Anti-inflamatórios

Professor Wilton Ricardo

1
 Anti-inflamatórios

A inflamação é uma resposta do sistema imunológico do corpo a danos
teciduais, infecções ou estímulos nocivos. É uma parte fundamental do
processo de cura do organismo.

Importância da inflamação: A inflamação desempenha um papel crucial na
defesa do organismo contra agentes infecciosos, lesões e processos
patológicos. É um mecanismo de proteção que visa eliminar a causa da
agressão e iniciar a reparação tecidual.

Processo geral da inflamação: A inflamação envolve uma série de eventos
complexos, que incluem dilatação dos vasos sanguíneos, aumento da
permeabilidade vascular, migração de células inflamatórias para o local da
lesão e liberação de mediadores inflamatórios.

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3
 Anti-inflamatórios

Células Inflamatórias

Neutrófilos:

Função: Os neutrófilos são as células inflamatórias mais abundantes e
desempenham um papel fundamental na defesa contra infecções bacterianas. Eles
são responsáveis pela fagocitose e destruição de micro-organismos invasores.

Mecanismos de ação: Os neutrófilos liberam enzimas, radicais livres e
substâncias antimicrobianas para combater os patógenos. Eles também são
responsáveis pela formação de pus.

Papel na inflamação aguda: Os neutrófilos são rapidamente recrutados para o local
da lesão, onde ajudam a combater a infecção e promovem o início do processo de
cicatrização.

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 Anti-inflamatórios

Macrófagos:

Função: Os macrófagos são células fagocíticas de longa duração, que
têm a capacidade de fagocitar microrganismos, células mortas e detritos
celulares. Além disso, desempenham um papel importante na
apresentação de antígenos e na modulação da resposta imune.

Mecanismos de ação: Os macrófagos secretam citocinas, como as
interleucinas, para modular a resposta inflamatória. Eles também estão
envolvidos na reparação tecidual e na formação de tecido de granulação.

Papel na inflamação crônica: Os macrófagos estão presentes na
inflamação crônica, onde ajudam a controlar a infecção persistente e
promovem a cicatrização tecidual.

5
 Anti-inflamatórios
Linfócitos:

Função: Os linfócitos são células do sistema imunológico responsáveis ​
pela resposta imune adaptativa. Eles são divididos em linfócitos B e
linfócitos T, desempenhando papéis diferentes na resposta inflamatória.

Tipos de linfócitos envolvidos na inflamação: Os linfócitos T auxiliares
(CD4+) desempenham um papel na coordenação da resposta imune,
enquanto os linfócitos B são responsáveis ​pela produção de anticorpos.

Papel na resposta imune adaptativa e inflamação: Os linfócitos são
ativados durante a inflamação para ajudar a combater a infecção,
produzindo anticorpos e citocinas específicas.

6
 Anti-inflamatórios
Mastócitos:

Função: Os mastócitos são células envolvidas nas reações alérgicas e na
resposta inflamatória. Eles estão presentes em tecidos conjuntivos, como a
pele e as mucosas.

Liberação de mediadores inflamatórios: Os mastócitos liberam histamina,
prostaglandinas e outros mediadores inflamatórios em resposta a
estímulos alérgicos ou lesões teciduais.

Reações alérgicas e inflamação: A ativação dos mastócitos desempenha
um papel importante nas reações alérgicas, como asma, rinite alérgica e
urticária. Eles também estão envolvidos na inflamação aguda.

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 Anti-inflamatórios
Mensageiros inflamatórios

Prostaglandinas:

Formação: As prostaglandinas são formadas pela ação da enzima ciclo-oxigenase (COX) no ácido
araquidônico. Existem duas isoformas principais da COX: COX-1 e COX-2.

Importância: As prostaglandinas têm múltiplas funções no organismo. Elas estão envolvidas na regulação do
fluxo sanguíneo, na função renal, na resposta inflamatória, na coagulação sanguínea, na contração e
relaxamento muscular, na secreção gástrica e em processos de reprodução, entre outros.

Exemplos de funções específicas:

Regulação do fluxo sanguíneo: As prostaglandinas podem dilatar ou contrair os vasos sanguíneos,
controlando assim o fluxo sanguíneo em diferentes tecidos.

