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Sumário~

TECIDO EPITELIAL ..................................................................................................................6

TECIDO CONJUNTIVO .................................................................................. 9

TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO ...................................................................9

TECIDO CONJUNTIVO DE PROPRIEDADES ESPECIAIS ....................................................9

SUBSTÂNCIA FUNDAMENTAL AMORFA..........................................................................10

FIBRAS DO TECIDO CONJUNTIVO .....................................................................................11

FIBRAS COLÁGENAS ............................................................................................................11

FIBRAS RETICULARES..........................................................................................................12

FIBRAS ELÁSTICAS ...............................................................................................................12

CÉLULAS PRÓPRIAS DO TECIDO CONJUNTIVO..............................................................12

COMPONENTES DO TECIDO CONJUNTIVO ............................................... 13

PELE..........................................................................................................................................15

EPIDERME ...............................................................................................................................15

DERME .....................................................................................................................................16

HIPODERME (TELA SUBCUTÂNEA) ...................................................................................17

ANEXOS DA PELE ..................................................................................................................18

FUNÇÕES DO SISTEMA TEGUMENTAR.............................................................................18

PROPRIEDADES FÍSICAS DO SISTEMA TEGUMENTAR..................................................19

SISTEMA LINFÁTICO ............................................................................................................19

DISTRIBUIÇÃO DO SISTEMA LINFÁTICO .................................................. 21

ÓRGÃOS LINFOIDES .............................................................................................................21

BAÇO .......................................................................................................... 22

TIMO ........................................................................................................... 23

AMÍDALAS ................................................................................................. 23

LINFA .......................................................................................................................................24

TOPOGRAFIA DO SISTEMA LINFÁTICO ............................................................................24

ESTRUTURA DO SISTEMA LINFÁTICO ...................................................... 25

CAPILARES LINFÁTICOS......................................................................................................25


PRÉ-COLETORES LINFÁTICOS ............................................................................................26

COLETORES LINFÁTICOS ....................................................................................................26

VÁLVULAS LINFÁTICAS ............................................................................ 27

TRONCOS LINFÁTICOS .........................................................................................................27

DUCTOS LINFÁTICOS................................................................................. 28

LINFONODOS (GÂNGLIOS OU NODOS LINFÁTICOS) .....................................................28

LINFONODO................................................................................................ 29

CIRCULAÇÃO LINFÁTICA....................................................................................................29

ANATOMIA DOS LINFÁTICOS .............................................................................................32

EDEMA .....................................................................................................................................33

FISIOPATOLOGIA DO EDEMA .............................................................................................34

LINFEDEMA ............................................................................................................................36

A MASSAGEM TERAPÊUTICA .............................................................................................38

A DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL .................................................................................39

HISTÓRICO DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL ........................................................39

CONCEITOS GERAIS ..............................................................................................................40

EFEITOS DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL .............................................................41

INDICAÇÕES ...........................................................................................................................42

CONTRAINDICAÇÕES ...........................................................................................................44

COMPONENTES DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL ................................................45

A DRENAGEM LINFÁTICA REVERSA ................................................................................48

MEDIDAS COMPLEMENTARES PARA O TRATAMENTO DO LINFEDEMA .................49

AVALIAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL PARA REALIZAÇÃO DA DRENAGEM LINFÁTICA49

ANAMNESE .............................................................................................................................50

EXAME FÍSICO........................................................................................................................51

PERIMETRIA ...........................................................................................................................52

PERIMETRIA CORPORAL ........................................................................... 52

VOLUMETRIA .........................................................................................................................53

MODELO DE PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL ...............................53

REQUISITOS PARA A MASSAGEM DE DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL ................55


AUTOPREPARAÇÃO ..............................................................................................................55

RELAXAMENTO .....................................................................................................................56

O AMBIENTE ...........................................................................................................................56

PALPAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA PERCEPÇÃO SENSORIAL ..............................56

EXAME DO PACIENTE A CADA ATENDIMENTO .............................................................57

PREPARAÇÃO DO PACIENTE ..............................................................................................57

TÉCNICAS DE DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL ..........................................................59

