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SEPARATA Nº 19
DE 11 DE MAIO DE 2017 419
Visto do Ajudante Geral
CONSIDERANDO:
- A existência de cursos d„água poluídos em Minas Gerais com riscos biológicos, químicos e físicos,
sendo tais cursos classificados como águas impróprias pelo CONAMA;
- O histórico recente de resgates e/ou recuperação de vítimas em águas poluídas;
- Os conflitos sobre a tomada de decisão a respeito de entrar ou não em águas poluídas para
resgate/recuperação de pessoas que submergiram por períodos prolongados, tendo em vista a possibilidade de
localizar a vítima com vida e considerando os riscos associados aos militares.
- As informações e estudos acadêmicos sobre possibilidade de sobrevivência de indivíduos que sofreram
submersão por períodos prolongados;
- A necessidade de definir quando a ocorrência se trata de resgate de vítima ou recuperação de cadáver;
- O devido estabelecimento de procedimentos a serem adotados para resgate/recuperação de vítimas
em águas poluídas;
- A minimização dos riscos e a maximização do potencial de atendimento de ocorrências desta natureza
bem como o estabelecimento de equipamentos obrigatórios para mergulho autônomo em águas poluídas.
RESOLVO:
1. As ações operacionais de resgate/recuperação de vítimas em águas poluídas serão regidas por
este Memorando até a devida inclusão deste tema em Instrução Técnica Operacional (ITO).
1.1 Considera-se como resgate o termo utilizado para designar a guarnição e a atividade especializada,
oriunda do salvamento, em salvar vidas humanas, garantindo acesso à vítima e sua retirada do local de risco
bem como fornecimento de suporte básico de vida e demais ações de atendimento pré-hospitalar, de acordo
com a prescrição da Instrução Técnica Operacional 01/atualização 2015.
1.2 Considera-se como recuperação como o ato de retirar corpos (cadáveres e partes cadavéricas) ou
bens materiais de ambiente submerso entre outros locais, de acordo com a prescrição da Instrução Técnica
Operacional 01/atualização 2015.
1.3 Considera-se, a nível deste Memorando e a nível operacional no CBMMG, água poluída como as
águas impróprias para balneabilidade, quando no trecho avaliado, for verificada a ocorrência de critérios
estabelecidos pelo CONAMA, dos quais, para o CBMMG vale destacar:
a. Incidência elevada ou anormal, na região, de enfermidades transmissíveis por via hídrica, indicada
pelas autoridades sanitárias;
b. Presença de resíduos ou despejos, sólidos ou líquidos, inclusive esgotos sanitários, óleos, graxas e
outras substâncias, capazes de oferecer riscos à saúde ou tornar desagradável a recreação;
c. Floração de algas ou outros organismos, até que se comprove que não oferecem riscos à saúde
humana;
d. Outros fatores que contra-indiquem, temporária ou permanentemente, o contato primário, como por
exemplo, derramamento de óleo e extravasamento de esgoto, a ocorrência de toxicidade, e, no caso de águas
doces, a presença de moluscos transmissores potenciais de esquistossomose e outras doenças de veiculação
hídrica.
As condutas descritas acima deverão ser executadas de acordo com a sequência estipulada. Caso não
seja possível ou viável a execução de algumas das ações (alcançar, lançar, caminhar, remar e nadar/mergulhar),
o Bombeiro Militar deverá cumprir a próxima ação, com total enfoque na segurança.
3.2 Condutas a serem adotadas em caso de afogamentos com mais de 30 minutos de submersão
- Adotar as condutas a seguir, na ordem:
a. Alcançar (esta técnica se caracteriza por alcançar a vítima com um remo, escada, ganchos ou outros
dispositivos disponíveis, desde a margem sem que o Bombeiro Militar tenha contato com a água);
b. Lançar (técnica que compreende arremessar algum dispositivo flutuante, como bóia circular com
corda, saco de arremesso ou lifebelt, desde a margem sem que o Bombeiro Militar tenha contato com a água
poluída);
c. Caminhar [tratando-se de locais rasos, consiste em caminhar até a vítima usando equipamento
apropriado (botas impermeáveis, roupão sanitário) e em seguida fazer a recuperação da vítima];
d. Remar (utilização de uma embarcação na superfície da água para efetuar a recuperação caso a
correnteza permita ou mesmo a execução de busca de superfície para tentar localizar o corpo da vítima em uma
área maior, sem contato com a água poluída, e em seguida fazer a recuperação da vítima);
e. Nadar/Mergulhar (Somente com roupa de exposição adequada - roupa seca de mergulho com total
proteção ao contato com a água poluída).