Resposta inflamatória: As prostaglandinas desempenham um papel importante na mediação da resposta
inflamatória, causando vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular e recrutamento de células
inflamatórias para o local da lesão.

Coagulação sanguínea: Alguns tipos de prostaglandinas promovem a agregação plaquetária e a formação
de coágulos sanguíneos.

Contratação uterina: Durante o parto, as prostaglandinas desempenham um papel na contração do útero.
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 Anti-inflamatórios
As prostaglandinas desempenham um papel importante no sistema renal, afetando várias funções fisiológicas
dos rins. Aqui estão algumas das relações entre as prostaglandinas e o sistema renal:

Regulação do fluxo sanguíneo renal: As prostaglandinas, especialmente a prostaglandina E2 (PGE2), têm
um efeito vasodilatador nos vasos sanguíneos renais. Isso contribui para a regulação do fluxo sanguíneo renal,
garantindo um suprimento adequado de sangue para os rins. A vasodilatação promovida pelas prostaglandinas
ajuda a manter a pressão arterial adequada nos glomérulos renais e a preservar a função renal.

Modulação da função tubular: As prostaglandinas desempenham um papel na modulação da função tubular
dos rins. Elas podem afetar a reabsorção de sódio, água e eletrólitos nos túbulos renais, influenciando o
balanço hídrico e eletrolítico do corpo. Além disso, as prostaglandinas podem modular a secreção de íons
hidrogênio (H+) e bicarbonato (HCO3-) nos túbulos renais, participando da regulação do equilíbrio ácido-base.

Manutenção da função glomerular: As prostaglandinas têm um efeito protetor na função glomerular dos rins.
Elas podem ajudar a manter a permeabilidade seletiva dos glomérulos e a preservar a filtração renal
adequada. Além disso, as prostaglandinas podem influenciar a taxa de filtração glomerular (TFG), afetando
assim a função renal global.

Regulação da renina: As prostaglandinas podem modular a liberação de renina pelas células
justaglomerulares nos rins. A renina é uma enzima importante no sistema renina-angiotensina-aldosterona, que
regula a pressão arterial e o equilíbrio de sódio e água no organismo. As prostaglandinas podem afetar a
liberação de renina, contribuindo para a regulação da pressão arterial e da função renal.

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 Anti-inflamatórios
Tromboxanos:

Formação: Os tromboxanos são produzidos a partir do ácido
araquidônico pela ação da COX-1 em plaquetas sanguíneas.

Importância: Os tromboxanos desempenham um papel crucial na
coagulação sanguínea e na formação de coágulos. Eles promovem a
agregação plaquetária e a vasoconstrição, ajudando na formação do
tampão plaquetário e na interrupção do sangramento.

Exemplo de função específica:

Coagulação sanguínea: Os tromboxanos promovem a agregação
plaquetária, ativam as plaquetas e induzem a contração dos vasos
sanguíneos danificados, auxiliando na formação do coágulo e na
reparação da lesão vascular.
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 Anti-inflamatórios
Prostaciclinas:

Formação: As prostaciclinas são sintetizadas a partir do ácido
araquidônico pela ação da COX-2 em células endoteliais.

Importância: As prostaciclinas têm um efeito vasodilatador, inibem a
agregação plaquetária e possuem propriedades anti-inflamatórias. Elas
desempenham um papel importante na manutenção da integridade
vascular e na prevenção da formação excessiva de coágulos sanguíneos.

Exemplo de função específica:

Regulação da coagulação e da inflamação: As prostaciclinas têm efeitos
anticoagulantes e anti-inflamatórios, ajudando a manter o equilíbrio
adequado no sistema vascular, prevenindo a formação de coágulos
indesejados e a resposta inflamatória excessiva.
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 Anti-inflamatórios
Leucotrienos

Os leucotrienos são formados a partir do ácido araquidônico por meio da ação de enzimas
chamadas lipoxigenases. Existem diferentes tipos de leucotrienos, sendo os principais o
leucotrieno B4 (LTB4) e os leucotrienos C4, D4 e E4 (LTC4, LTD4 e LTE4), conhecidos como
leucotrienos císticos.