MANOBRA DE CÍRCULOS COM OS DEDOS ............................................... 61

MANOBRA DE BRACELETES ..................................................................... 64

PRINCIPAIS MANOBRAS DA DLM SEGUNDO O MÉTODO VODDER ...........................64

CÍRCULOS ESTACIONÁRIOS ...................................................................... 65

MOVIMENTOS DE ROTAÇÃO ..................................................................... 67

MÉTODO GANÂNCIA ............................................................................................................67

MANOBRAS DA TÉCNICA DE GANÂNCIA ................................................. 68

MÉTODO GODOY ...................................................................................................................69

SEQUÊNCIA DE MANOBRAS DE DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL CORPORAL ....70

DRENAGEM DA MAMA ........................................................................................................70

BOMBEAMENTO DO TERMINUS ................................................................ 71

CÍRCULOS ESTACIONÁRIOS NA CADEIA AXILAR ................................... 73

DRENAGEM DO ABDOME ....................................................................................................76

DRENAGEM DA REGIÃO ABDOMINAL ..................................................... 77

DRENAGEM DA REGIÃO GLÚTEA .....................................................................................77

DRENAGEM DA REGIÃO LATERAL DA COXA .......................................... 80

DRENAGEM DA REGIÃO POSTERIOR DA COXA ....................................... 80

DRENAGEM DO TORNOZELO .................................................................... 81

DRENAGEM DO PÉ ..................................................................................... 82

DRENAGEM DA REGIÃO DORSAL .....................................................................................82

PRESSOTERAPIA ....................................................................................................................83

EFEITOS FISIOLÓGICOS .......................................................................................................86


TÉCNICAS DE APLICAÇÃO ..................................................................................................88

PRECAUÇÕES .........................................................................................................................89

DEPRESSODRENAGEM LINFÁTICA (DERMOTONIA) .....................................................91

EFEITOS FISIOLÓGICOS .......................................................................................................92

TÉCNICAS DE APLICAÇÃO ..................................................................................................93

DRENAGEM LINFÁTICA SEQUENCIAL (ELETROESTIMULAÇÃO RUSSA) .................94

CONCEITOS DE ELETROESTIMULAÇÃO ..........................................................................94

DRENAGEM LINFÁTICA SEQUENCIAL ...................................................... 96

EFEITOS FISIOLÓGICOS .......................................................................................................96

TÉCNICAS DE APLICAÇÃO ..................................................................................................97

MAPA DE COLOCAÇÃO DOS ELETRODOS PARA A REALIZAÇÃO DA


DRENAGEM LINFÁTICA SEQUENCIAL ..................................................... 99

GLOSSÁRIO ...........................................................................................................................100

REFERÊNCIAS ......................................................................................................................108


TECIDO EPITELIAL

O tecido epitelial, também denominado epitélio, é um dos quatro tipos de


tecidos básicos no nosso organismo, juntamente com conjuntivo, muscular e nervoso. É
formado por células justapostas com pouca substância intercelular entre elas. Esse
tecido é avascular, sendo a nutrição de suas células feita a partir do tecido conjuntivo
adjacente, por difusão, através da membrana basal. Essa membrana promove a adesão
entre os tecidos, permitindo, contudo, a difusão de alimentos, catabólitos e oxigênio. Os
epitélios são inervados, recebendo terminações nervosas livres que formam uma rica
rede intraepitelial.

TECIDO EPITELIAL

O tecido epitelial pode ser classificado em duas categorias: epitélio de


revestimento e epitélio glandular.

EPITÉLIO DE REVESTIMENTO

O tecido epitelial de revestimento (ou proteção) é o revestimento externo do

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corpo, que cobre todos os tipos de cavidades. Quando os tecidos epiteliais são formados
somente por uma camada de células, podem ser classificados como epitélios simples ou
uniestratificados. Os epitélios formados por mais de uma camada de células são
chamados estratificados. Ainda existem epitélios que, apesar de formados por uma
única camada celular, têm células de diferentes alturas, o que dá a impressão de serem
estratificados. Por isso, eles costumam ser denominados pseudoestratificados.
Quanto à forma das células, os epitélios podem ser classificados em:
pavimentosos, quando as células são achatadas como ladrilhos; cúbicos, quando as
células têm a forma de cubo; ou prismáticos, quando as células são alongadas, em forma
de coluna. No epitélio que reveste a bexiga, a forma das células é originalmente cúbica,
mas elas se tornam achatadas quando submetidas ao estiramento causado pela dilatação
do órgão. Por isso, esse tipo de epitélio é denominado epitélio de transição.

