e na terra. A
pseudomona aeuroginosa é uma espécie que causa infecções do trato urinário, otite externa ou
foliculite, inclusive a inflamação que pode se seguir ao uso de um “ banho quente em banheira”, a
pseudomona maltophilia, espécie potencialmente patogênica para o ser humano, encontrada em
plantas, no solo, na água, esgoto e leite cru.

Staphylococcus Aureus: espécie de bactéria comumente presente na pele e membranas mucosas,


sobretudo do nariz e boca. São bactérias anaeróbicas gram-positivas causadoras de distúrbios
supurativos como furúnculo,carbúnculo e abscessos internos nos seres humanos.
Várias linhagens dessa espécie produzem toxinas, inclusive as causadoras de intoxicação alimentar,
síndrome da pele escaldada estafilocócica e síndrome do choque tóxico.

Esherichia Coli: são bactérias do gênero de bacilos gram-negativos, de forma curta e robusta, com
motilidade e não formadores de esporos, quase que constantemente presentes no canal digestivo de
humanos e outros animais. Normalmente, são microorganismos apatogênicos no trato intestinal.
Fora do corpo e sob certa circunstância, particularmente no trato urinário, Escherichia coli, é
responsável por infecções na vagina e uretra externa. A presença destes bacilos no leite ou na água é
indicação de contaminação fecal.

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MEIOS DE CULTURA
Os meios de cultura são espécies de gelatinas, que possuem as substâncias necessárias para o
perfeito desenvolvimento de bactérias, meios esses onde se faz o cultivo desses germes.
Esses meios são colocados ainda quentes (líquidos) em placas de vidro (placa de Petry) e, à
medida que a temperatura vai abaixando, o meio vai se solidificando (em torno de 45ºC). Quando
queremos saber se determinado material contém bactérias, semeamos (espalhamos) este material em
meio de cultura e colocamos a placa de Petry na estufa a 37ºC. Se houver bactérias no material,
crescerão no meio de cultura em grande quantidade, de um dia para outro.Um grupo de bactérias
que crescem num mesmo lugar num meio de cultura denomina-se colônia. Os meios de cultura
podem ser líquidos e sólidos. Os meios sólidos contêm uma substancia que é responsável pela sua
solidificação. Trata-se de AGAR, substâncias extraídas de algas marinhas; os meios líquidos não
contêm AGAR.

- Meios de Cultura Seletiva: São meios que facilitam o desenvolvimento de um determinado grupo
de bactérias e dificultam ou inibem o desenvolvimento de outras. Ex: no Meio de Loewnstein-
Jensen cresce somente o bacilo da tuberculose, pois a substância que o compõe dificulta o
crescimento de outras bactérias. É, portanto, um meio de cultura seletivo, para o bacilo Koch.
- Meio de Teague: É um meio seletivo para bacilos Gram Negativos.
- Agar - Sangue: Desenvolvem-se nesse meio bacilos Gram Positivos como Gram Negativos.
Existem outros tipos de meios seletivos ou não, líquidos e sólidos.
- Antibiograma: é um teste de sensibilidade de bactérias frente à antibióticos. Nem todos os
antibióticos destroem as bactérias, apenas alguns. Por exemplo, se um paciente tem uma infecção
por bactérias, apenas alguns antibióticos vão fazer efeito, outros não, não destruindo as bactérias
causadoras de infecção, isto é, as bactérias continuarão vivas, causando a doença. O paciente
tomando o antibiótico errado não irá sarar. Faz-se então o antibiograma, que nos indicará
exatamente quais os antibióticos que o paciente irá tomar, para destruir as bactérias responsáveis
pela infecção.

Para fazer o antibiograma procedemos dessa maneira: passamos colônias de um meio para
outro com o auxílio de um SWAB (cotonete esterilizado) e neste meio colocamos discos de
antibióticos e deixamos na estufa por 24 horas a 37ºC.
Leitura: em volta dos discos de antibióticos em que não há crescimento de bactérias forma-se um
halo, que significa que a bactéria é sensível aquele antibiótico para o paciente.
Se em volta do disco de antibiótico não formar um halo, significa que a bactéria é resistente
a esse antibiótico. Portanto esse antibiótico não devera ser usado.

ESTERILIZAÇÃO E DESINFECÇÃO
Esterilização é a morte ou a remoção de todos os microorganismos, incluindo esporos e
bactérias, presentes num material.
A esterilização é realizada através dos agentes químicos (gases tóxicos) e agentes físicos
(calor, irradiação e infiltração).
Os processos empregados na esterilização são:
• gases tóxicos: óxido de etileno utilizado para esterilizar materiais sensíveis ao calor
(instrumentos cirúrgicos e plásticos);
• calor úmido: autoclavação ou fervura do material numa temperatura de 121ºC por durante
30 minutos.
• calor seco: estufa ou flambagem com temperatura na faixa de 180ºc por duas horas;
• radiação não ionizante: luz ultravioleta (uso limitado pois danifica a córnea e a pele);

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• radiação ionizante: radiografias usadas para esterilização de suturas e luvas cirúrgicas;


• filtração: filtros que capturam fisicamente as bactérias e esporos presentes em soluções
com componentes termolábeis.

Desinfecção é a morte de muitos, mas não de todos, os microorganismos presentes num material ou
tecido vivo (pele ou mucosa).
Os desinfetantes vão desde compostos corrosivos utilizados em materiais inanimados à
substâncias menos tóxicas utilizadas nas superfícies cutâneas. São eles:
• etanol: utilizado para a limpeza da pele antes de uma imunização ou injeção endovenosa;
• fenol: utilizado em salas cirúrgicas e de alto poder corrosivo;
• cloro: utilizado no tratamento da água e limpeza de casa e hospitais;
• iodo: anti-séptico cutâneo utilizado para preparar a pele antes de uma intervenção
cirúrgica;
• peróxido de hidrogênio: é usado como antiséptico para a limpeza de feridas e desinfecção
de lentes de contato;
• benzoato: ácido fraco utilizado como preservativo de alimentos devido seu poder
bacteriostático.
A pasteurização, utilizada para o leite e outras bebidas, consiste no aquecimento do leite a
62ºc por 30 minutos, seguido por um resfriamento rápido. Este procedimento é suficiente para
matar as células vegetativas de patógenos do leite, por exemplo: Mycobacterium tuberculosis,
Salmonela, Listeria e Brucella.

