Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1.1
1.2
1.3
1.4
1.5
ENDOTÉLIO
O epitélio que reveste internamente os vasos sanguíneos, os vasos linfáticos e o coração é denominado
ENDOTÉLIO. É uma camada fina de células escamosas simples, ou de camada única. As células endoteliais
em contato direto com o sangue são chamadas células endoteliais vasculares, enquanto as que estão em contato
direto com a linfa são conhecidas como células endoteliais linfáticas.
A células endoteliais nos vasos sanguíneos apresentam diversas funções metabólicas, de forma que são
consideradas uma interface entre o sistema circulatório e os vários sistemas do organismo.
As funções do endotélio estão relacionadas a produção de determinadas substâncias pelas células endoteliais,
sob o estímulo da pressão sanguínea nos vasos.
A principal delas é o óxido nítrico (NO). Mas, elas produzem outras substâncias com função vasodilatadoras,
tais como prostaciclinas, cininas e fator de hiperpolarização derivado do endotélio e outras com função
vasoconstritoras, como a endotelina e a angiotensina II. Além disso, são produzidas
moléculas antioxidantes como a enzima superóxido dismutase e antinflamatórias, como prostaciclinas,
heparanas e peptídeos natriuréticos.
1. MEDIADORES QUÍMICOS
Os mediadores químicos são substâncias que se encontram distribuídas por todo o organismo, com a
capacidade de desencadear respostas a nível local ou sistêmico. Podem ser originados a nível celular e nervoso.
Apresentam uma enorme variedade de compostos, de acordo com as diversas funções que são capazes de
executar.
Os mediadores químicos da inflamação derivados de células podem estar pré-formados em grânulos no
interior das células, ou então, podem ser sintetizados localmente no sítio da inflamação quando há um
estímulo.
Dentre as células capazes de produzir e liberar diferentes mediadores químicos no local da inflamação estão
os macrófagos teciduais, os mastócitos, as células endoteliais, os leucócitos recrutados da corrente sanguínea
em direção ao sítio da inflamação.
Este grupo de mediadores químicos influi as AMINAS VASOATIVAS (histamina e serotonina) os
METABÓLITOS DO ÁCIDO ARAQUIDÔNICO (prostaglandinas, leucotrienos e lipoxinas), as
CITOCINAS (Fator de Necrose Tumoral, interleucina-1 e quimiocinas), AS ESPÉCIES REATIVAS DO
OXIGÊNIO (ERO), o ÓXIDO NÍTRICO (NO), as ENZIMAS LISOSSÔMICAS DOS LEUCÓCITOS e os
NEUROPEPTÍDEOS (SUBSTÂNCIA P).
Classificação
Esses compostos podem ser classificados de acordo com algumas características, como a sua composição,
velocidade de ação, órgão alvo ou local de ação, além do tipo de ação. A relação entre si ocorre devido às
semelhanças que compartilham em suas estruturas químicas.
Regulação
O sistema nervoso central, mais precisamente o eixo hipotálamo-hipófise é responsável pela regulação da
produção e distribuição dos mediadores químicos.
Origem
Têm origem a nível celular ou nervoso.
Os mediadores de origem celular são provenientes da degranulação dos granulócitos, como dos neutrófilos,
mastócitos, basófilos e eosinófilos. Também, o mediador químico pode ser derivado dos fosfolipídios de
membrana dessas células, ou de outras, como das células endoteliais e plaquetas.
Já os mediadores de origem nervosa são denominados neuromediadores, tendo origem no sistema límbico,
nas áreas correspondentes ao bulbo olfatório, amígdala, hipocampo e diencéfalo. Os neuromediadores podem
ser encontrados tanto nas terminações do sistema nervoso, como no sistema nervoso central (SNC), tendo a
função de regular a neurotransmissão, ou seja, a transmissão dos impulsos nervosos. Há muito tempo são
conhecidos muitos desses mediadores, como a adrenalina, noradrenalina e a acetilcolina. Mais recentemente,
foram descobertos outros, tais como a serotonina, tiramina, dopamina e ácido gama-aminobutírico. Desta
forma, os neuromediadores podem atuar de forma a produzir a despolarização, excitando a fibra nervosa, ou
a hiperpolarização, inibindo o neurônio pós-sináptico. Através do estudo da ação desses mediadores, fármacos
foram criados, com a função de ativar, intensificar ou inibir as suas atividades.