EPITÉLIO GLANDULAR

Conjunto de células especializadas cuja função é a produção e liberação de


secreção. As células secretoras são denominadas parênquima e o tecido conjuntivo no
interior da glândula é denominado estroma. O estroma sustenta também vasos
sanguíneos, linfáticos e nervos.
As moléculas a serem secretadas geralmente são armazenadas nas células em
pequenas vesículas envolvidas por uma membrana, chamadas grânulos de secreção. As
células epiteliais glandulares podem sintetizar, armazenar e secretar proteínas, lipídios
ou complexos de carboidratos e proteínas.
Existem parâmetros para classificar os diferentes tipos glandulares, como o
número de células e o local onde a secreção é lançada.
Quanto à organização das células, as glândulas podem ser unicelulares (a
secreção é realizada por células especializadas, espalhadas entre outras células não
secretoras) ou multicelulares (a secreção é realizada por um conjunto de células).

Quanto ao local em que a secreção é lançada, as glândulas podem ser


classificadas como:
• endócrinas – glândulas sem ductos em que a secreção é lançada na
corrente sanguínea e é distribuída para todo o corpo. É a secreção de hormônios que
atuam em locais distantes de onde foram produzidos;

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• exócrinas – glândulas com ducto excretor que transportam a secreção
glandular para a superfície do corpo ou para o interior de um órgão.
Quanto à função, as glândulas podem ser:
• holócrinas – quando as células são eliminadas juntamente com os
produtos de secreção. As células eliminadas são substituídas a partir de células-fonte
existentes na glândula;
• apócrinas – quando as células eliminam, juntamente com os produtos de
secreção, parte do citoplasma no qual a secreção fica acumulada;
• merócrinas – quando as células eliminam somente o produto de
secreção, permanecendo o restante da célula intacto.

TECIDO CONJUNTIVO

Ao contrário dos epitélios, os tecidos conjuntivos caracterizam-se por


apresentar elevada quantidade de substância intercelular. As células que constituem
esses tecidos possuem formas e funções bastante variadas. Trata-se, portanto, de um
tecido com diversas especializações. Entre suas funções estão: preenchimento,
estabelecimento de conexão entre os diversos tipos de tecidos ou órgãos, sustentação
(osso e cartilagem), transporte de substâncias (sangue) e auxílio na defesa orgânica
(glóbulos brancos).
Pode ser dividido conforme detalhado a seguir.

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TECIDO CONJUNTIVO

TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO

O tecido conjuntivo propriamente dito é o menos diferenciado e o mais genérico


dos tecidos conjuntivos, preenchendo todos os espaços entre os tecidos restantes. Logo,
está presente em todos os órgãos, e abaixo da derme, estabelecendo a ligação entre eles.
Permite o transporte de metabólitos e participa na defesa do organismo. É constituído
por vários tipos de células que se encontram imersas em uma substância intercelular,
designada como matriz extracelular.
Pode ser classificado como frouxo (tecido de consistência delicada, flexível e
pouco resistente às trações) ou denso (com predominância acentuada de fibras
colágenas). Os conjuntivos densos podem ser: irregulares, com feixes colágenos em
trama tridimensional, conferindo ao tecido resistência às trações em qualquer direção;
ou regulares, com feixes colágenos seguindo uma organização fixa, em resposta a
trações exercidas em um mesmo sentido, como, por exemplo, nos tendões.