A função dos leucotrienos está relacionada principalmente à resposta inflamatória e à regulação
da função das células do sistema imunológico, especialmente nas vias aéreas. Eles podem
causar constrição dos brônquios, aumento da permeabilidade vascular, recrutamento de
células inflamatórias e produção de mucosidade, contribuindo para sintomas como
broncoconstrição, edema e excesso de produção de muco em condições como asma e rinite
alérgica.

Além do sistema respiratório, os leucotrienos também desempenham um papel na resposta
inflamatória em outras partes do corpo, como nas articulações, no trato gastrointestinal e na pele.

Inibidores dos leucotrienos, como o montelucaste e o zafirlucaste, são utilizados no tratamento
de doenças inflamatórias das vias aéreas, como a asma, agindo bloqueando os receptores para
os leucotrienos e reduzindo seus efeitos inflamatórios. Esses medicamentos ajudam a controlar
os sintomas e melhorar a função respiratória em pacientes com condições respiratórias crônicas.
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14
 Anti-inflamatórios

Anti-inflamatórios não esteroidais (AINES)


Definição e classificação dos AINES: Os AINES são um grupo de medicamentos
utilizados para aliviar a inflamação, reduzir a dor e diminuir a febre. Eles são
classificados em não seletivos (inibem a COX-1 e COX-2) e seletivos para a COX-2.

Mecanismo de ação: Os AINES inibem a enzima ciclo-oxigenase (COX), que
converte o ácido araquidônico em prostaglandinas, mediadores inflamatórios. A
inibição da COX reduz a produção de prostaglandinas, diminuindo assim a resposta
inflamatória.

Reações adversas: Os AINES podem causar efeitos colaterais, que podem variar de
leves a graves. As reações adversas mais comuns incluem irritação gastrointestinal,
úlceras, sangramento, reações alérgicas, danos renais e cardiovasculares.

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(Paracetamol)

16
 AINES não seletivos

Diclofenaco:

Forma de aplicação: Pode ser administrado por via intramuscular ou intravenosa.

Diluente: O diclofenaco pode ser diluído em solução fisiológica (NaCl 0,9%) ou solução
de glicose (5%) para administração IV.

Tempo de gotejamento: A administração IV pode ser feita em bolus ou em infusão em
cerca de 15 minutos.

Concentração máxima diária: A dose máxima diária varia dependendo da indicação e da
resposta individual do paciente, mas geralmente não excede 150 mg.

Indicação: O diclofenaco é amplamente utilizado para o alívio da dor aguda e crônica,
bem como para o controle da inflamação. É importante monitorar os pacientes em uso
prolongado de diclofenaco, pois pode aumentar o risco de efeitos adversos
gastrointestinais e cardiovasculares.

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 AINES não seletivos

Diclofenaco oral:
A dose inicial diária recomendada é de 100 a 150 mg. Em casos mais
leves, 75 a 100 mg/dia são geralmente suficientes. A dose total diária
prescrita deve ser fracionada em duas ou três doses separadas, se
aplicável. Não exceder 150 mg/dia.

Diclofenaco Gel:
Utilizar uma fina camada na área inflamada de 4/4h enquanto vigília.

18
 AINES não seletivos

Dexcetoprofeno:

Forma de aplicação: Administrado por via intramuscular ou intravenosa.

Diluente: O dexcetoprofeno pode ser diluído em solução fisiológica (NaCl 0,9%) antes
da administração IV.

Tempo de gotejamento: A administração IV pode ser feita em bolus ou em infusão em
cerca de 15 minutos.

Concentração máxima diária: A dose máxima diária recomendada varia dependendo da
indicação e da resposta individual do paciente, mas geralmente não excede 150 mg.

Particularidade: O dexcetoprofeno é uma forma enantiomérica do cetoprofeno,
possuindo atividade anti-inflamatória, analgésica e antipirética. É frequentemente
utilizado no tratamento de dor aguda moderada a intensa, como em pós-operatórios.
Obs.: Injeção em Bolus é uma forma onde aplica-se o medicamento diretamente na veia do paciente em
um tempo menor ou igual a um minuto.

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 AINES não seletivos

Cetoprofeno Oral:

1 ou 2 cápsulas, 2 vezes ao dia; ou 1 cápsula, 3 vezes ao dia. Dose
máxima diária recomendada: 300 mg.