VIROLOGIA
Por existirem muitas divergências se os vírus se enquadram ou não entre os seres vivos,
estes "organismos" não estão inseridos em nenhum dos grandes reinos dos seres vivos, daí a
necessidade de serem estudados à parte.

Os vírus são microorganismos diminutos não visíveis pela microscopia óptica comum.
Trata-se de um agente parasito, visto ser inteiramente dependentes de nutrientes intracelulares para
atender às suas necessidades metabólicas e reprodutivas.

Suas principais características são:

- Não possui estruturas celulares (membrana plasmática, citoplasma, etc.).

- São formados basicamente por uma cápsula protéica denominada capsômeros que contém em seu
interior um só tipo de ácido nucléico: DNA ou RNA, nunca ambos. Alguns vírus mais complexos
podem apresentar também lipídios e glicídios presos à cápsula.

- São tão pequenos que podem penetrar no interior das células das menores bactérias que se
conhecem, (100 a 1000 Å), portanto são visíveis somente ao M.E.

- Só apresentam propriedades de vida quando estão no interior de células vivas. Por isso são
considerados parasitas celulares obrigatórios.

Reprodução dos Vírus

Um dos vírus mais estudados é o bacteriófago ou fago, que ataca bactérias reproduzindo-se
em seu interior. Estes vírus são inofensivos ao homem e a outros animais.

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A forma de reprodução dos vírus dentro de uma bactéria dá-se o nome de reprodução por
montagem.

Agentes Virais e Suas Respectivas Doenças

Paramixovírus - são agentes virais da parainfluenza, sarampo, caxumba, doença de Newcatle e vírus
sinciais respiratórios;
Echovírus - são agentes virais da meningite viral, não bacteriana, pleurodinia, infecção respiratória
aguda e miocardite;
Coronavírus - são agentes virais responsáveis por alguns resfriados comuns;
Rabdovírus - são agentes virais da raiva;
Poliovírus - são agentes virais da poliomelite;
Flavivírus - são agentes virais da dengue;
Retrovírus - são agentes virais da imunodeficiência adquirida (AIDS);
Influenzavírus - são agentes virais responsáveis pela gripe;
Poxvírus - são agentes virais da varíola;
Rubivírus - são agentes virais responsáveis pela rubéola.

Doenças Causadas por Vírus

Os vírus podem causar doenças em plantas e animais. As principais doenças causadas por
vírus que atingem o homem são:

Hidrofobia (Raiva): saliva introduzida pela mordida de animais infectados (o cão, por exemplo).
Infecção: o vírus penetra pelo ferimento e instala-se no sistema nervoso. Controle: vacinação de
animais domésticos e aplicação de soro e vacina em pessoas mordidas. Sintomas e características:
febre, mal-estar, delírios, convulsões, paralisia dos músculos respiratórios (é doença mortal).

Hepatite Infecciosa: transmissão: gotículas de muco e saliva; contaminação fecal de água e


objetos. Infecção: o vírus instala-se no fígado onde se multiplica, destruindo células. Controle:
injeção de gamaglobulina em pessoas que entram em contato com o doente; saneamento, cuidados
com alimentos ingeridos. Sintomas e características: febre, anorexia, náuseas, mal-estar, icterícia
(pode ser fatal).

Caxumba: transmissão: contato direto; objetos contaminados; gotículas de saliva. Infecção: o vírus
multiplica-se nas glândulas parótidas; eventualmente localizam-se em outros órgãos, como ovários
e testículos. Controle: vacinação. Sintomas e características: parotidite (infecção das parótidas),
com inchaço abaixo e em frente das orelhas (podem tornar a pessoa estéril se atingir os testículos ou
os ovários).

Gripe: transmissão: gotículas de secreção expelidas pelas vias respiratórias. Infecção: o vírus
penetra pela boca ou pelo nariz, localizando-se nas vias respiratórias superiores. Controle: nenhum.
Sintomas e características: febre, prostração, dores de cabeça e musculares, obstrução nasal e tosse.

Rubéola: transmissão: gotículas de muco e saliva; contato direto. Infecção: o vírus penetra pelas
vias respiratórias e se dissemina através do sangue. Controle: aplicação de imunoglobulina (com
efeito protetor discutível). Sintomas e características: febre, prostração, erupções cutâneas (em
embriões provoca a morte ou deficiências congênitas).

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Varíola: transmissão: gotículas de saliva; objetos contaminados e contato direto. Infecção: o vírus
penetra pelas mucosas das vias respiratórias e dissemina-se através do sangue; finalmente, atinge a
pele e as mucosas, causando lesões. Controle: vacinação. Sintomas e características: febre alta e
erupções cutâneas (geralmente deixando cicatrizes na pele; pode ser fatal).

Sarampo: transmissão: contato direto e indireto com secreções nasofaríngeas da pessoa doente.
Infecção: o vírus penetra pelas mucosas das vias respiratórias e dissemina-se através do sangue.
Controle: vacinação. Sintomas e características: febre alta, tosse, vermelhidão por todo o corpo
(pode ser fatal em crianças).

Febre Amarela: transmissão: picada de mosquitos, entre os quais se destaca o Aedes aegypti.
Infecção: o vírus penetra através da pele, dissemina-se pelo sangue e localiza-se no fígado, na
medula óssea, no baço e em outros órgãos. Controle: vacinação e combate aos mosquitos
transmissores. Sintomas e características: febre alta, náuseas, vômitos, calafrios, prostração e pele
amarelada (pode ser fatal).

Poliomielite: transmissão: alimentos e objetos contaminados, secreções respiratórias. Infecção: o


vírus penetra pela boca, multiplica-se no intestino, dissemina-se pelo sangue e instala-se no sistema
nervoso central, onde destrói os neurônios. Controle: vacinação. Sintomas e características: paralisia
dos membros; em muitos casos ocorrem apenas febres baixas e indisposição, que logo desaparecem
sem causar problemas (provoca deficiência física).

