Você está na página 1de 7

Inflamação – Resumo

– Introdução:
A inflamação é uma resposta protetora que envolve células do hospedeiro, vasos sanguíneos,
proteínas e outros mediadores e é destinada a eliminar a causa inicial da lesão celular, bem como as
células e tecidos necróticos que resultam da lesão original e iniciar o processo de reparo.
A inflamação realiza a sua função protetora diluindo, destruindo ou neutralizando os agentes
nocivos (Ex.: Micróbios e toxinas). Apesar ela auxilie na remoção dos agentes lesivos e inicie o
reparo, a inflamação e o processo de reparo podem, contudo, causar danos consideráveis. Isso
ocorre em reações muito fortes, prolongadas ou inapropriadas (alergias e doenças autoimunes).
Normalmente, as moléculas e as células de defesa do hospedeiro, incluindo leucócitos e
proteínas plasmáticas, circulam no sangue, e o objetivo da reação inflamatória é trazê-las para o
local de infecção ou da lesão tecidual.
A inflamação pode ser aguda, caracterizada pela exsudação de líquido e proteínas
plasmáticas, e acúmulo de leucócitos, predominantemente neutrófilos. A inflamação crônica é
caracterizada pelo influxo de linfócitos e macrófagos com proliferação vascular associada a fibrose
(cicatrização). Sendo que esses tipos de inflamação podem se sobrepor usualmente.
A inflamação é induzida por mediadores químicos produzidos pelas células do hospedeiro
em resposta a um estímulo nocivo. Elas são produzidas por macrófagos (usualmente), células
dendríticas, mastócitos e outros tipos celulares; e induzem e regulam a resposta inflamatória. Eles
também são produzidos por proteínas plasmáticas que reagem com antígenos ou tecidos lesados.
Sua função é aumentar a permeabilidade e recrutar leucócitos.
As manifestações externas da inflamação (sinais cardinais) são: calor (aquecimento), rubor
(vermelhidão), tumor (inchaço), dor (dolor) e perda de função (functio laesa). Essas manifestações
ocorrem devido a alterações vasculares e do recrutamento e ativação dos leucócitos.
A inflamação é normalmente autolimitada devido ao baixo período de tempo que as células
recrutados e os mediadores possuem no nosso corpo.
– Inflamação Aguda:
A inflamação aguda possuem dois componentes principais:
a) Alterações vasculares: Vasodilatação, aumento da permeabilidade, alterações no endotélio
vascular resultam no aumento da adesão dos leucócitos e sua migração.
b) Eventos celulares: Emigração dos leucócitos da microcirculação e seu acúmulo no foco da lesão,
os principais leucócitos são os neutrófilos.
• Estímulos:
Podem ser iniciadas por:
a) Infecções: Bactérias, vírus, fungos e parasitas.
b) Trauma e agentes físicos e químicos.
c) Necrose tecidual.
d) Corpos estranhos.
e) Reações imunológicas.
• Reconhecimento
Os fagócitos, células dendríticas e muitas outras células, como as células epiteliais,
expressam receptores designados a sentir a presença de patógenos infecciosos e substâncias
liberadas das células mortas. Esses receptores são chamados de “receptores-padrão de
reconhecimento”, as duas mais importantes famílias desses receptores são:
a) Receptores do tipo Toll: Estão localizados nas membranas plasmáticas e nos endossomos, e são
capazes de detectar micro-organismos extra e intracelulares. O reconhecimento por esses receptores
ativa fatores de transcrição que estimulam a produção de uma série de proteínas de membranas
secretadas. Essas proteínas incluem mediadores de inflamação, citocinas antivirais (interferons) e
proteínas que promovem a ativação dos linfócitos e respostas imunológicas mais potentes.
b) Inflamossomo: É um complexo citoplasmático multiproteico que reconhece produtos de células
mortas, bem como cristais e alguns produtos microbianos. A ativação do inflamossomo resulta da
ativação da caspase 1, que cliva as formas precursoras da citocina inflamatória interleucina1-β em
sua forma biologicamente ativa. A IL-1 é um importante mediador no recrutamento dos leucócitos
na resposta inflamatória aguda.
• Alterações Vasculares:
As principais reações vasculares da inflamação aguda são o aumento do fluxo sanguíneo
resultante da vasodilatação e o aumento da permeabilidade vascular, ambos destinados a trazer
células sanguíneas e proteínas para os sítios de infecção ou lesão.