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 AINES não seletivos

Ibuprofeno gotas
a dose habitual do ibuprofeno é de 20 gotas (200 mg) a 80 gotas (800 mg), podendo ser re- petida por, no
máximo, 4 vezes por dia. A dose máxima permitida por dia em adultos é de 320 gotas (3200 mg). Dose
recomendada por, no máximo, 4 vezes ao dia.


Ibuprofeno Comp./ Cap.
Apresentações: 200mg, 300mg, 400mg e 600mg.

Pode ser tomado até 4 vezes ao dia.

Curiosidade: Ibuprofeno só alcança potência de dose anti-inflamatória quando tomado acima de 1200mg por dia

21
 AINES não seletivos

Ibuprofeno injetável:

Forma de aplicação: Pode ser administrado por via intravenosa ou intramuscular. A via intravenosa é
geralmente preferida para a administração em ambiente hospitalar.

Diluente: O ibuprofeno injetável geralmente é diluído em solução fisiológica (NaCl 0,9%) ou solução de
glicose (5%) antes da administração intravenosa.

Tempo de gotejamento: O tempo de administração intravenosa do ibuprofeno pode variar dependendo
da dose e da recomendação médica. Geralmente, a administração intravenosa é feita em infusão
durante um período de tempo determinado, que pode variar de 15 minutos a algumas horas.

Concentração máxima diária: A dose máxima diária recomendada de ibuprofeno injetável varia de
acordo com a indicação, a resposta individual do paciente e a avaliação médica. É importante seguir as
recomendações específicas do profissional de saúde.

Indicação: O ibuprofeno é conhecido por seu efeito analgésico, anti-inflamatório e antipirético. Pode ser
usado para tratar uma variedade de condições dolorosas e inflamatórias, como artrite, lesões
musculares, dor pós-operatória, entre outras.

22
 AINES não seletivos

Meloxicam:

Forma de aplicação: Administrado por via intramuscular ou intravenosa.

Diluente: O meloxicam pode ser diluído em solução fisiológica (NaCl 0,9%) ou solução
de glicose (5%) antes da administração IV.

Tempo de gotejamento: A administração IV pode ser feita em bolus ou em infusão em
cerca de 15 minutos.

Concentração máxima diária: A dose máxima diária recomendada varia dependendo
da indicação e da resposta individual do paciente, mas geralmente não excede 15 mg.

Particularidade: O meloxicam é um AINE de longa duração e é frequentemente
utilizado no tratamento de dor e inflamação crônicas, como na osteoartrite e artrite
reumatoide. Devido à sua meia-vida longa, é necessário ter cautela ao iniciar ou
descontinuar o uso.

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 AINES não seletivos

Meloxicam Oral:
De modo geral são recomendadas as seguintes dosagens:
Artrite reumatoide: 15 mg por dia. Conforme a resposta ao tratamento,
seu médico poderá diminuir a dose para 7,5 mg por dia.
Osteoartrite dolorosa: 7,5 mg por dia. Caso necessário seu médico
poderá aumentar a dose para 15 mg por dia.

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 AINES não seletivos

Indometacina:

Forma de aplicação: Administrada por via intramuscular ou intravenosa.

Diluente: A indometacina é geralmente diluída em solução fisiológica (NaCl 0,9%)
antes da administração IV.

Tempo de gotejamento: A administração IV é feita em infusão durante
aproximadamente 30 minutos.

Concentração máxima diária: A dose máxima diária recomendada varia dependendo
da indicação e da resposta individual do paciente, mas geralmente não excede 200 mg.

Indicação: A indometacina é frequentemente utilizada para o fechamento do canal
arterial em recém-nascidos prematuros. Também é utilizada no tratamento de dor e
inflamação agudas em adultos.

25
 AINES não seletivos

Cetorolaco/Cetorolaco:

Forma de aplicação: Geralmente administrado por via intramuscular (IM) ou
intravenosa (IV).

Diluente: Pode ser diluído em solução fisiológica (NaCl 0,9%) ou solução de glicose
(5%) para administração IV.

Tempo de gotejamento: A administração IV é feita em bolus (injeção rápida) ou em
infusão em cerca de 15 minutos.