TECIDO CONJUNTIVO DE PROPRIEDADES ESPECIAIS

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Enquadram-se nesse grupo os tecidos adiposo, elástico, reticular, mucoso,
cartilaginoso e ósseo.
O tecido adiposo apresenta células adiposas (adipócitos), que armazenam
gordura. Essas células possuem um vacúolo central (pode aumentar ou diminuir de
acordo com o metabolismo do indivíduo). A quantidade de gordura difere nas partes do
corpo. Suas principais funções são de isolante térmico, de proteção dos órgãos contra
choques mecânicos e de reserva energética.
O tecido elástico é formado por fibras elásticas grossas, por fibras colágenas
finas e por fibroblastos. Também é um tecido pouco frequente, sendo encontrado nos
ligamentos da coluna vertebral e no ligamento suspensor do pênis.
O tecido reticular é formado por fibras reticulares e por células reticulares. É um
tecido muito delicado que forma uma rede para sustentar as células. Encontra-se nos
órgãos que formam as células do sangue (medula óssea).
O tecido mucoso tem aspecto gelatinoso, e é o principal constituinte do cordão
umbilical. Também é encontrado na polpa dental jovem. Nesse tecido há predominância
de substância fundamental amorfa e poucas fibras.
O tecido cartilaginoso é formado por células denominadas condroblastos e
condrócitos. Os condroblastos produzem grande quantidade de fibras proteicas; quando
sua atividade metabólica diminui, passam a ser denominados condrócitos. O tecido
cartilaginoso é desprovido de vasos sanguíneos e de nervos; é nutrido pelo tecido
conjuntivo denso que o envolve.
O tecido ósseo é o principal componente dos ossos. É bem mais resistente que o
cartilaginoso, pois é constituído de uma matriz rígida (formada basicamente por fibras
colágenas e sais de cálcio), e composto por vários tipos de células: osteoblastos,
osteócitos e osteoclastos.

SUBSTÂNCIA FUNDAMENTAL AMORFA

A substância fundamental amorfa ocupa os espaços entre as fibras elásticas e


colágenas, funcionando como lubrificante para esta microarquitetura móvel. É formada
pelo fluido intersticial, ácido hialurônico e complexos de glicosaminoglicanas e
proteínas, denominados proteoglicanas e glicoproteínas. Caracteriza-se por uma

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substância incolor, transparente e homogênea que representa uma barreira à penetração
de partículas estranhas no interior dos tecidos. Apresenta-se como um elemento não
fibroso da matriz, em que as células e outros elementos estão mergulhados.

FIBRAS DO TECIDO CONJUNTIVO

São proteínas que se polimerizam formando estruturas alongadas presentes em


proporções variáveis nos diversos tipos de tecido conjuntivo. Podem ser classificadas
em três tipos principais: colágenas, reticulares e elásticas. Como as fibras colágenas e
reticulares são constituídas de colágeno, existem, na verdade, apenas dois tipos de
sistemas de fibras: o sistema colágeno e o sistema elástico.

Fibras colágenas

São as fibras mais frequentes no tecido conjuntivo. São brancas e alongadas e


têm diâmetro entre 1 µm e 20 µm (micrômetros) mostrando uma estriação longitudinal,
pois são constituídas por fibrilas. São constituídas por colágeno, que é uma
glicoproteína formada principalmente pelo aminoácido glicina. O colágeno é a proteína
mais abundante do corpo humano, representando 30% das proteínas totais. Representa
cerca de 70% do peso da pele seca e tem como função fornecer resistência e integridade
estrutural a diversos órgãos e tecidos.
Os tipos de colágenos mais frequentes são:
• tipo I – é o mais abundante e representa 90% do total de colágeno do
organismo. É encontrado nos tendões, ligamentos, derme, cápsula de órgãos, tecido
conjuntivo frouxo, ossos, dentina e outros. É sintetizado pelos fibroblastos,
odontoblastos e osteoblastos;
• tipo II – é encontrado nas cartilagens: hialina e elástica. É sintetizado
pelas células cartilaginosas;
• tipo III – forma as fibras reticulares e é produzido pelos fibroblastos e
pelas células reticulares;
• tipo IV – está presente nas lâminas basais e no tecido epitelial (não faz
parte do tecido conjuntivo) e é sintetizado pelas células do último;

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• tipo V – associa-se ao colágeno do tipo I para formar as fibrilas e é
sintetizado pelos fibroblastos;
• tipo VI – encontrado junto com o colágeno do tipo II e produzido pelos
condroblastos.