AIDS (Síndrome da Imuno-Deficiência Adquirida): transmissão: sangue, esperma e muco


vaginal contaminados. Infecção: o vírus penetra no organismo através de relações sexuais, uso de
agulhas de injeção contaminadas ou transfusões de sangue infectado; ataca o sistema imunológico.
Controle: uso de preservativos (Camisinha-vênus) nas relações sexuais e de agulhas descartáveis ou
esterilizadas; controle rigoroso, por parte dos bancos de sangue da qualidade do sangue doado;
ainda não existem remédios ou vacinas eficazes contra a doença. Sintomas e características: febre
intermitente, diarréia, emagrecimento rápido, inflamação dos gânglios linfáticos, doenças do
aparelho respiratório, infecções variadas, câncer de pele (doença mortal em 100% dos casos).

VÍRUS EMERGENTES

Febre alta, dores no corpo, vômito, diarréia e hemorragias generalizadas nos órgãos e na
pele, que se rasga e se solta dos ossos, com o sangue saindo por todos os poros do corpo. Em cerca
de dez horas a pessoa morre: são os sintomas da febre hemorrágica, causada pelo vírus Ebola.

Esse vírus apareceu pela primeira vez em 1967, quando matou algumas pessoas na cidade
alemã de Marburgo. Voltou a aparecer em 1976, no Sudão e no Zaire (às margens do rio Ebola, de
onde se originou o nome do vírus), matando centenas de pessoas e, novamente no Zaire, em 1995,
dizimando cerca de cem pessoas.

O vírus é transmitido de pessoa contaminada para outra pelo contato direto com sangue,
suor, saliva, sêmen. Mata 90% das vítimas, destruindo seus vasos sangüíneos. Não há tratamento
específico, mas se as vítimas forem isoladas e mantidas em condições higiênicas adequadas, a
epidemia pode ser controlada.

O Ebola faz parte de um grupo de vírus que circulam há muito tempo em animais que vivem
em áreas não habitadas pelo homem ou em populações humanas isoladas (no caso do Ebola, o
reservatório, isto é, o animal que abriga o vírus, parece ser uma espécie de macaco). Com a chegada

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do homem nesses ambientes, o vírus começa a se espalhar na população humana. Por isso, esses
vírus são chamados "vírus emergentes", já que saem ou emergem de seu hábitat natural.

No Brasil encontramos: o Rocio, descoberto em 1975, na localidade de mesmo nome no sul


do estado de São Paulo, que provoca hemorragias e lesões neurológicas; o hantavírus Juquitiba,
identificado em 1993, em Juquitiba, São Paulo, causador de problemas respiratórios; o Sabiá,
descoberto no condomínio Jardim Sabiá, no município paulista de Cotia, e que, como o Ebola,
provoca febre hemorrágica.

MICOLOGIA

Fungos
Os fungos são organismos eucarióticos com a parede celular composta de quitina, dessa
forma, são insensíveis a antibióticos.
Existem dois tipos de fungos: leveduras e fungos filamentosos.
As leveduras crescem como células únicas que se reproduzem por brotamento assexual.
Os fungos filamentosos crescem como filamentos longos (hifas) e formam um emaranhado.
São denominados fungos saprófitas os que se nutrem de matéria orgânica e fungos
parasitários os que se nutrem de matéria viva.
A reprodução dos fungos se dá de forma, sexual, assexual ou parassexual.
A maioria dos fungos vivem no meio ambiente, sendo grande parte, nocivos ao homem.
Convém lembrar que alguns são benéficos na produção de alimentos (queijo, cerveja, vinho)
e na indústria farmacêutica.
As principais doenças causadas por fungos são as micoses, que podem atingir órgãos ou
tecidos. São divididas em quatro categorias:

1. Micoses cutâneas: causada por fungos dermatófitos que infectam somente estruturas superficiais
ceratinizadas (pele, cabelo e unhas). São transmitidas por contato direto e por animais (cachorros e
gatos) gerando infecções crônicas como pé-de-atleta e coceira do jóquei;

2. Micoses subcutâneas: causada por fungos dimórficos que crescem no solo e sobre a
vegetação.Quando introduzido na pele, tipicamente por um espinho, ele causa pústula ou úlcera
local. Ocorre uma leve doença sistêmica e as lesões são crônicas;

3. Micoses sistêmicas: resultantes da inalação de esporos de fungos dimórficos, provocando


infecções nos órgãos internos (ex: pulmão e vísceras);

4. Micoses oportunistas: fungos oportunistas não induzem doenças na maioria das pessoas normais,
mas podem fazê-lo naquelas com defesas comprometidas.

Características das Doenças Fúngicas Importantes

Tipo Localização Anatômica


1 Cutânea Camada morta da pele
Epiderme, cabelo, unhas
2 Subcutânea Subcútis
3 Sistêmica Órgãos internos
4 Oportunista Órgãos internos

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Doenç. RepresentativasGênero dos Org. causadores


1 Línea versicolor Malassegia
Microsporum, Trichophyton
2 Esporotricose Sporothrix
Micetoma Vários gêneros
3 Coccidiomicos Coccidióides
Histoplasmose Histoplasma
Blastomicose Blastomyces
Paracoccidiomicose Paracoccidióides
4 Criptococose Cryptococcus
Candidíase Cândida
Aspergilose Aspergillus
Mucormicose Mucor Rhizopus

Diagnóstico Laboratorial
O diagnóstico pode ser feito através de exame microscópio, cultivo de organismos e testes
sorológicos.

Tratamento
No tratamento os agentes anti-fúngicos utilizados são: anfotiricina B, clotrimazole,
fluorocitosina, griseofulvina, miconazole, nistatina e folnaftato.

RICKETISIAS
São microorganismos parasitos e estão num meio termo entre animais e vegetais. Rickett
morreu estudando estes microorganismos, daí seu nome.
- Formas: coco - bacilos ou mesmo coco.
- Tamanho: em média possuem 0.3 a 0.5u.
- Coloração: não se coram pelos métodos habituais para coloração de bactérias, coram-se através da
coloração de GIEMSA.
- Cultura: não se desenvolvem no meio de cultura usados para bactérias.
- Habitat: são hóspedes normais do tubo intestinal dos artrópodes (pulga,piolho, carrapato).
- Doença: febre tifo - exantemática ou febre maculosa brasileira.
- Imunidade: no homem deixa uma sólida imunidade, raramente reincidem.
- Transmissão: o artrópode (pulga, carrapato) ao sugar o sangue de um paciente que tenha o germe
este se localizará no seu intestino. Esse mesmo animal ao sugar o sangue de um outro indivíduo, irá
transmitir o microorganismo.