As alterações nos vasos sanguíneos iniciam rapidamente após a lesão ou infecção, mas
desenvolvem-se em velocidade variáveis.
a) Após vaso constrição rápida (alguns segundos), ocorre vasodilatação das arteríolas, o que causa
vermelhidão (eritema) e calor.
b) O líquido rico em proteínas extravasa para dentro dos tecidos extravasculares. A perda de líquido
aumenta a viscosidade do sangue e diminui a velocidade da circulação, processo denominado
estase.
c) Os leucócitos, principalmente neutrófilos, começam a se acumular na superfície endotelial, um
processo chamado de marginação.
• Aumento da permeabilidade vascular:
A saída de líquido com alta concentração de proteínas leva a um aumento da pressão
osmótica do líquido intersticial, levando a um maior efluxo de água do sangue para os tecidos. O
acúmulo de líquido rico em proteínas, e as vezes células, é chamado de exsudato, enquanto o
transudato é acúmulo de líquido decorrente do aumento da pressão hidrostática nos capilares. O
acumulo de líquidos geram o edema.
Os mecanismos que contribuem para o aumento da permeabilidade nas inflamações agudas
são:
a) Contração da célula endotelial, formando lacunas intercelulares nas vênulas pós-capilares é a
principal causa do aumento da permeabilidade. Ocorre rapidamente após a ligação da histamina,
bradicinina, leucotrienos dentre outros mediadores químicos, a retração mais lenta devido a
mudanças no citoesqueleto ocorre por ligação do TNF e IL-1. Inciam-se após 4-6 hrs do estímulo
inicial e perduram por 24 hrs ou mais.
b) Lesão endotelial, que causa necrose e desprendimento celular. Ocorre geralmente após lesões
grandes (queimaduras). Na maioria dos casos o extravasamento inicia imediatamente após a lesão e
pode persistir por horas até que os vasos sejam trombosados e reparados. O extravasamento
prolongado e tardio também pode ocorrer devido a lesões diretas e persiste por horas ou dias. Outro
fator que lesa o endotélio é o acúmulo de leucócitos nas paredes dos vasos.
c) Aumento da transcitose de proteínas através de canais formados por vesículas intracelulares
aumenta a permeabilidade das vênulas.
d) Extravasamento de novos vasos sanguíneos. Devido à imaturidade dos novos vasos sanguíneos
durante a angiogênese, suas células não apresentam junções de oclusão, logo, são mais permeáveis.
• Aumento da permeabilidade dos linfáticos:
O fluxo da linfa é aumentado e auxilia na drenagem do edema, dos leucócitos e restos
celulares do espaço extravascular, as vezes levando os agentes infecciosos, o que pode causar
linfangite.
• Eventos celulares: Recrutamento e ativação dos leucócitos
Normalmente os leucócitos fluem rapidamente no sangue e, na inflamação, eles têm de ser
parados e levados ao agente agressor ou ao local da lesão tecidual, sítios tipicamente
extravasculares. A sequência de eventos no recrutamento dos leucócitos da luz vascular para o
espaço extravascular consiste em (1) marginação e rolagem ao longo da parede do vaso; (2)
aderência firme ao endotélio; (3) transmigração entre células endoteliais e (4) migração para os
tecidos intersticiais, em direção a um estímulo quimiotático.
a) Marginação e rolamento: Devido ao tamanho maior dos leucócitos, eles se encontram na periferia
dos vasos e durante a estase esse fato unido a diminuição da sua velocidade possibilitam uma
melhor interação entre os leucócitos e o endotélio. O acumulo de leucócitos na periferia dos vasos é
denominado marginação. Quando o endotélio estimulado por mediadores químicos locais eles
apresentam moléculas de adesão na sua superfície, o leucócito então adere a superfície da parede do
vaso e rola sobre ela, processo chamado de rolamento. Essa adesão rápida que constitui o princípio
do rolamento é possível graças as moléculas de selectina.
b) Adesão: A adesão é feita a partir das integrinas presentes nos leucócitos que quando estimuladas
pelas quimiocinas se ligam aos ligantes na superfície das células endoteliais.
c) Transmigração: Os leucócitos migram pelas paredes dos vasos entre as junções intercelulares,
movimento chamado de diapedese que ocorre nas vênulas.
d) Quimiotaxia: Os leucócitos migram orientados por um gradiente químico, processo chamado de
quimiotaxia. Os fatores quimiotático para leucócitos podem ser substâncias endógenas ou exógenas,
por exemplo: Produtos bacterianos, citocinas, componentes do sistema complemento (C5
principalmente) e produtos da via lipoxigenase do ácido araquidônico.