Fibras reticulares

Fibras anastomosadas umas às outras que se dispõem formando uma estrutura


semelhante a uma rede. Possuem diâmetro de 0,5 µm a 2 µm. São formadas por
colágeno do tipo III, associado e elevado teor de glicídios. Formam o arcabouço dos
órgãos hemopoiéticos (baço, linfonodos, medula vermelha...) e redes em torno das
células musculares e órgãos epiteliais (fígado, glândulas endócrinas). São fibras curtas,
finas e inelásticas, compostas principalmente por um tipo de colágeno denominado
reticulina.

Fibras elásticas

Fibras delgadas, que se distinguem facilmente dos outros tipos de fibras por não
apresentar estriações longitudinais. Possuem cor amarelada e são sintetizadas por
diversas células (condrócitos, fibroblastos e células musculares lisas). Seu principal
componente é a elastina, que é bem mais resistente que o colágeno, mas é facilmente
hidrolisada pela elastase (enzima pancreática). Essas fibras cedem facilmente a trações
mínimas, porém retornam rapidamente à sua forma original, tão logo cessem as forças
deformantes.
As fibras elásticas são formadas por fibrotúbulos com 10 nm de espessura,
envolvendo uma parte central amorfa (constituída de elastina). O sistema elástico
apresenta ainda as fibras elaunínicas, encontradas na pele (formadas de fibrotúbulos e
elastina), e as oxitalânicas (só fibrotúbulos), encontradas no ligamento periodontal e nos
tendões.

CÉLULAS PRÓPRIAS DO TECIDO CONJUNTIVO

As células mais comuns do conjuntivo são os fibroblastos, responsáveis pela

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formação das fibras e do material intercelular amorfo. Eles sintetizam colágeno,
mucopolissacarídeos e fibras elásticas. São dotados de certa mobilidade. Quando
inativo, o fibroblasto passa a se chamar fibrócito.
O fibroblasto tem prolongamentos citoplasmáticos, seu núcleo é claro, grande,
de forma ovoide, com cromatina e nucléolo evidente. É rico em retículos
endoplasmáticos rugosos e o complexo de Golgi é bem desenvolvido. Já o fibrócito é
menor, tende a ser fusiforme com menos prolongamentos. Seu núcleo é menor,
alongado e escuro; seu citoplasma é acidófilo, deficiente em retículos endoplasmáticos
rugosos e complexo de Golgi. Contudo, mediante estímulos de cicatrização, o fibrócito
reassume aspecto de fibroblasto. Nos adultos, os fibroblastos não se dividem com
frequência, entrando em mitose apenas quando há lesão do tecido conjuntivo.
O miofibroblasto é uma célula com características entre o fibroblasto e a célula
muscular lisa (tem actina e miosina), sendo responsável pelo fechamento das
feridas.

COMPONENTES DO TECIDO CONJUNTIVO

Além dos fibroblastos, dentro do tecido conjuntivo existem: os macrófagos, que


desempenham papel importante na remoção de elementos intercelulares que se formam
nos processos involutivos fisiológicos, como o retorno do útero ao tamanho original,
após a gestação; as células mesenquimatosas indiferenciadas, que possuem a capacidade
de originar qualquer outra célula do tecido conjuntivo; os mastócitos, plasmócitos e
leucócitos, que atuam nos processos inflamatórios e infecciosos; e, finalmente, os
adipócitos, que são células derivadas dos fibroblastos, que compõem o tecido adiposo e
que são especializadas no armazenamento de gorduras neutras.

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SISTEMA TEGUMENTAR

O sistema tegumentar é formado pela pele e pela hipoderme (tela subcutânea),


juntamente com os anexos cutâneos. O tegumento constitui o manto contínuo que
envolve todo o organismo, protegendo-o e adaptando-o ao meio ambiente. Esse
invólucro somente é interrompido ao nível dos orifícios naturais (narinas, boca, olhos,
orelha, ânus, vagina e pênis) onde se prolonga pela respectiva mucosa. As principais
funções do sistema tegumentar são: proteção, regulação da temperatura do organismo,
excreção, sensibilidade tátil e produção de vitamina D.