Por apresentar um baixo peso molecular, além de sua capacidade de interagir com diferentes receptores, o
mediador permite a comunicação entre neurônios, mesmo que estes venham a apresentar estrutura morfológica
ou função distinta. Esta característica proporciona aos neuromediadores as mais diversas funções.
Comunicação
A capacidade de permitir a interação entre diferentes componentes se deve, principalmente, a processos
conhecidos como conversão celular e neuronal.
A conversão celular corresponde à comunicação executada entre diferentes tipos de células, que participam
dos processos de inflamação, alergia e regulação da hemostasia do organismo. No processo inflamatório, se
observa a ação de muitos mediadores químicos da inflamação. A maioria atua através da ligação com
receptores específicos, mas há outros que têm ação enzimática direta ou que causam danos por liberação
de radicais livres. Apresentam tempo de meia-vida curta, sendo inativados por enzimas ou tendo a ação inibida
por inibidores. Dentre esses mediadores, se destacam as aminas vasoativas, proteínas plasmáticas, metabólitos
do ácido araquidônico e o fator ativador de plaquetas.
Neuropeptídeos
Consistem em diminutas proteínas, capazes de iniciar as respostas inflamatórias. Um exemplo é a substância
P, responsável por transmitir os sinais dolorosos, regular o tônus do vaso sanguíneo e modular a
permeabilidade vascular. As fibras nervosas que liberam neuropeptídeos são abundantes no pulmão e trato
gastrointestinal.
1.1. AMINAS
São duas as aminas vasoativas: histamina e serotonina. Ambas encontram-se pré-formadas em grânulos
citoplasmáticos de células. A histamina é sintetizada por diferentes tipos celulares, especialmente pelos
mastócitos adjacentes aos vasos, pelos basófilos e plaquetas circulantes. Esse mediador é liberado das células
em resposta a um estímulo, como lesão física, reações imunes e na presença de outros mediadores químicos,
como citocinas, anafilatoxinas e neuropeptídeos. Esta molécula leva à dilatação arteriolar, aumentando a
permeabilidade do vaso e, consequentemente, facilitando a saída de leucócitos para o sítio inflamatório.
A serotonina, também chamada de 5-hidroxitriptamina, apresenta efeitos similares aos da histamina. É
encontrado primariamente em grânulos plaquetários e liberada durante a agregação das plaquetas.
1.2. CITOCINAS
Consistem em polipeptídeos sintetizados por diferentes tipos celulares, que estão envolvidas na resposta
inflamatória imune inata a estímulos nocivos e nas respostas imunes adaptativas aos microrganismos.
IL-2
• Produzida principalmente por células T ativadas (CD4)
• Fator de crescimento, sobrevivência e diferenciação para linfócitos B
• Proliferação e ativação das NK
• Sua ausência atrapalha o desenvolvimento de toda a resposta imunológica, pois ela tem a função de
fazer a diferenciação desses linfócitos com CD4 e CD8
IL-3
• Sintetizada principalmente por células T
• Ativadas por antígenos, mitógenos e células NK
• Sua produção pode ser inibida por substâncias inativadoras de linfócitos
• É uma interleucina que se liga ao sistema imune e hematopoiético
• Favorece a proliferação e o desenvolvimento de várias linhagens celulares como os macrófagos,
granulócitos, eritrócitos e megacariócitos
• Sua presença não é obrigada para que haja o desenvolvimento da hematopoese normal
IL-4
• Estimula o Sult class da cadeia pesada Ig da célula B, para o isótipo IgE
• Provém de mastócitos ativados e TH2
• É neutralizado pela IFN-g
• Proliferação e diferenciação de células TH2
IL-5
• Ativador de eosinófilos, pois expressam receptores Fc específicos para IgA e IgG
• Provém de células TH2 e mastócitos ativados
• Estimula a proliferação de linfócitos B e a produção de IgA
IL-6
• Age em conjunto com a IL-4 para promover a diferenciação das células TH2
• Promove a produção da IL-2
• Promove a produção de anticorpos de anticorpos pelas células B ativadas
• Estimula a diferenciação das células T CD4 em células efetoras do subgrupo TH1
IL-7
• Provém de células do estroma
• Essencial para sobrevivência de células T maduras naives, e células de memória
IL-8
• Provém de monócitos/macrófagos
• Estímulo migratório para as células do sistema imune (neutrófilos)
IL-9
• Produzida por células CD4
• Estimulada por mitógenos ou antígenos
• Estimula a proliferação de células CD4, mastócitos/macrófagos
IL-10
• Envolvida no controle das reações da imunidade natural e mediada por células
• Inibe a produção de IL-12 por macrófagos e células dendríticas ativadas
• Inibe a expressão de coestimuladores e de moléculas do MHC de classe II
IL-11
• Produzida por fibroblastos do estroma da medula óssea
• Promove a resposta imune primária e secundária
• Apresenta ação sinérgica com IL-6, G-CSF, IL-3 em relação às colônias de megacariócitos.