IMUNOLOGIA
Estuda as defesas bem como as reações desenvolvidas pelo organismo contra agentes
estranhos que perturbem seu perfeito funcionamento. É o estudo da imunidade às doenças.
Imunidade é o estado de ser imune ou de estar protegido de uma doença, especialmente uma
doença infecciosa. Habitualmente induzida porque o indivíduo foi exposto ao marcador antígeno
presente num microorganismo que invade o corpo ou por ter sido imunizado com uma vacina que
tem a capacidade de estimular a produção de anticorpos específicos.

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Função do Sistema Imunológico


A principal função do sistema imunológico é prevenir ou limitar infecções causadas por
microorganismos tais como: bactérias, vírus, fungos e parasitos. Essa proteção se dá através de:
• imunidade mediada por células: resultante da ativação de linfócitos T sensibilizados;
• imunidade humoral: imunidade mediada por anticorpos nos líquidos corporais, como o plasma ou
a linfa. Esses anticorpos são sintetizados e secretados por linfócito B.

Conceitos Ligados a Imunologia:


- Infecção: é a penetração, crescimento e multiplicação de microorganismos no interior de seres
altamente organizados. É um microparasitismo.
- Microorganismos Saprófitas: não nos causam mal.
- Microorganismos Patogênicos: São causadores de doenças.
- Virulência: é o poder patogênico de um germe. Quanto mais resistente ele for em relação as nossas
defesas e quanto pior a doença que causar, mais virulento será o microorganismo. Quando um
germe patogênico penetra em nosso organismo, nem sempre irá causar infecção. A infecção,
portanto, depende das defesas do organismo parasitado e da virulência do germe.
- Inflamação: ocorre quando há aparecimento de dor, de calor, rubor. Nem sempre numa inflamação
há presença de microorganismos. Queimaduras de qualquer origem causam inflamação; - dor, calor
e rubor. Ex: queimaduras pelo sol.

Sintomas e sinais de uma doença:


Sinais: tudo o que um paciente sente ou se pode ver e medir. Ex: temperatura. Uma marca na
pele pode ser também sinal de doença, como na varicela.
Sintomas: é o que o paciente sente e não pode ser visto ou medido. Ex: dor, mal-estar, tonturas.

Infecção:
Quando um germe penetra em nosso organismo podem ocorrer três hipóteses:
. se for saprófita, nos será indiferente, tratando-se de comensalismo. Ex: Stafilococos Epidermides.
. se for benéfico, tratar-se-á de uma simbiose onde há um auxílio mútuo. Ex: bac. Doderlen.
. se for patogênico ocorrerá uma luta entre o germe e as defesas do organismo. Se o
microorganismo vencer, nos causará mal; tratando-se de parasitismo, o indivíduo ficará doente.

- Fases de uma infecção:


1ª. Fase da infecção: Período de incubação: vai desde a incubação do germe até o aparecimento dos
primeiros sintomas e sinais da doença. Neste período, o microorganismo vai se multiplicando; o
paciente não tem sintomas nem sinais. Ex: a difteria tem um período de incubação de 2-7 dias.
2ª. Fase da infecção: Doença propriamente dita: caracteriza-se pelos sintomas e sinais da doença.
3ª. Fase da infecção: Convalescença: desaparecem os sintomas e sinais, o paciente entra em
recuperação.

- Organotropismo é a preferência que certos microorganismos têm por determinados órgãos do


organismo. Ex: o bacilo da tuberculose tem organotropismo pelo pulmão, porém, pode haver
tuberculose em outros órgãos do organismo, embora raramente, como nos ossos e nos rins. O
estafilococo não tem organotropismo, onde se instalar no organismo pode causar infecção, desde
que seja patogênico.

- Infecção sem sintomas: ocorre quando o organismo abriga germes patogênicos sem, no entanto,
apresentar qualquer sintoma ou sinal da doença, isto é, o indivíduo não é doente. Ex: 90% dos
adultos apresentam pequenos focos de infecção pelo bacilo da tuberculose sem apresentarem
sintomas. Não são doentes, porem predisponentes, pode a infecção evoluir e o indivíduo apresentar

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os respectivos sintomas e sinais da doença, o que vai depender das defesas do seu organismo e da
virulência do germe adquirido. Estas pessoas podem transmitir o germe à outra pessoa e esta vir a
ter a doença.

- Tipos de infecção:
. aeróbia: quando o germe causador só cresce na presença de oxigênio livre.
. anaeróbia: quando o agente causador só cresce na ausência de oxigênio.
. infecção primária: o germe que causa a infecção primaria é o agente causador da doença.
. infecção secundária: o germe que causa a infecção secundária está presente na doença agravando-
a, mas não é o responsável pela infecção primária.

- Infecção e infestação:
- Infecção: é causada por microparasitas de origem vegetal. Ex: bactérias e fungos.
- Infestação: é causado por microparasitas de origem animal. Ex: teníase.
- Defesa do organismo: as defesas do organismo contra agentes estranhos são:

Resistência: são todas as formas de defesa do organismo, frente à agressão de corpos estranhos de
maneira inespecífica, isto é, defendem o organismo contra qualquer tipo de corpo estranho, e não
contra determinado especificamente. Pré-existem, nascemos com ela, ex: o revestimento cutâneo-
mucoso. A pele é uma resistência do organismo contra agentes estranhos, pois impede a sua
penetração, além de ter uma autodesinfecção devido ao seu pH ácido. Por isso que, principalmente
as mucosas da pele, instalam-se em locais cutâneos onde a acidez é mais fraca; nas axilas e entre os
dedos. As mucosas exercem ação defensiva pelo fato de suas secreções carregarem os germes de
sua superfície ou os retém englobado no muco, impedindo a sua difusão e também pelo seu poder
bactericida. Duas secreções estão sendo bem estudadas: a LIZOZIMA na lágrima e a INIBINA na
saliva e na secreção nasal. Notem como as feridas bucais rapidamente se curam.