ESTRUTURA DO SISTEMA TEGUMENTAR

A pele possui uma porção epitelial, a epiderme, e uma porção conjuntiva, a


derme. Abaixo e em continuidade com a derme está a hipoderme (tela subcutânea), que
embora tenha a mesma morfologia da derme, não faz parte da pele, que é formada por
apenas duas camadas. A hipoderme serve de suporte da derme com os órgãos
subjacentes, além de permitir à pele uma considerável amplitude de movimento.
Unhas, pelos, glândulas sudoríparas e glândulas sebáceas constituem os anexos
cutâneos. A abertura dos folículos pilossebáceos e das glândulas sudoríparas na pele
formam os orifícios conhecidos como poros.

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PELE

A pele, cútis ou tez é o órgão de revestimento externo do corpo, constituindo o


maior e mais pesado órgão do corpo humano. Principal responsável pela proteção do
organismo, representa aproximadamente 12% do peso seco total do corpo. A pele
protege o corpo da perda excessiva de água, do atrito e dos raios solares ultravioletas,
graças a uma camada de queratina relativamente impermeável que recobre a epiderme.
Também recebe estímulos do ambiente e colabora com mecanismos para regular
a temperatura corporal, por meio de vasos e glândulas, oferecendo uma grande
superfície de dispersão calórica e evaporação. A função protetora da pele é
desempenhada por intermédio da percepção sensorial exercida pelos numerosos
receptores especializados e terminações nervosas que fazem da pele uma estrutura
sensorial, tátil, térmica, dolorosa e de pressão.
Compõe-se por duas camadas principais: a epiderme, que é a camada superficial,
composta de células epiteliais intimamente unidas; e a derme, que é a camada mais
profunda, composta por tecido conjuntivo denso e irregular.

Epiderme

Superfície mais externa da pele, formada por um revestimento de células


sobrepostas. É constituída por epitélio estratificado pavimentoso queratinizado, de
origem ectodérmica. A epiderme apresenta ainda três tipos de células: os melanócitos e
as células de Langerhans e de Merkel. A espessura e a estrutura da epiderme variam
com o local do corpo, sendo mais espessa e complexa na palma da mão e na planta do
pé. Com essas características, as principais funções do epitélio incluem absorção,
difusão, excreção, filtração, secreção e proteção. É formada por quatro camadas.
A camada córnea é a mais superficial. Embora seja de pequena espessura, sua
capacidade de retenção hídrica conserva a superfície da pele macia. Essa camada forma
uma cobertura ao redor de toda a superfície do corpo e protege o organismo contra a
invasão de vários tipos de agressores do meio externo. As células mais superficiais são
continuamente eliminadas como resultado da abrasão, como pelo atrito com a roupa, e

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substituídas por células oriundas das camadas mais profundas da epiderme.
Logo abaixo, está a camada granulosa, caracterizada pela presença de células
poligonais com núcleo central, nitidamente achatadas, em cujo citoplasma são
observados grânulos grosseiros e basófilos. São os grânulos de querato-hialina, que
contribuem para a constituição do material interfilamento da camada córnea.
Esses grânulos são expulsos das células e formam uma camada de substância
intercelular que age vedando essa camada de células, impedindo a passagem de
compostos, inclusive a água, entre elas. As células da camada granulosa e também as da
parte mais alta da camada espinhosa apresentam uma camada proteica, elétron-densa,
com 10 nm de espessura, presa à superfície interna da membrana celular. Esse material
proteico confere grande resistência à membrana celular.
Abaixo da camada granulosa, está a camada espinhosa, constituída por quatro a
oito fileiras de células poligonais cuboides ou ligeiramente achatadas, de núcleo central
com pequenas expansões citoplasmáticas que contêm tonofibrilas partindo de cada uma
das células adjacentes. Essas expansões se aproximam e se mantêm unidas pelos
desmossomas, o que dá à célula um aspecto espinhoso.
As tonofibrilas e os desmossomas têm importante função na manutenção da
coesão das células da epiderme e, consequentemente, na sua resistência ao atrito.
Observa-se que, quanto maior a ação de pressões e fricções sobre a epiderme, maior é a
sua camada espinhosa.
A camada germinativa (basal) é a mais profunda da epiderme e apresenta intensa
atividade mitótica gerando novas células. É responsável pela constante renovação da
epiderme, fornecendo células para substituir as que são perdidas na camada córnea.
Nesse processo, as células partem da camada germinativa e vão sendo deslocadas para a
periferia até a camada córnea, num período de 21 a 28 dias. É constituída por células
prismáticas ou cuboides que repousam sobre a membrana basal que separa a epiderme
da derme. Os queratinócitos e os melanócitos são as células dessa camada que repousam
em fileira única.