O tipo do leucócito emigrante varia com o tempo da resposta inflamatória e com o tipo do
estímulo. Na maioria das inflamações agudas, os neutrófilos predominam no infiltrado inflamatório,
nas primeiras 6-24hrs, a seguir são substituídos por monócitos em 24-48hrs. Os neutrófilos são os
primeiros a chegar por serem os leucócitos com maior quantidade no sangue, responderem mais
rapidamente as quimiocinas e aderem mais firmemente as moléculas de selectinas produzidas pelas
células endoteliais.
• Ativação dos leucócitos:
Os leucócitos expressam em suas superfícies diferentes classes de receptores que percebem a
presença de micróbios, células mortas e substâncias estranhas. A estimulação desses receptores
geram as seguintes respostas leucocitárias:
a) Fagocitose de partículas: Consiste em três etapas distintas (1) reconhecimento e fixação da
partícula ao linfócito fagocítico; (2) engolfamento, com subsequente formação de um vacúolo
fagocítico; (3) destruição e degradação do material ingerido.
Algumas moléculas do nosso organismo facilitam a fagocitose por envolver o patógeno,
essas moléculas são chamadas de opsoninas, elas são: IgGs, produtos de C3 e lectinas.
No engolfamento, os pseudópodes se estendem em torno do objeto, formando um vacúolo
fagocítico, que logo em seguida se funde a um grânulo lisossômoico, formando um fagolisossoma.
b) Destruição intracelular de micróbios e células mortas fagocitados:
c) Liberação de substâncias que destroem micróbios extracelulares e células mortas.
d) Produção de mediadores que amplificam a reação inflamatória (citocinas, e metabólicos do AA).
• Lesão Tecidual induzida por leucócitos:
Quando as substâncias dos grânulos lisossômicos e os EROs escapam dos leucócitos eles
causam lesões nas células e tecidos do indivíduos, isso ocorre sobre várias circunstâncias:
a) Como parte da reação normal de defesa contra microrganismos infecciosos, quando tecidos
“circunstantes” são lesados.
b) Como tentativa normal de remoção de tecidos lesados e mortos.
c) Em doenças autoimunes ou hipersensibilidades.
Em todas essas circunstâncias os mecanismos pelos quais os leucócitos lesam os tecidos
normais são os mesmos que estão envolvidos na defesa microbiana, pois uma vez ativados os
mecanismos efetivos dos leucócitos não distinguem entre o agente ofensivo e o hospedeiro.
• Defeitos da função leucocitária:
Como os leucócitos desempenham um papel central na defesa do hospedeiro, não é
surpreendente que os defeitos da função leucocitária, genéticos ou adquiridos, aumentem a
suscetibilidade às infecções. A causa mais comum é a supressão da medula óssea e as doenças
metabólicas.
Os distúrbios genéticos são raros, mas alguns defeitos hereditários merecem ser discutidos:
a) Defeitos na adesão leucocitária: DAL-1 (deficiência na adesão leucocitária) ocorre por integrinas
defeituosas, enquanto a DAL-2 ocorre devido a selectinas defeituosas.
b) Defeitos na atividade microbicida.
c) Defeitos na formação do fagolisossoma.
d) Mutações nas vias de sinalização do receptor tipo Toll.
e) Mutação nos genes que codificam componentes do inflamossome.
• Resultados da inflamação aguda:
a) Resolução: Regeneração e reparo → Quando a lesão é limitada ou breve, onde há pouca ou
nenhuma destruição tecidual e quando o tecido é capaz de se regenerar, o resultado normal é a
restauração a normalidade estrutural e funcional. Antes que o processo de resolução se inicie, a
resposta inflamatória aguda deve ser terminada. A resolução da inflamação aguda envolve
neutralização, decomposição ou degradação enzimática dos vários mediadores químicos,
normalização da permeabilidade vascular, cessação da emigração dos leucócitos e morte dos
neutrófilos extravasados.
b) Inflamação crônica: Sucede a inflamação aguda se o agente lesivo não for removido.
c) Cicatrização: É o tipo de reparo que ocorre após a destruição tecidual substancial ou quando a
inflamação atinge tecidos que não se regeneram e são substituídos por tecido conjuntivo. O
acúmulo dos processos de cicatrização leva a fibrose.