IL-12
• Principal mediador da resposta imune inata a microrganismos intercelulares
• Estimula a produção de IFN-g
• Induz a diferenciação de TH0 para TH1
• Potencializa as funções citotóxicas de CD8 e NK
• Reduz a produção de IgE pela supressão de síntese de IL-4
• Estimula a diferenciação de células T CD4 imaturas às células efetoras do subgrupo TH1
IL-13
• Provém dos TH2, CD8 e NK
• Promove fibrose como parte da fase de reparação tecidual dos estados inflamatórios crônicos
• Estimula a produção de muco pelas células epiteliais pulmonares
• Inibição da ativação dos macrófagos
IL-14
• Também conhecida como HMW-BCGF – fator de crescimento de células B de alto peso molecular
• É isolada de células T e de algumas linhagens de B após estimulação com fitohemaglutinina
• É mitógeno para células B
• Anticorpos contra IL-14 afetam também o fator Bb e inibem a atividade mitogênica das células B
sensíveis a IL-14
IL-15
• Produzida por monócitos
• Possui importância na resposta imune mediada por células T no sistema nervoso central
• Seus principais alvos são linfócitos T e B ativados
• Leva linfócitos T e B à proliferação de CD8
• Promove a sobrevivência das células T CD8 de memória
• Necessária para ativação e diferenciação da NK
• Provém de fagócitos mononucleares
IL-16
• Secretada por células CD8 e, em menor grau, por eosinófilos, em resposta à histamina liberada
• É um potente fator quimiotático para linfócitos, sendo seu principal alvo células CD4
IL-17
IL-18
• Ativa células NK
• Leva a proliferação de linfócitos T
• Inibe a produção de IL-10
• Aumenta a produção de IL-12
• Fator indutor de IFN-y
• Fator de diferenciação de CD4 para TH1
• Provém de macrófagos e células dendríticas
IL-20
• É uma interleucina estimulatória
• Promove a proliferação e ativação de linfócitos nas respostas a antígenos específicos
• Não atua na migração de neutrófilos
• Ativa a proliferação de queratinócitos
IL-21
• Amplifica a resposta inflamatória e diferenciação do TH17
IL-22
• Manter a integridade tecidual
• Estimulação de reações de reparo
IL-23 e IL-27
• Estimula CD4 para TH1
• Padrão de resposta TH1 = INF – Y, IL-2. TNF-y, IL-23
• Padrão de resposta TH2 = IL-4,5,6,10,13 e 25
• Padrão de resposta TH17 = IL-1,6,22,23,17 e TGF-b
• Pró inflamatórias = IL-1,6,8, TNF e IFN-y
Interferon-y (IFN)
• Principal citocina ativadora de macrófagos e exerce funções críticas na imunidade natural e na
imunidade adquirida mediada por células contra microrganismos intracelulares
• Provém de NK, TH1 e CD8
• Atua nas células B e T, células NK e macrófagos
• Inibe a produção de IL-4 pelas células TH2
TGF-y
• Inibe a proliferação e a ativação de linfócitos
• Efeitos pró-inflamatórios e anti-inflamatórios
• Provém de células T ativadas por anticorpos e fagócitos mononucleares ativados por LPS
• Regula a reparação tecidual depois que as reações imunológicas ou inflamatórias regridem
• Induzíveis: as induzíveis podem ser estimuladas por qualquer fator que altere a homeostase celular, e
seu RNA mensageiro pode aumentar mais de 300 vezes em poucas horas de ativação.