Concentração máxima diária: A dose máxima diária geralmente não deve exceder
90 mg por via intramuscular e 60 mg por via intravenosa.

Indicação: O cetorolaco é eficaz no alívio da dor aguda moderada a intensa. É
importante observar que seu uso prolongado pode aumentar o risco de efeitos
adversos gastrointestinais e renais.

26
 AINES seletivos Cox-2

Celecoxibe:

Posologia: A dose recomendada de celecoxibe varia de acordo com a
indicação terapêutica. Para osteoartrite, artrite reumatoide e dor aguda, a
dose inicial pode variar de 200 a 400 mg por dia, dividida em uma ou duas
doses diárias. Para alívio da dismenorreia primária, a dose recomendada é
de 400 mg, seguida de 200 mg a cada 8 horas, se necessário.

Indicações terapêuticas: O celecoxibe é indicado para o tratamento da
osteoartrite, artrite reumatoide, espondilite anquilosante, alívio de dor aguda,
dismenorreia primária e polipose adenomatosa familiar.

Potência: O celecoxibe é considerado um AINE seletivo da COX-2 com
potência moderada.

27
 AINES seletivos Cox-2

Celecoxibe injetável:

Forma de aplicação: Administrado por via intravenosa.

Diluente: Deve ser diluído em solução fisiológica (NaCl 0,9%) antes da administração
IV.

Tempo de gotejamento: A administração IV é feita em infusão durante
aproximadamente 30 minutos.

Concentração máxima diária: A dose máxima diária varia dependendo da indicação e
da resposta individual do paciente, mas geralmente não excede 400 mg.

Indicação: O celecoxibe é um AINE seletivo para a COX-2 e pode ser uma alternativa
para pacientes com risco aumentado de efeitos colaterais gastrointestinais dos AINEs
tradicionais. É importante avaliar a relação risco benefício antes de prescrever o
celecoxibe, especialmente em pacientes com histórico de doença cardiovascular.

28
 AINES seletivos Cox-2

Etoricoxibe:

Posologia: A dose recomendada de etoricoxibe varia de acordo com a
indicação terapêutica. Para osteoartrite, a dose usual é de 30 mg por dia.
Para artrite reumatoide e espondilite anquilosante, a dose recomendada é
de 60 mg por dia. Para alívio da dor aguda, a dose inicial pode ser de 90
mg, seguida de 60 mg, se necessário.

Indicações terapêuticas: O etoricoxibe é indicado para o tratamento da
osteoartrite, artrite reumatoide, espondilite anquilosante, alívio de dor
aguda e gota aguda.

Potência: O etoricoxibe é considerado um AINE seletivo da COX-2 com
potência moderada.

29
 AINES seletivos Cox-2

Parecoxibe:

Posologia: A dose recomendada de parecoxibe varia de acordo com a
indicação terapêutica e as necessidades do paciente. É administrado por via
intravenosa, geralmente como uma única dose ou como parte de um regime
de administração perioperatória.

Forma farmacêutica: O parecoxibe é disponibilizado como um pó liofilizado
para reconstituição e administração intravenosa.

Indicações terapêuticas: O parecoxibe é indicado para o controle da dor
aguda pós-operatória.

Potência: O parecoxibe é considerado um AINE seletivo da COX-2 com
potência moderada.

30
 AINES seletivos Cox-2
Em relação ao risco cardiovascular dos AINEs seletivos da COX-2 tem sido objeto
de intensa pesquisa e debate ao longo dos anos. Alguns estudos sugeriram um
aumento do risco de eventos cardiovasculares, como ataques cardíacos e
derrames, associados ao uso desses medicamentos, enquanto outros estudos não
encontraram um aumento significativo desse risco.
Um dos estudos mais influentes que levantaram preocupações sobre o risco
cardiovascular dos AINEs seletivos da COX-2 foi o estudo VIGOR (Vioxx
Gastrointestinal Outcomes Research), conduzido com o rofecoxibe (Vioxx). O
estudo demonstrou um maior risco de eventos cardiovasculares, particularmente
ataques cardíacos, em pacientes que utilizavam rofecoxibe em comparação com
aqueles que utilizavam naproxeno, um AINE não seletivo da COX. Esses achados
levaram à retirada do rofecoxibe do mercado.
Além disso, outros estudos, como o estudo APPROVe (Adenomatous Polyp
Prevention on Vioxx), também sugeriram um risco cardiovascular aumentado com o
uso do rofecoxibe. Esses resultados levaram a uma revisão mais ampla da
segurança cardiovascular de outros AINEs seletivos da COX-2.
31
 AINES seletivos Cox-2

