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Fisiologia 29/10/2020 - Efetuadores (são as estruturas que iram

produzir uma resposta em virtude ao desafio


Sinalização Celular
imposto); Ex.: Musculatura esquelética (um
Essencial pra compreensão de todos os exemplo, é o tremor causado do frio, o tremor é a
processos fisiológicos. movimentação da musculatura esquelética na
tentativa de aumentar nossa temperatura
- Todos os sinais, seja os utilizados pelas células
Importância evolutiva de uma comunicação entre sensórias, como pela central e pelas efetuadoras
as células. são mediados por: Sinalizadores químicos
(substancias químicas que tem a capacidade de
transmitir uma informação de uma célula
sinalizadora para uma célula alvo, e essa célula
alvo vai produzir uma resposta biológica). Tipos
de sinalizadores:
- Aminas (ou aminas biológicas – todas
apresentam um grupamento amina em sua
composição):

Primeiro seres surgiram a partir de estruturas


unicelulares, e essa estrutura unicelular tinha que
perceber os desafios que o meio impunha contra
ela, tinha que entender essas informações e
consequentemente produzir uma resposta que
fizesse com que ela se mantivesse viva. No
entanto, a medida que foram se desenvolvendo e
chegando a estruturas bastante complexas como ** Norepinefrina (noradrenalina), dopamina,
os mamíferos, esses organismos se tornaram serotonina, histamina, adrenalina.
multicelulares e com características distintas.
Então a partir desse momento, essas células *** Todos eles são sinalizadores pequenos
necessariamente precisariam perceber as (quimicamente – moléculas pequenas)
alterações que o ambiente impunha e produzir
*** Todos são derivados de um único
assim uma resposta coordenada pra permitir que
aminoácidos. Exemplo: a
esse organismos fique vivo. E essa coordenação
noradrenalina/adrenalina/dopamina são
só existe porque é possível a comunicação das
derivadas do aminoácido tirosina, a serotonina é
células através da sinalização celular.
derivada do triptofano e a histamina é derivada
** Coordenação das funções: do histidina).

- Células com percepção do meio ambiente (tanto ****Todas as aminas são HIDROSOLUVEIS
meio externo (ex.: temperatura do ambiente) (solúveis no meio aquoso)***** Importante pois
quanto o interno (ex.: glicemia, temperatura isso vai ditar a dinâmica de distribuição desses
corporal)) – células sensoriais – uma vez que sinalizadores nos nossos líquidos corporais. Ex.:
elas percebem o desafio que foi imposto, ela Uma vez que essas substancias são liberadas na
transmite essa informação pra estruturas que nossa corrente sanguínea (liquida), elas irão se
chamamos de centros integradores; Ex.: Células distribuir com muito mais facilidade e chegar de
termoreguladoras forma rápida até sua célula alvo.

- Centros integradores dessas informações (no - Proteínas ou Peptídeos: Por exemplo, a Insulina
caso dos mamíferos, é o sistema nervoso central) (proteína grande, formada por duas cadeias de
– uma vez que os centros recebem essas aminoácidos)
informações vindas da periferia do nosso corpo,
ele vai integra-las e vai mandar um sinal para as
estruturas efetuadoras;
- Esteróides: Todos os esteroides são derivados
de uma única molécula, que é a molécula de
COLESTEROL.

Essas duas cadeias são ligadas entre os


Ex.: Estradiol (principal estrógeno do nosso
resíduos do aminoácido cisteina, através de
corpo); Testosterona (principal andrógeno);
pontes de sulfeto.
Progesterona (principal progestogeno). Todos
Outro exemplo é o glucagon (sinalizador proteico eles conservam a estrutura da molécula de
muito mais simples, formado por 29 aminoácidos, colesterol (que é um lipídio).
simples porque só tem uma cadeia)
*** Todos são LIPOSOLUVEIS (hidrofóbicos) ***.
Outros exemplos: Hormônio do crescimento, Isso implica que em meio aquoso, como na
hormônio luteinizante, hormônio folículo corrente sanguínea, eles irão apresentar uma
estimulante, ocitocina, vasopressina, hormônios certa dificuldade para se dissolverem nela.
tireo estimulantes, milhares de sinalizadores que Importante pois vai ditar a dinâmica desses
são sinalizadores proteína/peptídeos. sinalizadores.