• Constitutivas: as constitutivas são responsáveis pelo tráfego leucocitário basal e pela formação da
arquitetura de órgãos linfoides secundários.
Anti-inflamatórias
As principais citocinas anti-inflamatórias são IL-10 e TGF-β, sendo que alguns antagonistas competitivos,
como o antagonista do receptor de IL-1, também são considerados anti-inflamatórios.
Pró-inflamatórias
As principais citocinas pró-inflamatórias são IL-1, IL-2, IL-12, IL-18, IFN-γ e TNF-α. Uma peculiaridade
das citocinas é que elas podem ter ações variáveis no organismo.
Enzimas pertencentes a este processo, como as cicloxigenases (COX) e a lipoxigenase, são responsáveis
pela formação dos metabólitos lipídicos:
• Sistema complemento: são proteínas que, presentes no plasma estão na forma inativa, sendo
numeradas de C1 a C9 e, quando ativadas, se tornam proteases que degradam outras proteínas.
Atuam promovendo a lise celular, aumento da permeabilidade vascular, quimiotaxia e opsonização.
São consideradas anafilatoxinas as C3a e C5a, ao estimular a liberação da histamina pelos
mastócitos.
• Sistema de cininas: a bradicinina é um peptídeo vasoativo, formada a partir da clivagem do
cininogênio, por ação das calicreínas. Esse peptídeo promove a vasodilatação, aumento da
permeabilidade vascular e sensibilidade a dor.
• Sistema de coagulação: a via intrínseca é composta por enzimas que promovem a ativação da
trombina, dotada de propriedades inflamatórias. Esta, por sua vez, irá clivar o fibrinogênio em
fibrina, uma proteína envolvida na coagulação de sangramentos.
Em primeiro lugar, temos a fase irritativa, onde ocorrem modificações morfofuncionais nos tecidos e células
que sofreram injúria. Essas modificações promovem a liberação de mediadores químicos que são responsáveis
pelas próximas etapas da inflamação;
Posteriormente, temos a fase vascular, que cursa com aumento da permeabilidade vascular e alterações
hemodinâmicas da circulação sistêmica;
Na sequência, a fase exsudativa, que é formada pelos exsudados celulares e plasmáticos (líquido) que se
originam devido à permeabilidade vascular estar alta;
Dando continuidade, temos a fase degenerativa-necrótica, que pode ser formada por células que se derivaram
das modificações funcionais e anatômicas, resultantes das fases anteriores, ou das células que se derivam da
ação direta da injúria;
E para concluir, a fase produtiva-reparativa, que corresponde, desta forma, a fase que dá início a recuperação
tecidual.
Para que ocorram todas as fases e processos descritos anteriormente, é necessária a participação dos
mediadores inflamatórios, sendo os principais mediadores, por exemplo:
• Quimiocinas-citocinas
• Óxido Nítrico
• Alguns fragmentos do sistema complemento
• Enzimas proteolíticas: elastases, colagenases e proteinases que são responsáveis por degradar a matriz
extracelular
• Aminas vasoativas: Bradicinina e histamina
As citocinas são proteínas capazes de mediar as respostas celulares, ativando células, inibindo, fazendo com
que elas cresçam e até mesmo se diferenciam. Elas são produzidas por células como por exemplo linfócitos,
macrófagos e monócitos.
Sua vantagem é que um receptor celular é capaz de reconhecer diversas citocinas, fazendo com que elas
causem diferentes efeitos em cada célula. Além de citocinas, há os eventos vasculares que caracterizam a
inflamação.
Na mesma linha do que dito anteriormente, a lesão vascular é uma das primeiras etapas que surgem após uma
injúria. Há exsudação de fluidos e proteínas plasmáticas, principalmente da diapedese de neutrófilos. Antes
do exsudato, há a passagem do transudado que consiste em eletrólitos e pequenas moléculas da circulação.
Inflamação aguda:
Inicia-se com alteração do calibre vascular que altera o fluxo sanguíneo. Em seguida, há aumento da
permeabilidade vascular para que ocorra a passagem de leucócitos para o local desejado e haja eliminação do
agente causador dos danos.
Essa inflamação pode resultar em eliminação da fonte de lesão com todas as funções teciduais recuperadas.