As condutas descritas acima deverão ser executadas de acordo com a sequência estipulada. Caso não
seja possível ou viável a execução de algumas das ações (alcançar, lançar, caminhar, remar e nadar/mergulhar),
o Bombeiro Militar deverá cumprir a próxima ação, com total enfoque na segurança.
3.3 Condutas a serem adotadas em caso de incidentes com veículos submersos em águas
poluídas com a possibilidade de formar bolsão de ar dentro do veículo.
b. Nadar/Mergulhar - Com disponibilidade de roupa seca o BM deverá utilizá-la. Não tendo a roupa seca
para mergulho ou roupão sanitário/ bota impermeável (para locais rasos), entrar na água somente se tem a
localização exata ou visualização do veículo, desde que haja possibilidade de presença de vítimas em seu
interior e se o ambiente não oferece alto risco como vertedouros de barragens e represas, barragens de rejeitos
e lagoas tóxicas de refinarias, mineradoras, indústrias ou outro local de alta letalidade.
Em caso de não saber a localização exata ou visualização do veículo entrar na água somente com roupa
seca para mergulho ou roupão sanitário/bota impermeável (para locais rasos).
As condutas descritas acima deverão ser executadas de acordo com a sequência estipulada. Caso não
seja possível ou viável a execução de algumas das ações (alcançar, lançar, caminhar, remar e nadar/mergulhar),
o Bombeiro Militar deverá cumprir a próxima ação, com total enfoque na segurança.
3.4 Condutas a serem adotadas em caso de afogamento com mais de 1 hora de submersão em
águas poluídas.
Estes casos serão considerados recuperação de cadáver. As buscas deverão ocorrer somente com
equipamentos apropriados (roupa seca) com total isolamento da água poluída. Não havendo equipamento de
proteção apropriado para atuação em águas poluídas realizar somente buscas de superfície com embarcação ou
outros materiais.
4. A Diretoria de Apoio Logístico (DAL) deverá especificar e licitar o EPI necessário à atividade de
mergulho autônomo em águas poluídas, em específico a roupa seca e capacete de mergulho com fonia
subaquática, EPI este que deverá isolar completamente o Bombeiro Militar (toda a sua extensão corpórea,
inclusive vias aéreas superiores) do meio líquido poluído.
5. Em todos os casos em que as vítimas sejam resgatadas em até 1h, independente de método
utilizado para retirá-la, deverão ser iniciadas as manobras de RCP, conforme Protocolo de APH (ITO-023).
6. Além do prescrito neste memorando, durante as atuações mergulho autônomo em águas poluídas
os militares envolvidos deverão considerar o previsto pela Instrução Técnica Operacional de Operações
Submersas (ITO-12).
7. As UEOp deverão manter atualizadas a localização e características das águas poluídas da sua
área de atuação, além de repassar para a tropa as informações de maneira sistemática.
ESTADO-MAIOR
Estudo teórico sobre riscos biológicos, químicos, físicos e taxa de sobrevivência em águas poluídas.
1. Introdução
Dentre as varias ocorrências típicas de bombeiros militar atendidas pelo CBMMG, constatamos os
atendimentos de Mergulho Autônomo e Salvamento Aquático (MASA), que representaram 03% do total de
ocorrências referentes ao grupo de Busca e Salvamento, com 925 atendimentos, de acordo com o Anuário
Estatístico do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais de 2016. Dentro desse tipo, encontramos várias
naturezas como, por exemplo:
Apesar do número relativamente reduzido em comparação com outros tipos de salvamento como
Salvamento Terrestre, as naturezas relativas à Mergulho Autônomo e Salvamento Aquático não deixam de ser
concretamente relevantes face aos riscos inerentes da atividade hiperbárica. Tal natureza de ocorrências se faz
principalmente nos períodos de dezembro, janeiro e fevereiro, caracterizados por temperaturas mais elevadas, o
que leva ao aumento de banhistas e das demais atividades aquáticas, demonstrando que a temperatura é uma
variável de influência nas ocorrências de MASA. Além disso, uma das maiores causas de mortes envolvendo
crianças e jovens no Brasil, independentemente do período do ano, são os afogamentos (Szpilman, 2015). No
roll operacional das atividades de mergulho autônomo é comprovado a existência de situações em que o
afogado encontra-se em corpos d‟água impróprios (poluídos), também independentemente do período do ano,
quer seja por motivos de desastres naturais, enchentes, suicídios consumados, ocultação de cadáveres,
acidentes no trabalho e acidentes diversos entre outras possibilidades para existência de vítimas em águas
poluídas.