****A maior parte dos peptídeos/proteínas são - Eicosanóides (eico = vinte): todos os
HIDROSOLUVEIS (solúveis no meio aquoso)***** eicosanóides que conhecemos derivam de ácidos
graxos (lipídeos) que apresentam em sua
Mas o que é uma proteína? O que é um composição 20 átomos de carbono
peptídeo?
Alunos: Uma proteína é um polímero/conjunto de
aminoácidos. Para que ela seja formada é
necessário que um aminoácido se ligue em outro
através de uma ligação peptídica.
No entanto, quando um amino vai se ligar no
outro pra formar essa ligação peptídica, temos a
perda de uma molécula de agua, então pra
formar essa proteína não temos mais os
aminoácidos na sua forma original/nativa, temos
resíduos desses aminos (um perdeu uma
hidroxila/outro perdeu agua).
*** A maioria dos fosfolipídios é formada por duas
Prof: É um polímero de resíduos de aminoácidos. cadeias de ácidos graxos, associada a uma
molécula de glicerol (que tem 3 carbonos), um
grupamento fosfato e um grupamento R (que dá
a característica do fosfolipídio).
*** Então quando um grupo de enzimas,
chamadas de fosfolipase A2 degradam esse ácido
graxo, vão liberar um eicosanoide que pode ser
metabolizado em três classes principais de
eicosanóides: prostaguandinas, tromboxanos e
leucotrienos – que em geral estão envolvidos em
processo inflamatórios (lesão/corte/machucado,
esse grupo de enzimas da fosfolipase A2 vão
metabolizar fosfolipideos de membranas daquele
região afetada, liberando os mediadores
(prostaguandinas, tromboxanos e leucotrienos)
que vão produzir aquelas respostas: dor, rubor e ** Junção comunicante / Gap junctions: são
edema. literalmente poros formados por proteínas
(conecxinas), presentes tanto na membrana da
*** São LIPOSOLUVEIS (hidrofóbicos)***
célula sinalizadora como na da célula alvo. Se
- Purinas: Ex.: Adenosina, Adenosina trifosfato são poros, são estruturas que apresentam baixas
(ATP) e Adenosina Difosfato (ADP) (participam seletividade (não existe uma seleção muito
da formação dos ácidos nucleicos (nucleotídeos especifica) a passagem de determinado
que formam o DNA), molécula energética e etc). sinalizador (sinalizador esse que se for
São capazes de funcionarem como sinalizadores pequeno/médio passará de boas). Não irá
químicos (ou seja chegarem em uma célula alvo selecionar o transporte desse sinalizador
e serem reconhecidas nessa célula para que baseado na sua carga elétrica, então
ocorra uma resposta biológica nessa célula alvo). acreditamos que essas junções apresentam
baixa seletividade.

- Gases: Sinalizadores gasosos, foram


recentemente descritos pois tem característica
importante, são substancias voláteis e isso
implica que o tempo de meia vida desses
sinalizadores é bem curto. Ex.: Oxido nítrico
(molécula extremamente importante,
principalmente para a função cardiovascular, por
ser uma substancia vaso dilatadora); Monóxido
de carbono (participação importante
principalmente na função cerebral, como também
na regulação arterial); Sulfeto de hidrogênio *** gominhos que são proteínas chamadas de
(também tem função na regulação conexinas. Quando temos 6 conexinas unidas
cardiovascular) temos a formação de um hemicanal. Esse
hemicanal vai se acoplar no outro hemicanal da
** São moléculas pequenas célula alvo, o poro que é a junção comunicantes.
Os gap junctions são extremamente importantes
pra: função cardiovascular, por exemplo, pra
CLASSIFICAÇÃO DAS SINALIZAÇÕES:
permitir que o coração se contraia como unidade,
- Dependente de contato: implica que a célula primeiro contrai átrio, depois ventrículo; pra
sinalizadora (rosa) mantenha contato físico com a condução do impulso nervoso, através das
célula alvo (azul). Primeira que apareceu durante sinapses elétricas; importante pra contração de
a escala evolutiva, porém, ela é presente até musculatura lisa de diversas vísceras corporais.
hoje, inclusive nos mamiferos e é extremamente
*** Outro tipo de sinalização dependente de
importante para as nossas funções biologicas.
contato é o mediado por proteínas Integrinas.
Estão presas tanto na membrana da célula
sinalizadora quanto da alvo, então qualquer
alteração que tenha nessa célula ou na estrutura
dessa célula sinalizadora, essa informação
consegue ser transmitida pra célula alvo. São
essenciais durante o processo inflamatório (ex.:
temos um processo inflamatório e essas
integrinas estão expostas, a medida que as
Exemplo clássico: células da nossa corrente sanguínea vão
passando ou por exemplo a passagem de
plaquetas dentro do vaso sanguíneo de uma
região que foi lesionada, essas integrinas
conseguem aprisionar essas plaquetas e formar
aquela camada de coagulação); no processo de
deformação celular (ex.: quando friccionamos
nossa pele, necessariamente estamos alterando
a morfologia dessas células epiteliais que
apresentam uma grande quantidade de integrinas As células alvos estão praticamente
que são presas a matriz extracelular, então paralelas/adjacentes a célula sinalizadora.
quando a gente tem essa deformação, essa
******* Sináptico
informação consegue chegar na matriz
extracelular e mudar tanto a função quanto a
morfologia dessa células de acordo a cada
estimulo);