Porém, pode ocorrer a cicatrização por meio de fibrose (tecido conjuntivo), nesse caso há perda de função
tecidual mas há eliminação do agente causador da inflamação.
Em casos nos quais não foi possível eliminar o agente agressor a inflamação migra para uma inflamação
crônica.
A inflamação aguda é caracterizada por uma série de eventos relacionados, entre os quais aumento no fluxo
sanguíneo, permeabilidade vascular e exsudação de líquido derivado do sangue na região afetada, além do
acúmulo de leucócitos e proteínas plasmáticas. A inflamação aguda pode se desenvolver em questão de
minutos a horas e durar dias.
Essas alterações durante o processo inflamatório geram sinais e sintomas como dor e edema. O processo
inflamatório é um mecanismo de defesa do organismo e, como tal, atua destruindo, diluindo e isolando o
agente agressor, além de abrir caminho para os processos de cicatrização e regeneração do tecido afetado.
No entanto, a inflamação pode ser potencialmente danosa, uma vez que em sua manifestação pode lesar o
próprio organismo, às vezes de forma mais deletéria que o próprio agente injuriante.
Alterações vasculares
As alterações que ocorrem nos vasos sanguíneos da microcirculação nas primeiras horas após uma injúria
subletal envolvem, em graus variados, a modificação no calibre dos vasos e no fluxo sanguíneo, aumento da
permeabilidade vascular e exsudação de plasma e de células para o meio extravascular.
Inicialmente há uma vasoconstricção arteriolar transiente, isto é, de curta duração. O próximo e fundamental
evento é a vasodilatação. Ela envolve primeiro as arteríolas e depois resulta na abertura de novos leitos
microvasculares na área, resultando em aumento do fluxo sanguíneo local.
Segue-se a diminuição da velocidade do sangue devido ao aumento da permeabilidade vascular, com a saída
de fluído rico em proteína para os tecidos extravasculares. Enquanto a estase se desenvolve, pode-se ver a
orientação periférica dos leucócitos, principalmente neutrófilos, ao longo do endotélio vascular, processo
denominado de marginação leucocitária.
Todas essas alterações são induzidas por citocinas e pequenas moléculas mediadoras inicialmente derivadas
de células sentinela residentes no tecido, como mastócitos, macrófagos, DCs e células endoteliais, em resposta
à estimulação por PAMPs e DAMPs.
À medida que o processo inflamatório se desenvolve, os mediadores podem ser derivados dos leucócitos
recém-chegados e ativados, bem como de proteínas do complemento.
Formação de exsudatos e transudatos. Fonte: Robbins, patologia básica, 2013.
Por outro lado, diferentemente das inflamações, há participação de linfócitos T auxiliares que permanecem
liberando citocinas pró inflamatórias, o que faz com que os macrófagos sejam mantidos de forma estimulada
e a inflamação continue.
Além disso, há participação da imunidade adquirida como macrófagos e fibroblastos, fazendo com que as
chances de reparo tecidual total reduzam.
A Evolução da Inflamação
Os processos inflamatórios agudos, especialmente nos tecidos lábeis e estáveis, quando os agentes
flogógenos, desencadeadores de lesão tecidual foram eliminados, não tendo ocorrido muita lesão, evoluem
para cura, com resolução completa, com regeneração e pouca fibrose, ou o processo de reparo, cura, pode
associar-se com a formação de tecido conjuntivo fibroso (cicatriz), cistos, calcificações, etc, devido à
ocorrência de complicações locais, como abscessos, necroses e degenerações. Porém, quando o agente,
endógeno ou exógeno, que desencadeia a lesão celular nos tecidos não pôde ser eliminado, a reação
inflamatória persiste, tornando-se crônica, até que a causa da inflamação seja eliminada, permitindo o
estabelecimento do reparo tecidual, ou seja, a cura. Leia abaixo sobre Reparo Tecidual.
A reação inflamatória crônica é reação tecidual complexa com duração prolongada (semanas, meses), onde
inflamação ativa, processo de reparo e a destruição tissulares estão presentes.