Derme

É uma espessa camada de tecido conjuntivo sobre a qual se apoia a epiderme.

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Está conectada com a fáscia dos músculos subjacentes por uma camada de tecido
conjuntivo frouxo, a hipoderme. Na derme há fibras elásticas, reticulares e muitas fibras
colágenas. Apresenta vasos sanguíneos, linfáticos e inervações. Contém glândulas
especializadas e órgãos dos sentidos. Sua superfície externa é muito irregular e varia de
região para região.
Em contraste com a epiderme, a derme desenvolve-se a partir da mesoderme
embrionária, assim como os músculos e o esqueleto. A espessura da derme varia em
diferentes locais, mas em média é de cerca de 2 mm. É composta de duas camadas
indistintamente separadas: camada papilar e camada reticular.
A mais externa é a camada papilar, constituída por tecido conjuntivo frouxo. É
assim denominada porque as papilas dérmicas constituem sua parte mais importante. A
função das papilas é aumentar a zona de contato da derme com a epiderme, trazendo
maior resistência à pele. Estende-se pouco abaixo das bases da papila, onde se une à
camada reticular. Apresenta rico suprimento sanguíneo. A camada reticular é a mais
espessa, constituída por tecido conjuntivo denso, e é assim denominada devido ao fato
de que os feixes de fibras colágenas que a compõem entrelaçam-se como uma rede.

HIPODERME (TELA SUBCUTÂNEA)

Tecido sobre o qual a pele repousa, formada por tecido conjuntivo que varia do
tipo frouxo ao denso nas várias localizações e nos diferentes indivíduos. A hipoderme
não faz parte da pele, porém a fixa às estruturas subjacentes. Pode ter uma camada
variável de tecido adiposo dependendo da região do corpo. Além da função de
reservatório energético, a hipoderme apresenta a função de isolamento térmico,
modelagem da superfície corporal, absorção de choques e preenchimento para a fixação
de órgãos. Em algumas regiões, como no abdome e na nádega, o acúmulo de gordura no
tecido subcutâneo pode ser muito amplo. A hipoderme é bem suprida de vasos
sanguíneos e terminações nervosas.
Compõe-se por duas camadas: a superficial é chamada de areolar e possui
adipócitos globulares e volumosos, e é ricamente irrigada; a mais profunda é chamada
de lamelar e é onde ocorre aumento de espessura no ganho de peso.

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ANEXOS DA PELE

Na pele existem várias estruturas anexas: os pelos, as unhas e as glândulas.


Os pelos se originam de uma invaginação da epiderme, o folículo piloso. São
visíveis externamente por sua haste e estão distribuídos por quase todo o corpo. Em
certas regiões exercem papel de proteção, principalmente nas aberturas do corpo.
As unhas são lâminas córneas formadas pela camada córnea. Em sua
extremidade proximal uma estreita prega da epiderme se estende, formando o eponíquo
(cutícula). Possuem coloração rosada e crescem cerca de 1 mm por semana.
As glândulas sebáceas são encontradas anexas aos pelos em todas as regiões do
corpo, sendo mais numerosas, mas de menor volume, nas regiões onde os pelos são
abundantes. Sua secreção é uma mistura complexa de lipídios cuja função é a
lubrificação da pele, além da ação bactericida.
As glândulas sudoríparas distribuem-se em quase todo o corpo. Seu número
varia em cada região e diminui com a idade. A estimulação dos nervos simpáticos faz
com que essas glândulas secretem um fluido de cloreto de sódio, ureia, sulfatos e
fosfatos a depender de fatores como temperatura e umidade do meio e atividade
muscular.