• Padrões morfológicos da inflamação aguda:
a) Inflamação serosa: É caracterizada pelo extravasamento de fluído aquoso, relativamente pobre
em proteínas, podendo se originar do soro sanguíneo ou das secreções de células mesoteliais. O
líquido em uma cavidade serosa é denominado de efusão.
b) Inflamação fibrinosa: Ocorre como consequência de lesões mais graves, resultando em maior
permeabilidade vascular que permite a moléculas grandes (como o fibrinogênio) atravessem a
barreira endotelial. É caracterizado por uma rede eosinófila de filamentos.
c) Inflamação supurativa e formação de abcessos: Caracterizadas pela grande quantidade de
exsudato purulento (pus) consistindo em neutrófilos, células mortas e líquido de edema. Os
abcessos são coleções localizadas de pus, eles possuem uma região central de células necróticas
tendo em volta uma camada de neutrófilos preservados e circundada por vasos dilatados e
fibroblastos em proliferação.
d) Ulcera: É o defeito local ou escavação de um órgão ou tecido que é produzida por necrose das
células desprendimento do tecido inflamatório necrótico. A ulceração pode ocorrer apenas quando
há tecido necrótico na superfície ou próximo a ela.
– Mediadores químicos e reguladores da inflamação:
Mecanismos que limitam e terminam as reações inflamatórias:
a) Os mediadores podem ser produzidos localmente pelas células no local da inflamação ou circular
no plasma (sintetizados pelo fígado), como precursores inativos que são ativados no local da
inflamação. Os mediadores celulares podem estar armazenados nas células (grânulos dos
mastócitos), ou podem ser produzidos mediante o estímulo. Os mediadores derivados do plasma
sofrem clivagem proteolítica para adquirir suas atividades biológicas.
b) A maioria dos mediadores induz seus efeitos através da ligação a receptores específicos nas
células-alvo. Os mediadores podem atuar apenas em um ou em alguns alvos ou ter ações mais
amplas, com efeitos diferentes, dependendo do tipo celular que afetem. Outros mediadores possuem
atividades tóxicas e/ou enzimáticas diretas que não requerem a ligação de receptores específicos.
c) As ações da maioria dos mediadores são estreitamente reguladas e de curta duração.
• Mediadores derivados de células:
Aminas vasoativas
a) Histamina: É produzida por várias células, principalmente por mastócitos, basófilos e plaquetas.
É liberada dos grânulos dos mastócitos por estímulos como: (1) lesão física; (2) reações imunes de
hipersensibilidade tipo I; (3) fragmentos do sistema de complemento (C3a e C5 a); (4) proteínas de
liberação de histamina derivada dos leucócitos; (5) neuropeptídios e (6) certas citocinas (IL-1 e IL-
8). Ela causa dilatação das arteríolas e aumenta a permeabilidade vascular.
b) Serotonina: É um mediador vasoativo pré-formado, encontrado primariamente nos grânulos das
plaquetas e liberado durante a agregação plaquetária. Induz a vasoconstrição durante a coagulação.
Metabólitos do ácido araquidônico
a) Prostaglandinas e tromboxanos: Produtos da via COX incluem o E2, PGD2, PGF2alfa,PGI2 e
tromboxanos A2 (TXA2). O TXA2 é produzido nas plaquetas e tem como função a agregação
plaquetária e a vaso constrição. A PGI2 é um vasodilatador e inibidor da agregação plaquetária
produzida pelas células endoteliais. A PGD2 produzida nos mastócitos causa vasodilatação e
potencializa a formação de edemas. A PG2 aumenta a sensibilidade a dor e interage com citocinas
para induzir a febre.
b) Leucotrienos: O LTB4, produzido em neutrófilos e macrófagos, é um potente agente quimiotático
para neutrófilos, o LTC4 produzido pelos mastócitos causam vasoconstrição, broncoespasmo e
aumento da permeabilidade vascular.
c) Lipoxinas: Produzidos quando os leucócitos entram nos tecidos, eles inibem a quimiotaxia e a
aderência dos neutrófilos nos vasos.
Fator de ativação plaquetária: Gerado a partir da membrana dos neutrófilos, monócitos,
basófilos, células endoteliais e plaquetas. Possui função de agregação plaquetária, causa
vasoconstrição e broncoconstrição, auxilia no aumento da aderência de leucócitos, na quimiotaxia,
desgranulação e surto oxidativo.