Pode ser desencadeada por:
1. Infecções e parasitoses persistentes.
2. Exposição prolongada a agentes tóxicos exógenos e endógenos (estresse metabólico).
3. Autoimunidade.
4. Corpos estranhos, etc.
As Características Morfológicas da Inflamação Crônica
Os Macrófagos
Os monócitos estimulados por GM-CSF, LPS, IFNγ e produtos bacterianos diferenciam-se em Macrófagos
M1, que têm ações pró-inflamatórias com a liberação de IL-1 (3+), IL-12 (3+), IL-23 (3+), TNF (3+), IL-10
(+/-), CXCL-9 (quimiocina), radicais livres do NO e O2, metaloproteinases, etc, e os estimulados por M-CSF,
IL-4, IL-10, IL-13, IL-21, lipoxinas, resolvinas, corticosteroides, PGE2, vitamina D3 e CCR4, etc,
diferenciam-se em Macrófagos M2, que liberam citocinas anti-inflamatórias, fazem a remoção de restos
apoptóticos e celulares, e estímulam o reparo e a angiogênese por meio da liberação de citocinas, quimiocinas
e fatores de crescimento.
As Células Dendríticas
Originam-se de precursores na medula óssea e realizam a fagocitose, o processamento e a apresentação de
antígenos (micro-organismos e outros) aos linfóctios TCD4+, via Complexo Principal de
Histocompatibilidade (MHC) de classe II e aos linfócitos T CD8+, via MHC de classe I, nos órgãos linfoides
regionais, para onde migraram a partir de seus sítios de origem na pele, mucosas, e no interstício dos tecidos
de muitos órgãos. Nos folículos linfoides as células dendríticas também apresentam antígenos aos linfócitos
B, favorecendo maior afinidade dos anticorpos produzidos com os antígenos apresentados. Possuem
receptores para a porção Fc de IgG e para C3b, podendo, assim, capturar antígenos ligados com anticorpos e
proteínas do complemento. Na pele foram descritas as células dendríticas de Langerhans presentes na
epiderme.
A Destruição Tissular
No processo inflamatório os fenômenos alterativos, caracterizados por necrose e degeneração, podem ser
promovidos pela ação direta de agentes desencadeadores da inflamação (bactérias, protozoários, agentes
físicos e químicos, etc), assim como pela ação de enzimas liberadas das células mortas, causando a autólise,
ou de leucócitos, promovendo a heterólise, e, ou pela ação citotóxica realizada pelos leucócitos. Igualmente,
os fenômenos vasculares como a vasodilatação, o aumento da permeabilidade vascular, o alentecimento da
velocidade do fluxo sanguíneo e o dano endotelial, podem promover a trombose local e causar isquemia
tecidual, com necrose do tecido.
O Reparo Tecidual
O reparo dos tecidos depende da reação inflamatória, sendo caraterizado por regeneração das estruturas
celulares e extracelulares, ou por cicatrização, sendo substituídos os tecidos lesados por tecido conjuntivo
fibroso. Leia abaixo sobre Reparo Tecidual.
Doença de Crohn;
Doença Granulomatosa Crônica;
Sarcoidose;
Cirrose biliar primária;
Outras
Granulomatose de Wegener e outras vasculites;
Doenças
Câncer (Linfoma; Seminoma);
Viroses (Tireoidite granulomatosa de "de
Quervain"); Etc.
REFERÊNCIAS:
https://www.sanarmed.com/citocinas
https://www.sanarmed.com/funcao-atuacao-e-origem-das-citocinas-no-organismo-colunistas
https://www.scielo.br/j/rba/a/xZBcm3rwxnknt94Gz9yq5Lq/
https://www.infoescola.com/bioquimica/mediadores-quimicos/#regulacao
https://www.asmabronquica.com.br/medical/adesao_moleculas.html#:~:text=As%20mol%C3%A9cu
las%20de%20ades%C3%A3o%20celular%20(CAMs)%20s%C3%A3o%20glicoprote%C3%ADnas
%20expressas%20na,%3A%20intracelular%2C%20transmembrana%20e%20extracelular.
https://www.infoescola.com/biologia/celula-endotelial/
https://www.sanarmed.com/resumo-sobre-inflamacao-aguda-componentes-sinais-e-sintomas-e-mais
https://www.infoescola.com/bioquimica/mediadores-quimicos-da-inflamacao-derivados-de-celulas/
https://proffelipebarros.com.br/inflamacao-prof-felipe-barros/
http://patologia.medicina.ufrj.br/index.php/histopatologia-geral/396-anotacoes-teoricas/anotacoes-
sobre-inflamacao