No entanto, é importante observar que outros estudos e análises não encontraram um
risco cardiovascular aumentado significativo com o uso de todos os AINEs seletivos da
COX-2. Por exemplo, o estudo CLASS (Celecoxib Long-term Arthritis Safety Study)
comparou o celecoxibe com o diclofenaco e o ibuprofeno e não encontrou diferenças
significativas na incidência de eventos cardiovasculares graves entre os grupos.

As evidências disponíveis sugerem que o risco cardiovascular associado aos AINEs
seletivos da COX-2 pode variar entre os medicamentos dessa classe. Além disso, o
risco pode ser influenciado por fatores de risco individuais, como idade, histórico
médico, presença de doenças cardiovasculares preexistentes e uso concomitante de
outros medicamentos.

Em geral, é fundamental que os profissionais de saúde avaliem cuidadosamente os
benefícios e os riscos individuais de cada paciente antes de prescrever qualquer AINE
seletivo da COX-2. Recomenda-se que os pacientes discutam seus fatores de risco
cardiovascular com seus médicos e sigam as recomendações de dosagem adequadas,
além de serem monitorados regularmente quanto a qualquer sinal de efeito
cardiovascular adverso durante o tratamento com AINEs seletivos da COX-2.
32
 Anti-inflamatórios Esteroidais (Corticoides)
Mecanismo de ação dos Corticoides:

Os corticosteroides exercem seus efeitos por meio de um mecanismo de ação intracelular complexo. Eles se ligam a
receptores intracelulares específicos, chamados receptores de glicocorticoides (GRs), presentes nas células-alvo do corpo.
Esse complexo receptor-ligante então modula a expressão gênica e afeta a atividade de várias proteínas envolvidas na
resposta inflamatória e imunológica.

Ligação aos receptores de glicocorticoides (GRs):
Após a administração de um corticosteroide, ele atravessa a membrana celular e entra na célula. No citoplasma, o
corticosteroide se liga aos receptores de glicocorticoides (GRs), que estão normalmente presentes no citoplasma, inativos e
associados a proteínas de chaperona.

Translocação para o núcleo:
Após a ligação do corticosteroide ao GR, ocorre uma mudança conformacional do complexo receptor-ligante. Esse complexo
GR-ligante é liberado das proteínas de chaperona e transloca-se para o núcleo da célula.

Ligação ao DNA e modulação da expressão gênica:
No núcleo, o complexo GR-ligante se liga a sequências específicas de DNA, chamadas de elementos de resposta a
glicocorticoides (GREs), presentes nos promotores de vários genes. Essa ligação do complexo GR-ligante aos GREs pode
levar a dois principais efeitos na expressão gênica: ativação ou repressão.

Ativação da expressão gênica: O complexo GR-ligante ativado se liga a GREs em genes específicos, resultando na
transcrição e síntese de proteínas que estão envolvidas na regulação da resposta inflamatória e imunológica. Essas
proteínas incluem enzimas anti-inflamatórias, como a lipocortina-1, que inibe a fosfolipase A2, reduzindo a produção de
mediadores pró-inflamatórios, como as prostaglandinas e os leucotrienos.
33
 Anti-inflamatórios Esteroidais (Corticoides)
Mecanismo de ação dos Corticoides:

Repressão da expressão gênica: O complexo GR-ligante também pode se ligar a GREs em
genes envolvidos na ativação da resposta inflamatória e imunológica, inibindo sua transcrição e
diminuindo a síntese de proteínas pró-inflamatórias, como as citocinas (IL-1, IL-6, TNF-α) e
quimiocinas.

Modulação da atividade de outras proteínas:
Além da regulação direta da expressão gênica, os corticosteroides também podem modular a
atividade de outras proteínas, como as proteínas reguladoras da transcrição e fatores de
transcrição, interferindo em cascata com vias de sinalização intracelular.