Imunidade:
São reações desenvolvidas pelo organismo animal frente à agressão de microorganismos de
maneira especifica, isto é, defendem o organismo de um determinado tipo de germe. É
ADQUIRIDA, não nascemos com ela. Portanto, a resistência é inespecífica e inata. A imunidade é
específica e adquirida.
Tipos de imunidade
-ativa: adquirida naturalmente e artificialmente. O organismo produz os anticorpos.
-passiva: adquirida artificialmente e naturalmente. Quando um outro organismo produz os
anticorpos e os mesmos são transferidos para o nosso organismo.
- imunidade ativa adquirida naturalmente: o individuo têm a doença e adquire imunidade criando
anticorpos, ficando imune daquela doença por um tempo ou pelo resto da vida. Ex: sarampo,
varicela.
- imunidade ativa adquirida artificialmente: o indivíduo é vacinado, isto é, recebe antígeno,
formando anticorpo específico.
- imunidade passiva adquirida naturalmente: através de passagem horizontal (mãe para filho) pelos
vasos placentários e pelo colostro. Ficam na criança por aproximadamente 6 meses e depois
desaparecem.
- imunidade passiva adquirida artificialmente: o indivíduo recebe no soro anticorpos formados em
animais.

- Antígeno: tem a capacidade de gerar anticorpos e com ele reagir.


- Anticorpo: são substâncias (proteínas) que aparecem no soro de animais devido à presença de um
antígeno (defesa do organismo).

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- Vacinas: são medicamentos preventivos contra algumas doenças viróticas. São fabricadas a partir
de vírus mortos ou enfraquecidos.
- Toxina: são substâncias produzidas por microorganismos vegetais e cuja característica é a de
ocasionar envenenamento ao homem ou em espécies de animais.
- Soro: são anticorpos prontos.

Hipersensibilidade:
Ocorre quando o indivíduo não se encontra apto para receber determinada substância. Ex:
alergia e anafilaxia.
-Anafilaxia: é muito rara. É adquirida e nunca hereditária. A anafilaxia ocorre através da histamina
que é liberada pela célula quando o indivíduo foi hipersensibilizado por algum tipo de substância
que formou uma grande quantidade de anticorpos.
*Como evitar Anafilaxia: o indivíduo só entra em anafilaxia quando entrar em contato pela segunda
vez com a substância que o hipersensibilizou. Quando há necessidade de se administrar uma
substância a qual o indivíduo é sensível devemos aplicá-la com adrenalina que é um anti-
histamínico.
Alergia: é adquirida, nunca hereditária. É parecida com a anafilaxia só que mais amena, menos
perigosa.
Alérgenos: são matérias ou substâncias que causam alergias. Ex:
- A. Inalantes: pó entra pelo nariz;
- A. Ingestantes: chocolate ou substância ingerida;
- A. Injetante: injeção de penicilina, Ampicilina;
- A. Contactantes: lã, contato com a pele.

AS VACINAS
Introdução
Como poucas drogas são úteis contra infecções virais, a prevenção pelo uso de vacinas é
muito importante.
É responsabilidade do Ministério da Saúde definir as vacinações de caráter obrigatório em
todo território nacional e em determinadas regiões do país, de acordo com o comportamento
epidemiológico das doenças (artigo 78.231, de 12/08/76).
O programa Nacional de Imunizações (PNI), que organiza essas ações, estabelece como
prioridade a administração das vacinas contra poliomielite, contra difteria, contra tétano e
coqueluche, contra sarampo e contra tuberculose.
As vacinas utilizadas são constituídas por toxóides ou anatoxinas, bactérias mortas ou vidas
modificadas, extrato bacteriano, vírus atenuados ou vírus inativados, componentes antigênicos de
vírus extraídos do plasma de seres humanos cronicamente infectados ou componentes antigênicos
de agentes infecciosos obtidos por engenharia genética.

Vacinas Especiais
Além das vacinas de ordem prioritária estabelecida pelo PNI, existe disponibilidade de
outros imunobiológicos utilizados em situações especiais, situações epidemiológicas ou existência
de regiões e de grupos populacionais de risco. Algumas delas são:

Vacina Contra Hepatite B

Indicação
A vacina contra hepatite B é indicada a partir do nascimento, dando-se prioridade a faixa
etária de zero a quatro anos.

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Devem ser vacinadas todas as pessoas que migram para a Amazônia Ocidental
(independente de idade), aquelas que trabalham em áreas de risco, bem como outros grupos de risco
(renais crônicos, politransfundidos, hemofílicos, talassênicos, portadores de anemia e outros).
Recomenda-se, também, a vacinação de grupos residentes em presídios e hospitais psiquiátricos,
bem como profissionais de saúde (dentistas, pessoal de enfermagem, pessoal de laboratórios,
médicos e outros).

Dose e Volume
Utiliza-se, de maneira geral: três doses, com intervalo de um mês entre a primeira e a
segunda dose, a terceira dose será aplicada seis meses após a primeira.
O volume a ser administrado pede 0,5 ml para neonatos, lactentes e crianças menores de 11
anos; para os adultos a dose é de 1,0 ml.
Nos grupos de risco: 2 ml para adulto e 1 ml para criança.

Via de Administração
Via intramuscular ou subcutânea.

VACINA CONTRA A MENINGITE C

Indicação
É indicada somente em situações epidêmicas, após a comprovação de que o agente
etiológico predominante é o meningococo do sorogrupo C.

Dose e Volume
A dose é única e o volume é de 0,5 ml.
Via de Administração
Via intramuscular, podendo ser utilizada a via subcutânea.

Vacina contra a Infecção por Haemophilus Influenzae Tipo B

Indicação
A vacina contra Haemophilus Influenzae tipo B é recomendada, no momento, em todas as
crianças com imunodeficiência primária ou secundária, incluindo as com asplenia anatômica ou
funcional, as com infecção sintomática ou assintomática pelo vírus da imunodeficiência humana e
as com doenças malignas acompanhadas de imunodepressão.
É administrada em crianças com idade entre dois e quinze meses para a prevenção da
meningite e em idosos a partir dos 60 anos, na prevenção da gripe.

Dose e Volume
O volume correspondente a cada dose é de 0,5 ml.

Via de Administração
Via intramuscular.

PARASITOLOGIA

É um tipo de associação entre dois seres vivos, em que um dos associados é prejudicado e o
outro é favorecido.A característica fundamental do parasitismo é o prejuízo de um dos associados.

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A origem do termo “Parasitismo” provém de Para – ao lado e sítios –alimento, que provém
de uma função específica que certa categoria de sacerdotes exercia na Roma antiga: “ofereciam
comida aos deuses aproveitando-se desse alimento”.
A parasitologia divide-se em: Parasitismo (ex: Protozoários e Helmintos) e Microbiologia
(ex: bactérias, fungos e vírus).