Apesar de toda preparação das equipes de bombeiros militar, as ações de Mergulho Autônomo e
Salvamento Aquático se tornam peculiares, devido à natureza do “habitat” da atividade e necessidade de
estrutura logística, conhecimento técnico além da existência de vários riscos ambientais. Dentre os riscos,
podemos citar: condições hiperbáricas, existência de objetos que possam causar lesões, corredeiras, efeitos da
variação de pressão, efeitos da temperatura que pode causar hipotermia, equipamentos elétricos energizados
submersos, deficiência ou ausência de equipamentos, incapacidade técnica das equipes e especialmente a
existência de águas poluídas.
Não são raros os conflitos sobre a tomada de decisão a respeito da execução do mergulho autônomo e
do salvamento aquático em águas poluídas para resgate ou recuperação de pessoas que submergiram,
considerando os riscos, peculiaridades e principalmente a possibilidade de localizar a vítima com vida. Diante
disso é necessário um estudo do CBMMG para conceituar os riscos da atividade e dirimir possíveis dúvidas e
orientar a atuação operacional.
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2. Finalidade
Estabelecer procedimentos e subsidiar a tomada de decisão e atuação BM nas operações de
resgate/recuperação de vítimas em águas poluídas.
Caracterizar riscos (biológicos, químicos, físicos, logísticos e técnicos) envolvendo águas poluídas;
Apresentar informações sobre possibilidade de sobrevivência de indivíduos que sofreram submersão por
períodos prolongados;
Apresentar equipamentos de proteção individual específicos para atividades de salvamento envolvendo
águas poluídas.
Ajudar a decidir quando a ocorrência se trata de resgate de vítima ou recuperação de cadáver;
Estabelecer sequência de procedimentos a serem adotados para regate de vítimas em águas poluídas;
Minimizar riscos e maximizar o potencial do atendimento de ocorrências desta natureza.
Tabela 01 - Resumo das principais doenças que podem ser transmitidas aos Bombeiros Militares durante trabalhos em águas poluídas: doença, agente causador, sinais e
sintomas e formas de transmissão.
DOENÇA AGENTE CAUSADOR SINAIS E SINTOMAS FORMA DE TRATAMENTO
TRANSMISSÃO
Amebíase Entamoeba hystolitica Dores abdominais; febre baixa; ataque de diarréia, seguida de períodos de Seguir as
prisão de ventre; e disenteria aguda. Via Oral orientações do
Giardíase Giardia lamblia Em ambos os casos a infecção pode ser totalmente assintomática. Outras setor de saúde.
Cryptosporidium parvum vezes, provoca irritabilidade, dor abdominal e diarreia intermitente. Em Via Oral
Criptosporidíase alguns casos, pode estar associada a um quadro de má absorção e
desnutrição.
É uma infecção do estômago e do Diarreia, vômitos, febre e desidratação.
Gastroenterite intestino produzida principalmente por Via Oral
vírus ou bactérias.
É uma doença grave, produzida pela Dor de cabeça, mal-estar, fadiga, boca amarga, febre, calafrios, indisposição
bactéria Salmonella typhi. Evolui, gástrica, diarreia e aumento do baço. Via Oral
geralmente, num período de quatro
Febres Tifoide semanas. Do momento em que a
pessoa
adquire a infecção até o
aparecimento dos primeiros sintomas
decorrem de cinco a 23 dias (período
de incubação). A fonte de infecção é
o doente, desde o instante em que
ingeriu os bacilos até muitos anos
depois, já que os bacilos persistem
em suas fezes.
A febre paratifoide é mais rara que a Náuseas, vômitos, febre, calafrios, cólicas, diarréias e prostração.
Febres tifoide. Produzida pela Salmonella Via Oral
Paratifoide paratyphi dos tipos “A”, “B” ou “C”,
sua fonte de infecção é a mesma da
febre tifoide: doentes e portadores.