Efeitos anti-inflamatórios e imunossupressores:
Os efeitos anti-inflamatórios e imunossupressores dos corticosteroides resultam da inibição da
síntese de mediadores inflamatórios, da supressão da ativação e migração de células
inflamatórias, da redução da permeabilidade vascular, da diminuição da resposta imune e da
modulação da resposta inflamatória.

34
Mecanismo dos Corticoides resumido

35
 Anti-inflamatórios Esteroidais (Corticoides)
Dexametasona:

Forma de aplicação: Injetável (intramuscular, intravenosa ou intra-articular).

Posologia: A dosagem pode variar dependendo da condição médica e da resposta individual.
Deve ser determinada pelo médico.

Diluente: Pode ser diluído em solução fisiológica (cloreto de sódio a 0,9%) ou outra solução
adequada conforme orientação médica.

Tempo de gotejamento: Depende da via de administração e da dose prescrita. Geralmente, é
administrado rapidamente em caso de injeção intramuscular ou intravenosa.

Tempo de ação: A duração do efeito da dexametasona pode variar, mas geralmente é
prolongada.

Efeitos adversos: Os efeitos adversos podem incluir aumento do apetite, ganho de peso,
insônia, alterações de humor, aumento da pressão arterial, distúrbios gastrointestinais e
supressão do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, síndrome de Cushing.

36
 Anti-inflamatórios Esteroidais (Corticoides)
Betametasona:

Forma de aplicação: Injetável (intramuscular, intravenosa ou intra-articular).

Posologia: A dosagem e a frequência de administração são determinadas pelo médico, de
acordo com a condição clínica.

Diluente: Pode ser diluída em solução fisiológica (cloreto de sódio a 0,9%) ou outra solução
adequada conforme orientação médica.

Tempo de gotejamento: Depende da via de administração e da dose prescrita. Geralmente, é
administrado rapidamente em caso de injeção intramuscular ou intravenosa.

Tempo de ação: A duração do efeito da betametasona pode variar, mas geralmente é
prolongada.

Efeitos adversos: Os efeitos adversos podem incluir aumento do apetite, ganho de peso,
insônia, alterações de humor, aumento da pressão arterial, distúrbios gastrointestinais e
supressão do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal. síndrome de Cushing.

37
 Anti-inflamatórios Esteroidais (Corticoides)
Triancinolona:

Forma de aplicação: Injetável (intramuscular, intra-articular ou intralesional).

Posologia: A dosagem e a frequência de administração são determinadas pelo médico,
dependendo da condição clínica.

Diluente: Pode ser diluída em solução fisiológica (cloreto de sódio a 0,9%) ou outra solução
adequada conforme orientação médica.

Tempo de gotejamento: Depende da via de administração e da dose prescrita. Geralmente, é
administrado rapidamente em caso de injeção intramuscular ou intralesional.

Tempo de ação: A duração do efeito da triancinolona pode variar, mas geralmente é
prolongada.

Efeitos adversos: Os efeitos adversos podem incluir aumento do apetite, ganho de peso,
insônia, alterações de humor, aumento da pressão arterial, distúrbios gastrointestinais e
supressão do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, síndrome de Cushing.

38
 Anti-inflamatórios Esteroidais (Corticoides)
Metilprednisolona:

Forma de aplicação: Injetável (intramuscular, intravenosa ou intra-articular).

Posologia: A dosagem e a frequência de administração são determinadas pelo médico de
acordo com a condição clínica.

Diluente: Pode ser diluído em solução fisiológica (cloreto de sódio a 0,9%) ou outra solução
adequada conforme orientação médica.

Tempo de gotejamento: Depende da via de administração e da dose prescrita. Geralmente, é
administrado rapidamente em caso de injeção intramuscular ou intravenosa.

Tempo de ação: A duração do efeito da metilprednisolona pode variar, mas geralmente é
prolongada.

Efeitos adversos: Os efeitos adversos podem incluir aumento do apetite, ganho de peso,
insônia, alterações de humor, aumento da pressão arterial, distúrbios gastrointestinais e
supressão do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, síndrome de Cushing.

39
 Anti-inflamatórios Esteroidais (Corticoides)
Mometasona:

Forma de aplicação: Injetável (intra-articular ou intralesional).