Uma vez que falamos em um neurônio, esse


sinalizador ganha o nome genérico
“neurotransmissor”.
** Autócrino: temos uma célula sinalizadora, que O neurotransmissor também não se difunde para
produz um sinalizador químico qualquer (amina, grandes distancias (e pode ser considerado
proteína, esteroide e etc.), só que esse parácrino)
sinalizador será liberado no meio extracelular
adjacente a essa célula sinalizadora e vai atuar *** Endócrino (conceito antigo/clássico):
na própria célula sinalizadora. A célula
sinalizadora é uma célula alvo também:

Temos uma célula sinalizadora, esta


cs = célula sinalizadora / s = sinalizador necessariamente esta associada a um tecido
glandular; esse tecido vai liberar um sinalizador
Normalmente é utilizada para que essa célula
químico qualquer (amina, proteína, esteroide e
regule a liberação do seu próprio sinalizador.
etc.), esse sinalizador que é produzido por essa
Esse sinalizador liberado pode atuar em outra célula, necessariamente é liberado na corrente
célula também, mas se atuar em si mesmo, sanguínea e uma vez que que temos vasos
normalmente vai diminuir a liberação dele sanguíneos percorrendo a extensão de todo
próprio. nosso corpo, esse sinalizador pode chegar em
células alvo que estão distantes fisicamente ou
Muito presente em diversos neurônios e diversas chegar nas que estão próximas.
células endócrinas.
Uma vez que falamos em uma célula
*** Parácrino: Vai liberar sinalizadores, mas endócrina/do tecido endócrino (geralmente
esses sinalizadores irão pra células que estão glandular), esse sinalizador ganha o nome
próximas fisicamente das cél. sinalizadores genérico “hormônio”.

Como que a célula alvo reconhece esse


sinalizador?
Ela precisa apresentar um receptor (estrutura
proteica), que vai reconhecer de forma especifica
e seletiva esse sinalizador/ligante. Se uma vez
que essa célula alvo NÃO apresenta receptor pro química e temos a interação com o receptor,
determinado sinalizador, o sinalizador não vai esse canal vai abrir e vai permitir a passagem de
produzir nenhum efeito nessa célula alvo. um íon que ele seleciona de forma bastante
especifica. Então se esse receptor permite a
- Esse receptor tanto pode estar preso na
passagem de íons, estamos falando de uma
membrana plasmática quanto pode estar no
resposta biológica que é muito rápida e que
compartimento intracelular (citoplasma da célula).
necessariamente vai envolver uma alteração da
O que vai definir a localização/presença desse polaridade pra célula. Ex.: Se temos a permissão
receptor? Se ele vai ser um receptor preso a da passagem de íons positivos do meio externo
membrana com uma porção exposta ao meio pro meio interno, essa célula vai ficar com o
extra ou se ele é um receptor intracelular? interior mais positivo e provavelmente vai se
despolarizar. Agora se houver permissão da
O que vai definir é o tipo/característica de passagem de íons negativos pro interior, essa
sinalizador/ligante que ele reconhece. Por célula vai ficar com o interior mais negativo e
exemplo, vamos ter um sinalizador hidrossolúvel provavelmente vai se hiperpolarizar (vai ter uma
(que não consegue atravessar a membrana maior dificuldade pra ter um potencial de ação).
plasmática (que é composta por muitos lipídeos)
ex.: as aminas), por não poder atravessar a - Tanto podem ser ativados por ligantes que vem
membrana, necessariamente precisaremos de do meio extracelular quanto por ligantes que são
um receptor no meio externo/extracelular, um produzidos no meio intracelular.
receptor de membrana. Agora se esse
sinalizador/ligante é uma molécula lipossolúvel,
como por exemplo os esteroides (derivados do
colesterol), ele vai conseguir atravessar a
membrana plasmática e interagir com o receptor
que está no meio intracelular e então produzir um
efeito biológico.
Exemplo clássico:

CLASSIFICAÇÃO DOS RECEPTORES ** Receptores Colinergicos – Receptores que que


reconhecem o sinalizador acetilcolina e tem
 Receptores Ionotrópicos – canais iônicos: potencial de despolarização. Dentre esses
são receptores que em verdade, são receptores temos o receptor nicotínico, que é um
canais iônicos. Esses receptores além de canal iônico. Então quando a acetilcolina
reconhecerem um sinalizador químico, (representada em verde) interage com esse
vão poder se abrir/se fechar pra permitir a receptor, temos a abertura desse canal, que vai
passagem de íons permitir o influxo do íon sódio (positivo que vai
pro meio intracelular), haverá um acumulo de
carga positiva no interior da célula, tornando-a
mais positiva e isso facilitará a geração de um
potencial elétrico / de ação.

** No exemplo, temos um receptor ionotropico


qualquer, associado a membrana plasmática, e
inicialmente ele está num estado fechado.
Quando ele recebe a molécula sinalizadora
Quem são eles?
São representados pela sigla GPCR (G Protein
Coupled Receptor) ou 7TM (receptor que tem 7
domínios trans membrana)
Tem uma característica importante: Atravessam a
membrana plasmática sete (7) vezes (por isso
7TM).
*** Receptores Gabaergicos: Temos um
neurônio, liberando um neurotransmissor GABA
que é um sinalizador químico, esse GABA
quando interage com seu receptor (que é do tipo
GABA A), o receptor irá se abrir só que agora ele
vai permitir a passar de íons Cloreto (Cl-), o
cloreto é um aníon e é mais concentrado no meio
extracelular então por difusão ele ira pro meio
intracelular. Isso irá tornar o meio intracelular
ainda mais negativo ou seja vai ter uma maior
dificuldade pra ter um potencial de ação.

 Receptores metabotrópicos: Receptores


que produzem uma alteração metabólica Tem uma porção extracelular, que reconhece o
(não necessariamente alteração de ligante/sinalizador e uma porção intracelular.
metabolismo de carboidratos, lipídios ou Estrutura:
proteínas, a alteração pode ser no
tamanho da célula, da capacidade dela se 7TM;
dividir, de duplicar o DNA e etc.) naquela Interagem com a proteína G;
célula alvo.

Quem é a proteína G?
É uma proteína trimerica (= formada por 3
subunidades, uma subunidade alfa que
apresenta peso molecular maior, uma
subunidade beta que apresenta peso molecular
menor e uma subunidade gama que apresenta
um peso ainda menor)

*** Receptores acoplados à proteína G – esses


receptores são divididos em três grupo principais.
São extremamente importantes pois representam
uma grande parcela do que temos no nosso Quando a subunidade ALFA esta inativa, ela tem
organismos: capacidade de se ligar a um nucleotídeo
chamado de GDP (guanosina difosfato). Uma vez
- Maior família de receptores de membrana (nos
que ela pode se ligar ao GDP é por isso que ela
mamíferos);
tem o nome de proteína G.
- 800 genes nos seres humanos que codificam os
Existem diversos receptores acoplados a
receptores acoplados a proteína G;
proteína G, existem diversas proteínas G, mas
- 50% dos fármacos disponíveis tanto na iremos falar apenas de 3 proteínas que produzem
medicina humana quanto veterinária atuam 3 tipos de sinalização diferentes.
nesses receptores;
Quem define o tipo de sinalização que vai ser até o receptor e não consegue atravessar a
ativada naquela célula alvo é a porção ALFA da célula, então pra produzir uma resposta na célula
proteína G. Essa porção ALFA pode ser do tipo: ele precisa produzir um segundo mensageiro no
meio intracelular.
- Então toda vez que esse receptor for ativado, o
conteúdo de AMPc vai aumentar nessa célula
alvo, uma vez que o conteúdo de AMPc está
aumentado, ele vai poder se ligar a uma enzima
chamada de Proteína Quinase A (PKA = Proteína
Quinase dependente de AMP cíclico) e ativa-la.
S – Estimulatória/Estimuladora/Excitatória, via
estimulatoria.
i – Inibitória, via inibitória. - Relembrando:

q – Tanto pode ser uma via Lipase: é a enzima responsável pela quebra das
estimulatoria/estimuladora/excitatória quanto gorduras, ou seja, atua sobre os lipídios,
inibitória dependendo do sinalizador e do transformando-os em ácidos graxos e glicerol.
receptor que esta proteína g estiver acoplada. Protease: é uma enzima capaz de quebrar
(hidrolisar) ligações peptídicas ente os
aminoácidos das proteínas. O processo é
Exemplo de Via de Sinalização que é mediada denominado clivagem proteolítica, um
por um receptor que é acoplado a proteína G, mecanismo comum de ativação ou inativação de
onde a subunidade alfa, é uma subunidade do enzimas envolvidas principalmente na digestão e
tipo S: na coagulação sanguínea.
Quinase: São enzimas que catalisam a
transferência de um grupo fosfato de um
composto de alta energia (em geral do ATP) para
um receptor. Fazem fosforilação, transferem
grupamento fosfato.

- PKA tem duas subunidades regulatórias (R) e


tem duas subunidades catalíticas (C), e são as
** Sinalizador hidrossolúvel pois esta atuando subunidades catalíticas C que podem transferir
em um receptor de membrana. os grupamentos fosfato
*** O sinalizador químico chega na célula alvo  - Quando há o aumento de AMPc na célula,
interage com o receptor que vai ativar a proteína essas moléculas vão se ligar nas subunidades
G  quando o receptor ativa a proteína G, a regulatórias (R) da PKA, fazendo com que elas
subunidade alfa TROCA O GDP POR GTP se dissociem da subunidades catalíticas (C).
ficando ativa  Quando a subunidade ALFA se Agora a subunidade C da PKA vai poder fosforilar
ativa ela se dissocia das outras subunidades. tanto proteínas que já existem nessa célula
quanto enzimas, proteínas do citoesqueleto,
receptores de membrana etc modulando a
** A proteína G agora ativa, vai ativar uma atividade dessas proteínas (Então quando ocorre
enzima que está presa a membrana plasmática a adição de um grupamento fosfato em uma
da célula chamada Adenilil/adenilato ciclase proteína que já esta pronta, nos podemos ter
(essa enzima converte o ATP (Adenosina TRI uma maior atividade dessa proteína; ou uma
fosfato) em AMPc (Adenosina MONO fosfato / c inibição dessa atividade, vai depender de qual o
de ligação cíclica)) que vai converter ATP em sinalizador e qual é o receptor que esta acoplado
AMPc. na célula). Além disso, essa proteína quinase
pode fosforilar também fatores de transcrição da
Esse AMPc é chamado de segundo mensageiro
família CREB, modulando a expressão genica
dessa via de sinalização. Segundo porque o
dessa célula alvo.
primeiro era o sinalizador químico que chegou
DNA se abrir (facilitando a geração do RNAm e
consequentemente a tradução desse RNAm).
As duas ações feitas pelas subunidades C da
PKA vão resultar no efeito biológico dessa célula.

Ex.: Subunidade C fosforila uma enzima lipase


(levando P pra ela), quando a subunidade C faz
isso, ela aumenta a atividade da enzima e essa
lipase vai degradar mais lipídios. Da mesma
forma a outra subunidade C da PKA vai fosforilar
CREB que vai la pro núcleo dessa célula,
interage com o gene que codifica essa lipase,
fazendo com que esse gene fique mais aberto,
facilitando a geração do RNAm, esse RNAm vai
pro citoplasma da célula e é traduzida a proteína
que é a lipase. Então vamos ter tanto uma maior
atividade dessas enzimas que já existem e foram
fosforiladas pela subunidade C quanto vamos ter
uma maior quantidade delas porque tivemos um
aumento da expressão, resultando nesse
exemplo, um aumento da lipólise naquele tecido
= aumento do efeito biológico desse sinalizador.
Tivemos nesse exemplo um efeito/resposta não
genômico (porque não teve alteração da
expressão genica da célula), e que tem resposta
rápida (rápida porque se a PKA fosforilou uma
proteína que já esta pronta, só essa fosforilação
já vai modificar a atividade dela.
Uma resposta genômica pode ser observado
quando a PKA fosforila CREB, uma resposta
mais demorada porque primeiro vai fosforilar
CREB, ele depois vai ter que entrar no núcleo
dessa célula, vai ter que abrir essa fita de DNA,
vai ter que gerar um RNAm, esse RNAm tem que
ir pro citoplasma pra ai sim ter que ser traduzida
uma proteína pra que essa proteína tenha
atividade culminando a um efeito biológico.