Terminologia

1) Agente Etiológico: é o agente causador da doença, ou seja, são os responsáveis pelas


doenças.
2) Agente transmissor: são aqueles que vão transmitir uma doença,
3) Fase aguda: é o período da doença onde teremos sinais clínicos e sintomas.
4) Fase crônica: vem logo após a fase aguda onde os sinais clínicos e sintomas diminuem de
intensidade.
5) Hospedeiro definitivo (H.D.): é o organismo que possui um parasito, geralmente as formas
adultas.
6) Hospedeiro intermediário (H.I.): organismo que possui formas intermediária do parasito.
7) Período de incubação: é o intervalo de tempo que decorre entre a infecção e o aparecimento
do sintoma da doença.
8) Patogenia: corresponde a capacidade de um parasito causar danos ao organismo de um
hospedeiro.
9) Ciclo evolutivo: período compreendido entre seu estágio larva e sua fase reprodutivamente
madura.

Tipos de Associação entre os seres vivos:

1) Parasitismo: onde o hospedeiro sofre danos.


2) Comensalismo: uma espécie obtém benefícios sem causar danos.
3) Mutualismo: benefícios entre dois seres vivo.
4) Simbiose: uma espécie depende da outra para viver.
5) Predatismo: um ser vivo se alimenta à custa de outro causando a sua destruição.

Tipos de Associação entre parasitos:

1) Zoozoótico: animal parasitando animal.


2) Zoofítico: animal parasitando vegetal.
3) Fitofítico: vegetal parasitando vegetal.
4) Fitozoótico: vegetal parasitando animal.

Mecanismo de ação do parasito

Atingindo o homem e agindo como corpo estranho que se instala e cresce nos tecidos
humanos, o parasito começa a alimentar-se à custa do hospedeiro, metabolizando as suas
reservas nutritivas para cobrir as próprias necessidades metabólicas. O resultado será o prejuízo
do hospedeiro, levando as conseqüências finais, ou seja, à doença ou à morte. O mecanismo
desta ação parasitária pode ser único ou múltiplo.

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Exemplo:

Ação obstrutiva: o parasito vai obstruir os ductos glandulares, órgãos, etc. Na patologia
humana, o exemplo mais significativo desse mecanismo de agressão é visto na
ascaridíase e na elefantíase.
Ação compreensiva: com seu desenvolvimento e crescimento, o parasito comprime os
órgãos próximos e provoca modificações estruturais nos tecidos e conseqüentemente,
graves perturbações em suas funções, acarretando lesões importantes, que manifestarão
sintomas exuberantes. O exemplo disso é visto no “Cysticercus cellulasae”, forma
larvária da “Taenia solium”, que se comprime o globo ocular, desloca e comprime a
retina, podendo causar a cegueira.
Ação destrutiva: muito comum nas parasitoses, exercendo sua ação em nível das células
ou tecidos. A exemplo disso, temos os parasitos causadores da malária que habitando os
glóbulos vermelhos, ao fim do ciclo, arrebentam e destroem as hemácias.
Ação alergizante: alguns parasitos têm a propriedade de sintetizar no organismo
humano, causando fenômenos alérgicos localizados ou gerais, traduzidos por
sintomatologia característica, que pode provocar edema ou prurido na região afetada.
Ação tóxica: é resultante da inoculação ou da introdução no organismo de secreções dos
parasitos. A “Entamoeba histolyca” secreta uma substância lítica, destruindo as células
próximas, quer no intestino, sua localização primária, quer nos outros órgãos.
Ação espoliadora: inicia-se com a monofagia, onde o parasito depende da alimentação
selecionada pelo hospedeiro passando a seguir para o aproveitamento das substâncias
ingeridas com prejuízo para o homem. O exemplo típico desta ação é a “Giárdia
lamblia”, que exerce ação espoliadora onde milhares de exemplares microscópicos
atapetam a face interna do duodeno e excluem deste órgão a ação de absorção de
gorduras e vitaminas lipossolúveis que por ali passam.

Classificação dos parasitos:

- Quanto à ocorrência:

 Acidentais ou ocasionais: são os que somente se tornam parasitos ocasionalmente.


Exemplo: certos fungos e bactérias apenas saprófitas, isto é, vivem da matéria orgânica
putrefata e podem, ocasionalmente, atingir feridas de animais ou lesões em vegetais,
infectando os tecidos dos mesmos. As micoses, não raramente, são ocasionadas por esse
tipo de parasito.
 Facultativos ou condicionais: são os que praticam habitualmente a vida parasitária mais
que, em certas circunstancias, assumem outro modo de vida. Exemplo: algumas
bactérias e fungos que parasitam seu hospedeiro, cuja morte obriga ao saprofitismo que
inicia pela putrefação do cadáver, que até ajudam a completar.
 Obrigatórios: também designados de necessários ou absolutos. Animais para os quais a
vida parasitária é irreversível pelo homem em alguma fase do seu ciclo vital. São os que
só conseguem sobreviver no ambiente proporcionado pelo hospedeiro. Exemplo:
“Taenia solium”. Há três tipos de parasitismo obrigatório:
. Permanente: é aquele em que o parasito tem a necessidade de passar todo o seu
ciclo evolutivo em estado de parasitismo no corpo de um ou mais hospedeiros. É o
que ocorre com os piolhos (Pediculídeos), que só podem viver de modo permanente,
morrendo quando deles são afastados. O mesmo acontece com numerosos outros
parasitos do homem e animais como, por exemplo: as Taenias que necessitam de um
ou mais hospedeiros para sua existência.

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. Temporário: o parasitismo temporário ou intermitente é um tipo de parasitismo


obrigatório, no qual o indivíduo só procura o hospedeiro para dele retirar seu
alimento. É o tipo de parasitismo que se observa nos insetos hematófagos, isto é,
aqueles que se nutrem de sangue. Exemplo: sanguessuga e pulgas.
. Periódico: é um terceiro tipo de parasitismo obrigatório, no qual há fases
obrigatórias de parasitismo e fases de vida livre, que se sucedem regularmente no
curso de vida do indivíduo. Exemplo: mosca de berne.