A hepatite infecciosa é produzida Anictérico: mal-estar, náuseas e urina escura, alguns dias antes da
Hepatite mais comumente por dois tipos de icterícia. Via Oral
infecciosa vírus: “A” e “B”. Muitas vezes, o paciente é assintomático.
Ictérico: ocorrência de náuseas e dor abdominal, aumento do fígado e
icterícia. Dura em média duas a três semanas.
Diarreia intensa, que começa de repente. As evacuações do doente de
cólera são de cor esverdeada com uma espuma branca em cima, sem muco
ou sangue. A febre, quando existe, é baixa. Junto com a diarreia, podem
Cólera aparecer, também, vômitos e cólicas abdominais. Via Oral
A pessoa doente chega a evacuar, desde o início, uma média de um a dois
Vibrio cholerae litros por hora. Dessa maneira, a desidratação ocorre rapidamente.
Leptospirose Bactéria helicoidal (espiroqueta) A leptospirose humana apresenta manifestações clínicas muito variáveis, Exposição direta
aeróbica obrigatória do gênero com diferentes graus de severidade. As manifestações clínicas variam ou indireta à
Leptospira, do qual se conhecem desde formas assintomáticas e subclínicas até quadros clínicos graves urina de animais
atualmente 14 espécies patogênicas, associados a manifestações fulminantes. Didaticamente, as apresentações infectados. A
sendo a mais importante a L. clínicas da leptospirose foram divididas considerando as fases evolutivas da penetração do
interrogans. doença: fase precoce (fase leptospirêmica) e fase tardia (fase imune). A microrganismo
fase precoce da doença é caracterizada pela instalação abrupta de febre, ocorre através
comumente acompanhada de cefaleia e mialgia e, frequentemente, não da pele com
pode ser diferenciada de outras causas de doenças febris agudas. Em presença de
aproximadamente 15% dos pacientes, a leptospirose progride para a fase lesões, da pele
tardia da doença, que é associada com manifestações mais graves e íntegra imersa
potencialmente letais. por longos
períodos em
água
contaminada ou
através de
mucosas.
Esquistossomose Schistosoma mansoni (Para que surja Na última fase da doença, pode aparecer, em algumas pessoas, a ascite ou Contato direto
(xistosa) a esquistossomose numa localidade, barriga d‟água. da água com a
são necessárias várias condições: a pele/mucosas
primeira é a existência de caramujos
que hospedam o Schistosoma
mansoni. Nem todos servem para o
parasito, só algumas espécies.
Esses caramujos vivem em córregos,
lagoas, valas de irrigação e canais
onde haja segurança e boa
alimentação.
A temperatura média de muitas
regiões do Brasil é favorável à
proliferação de caramujos.)
Ascaridíase Ascaris lumbricoides As pessoas que têm lombrigas ficam frequentemente irritadas, sem apetite e
(lombrigas ou apresentam náuseas, vômitos, diarreia, cólicas e dor abdominal. Via Oral
bichas)
A solitária é um verme grande, que pode atingir de três a nove metros de
comprimento. Como seu crescimento é constante, precisa de muito alimento
Taeníase para viver, o que enfraquece o paciente. O parasito do porco possui Via Oral
(solitária) Taenia afinidade com o sistema nervoso central. A doença é denominada
cisticercose e pode causar dor de cabeça e convulsão.
Oxiuríase Enterobius vermiculares ou Oxiures irritação no ânus e região vizinha produz coceira intensa. Ao se coçar, a
vermiculares pessoa pode se ferir e apresentar infecção local Via Oral
Ancilostomíase Os sintomas mais comuns apresentados pelos portadores de amarelão são:
(amarelão) preguiça para o trabalho e estudos, cansaço, desânimo, prisão de ventre ou
crise de diarreia, irritabilidade, mau humor, anemia, palidez, dor de cabeça, Via cutânea
tosse, emagrecimento e dores musculares. Pessoas mal alimentadas são as
mais prejudicadas pelos vermes.
Fonte: COPASA (doenças com veiculação hídrica)
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colete salva-vidas. Uma interface líquido / ar é formada na entrada da via aérea da vítima, impedindo a vítima de
respirar. A vítima pode viver ou morrer após esse processo, mas seja qual for o resultado, o processo é
considerado um incidente de afogamento.