**** Uma subunidade C vai fosforilar outras


Quem é o AMPc?
enzimas/proteínas da célula e a outra subunidade
vai poder fosforilar fatores de transcrição da
família CREB.

Quando a PKA altera fatores de transcrição da


família CREB, vamos ter uma alteração da
expressão genica dessa célula alvo. Então
dependendo da porção em que o CREB está, ele
pode fazer com que o gene fique mais
empacotado (consequentemente temos uma
menor expressão genica) ou ele pode fazer esse
Temos a Adenosina TRIfosfato conteúdo/quantidade dessa lipase e isso vai
induzir lá no tecido adiposo um aumento da
Quando a subunidade alfa ativa a adenilato
lipólise dos lipídios que estão contidos nessas
ciclase, a adenilato vai e retira os dois últimos
células adiposas, e isso promove o
grupamentos fosfatos do ATP gerando uma
emagrecimento do indivíduo.
molécula de Adenosina MONOfosfato, só com
um grupamento fosfato. A cafeína inibe as fosfodiestaresas (que é quem
cliva o AMPc pra ele virar AMP e parar de induzir
Só que esse grupamento fosfato que restou, vai
PKA), tendo assim o impedimento da clivagem do
fazer uma ligação cíclica com o carbono 5 dessa
AMPc, esse AMPc não sendo clivado fica mais
ribose, tendo assim um AMPc, segundo
tempo na célula consequentemente deixando a
mensageiro dessa sinalização.
PKA mais ativa (tendo potencialização tanto do
efeito não genomico quanto do genomico) e um
efeito biológico ainda maior que nesse caso é
aquele pretendido pelos termogênicos, que é a
indução da perda de tecido adiposo.

Uma vez que esse AMPc ativiou a PKA, a PKA Basicamente existe tanto na medicina humana
produziu tanto uma resposta genômica quanto quanto na veterinária, diversos fármacos que
não genômica, em um determinado momento, inibem essa fosfodiesterase do AMPc (lembrando
quando essa resposta for atingida e for que essa enzima cliva o AMPc pra finalizar a
considerada suficiente, ela tem que ser resposta). Outros exemplos de inibidores de
finalizada, a PKA ter que voltar a ser inibida. fosfodiesterase: teofilina, isobutilmetilchantina.

Como a PKA vai voltar a ser inibida?


1º Degradando as moléculas de AMPc = Pra Quem é CREB?
fazer isso é necessário remover essa ligação
CREB: cAMP response element-binding protein
cíclica que o AMPc tem, e quem vai fazer isso é
um grupo de enzimas chamadas de É uma proteína que se liga ao elemento de
fosfodiesterases. Quando as fosfodiesterases resposta ao AMPc, por isso a sigla.
clivam a ligação ciclica, teremos simplesmente
uma molécula de AMP, e essa molécula simples “fatores de transcrição da família CREB” = fatores
de AMP não consegue ativar a PKA e portanto de transcrição são proteínas que se ligam ao
teremos uma inibição da atividade dessa Quinase nosso DNA, e quando se ligam no nosso DNA
(PKA). dependendo da região em que se ligaram podem:
- tanto facilitar a abertura da fita dupla de DNA
(3’5’ e 5’3’) e quando ele facilita a abertura dessa
fita vai facilitar também a formação e transcrição
de um RNAm
- quanto empacotar ainda mais essa sequencia
Mais um exemplo: do nosso gene, e quando empacota mais, mais
difícil fica pra gerar um RNAm e
Substancias termogênicas, possuem um alta consequentemente a expressão daquele gene vai
quantidade de cafeína, e tem como objetivo cair.
aumentar nosso gasto energético para que
possamos degradar lipídeos. Então quando a subunidade C da PKA fosforila
CREB, o CREB vai receber essa mensagem de
Supondo que temos um sinalizador qualquer, fosforilação e vai se ligar em regiões especificas
como a Adrenalina que vai atuar na célula do do nosso DNA e dependendo da região ele tanto
tecido adiposo, essa Adrenalina atua através de pode aumentar a expressão daquele gene quanto
um receptor acoplado a subunidade alfa, que diminuir.
ativado vai ativar o adenilato que vai transformar
o ATP em AMPc, esse que vai estimular a
atividade da PKA, a PKA tanto vai fosforilar lipase
(aumentando a atividade dela) quanto aumentar
***Essas proteínas AKAPs, vão ancorar tanto a
PKA, como as organelas alvos, como diversas
outras enzimas que participam dessa via de
sinalização.