Citocinas
a) TNF e IL-1: São produzidos por macrófagos ativados, mastócitos e células endoteliais. Sua
secreção é estimulada por produtos microbianos, imunocomplexos e produtos de linfócitos T. Eles
estimulam a expressão de moléculas de adesão nas células endoteliais, o TNF estimula a
trombogenicidade do endotélio, a IL-1 ativa fibroblastos e ativa o inflamossoma. Caso eles caiam
na circulação há reação de fase aguda sistêmica com febre, letargia, síntese hepática de várias
proteínas de fase aguda, devastação metabólica (caquexia), liberação de neutrófilos para a corrente
sanguínea, liberação de hormônio adenocorticotrófico e queda da pressão sanguínea.
b) Quimiocinas: São proteínas quimioatraentes para diferentes tipos de linfócitos. Suas principais
funções são o recrutamento de leucócitos e organização anatômica normal das células nos tecidos
linfoides e outros tecidos. Elas também ativam os leucócitos.
• Mediadores derivados de proteínas plasmáticas
a) Sistema de complemento: Através da ativação das proteínas de sua cascata, ele opsonizam os
patógenos, aumentam a permeabilidade vascular e quimiotaxia dos leucócitos, por fim gera o
complexo de ataque a membrana que adere nas membranas dos micróbios invasores.
Efeitos vasculares: C3a e C5a aumentam a permeabilidade vascular e causam vaso dilatação,
além de induzir os mastócitos a liberarem histamina. O C5a também ativa os neutrófilos e
macrófagos e a via da lipoxigenase.
Ativação, adesão e quimiotaxia dos leucócitos: O C5a e em menor grau o C3a e C4a, ativa
os leucócitos, além de ser um importante fator quimiotático.
Fagocitose: O C3b atua na opsonização.
Complexo de ataque a membrana: … Tenho msm que escrever algo aqui?
A ativação do complexo de ataque a membrana é regulada por diversas proteínas
reguladoras circulantes e associadas às células, por exemplo; a proteína inibidor de C1, fator
acelerador de decomposição (DAF) e o fator H.
b) Sistema de coagulação e das cininas: O fator de Hageman ou fator XII da cascata de coagulação
circula na sua forma inativa até encontrar colágeno, membrana basal ou plaquetas ativadas, ai ele é
ativado e inicia a cascata da coagulação (ativação da trombina, fibrinopeptídeos e fator X), o
sistema de cininas (cininas vasoativas), o sistema fibrinolítico (produzindo plasmina e inativando a
trombina) e o sistema complememto.
Sistema de cininas: Leva a formação final de bradicinina. Semelhante a histamina provoca
aumento da permeabilidade vascular, dilatação arteriolar, broncoconstrição e dor. Sua ação é curta.
Sistema de coagulação: Leva a ativação da trombina que cliva o fibrinogênio formando um
coágulo de fibrina insolúvel. O fator Xa causa aumento da permeabilidade vascular e emigração dos
leucócitos. A trombina se liga a plaquetas, células endoteliais dentre outras células, ao se ligar as
células endoteliais ela estimula o aumento da aderência dos leucócitos. A fibrina gera
fibrinopeptídeos que aumentam a permeabilidade vascular e são quimiotáticos para leucócitos, além
de clivar o C5.
Sistema fibrinolítico: Também ativado pelo fator XIIa, esse sistema cliva a fibrina
solubilizando o coágulo. O produto resultante, a plasmina, é uma protease multifuncional e é ela
que cliva a fibrina. Os produtos dessa degradação aumenta a permeabilidade vascular, a plasmina
cliva o C3 e auxiliam no aumento da permeabilidade vascular e vasodilatação.
– Inflamação crônica:
É a inflamação de duração prolongada na qual inflamação ativa, destruição tecidual e
reparação por fibrose ocorrem simultaneamente. Suas características são as seguintes:
a) Infiltrado de células mononucleares, incluindo macrófagos, linfócitos e plasmócitos.
b) Destruição tecidual, francamente induzida pelos produtos das células inflamatórias.
c) Reparo, envolvendo proliferação de novos vasos (angiongênese) e fibrose.
A inflamação crônica acontece devido:
a) Infecções persistentes.
b) Doenças inflamatórias imunomediadas (hipersensibilidade).
c) Exposição prolongada a agentes potencialmente tóxicos.
• Células e mediadores da inflamação crônica:
1. Macrófagos:
Sob a influência das moléculas de adesão e das quimiocinas, os monócitos começam a
migrar para o local da lesão dentro de 24-48 hrs após o início da inflamação aguda. E dentro do
tecido se diferenciam em macrófagos. A ativação do macrófago segue duas vias:
a) Clássica: É induzida por produtos microbianos, pelos sinais das células T (TNF-gama) e por
substâncias estranhas. Nesse caso os macrófagos vão produzir enzimas lisossômicas, NO e ERO,
além de secretar citocinas pró-inflamatórias.
b) Alternativa: É induzida por células T (IL-4, IL-13), mastócitos e eosinófilos. Eles participam do
reparo tecidual secretando fatores de crescimento que promovem a angiogênese, ativam fibroblastos
e estimulam a síntese de colágeno.