Após a submersão, a vítima para de respirar inicialmente por reflexo. Durante este tempo a vítima
freqüentemente engole água. À medida que a ausência de respiração continua, a hipoxia e a hipercapnia se
desenvolvem. Um laringoespasmo reflexo pode temporariamente impedir a entrada de água nos pulmões. Com
o tempo, os reflexos diminuem e a vítima aspira água. A característica chave na fisiopatologia do afogamento é
que a bradicardia como conseqüência da hipóxia ocorre antes de sofrer uma parada cardíaca. A correção da
hipoxemia pela ressuscitação apenas ventilatória é crítica e por si só pode levar ao retorno da ventilação ou
circulação espontânea.
Fig.1- Relação entre temperatura da água, tempo de submersão e probabilidade de sobrevivência/ressuscitação. Traduzido de
TIPTON E GOLDEN, 2011.
As condutas descritas acima deverão ser executadas de acordo com a sequência estipulada. Caso não seja
possível ou viável a execução de algumas das ações (alcançar, lançar, caminhar, remar e nadar/mergulhar), o
Bombeiro Militar deverá cumprir a próxima ação, com total enfoque na segurança.
6.2 Condutas a serem adotadas em caso de afogamentos com mais de 30 minutos de submersão - Adotar
as condutas a seguir, na ordem:
a. Alcançar (esta técnica se caracteriza por alcançar a vítima com um remo, escada, ganchos ou outros
dispositivos disponíveis, desde a margem sem que o Bombeiro Militar tenha contato com a água);
b. Lançar (técnica que compreende arremessar algum dispositivo flutuante, como bóia circular com corda, saco
de arremesso ou lifebelt, desde a margem sem que o Bombeiro Militar tenha contato com a água poluída);
c. Caminhar [tratando-se de locais rasos, consiste em caminhar até a vítima usando equipamento apropriado
(botas impermeáveis, roupão sanitário) e em seguida fazer a recuperação da vítima];
d. Remar (utilização de uma embarcação na superfície da água para efetuar a recuperação caso a correnteza
permita ou mesmo a execução de busca de superfície para tentar localizar o corpo da vítima em uma área maior,
sem contato com a água poluída, e em seguida fazer a recuperação da vítima);
e. Nadar/Mergulhar: (Somente com roupa de exposição adequada (roupa seca de mergulho com total proteção
ao contato com a água poluída).
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As condutas descritas acima deverão ser executadas de acordo com a sequência estipulada. Caso não seja
possível ou viável a execução de algumas das ações (alcançar, lançar, caminhar, remar e nadar/mergulhar), o
Bombeiro Militar deverá cumprir a próxima ação, com total enfoque na segurança.
6.3 Condutas a serem adotadas em caso de incidentes com veículos submersos em águas poluídas com
a possibilidade de formar bolsão de ar dentro do veículo.
Considere a possibilidade de encontrar vítimas vivas.
Adotar as condutas a seguir, na ordem:
b. Localizar (esta técnica se caracteriza por localizar o veículo e possíveis vítimas, sem que o Bombeiro Militar
tenha contato com a água);
b. Nadar/Mergulhar - Com disponibilidade de roupa seca o BM deverá utilizá-la. Não tendo a roupa seca para
mergulho ou roupão sanitário/ bota impermeável (para locais rasos), entrar na água somente se tem a
localização exata ou visualização do veículo, desde que haja possibilidade de presença de vítimas em seu
interior e se o ambiente não oferece alto risco como vertedouros de barragens e represas, barragens de rejeitos
e lagoas tóxicas de refinarias, mineradoras, indústrias ou outro local de alta letalidade.
Em caso de não saber a localização exata ou visualização do veículo entrar na água somente com roupa seca
para mergulho ou roupão sanitário/bota impermeável (para locais rasos).
As condutas descritas acima deverão ser executadas de acordo com a sequência estipulada.
6.4 Condutas a serem adotadas em caso de afogamento com mais de 1 hora de submersão em águas
poluídas.
Estes casos serão considerados recuperação de cadáver. As buscas deverão ocorrer somente com
equipamentos apropriados (roupa seca) com total isolamento da água poluída. Não havendo equipamento de
proteção apropriado para atuação em águas poluídas realizar somente buscas de superfície com embarcação ou
outros materiais.