**** Supondo: esses 3 receptores produzam o


aumento de AMPc na célula, quando a gente fala
do aumento do AMPc, ele não vai aumentar em
toda a extensão da célula alvo, ele aumenta em
uma pequena região/vão aglomerar nessa
- Existem vários receptores acoplados a proteína
pequena região, ou seja, existem micro domínios
Galfas, existem vários receptores acoplados a
celulares dentro dessa célula alvo, e esses micro
proteína Gs. Então numa mesma célula podemos
domínios são criados a partir da atividade dessas
ter vários receptores que reconhecem diversos
proteínas ancorados. AKAPs então são
sinalizadores diferentes e todos eles aumentam o
responsáveis por associar/aglomerar/agrupar
AMPc dentro da célula.
todas as proteínas envolvidas na resposta
Mas se todos aumentam o APMc, como a célula biológica em uma única região, então ficam
vai diferir qual resposta biológica ela pode varias AKAPs responsáveis por formar esses
produzir? Como ela vai entender por exemplo, diferentes grupos (que tem uma função
que tem que aumentar a lipólise? tem que induzir correspondente ao seu receptor) numa mesma
síntese proteica? tem que induzir crescimento célula o que faz com que mesmo com vários
celular? Como ela reconhece se é o mesmo AMPc na célula, ela saiba qual resposta precisa
sinalizador que esta sendo produzido no interior ter.
da célula (AMPc)?
- Essas células reconhecem essa resposta
biológicas, porque especialmente no caso dos
receptores acoplados a proteina G-alfa-S existe
um grupo de proteinas chamadas de AKAPs
(Proteínas ancoradoras da PKA)

**** AKAPs são esses roxinhos.

Quais as funções das subunidades beta e gama


da proteína G?
- Uma das funções hoje conhecidas é a indução
do processo de dessensibilização celular.
Toda vez que uma célula é constantemente
estimulada por um sinalizador qualquer, ela vai
criar mecanismos pra se proteger (que vai virar e
vai falar “opa, estou sendo muito estimulado e
isto esta errado”). Esse mecanismo é chamado
de DESSENSIBILIZAÇÃO. E no caso dos
receptores acoplados a proteína G,
dessensibilização (pelo menos parte dele) é
mediado pelas subunidades beta e gama.
Uma vez que a subunidade alfa está sendo muito
estimulada, estará em alta quantidade, a beta e
gama também estão e estarão em alta
quantidade, e uma vez que essas duas (beta e
gama) estão sendo produzidas em excesso, elas
vão ativar um grupo de enzimas chamadas de
GRKs (quinase do receptor acoplada a proteína
G).
Essas GRKs por serem quinases, vão fosforilar o
receptor (acoplado a proteína G), esse receptor
vai permitir a atração de um grupo de proteínas
chamadas de Arrestinas (vão se ligar na região
onde o receptor foi fosforilado) e as arrestinas
vão induzir uma invaginação da membrana,
fazendo com que seja formada uma vesícula - Quando a gente pensa em efeito biológico de
endocítica junto com o receptor (ou seja, um um sinalizador, quanto mais detalhado a gente
pedaço da membrana vai ser removido e junto conhecer como aquele sinalizador (aquele
com a remoção do pedaço da membrana neurotransmissor, aquele hormônio) atua em
teremos a remoção do receptor). Se esse uma célula, e quanto mais especifico ele for (ex.:
receptor agora não esta mais na membrana ativa uma proteína especifica da célula) mais fácil
dessa célula, mesmo eu tendo uma alta é pra produzir um fármaco que vai atuar
quantidade de sinalizadores, a resposta biológica especificamente naquela via de sinalização e vai
vai ser lenta/diminuída ter menor efeito por conta produzir a menor quantidade de efeito colateral
da ausência desses receptores. possível.