- Quanto à região do parasito em relação ao hospedeiro:

ECTOPARASITOS: externos. Exemplo: piolhos, carrapatos, pulgas, etc.


ENDOPARASITOS: internos. Exemplo: protozoário causador do impaludismo ou Taênia do
homem.

Generalidades sobre artrópodes

São seres importantes, pois podem atingir os vegetais e os animais, causando prejuízos
econômicos. Em nosso estudo, só nos interessa os artrópodes de interesse médico.
Os artrópodes dividem-se em dois grupos: causadores de doenças e transmissores de
doenças.
Causadores de doença: aqueles que diretamente atingem o homem, prejudicando-o.
Transmissores de doença: exemplos: moscas, baratas, piolhos (borrélia, bactéria que
ocasiona Febre Recorrente, vive no interior dos piolhos).
.
DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS
 LEISHMANIOSE MUCOCUTÂNEA

Organismo
Protozoário do trato urogenital Leishmania braziliensis.

Ciclo da Vida
O ciclo da vida envolve a mosca como vetor e roedores como reservatórios. Quando a mosca
fêmea suga o sangue de um hospedeiro infectado, ele ingere macrófagos contendo amastigotas.
Após a dissolução dos macrófagos os amastigotas liberados se diferenciam em
promastigotas no intestino. Eles se multiplicam e, então, migram para a faringe onde podem ser
transmitidos durante a próxima picada.
Logo após uma mosca infectada picar um humano, os promastigotas são fagocitados pelos
macrófagos, onde eles se transformam em amastigotas. As células infectadas morrem e liberam os
amastigotas descendentes que infectam outros macrófagos e células reticuloendoteliais.

Transmissão
Através da picada do inseto.

Sintomas
- pápula no sítio da picada
- lesões metásticas
- lesões ulcerativas

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Diagnóstico
O diagnóstico é feito por microscópio pela demonstração da presença de amastigotas em um
esfregaço retirado da lesão da pele.

Tratamento
A droga de escolha é estibogliconato de sódio, mas os resultados são freqüentemente
insatisfatórios.
(ver quadro no final da apostila)

 MALÁRIA

Organismos
A malária é causada por quatro protozoários do trato urogenital: Plasmódium virax, Ovall
Plasmodium malarial e Plasmodium falciparum.

Ciclo da Vida
O vetor e hospedeiro definitivo para os plasmódios é o mosquito fêmea Anopheles (somente
a fêmea se alimenta de sangue).
O ciclo de vida em humanos começa com a introdução de esporozoítos no sangue a partir da
saliva do mosquito que está picando. Os esporozoítos são captados pelos hepatócitos dentro de 30
minutos. Esta fase “exobritrocítica” consiste de multiplicação celular e diferenciação para
merozoíto. P. vivax e P. ovale prodeuzem, uma forma latente (hipnozoíto) no fígado; esta forma é a
causa dos relapsos observados nas malárias vivax e ovale.

Transmissão
A malária é transmitida, fundamentalmente, por picadas de mosquitos, mas também ocorre
através da placenta, transfusões sanguíneas e por injeção intravenosa de drogas.
Sintomas
- febre de 40º
- calafrios
- dor de cabeça
- mialgias e artralgias

Tratamento
Cloroquina é a droga de escolha para malária aguda cepas sensíveis.
Os hipnozóitos no fígado são mortos por primaquina.

 GIARDÍASE

Organismos
Protozoário do trato intestinal Giárdia lamblia

Ciclo da Vida
Consiste em dois estágios, o trofozóito e o cisto. O trofozóito tem forma de pêra com dois
núcleos, quatro pares de flagelos e um disco de sucção com o qual ele se fixa à parede intestinal. O
cisto oval tem parede espessa com quatro núcleos e diversas fibras internas. Cada cisto dá origem a
dois trofozóitos durante a ruptura do cisto no trato intestinal.

Transmissão
A transmissão ocorre por ingestão do cisto em água e alimentos contaminados por fezes.

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Sintomas
Diarréia não sanguinolenta com odor pútrido, é acompanhada de náuseas, anorexia,
flatulência e cólicas abdominais que persistem por semanas ou meses. Não há febre.

Diagnóstico
O diagnóstico é feito através de exame microscópico das fezes.

Tratamento
O tratamento de escolha é metronidazol (Flagil) ou hidrocloreto de quinacrina.

 TOXOPLASMOSE

Organismo
Protozoário do trato urogenital Toxoplasma gondii.

Ciclo de Vida
O ciclo dentro do gato começa com a ingestão de cistos presentes em carne crua, por
exemplo, de camundongos. Quando o solo é contaminado com fezes de gatos o ciclo está completo.
Infecção humana ocorre pela ingestão de carne mal cozida de animais, por exemplo, de ovelha e
porque tiveram contato com as fezes de gato infectado.

Transmissão
- ingestão de cistos em carne crua;
- transmissão transplacentária.

Sintomas
Infecção congênita pode resultar em aborto, natimorto ou doença neonatal com encefalite,
coriorretinite, febre, icterícia e calcificações intra-cranianas.
Diagnóstico
- sorologia
- exame microscópico de tecido
- inoculação em camundongo

Tratamento
Sulfonamida e pirimetamina para doença congênita em pacientes imunodeprimidos.
Toxoplasmose aguda em indivíduo imunocompetente é comumente autolimitante.

 DOENÇA DE CHAGAS

Organismo
Protozoário do trato urogenital Trypanosoma cruzi.

Ciclo de Vida
Envolve o inseto reduviideo (triatoma, chupão ou barbeiro,) com vetor, sendo humanos e
animais hospedeiros reservatórios. Os reservatórios animais incluem gatos e cachorros domésticos e
espécies selvagens como tatu, guaxinim e rato. O ciclo do barbeiro começa com a de
tripomastigotas do sangue do hospedeiro reservatório. No intestino do inseto, eles se multiplicam e
quando estes picam novamente, o sítio é contaminado com fezes contendo tripomastigotas, os quais

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penetram na corrente sanguínea da pessoa (ou outro reservatório). Para completar o ciclo, os
tripomastigotas são liberados para o sangue e ingeridos pelo barbeiro.

Transmissão
A doença de Chagas ocorre principalmente nas Américas Central e do Sul e raramente no
sul dos E.U.A.. O barbeiro vive em paredes de choupanas rurais e se alimenta à noite. Ele pica
preferencialmente ao redor da boca e dos olhos. O músculo cardíaco é severamente afetado,
arritmias são freqüentes e perda do tono no cólon e esôfago.