Posologia: A dosagem e a frequência de administração são determinadas pelo médico, com
base na condição clínica.

Diluente: Pode ser diluída em solução fisiológica (cloreto de sódio a 0,9%) ou outra solução
adequada conforme orientação médica.

Tempo de gotejamento: Depende da via de administração e da dose prescrita. Geralmente, é
administrado rapidamente em caso de injeção intra-articular ou intralesional.

Tempo de ação: A duração do efeito da mometasona pode variar, mas geralmente é
prolongada.

Efeitos adversos: Os efeitos adversos podem incluir aumento do apetite, ganho de peso,
insônia, alterações de humor, aumento da pressão arterial, distúrbios gastrointestinais e
supressão do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, síndrome de Cushing.

40
 Anti-inflamatórios Esteroidais (Corticoides)
Hidrocortisona:

Forma de aplicação: Injetável (intramuscular ou intravenosa).

Posologia: A dosagem depende da condição clínica e deve ser determinada pelo médico.

Diluente: Pode ser diluído em solução fisiológica (cloreto de sódio a 0,9%) ou outra solução
adequada conforme orientação médica.

Tempo de gotejamento: Depende da via de administração e da dose prescrita. Geralmente, é
administrado rapidamente em caso de injeção intramuscular ou intravenosa.

Tempo de ação: A duração do efeito da hidrocortisona pode variar, mas geralmente é curta a
moderada.

Efeitos adversos: Os efeitos adversos podem incluir aumento do apetite, ganho de peso,
insônia, alterações de humor, aumento da pressão arterial, distúrbios gastrointestinais e
supressão do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, síndrome de Cushing.

41
 Anti-inflamatórios Esteroidais (Corticoides)
Prednisolona:

Forma de aplicação: Injetável (intramuscular, intravenosa ou intra-articular).

Posologia: A dosagem varia de acordo com a condição médica e deve ser determinada pelo
médico.

Diluente: Pode ser diluída em solução fisiológica (cloreto de sódio a 0,9%) ou outra solução
adequada conforme orientação médica.

Tempo de gotejamento: Depende da via de administração e da dose prescrita. Geralmente, é
administrado rapidamente em caso de injeção intramuscular ou intravenosa.

Tempo de ação: A duração do efeito da prednisolona pode variar, mas geralmente é curta a
moderada.

Efeitos adversos: Os efeitos adversos podem incluir aumento do apetite, ganho de peso,
insônia, alterações de humor, aumento da pressão arterial, distúrbios gastrointestinais e
supressão do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, síndrome de Cushing.

42
 Resumindo

Os AINES (Anti-inflamatórios Não Esteroides) e os AIES (Anti-inflamatórios Esteroides) são dois tipos de
medicamentos utilizados para tratar a inflamação e aliviar sintomas associados a diversas condições médicas. Aqui
está uma diferenciação resumida entre eles:

AINES (Anti-inflamatórios Não Esteroides):

Mecanismo de ação: Os AINES atuam inibindo a enzima ciclo-oxigenase (COX), reduzindo assim a produção de
substâncias inflamatórias chamadas prostaglandinas.

Indicação: São usados para tratar dores leves a moderadas, inflamação e febre.

Exemplos comuns: Ibuprofeno, Naproxeno, Diclofenaco, Celecoxibe.

Efeitos adversos: Podem incluir irritação gastrointestinal, úlceras, sangramento, reações alérgicas e efeitos
cardiovasculares.

AIES (Anti-inflamatórios Esteroides):

Mecanismo de ação: Os AIES, também conhecidos como corticosteroides, atuam de forma mais ampla, modulando
a resposta inflamatória por meio da ligação a receptores intracelulares e afetando a expressão de genes
relacionados à inflamação.

Indicação: São usados no tratamento de condições inflamatórias mais graves, como doenças autoimunes, asma,
alergias graves, entre outras.

Exemplos comuns: Prednisolona, Betametasona, Dexametasona.

Efeitos adversos: Podem incluir supressão do sistema imunológico, ganho de peso, alterações no humor,
osteoporose, hipertensão arterial, síndrome de Cushing entre outros.
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Muito Obrigado!

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