Se essa célula diminui essa estimulação por


esse sinalizador químico, essa vesícula
Ex.: Fármaco Carvedilol (pra tratar pressão
endocitica pode voltar e se fundir com a
arterial), que atua nos receptores para Adrenalina
membrana plasmática e esse receptor volta pra
e Noradrenalina principalmente no coração.
membrana, ou essa vesícula pode se fundir com
Sabemos que a adrenalina e a noradrenalina
os lisossomos (organela formada por membrana
quando atuam no coração, elas vão induzir tanto
e que no seu interior tem uma alta quantidade de
o aumento da frequência cardíaca quanto o
proteases – enzimas que degradam proteínas)
aumento da força de contração cardíaca, isso por
quando elas se fundem as proteases que estão
fim vai culminar no aumento de pressão arterial.
dentro dos lisossomos vão poder degradar esse
Então quando temos uma alta liberação de
receptor e ai é uma finalização completa dessa
adrenalina e noradrenalina nesse coração,
resposta biológica. Resumindo, ou o receptor
desencadeio o aumento de pressão arterial. O
retorna pra membrana ou encerra seu ciclo
carvedilol atuando no receptor da adrenalina e da
sendo totalmente degradado.
noradrenalina vai desviar essa via de sinalização
que forma o AMPc e aumenta atividade da PKA,
ele vai desviar essa via de sinalização pra uma
ativação mais potente das subunidades beta
gama, consequentemente ele vai induzir a
remoção do receptor que reconhece a adrenalina
e a nora, quando ele remove o receptor, mesmo
tendo muita adrenalina e nora chegando pela
diminuição de receptores, menor vai ser o efeito meio intracelular do que no meio extracelular).
biológico desses sinalizadores e Com essa abertura, temos potássio saindo do
consequentemente a pressão arterial vai meio intra para o meio extra. Se o K tem carga
normalizar. positiva e ele ta sendo direcionado para o meio
extracelular, o interior dessa célula vai ficar mais
negativo; Se fica mais negativo, ela fica
- Outra ação clássica do Gbeta e Ggama é a HIPERPOLARIZADA, e portanto a contração
alteração da atividade de canais iônicos, muscular vai diminuir,
enzimas.
Ex.: Receptor M2 (moscarinico – que é
RESUMINDO
colinergico) presente no coração que é GPCR
tem os 7 dominios e esta acoplado a proteina G; Quem define a sinalização é a sub unidade
Quando a acetilcolina atua nesse receptor, ativa ALFA, seja ela do tipo S, i ou q. Mas as
a subunidade alfa que troca GDP por GTP e vai subunidade beta gama também tem sua
ativar a adenilato ciclase blz, no entanto, as importância.
subunidade beta e gama dessa proteina G,
também ativam um canal pra potássio nessa
célula cardíaca (mais concentrado no meio
intracelular), quando essas subunidade atuam
nesse canal, ela induz a abertura e o potássio
(K+) que é mais concentrado no meio intra e
acabará por deixar o interior do cardiomiocito e ir
pro meio extracelular deixando o interior mais
negativo, o interior mais negativo mais
hiperpolarizado esse cardiomiocito fica e mais
difícil vai ser de gerar um potencial de ação,
menor vai ser a força de contração desse
coração e menor vai ser a capacidade de no
futuro gerar um aumento de pressão arterial.

** Uma outra ação clássica das subunidade


beta/gama é promover: Alteração da atividade de
canais iônicos, enzimas e etc.

Exemplo clássico: O que acontece no sistema


cardiovascular, O simpático produz uma ação
clássica no sistema cardiovascular (de aumentar
a força de contração, de aumentar a frequência
de contração), enquanto o parassimpático produz
uma resposta contrária (é bradicardia, é
diminuição da força de contração).
O sistema nervoso atua através da acetilcolina,
atuando em um receptor do sub tipo muscarínico
(que é um receptor com 7 dominios
transmembrana) associado a uma proteina G,
quando a proteina G interage com esse receptor
e ativa a sub unidade alfa (que produz a via de
sinalização) e libera as sub unidades beta e
gama. Essas sub unidades beta/gama, elas vão
interagir com um canal iônico para potássio,
induzindo a abertura desse canal (lembrar que o
potássio é um íon muito mais concentrado no

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