Sintomas
- febre
- hepatoesplenomegalia
- arritmia cardíaca
- miocardite crônica
- cardiopatia chagássica

Diagnóstico
- esfregaço sanguíneo, medula óssea
- xenodiagnóstico

Tratamento
A droga de escolha para a fase aguda é nifurtimox. Não há droga efetiva contra a forma
crônica.

DOENÇAS CAUSADAS POR HELMINTOS


Os helmintos compreendem duas grandes divisões do reino animal, os Platelmintos que são
vermes de corpo chato e os Nematelmintos, vermes cilíndricos.
O sistema digestivo dos Platelmintos é incompleto, pois apesar de possuírem uma estrutura
semelhante à boca, o ânus quase sempre é ausente.
A grande maioria é hermafrodita, apesar disso a reprodução poderá ocorrer de forma
sexuada ou assexuadamente. Os ovos resultantes poderão apresentar desenvolvimento direto ou em
estágios larvais incompletos.
Os Nematelmintos são vermes de corpo cilíndrico, possuindo um tubo digestivo completo.
Quanto à reprodução, esses animais apresentam sexo separado sendo o macho menor que a
fêmea. A reprodução se dá internamente produzindo ovos microscópicos.
O estudo das Helmintoses se torna evidente uma vez que os helmintos compreendem
milhares de parasitoses, em sua busca por alimentação causam grandes malefícios ao homem e as
populações em geral.

 TAENIA SAGINATA

Doença
Teníase

Ciclo Vital
Os humanos ingerem carne bovina mal cozida contendo os cisticercos. As larvas aderem-se
à parede intestinal e tornam vermes adultos com proglótidas grávidas. As proglótidas terminais
soltam-se e vão para as fezes, sendo ingeridas pelo gado. No intestino, os embriões oncosféricos

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eclodem, atingem os vasos sanguíneos, migram para o músculo esquelético, onde finalmente
formam-se os cisticercos.

Transmissão
Ocorre pela ingestão de carne bovina crua ou mal cozida.

Sintomas
O verme causa pouco dano ao intestino.

Diagnótico
As proglótidas grávidas podem ser visualizadas nas fezes.

Tratamento
É feito através do uso de Niclosamida.

 TAENIA SOLIUM

Doença
- Teníase
- Cisticercose

Ciclo Vital
Os humanos ingerem carne de porco mal cozida contendo os cisticercos. As larvas aderem-
se à parede intestinal e desenvolvem-se em vermes adultos com proglótidas grávidas. As
proglótidas terminais soltam-se e vão para as fezes e são ingeridas pelos porcos. No intestino os
embriões oncosféricos (hexacantos) atingem os vasos sanguíneos, migram para o músculo
esquelético, onde finalmente formam os cisticercos. No caso de ingestão dos ovos de T. solium por
seres humanos presentes em alimentos contaminados por fezes humanas, as oncosferas atingem os
vasos sanguíneos e disseminam-se por vários órgãos (por exemplo: olhos e cérebro) onde encistam
formando cisticercos.

Transmissão
A teníase é adquirida pela ingestão de carne crua ou mal cozida. Os cisticercos são
adquiridos pela ingestão de ovos presentes em água ou comida contaminada.

Sintomas
O verme causa pouco dano ao intestino. Os cisticercos podem expandir-se e causar sintomas
de lesão da massa, especialmente no cérebro e globo ocular.

Diagnóstico
As proglótidas grávidas podem ser visualizadas nas fezes.
O diagnóstico de cisticercose depende da demonstração da presença do cisto no tecido por
radiografia ou tomografia computadorizada (TC).

Tratamento
Niclosamida para os vermes intestinais e praziquantel para a cisticercose cerebral.

 ASCARIS LUMBRICÓIDES

Doença

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- Ascaridíase

Ciclo Vital
O homem ingere os ovos que formam larvas no intestino. As larvas migram através do
sangue para os pulmões, onde penetram nos alvéolos, passam à traquéia e são engolidas. No
intestino, tornam-se adultos e produzem ovos que vão para as fezes. Estes embrionam-se e tornam-
se infectivos, no solo.

Transmissão
A transmissão ocorre pela ingestão de comida contaminada por ovos depositados no solo.

Sintomas
No pulmão, as larvas podem causar pneumonia. Uma grande quantidade de vermes pode
causar obstrução intestinal ou má nutrição.

Diagnóstico
Os ovos podem ser visualizados nas fezes. Ocorre eosinofilia.

Tratamento
Mebendazole ou pamoato de pirantel são as drogas de escolha.

 SCHISTOSOMA MANSONI

Doença
Esquistossomose

Ciclo Vital
O homem é infectado pela penetração das cercarias na pele, estas formam larvas que
penetram nos vasos sanguíneos e são transportados ao fígado, onde tornam-se vermes adultos. Os
vermes penetram na parede do intestino ou bexiga, são excretados e eclodem na água. As larvas
ciliadas (miracídeos) penetram nos caramujos, multiplicam-se através das gerações e produzem
inúmeras cercarias de vida aquática livre.

Transmissão
Transmitida pela penetração das cercárias na pele.

Sintomas
Os ovos induzem inflamação no tecido, granulomas, fibrose e obstrução, especialmente do
fígado e do baço. Os S. mansoni provoca lesão no cólon (vênulas mesentéricas inferiores).

Diagnóstico
Os ovos podem ser visualizados nas fezes ou na urina. Ocorre eosinofilia.

Tratamento
Praziquantel é a droga de escolha.

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Aspectos específicos relacionados com as vacinas utilizadas de forma rotineira pelo PNI

Especificações Composição Números de Doses Início da Intervalo entre as Doses Conservação Via de
Vacinação Reforço Vacinação Recomendado Mínimo Nacional Estadual Administração
Básica (idade) Regional

* Todos os imunológicos, ao nível local, devem ser conservados entre +2ºC e +8ºC.
** A vacina dupla infantil (DT) tem maior quantidade de toxóide diftérico que a vacina dupla adulto (dT).
*** Para a prevenção do tétano neonatal, a gestante deverá ser vacinada de acordo com o estado vacinal anterior; o início da vacinação deverá ser o
mais precoce possível.

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