7. Exemplos de situações que apresentam alto risco de letalidade para os Bombeiros Militares, sendo
que a entrada na água deve ser evitada:
a. Vertedouros de barragens;
b. Barragens de rejeitos/lagoas tóxicas de refinarias, mineradoras e Indústrias;
c. Salvamento em corredeiras realizada por militares sem curso/treinamento e materiais específicos para tal
atividade;
d. Águas com concentrações de materiais químicos ou biológicos capazes de causar óbito ou doença grave em
militar, sendo esta condição atestada por laudo de órgãos competentes;
e. Outras situações semelhantes no que se refere à presença de substâncias biológicas/químicas e ambiente de
alta letalidade.
8. Glossário
Águas doces - águas com salinidade igual ou inferior a 0,50%o.
Águas salobras - águas com salinidade compreendida entre 0,50%o e 30%o.
Águas salinas - águas com salinidade igual ou superior a 30%o.
Águas poluídas – águas impróprias conforme critérios estabelecidos pelo CONAMA.
Barragens de rejeito/lagoas tóxicas - para fins deste memorando, serão considerados os locais de despejo de
resíduos de mineração, refinarias e indústrias em geral que possuem substâncias tóxicas capazes de causar
óbito ou lesões graves de maneira súbita às pessoas que entrarem em contato com a água.
Coliformes fecais (termotolerantes) - bactérias pertencentes ao grupo dos coliformes totais caracterizadas
presentes em fezes humanas e de animais podem, também, ser encontradas em solos, plantas ou quaisquer
efluentes contendo matéria orgânica.
Escherichia coli - bactéria pertencente à família Enterobacteriaceae. A Escherichia coli é abundante em fezes
humanas e de animais, tendo, somente, sido encontrada em esgotos, efluentes, águas naturais e solos que
tenham recebido contaminação fecal recente.
Floração - proliferação excessiva de microorganismos aquáticos, principalmente algas, com predominância de
uma espécie, decorrente do aparecimento de condições ambientais favoráveis, podendo causar mudança na
coloração da água e/ou formação de uma camada espessa na superfície.
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Glutamato - é um aminoácido simples que age como principal neurotransmissor excitatório no Sistema Nervoso
Central. Ele desempenha um papel importante na transmissão rápida (isto é, resposta rápida ao estímulo),
cognição, memória, movimento e sensação.
Hipercapnia - é o aumento do gás carbônico no sangue arterial que pode ser provocada por uma hipoventilação
alveolar (em caso de asfixia, por exemplo). A hipercapnia pode causar acidificação do sangue, sendo prejudicial
ao organismo.
Imersão - quando a cabeça permanece acima da água, na maioria dos casos através do apoio de um colete
salva-vida. Salpicos de água podem entrar nas vias aéreas da vítima.
Metais pesados - Grupo de elementos situados entre o cobre e o chumbo na tabela periódica tendo pesos
atômicos entre 63,546 e 200,590 e densidade superior a 4,0 g/cm3. São assim qualquer composto de antimônio,
arsênio, cádmio, cromo, cobre, chumbo, mercúrio, níquel, selênio, telúrio, tálio ou estanho.
Recreação de contato primário - quando existir o contato direto do usuário com os corpos de água como, por
exemplo, as atividades de natação, esqui aquático e mergulho.
Submersão - ocorre quando o rosto está debaixo d'água ou coberto de água.
Testemunha ocular idônea - para fins deste memorando, considera-se a pessoa que esteja no local do fato e
não apresenta sinais de embriaguez, abuso de drogas, deficiência mental, e que os relatos apresentados a
GUBM coincidem com os de outras pessoas presentes (quando houver) e com o mesmo histórico repassado
pelo COBOM/SOU/SOF ou quando o solicitante é agente de segurança pública em serviço.
Vertedouros - um orifício seguido de um canal (normalmente bastante inclinado) que possibilita o escoamento
do excesso de água de uma barragem até a bacia de dissipação.
9. Referências Bibliográficas
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA. Resolução CONAMA nº 274, de 29 de novembro
de 2000 - Define os Critérios de Balneabilidade em Águas Brasileiras.
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MINAS GERAIS. Instituto Mineiro de Gestão das Águas - IGAN. Dados de Monitoramento da Qualidade das
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SZPILMAN, David. Manual de Emergências Aquáticas. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Salvamento
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