Os macrófagos possuem os seguintes papéis na inflamação crônica:
a) Ingerir e eliminar micróbios e células mortas.
b) Iniciar o processo de reparação tecidual.
c) Secretar mediadores químicos da inflamação (TNF, IL-1, quimiocinas, eicosanoides).
d) Expõem antígenos aos linfócitos T e respondem aos sinais das células T, formando assim uma
alça de feedback.
As áreas de inflamação crônica permanecem com o acúmulo de macrófagos devido ao seu
constante recrutamento a partir da circulação sanguínea e proliferação local.
2. Linfócitos:
Os linfócitos são recrutados sob a manifestação de qualquer estímulo imune específico, bem
como na inflamação não mediada imunologicamente (traumas, isquemia), eles são os principais
orientadores da inflamação em muitas doenças inflamatórias crônicas. Os linfócitos entram nos
tecidos pelos mesmos mecanismos dos outros leucócitos e lá dentro se diferenciam em linfócitos T
CD4 e plasmócitos, sendo o primeiro responsável pela secreção de citocinas e o segundo pela
secreção de imunoglobulinas.
As citocinas secretadas pelos linfócitos T CD4 influenciam na natureza da resposta
inflamatória, por isso podemos classificá-los em três tipos diferentes:
a) Linfócitos Th1: Secretam TNF-gama que ativa os macrófagos na via clássica.
b) Linfócitos Th2: Secretam IL-4, IL-5 e IL-13, que recrutam eosinófilos e são responsáveis pela
via alternativa dos macrófagos.
c) Linfócitos Th17: Secretam IL-17 e outras citocinas que induzem a secreção de quimiocinas que
recrutam neutrófilos e monócitos.
Os linfócitos Th1 e Th17 são importantes na defesa contra bactérias, vírus e doenças
autoimunes, enquanto os Th2 são importantes nas parasitoses por helmintos e nas alergias.
Em algumas reações inflamatórias os linfócitos se agrupam de modo semelhante aos
linfonodos, contendo centros germinativos bem formados, esses casos são observados na sinóvia de
pacientes com artrite reumatoide e na tireoide autoimune.
3. Outras células:
a) Eosinófilos: Encontrados em locais de inflamação por helmintos ou como parte de reações
imunes mediadas por IgE.
b) Mastócitos: Em indivíduos atópicos os mastócitos são revestidos por IgE específicas para certos
antígenos. Quando os antígenos são encontrados os mastócitos liberam histamina e metabólitos do
AA que suscitam as características vasculares encontradas na inflamação aguda. Eles também
produzem citocinas como o TNF e quimiocinas, exercendo um papel benéfico nas inflamações.
Embora a presença de neutrófilos seja a marca da inflamação aguda, eles ainda podem ser
encontrados em grande quantidade em certas inflamações crônicas, isso resulta da persistência das
bactérias e células necróticas ou do resultado dos mediadores secretados por macrófagos. Essas
lesões são chamadas de “aguda em crônica” ou inflamações crônicas agudizadas.
• Inflamação granulomatosa:
É caracterizada por agregados de macrófagos ativados com linfócitos esparsos. Os
granulomas são encontrados nos seguintes casos:
a) Nas respostas de células T a certos microrganismos (Mycobacterium tuberculosis, T. pallidum ou
fungos), nos quais as células T são responsáveis pela ativação crônica do macrófago.
b) Doenças imunomediadas (Ex: Doença de Crohn).
c) Sarcoidose.
A formação de um granuloma prende o agente ofensor, entretanto a formação do granuloma
nm sempre elimina o agente causal.
Nas preparações os macrófagos ativados possuem citoplasma granular róseo com limites
celulares indistintos, eles são chamados de macrófagos epitelioides e são tipicamente circundados
por um colar de linfócitos, os mais antigos podem ter uma orla de fibroblastos e tecido conjuntivo.
Frequentemente as células gigantes podem ser vistos nos granulomas. Nos granulomas associados
com certos microrganismos infecciosos, a combinação de hipóxia e lesão por radical livre leva a
uma zona central de necrose, macroscopicamente é denominada necrose caseosa.

Você também pode gostar