FUNÇÕES DO SISTEMA TEGUMENTAR

Sensibilidade: as sensações cutâneas como tato, dor, calor e frio são captadas
por receptores especializados. Os receptores para dor são terminações nervosas livres
situadas abaixo da epiderme. As sensações táteis são dadas pelos corpúsculos de Paccini
e de Meissner, a sensação de frio pelos corpúsculos de Krause e a de calor pelos de
Ruffini.
Proteção: a pele cobre o corpo e fornece uma barreira física que protege os
tecidos subjacentes de abrasão física, invasão bacteriana, desidratação e radiação UV.
Regulação da temperatura corporal: a pele desempenha um papel importante
na regulação da temperatura corporal. O calor é perdido através da pele pelos processos
de radiação, convecção, condução e evaporação. A sudorese é um processo útil somente
quando o suor pode evaporar. As alterações no fluxo sanguíneo na pele também

18
auxiliam a regular a temperatura corporal.
Excreção: a pele contém dois tipos de glândulas sudoríparas – as glândulas
écrinas, que são glândulas sudoríparas pequenas, e as apócrinas, ou glândulas
sudoríparas grandes. As glândulas estão distribuídas por todo o corpo e são as
verdadeiras secretoras que produzem o suor transparente e aquoso, responsável pela
regulação térmica.
Imunidade: certas células da epiderme (células de Langerhans) são
componentes importantes do sistema imunológico, que expulsa os elementos invasores
do corpo.
Absorção percutânea: é referente à penetração de substâncias através da pele, o
que permite que elas entrem na corrente sanguínea. O estrato córneo é a principal
barreira à difusão.
Síntese de vitamina D: a exposição da pele à radiação ultravioleta (UV) auxilia
na produção de vitamina D, uma substância que ajuda na absorção de cálcio e fósforo
no sistema digestório, e na circulação sanguínea.

PROPRIEDADES FÍSICAS DO SISTEMA TEGUMENTAR

A tensão e a elasticidade são propriedades físicas relacionadas com:


macromoléculas estruturais, colágeno e elastina contidos na pele. A tensão é a
característica que explica o fato de a pele resistir ao estiramento por ação de forças
fracas. A tensão varia em áreas diferentes, sendo mais marcantes nos locais em que a
pele contém fibras elásticas densas, em particular em regiões na qual a pele é fina.

SISTEMA LINFÁTICO

O sistema linfático é uma via acessória da circulação sanguínea, pela qual


líquidos, proteínas e pequenas células provenientes do interstício são devolvidas ao
sistema venoso. É um sistema fechado, intimamente ligado à circulação sanguínea e
importante na manutenção da homeostase corporal. Tem sua origem embrionária no
mesoderma, desenvolvendo-se junto aos vasos sanguíneos.
Suas principais funções são:

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• Promover o retorno de líquido dos tecidos para a circulação – cerca
de 10% do líquido que extravasa dos capilares para o tecido retorna para a circulação
por meio dos capilares linfáticos. A linfa da parte inferior do corpo flui pelo canal
torácico e retorna à circulação nas grandes veias do pescoço (jugular interna esquerda e
subclávia). A linfa do lado esquerdo do corpo também entra no canal torácico. A linfa
do lado direito flui pelo canal linfático direito e retorna à circulação na junção da veia
subclávia direita e da veia jugular interna direita;
• Promover a remoção de proteínas e outras substâncias de alto peso
molecular do Líquido Extracelular (LEC) – os vasos linfáticos têm paredes finas e
com extremidades fechadas (em dedo de luva). A borda de uma célula endotelial
sobrepõe-se à borda da célula adjacente, formando uma válvula que se abre para o
interior do capilar. As substâncias de alto peso molecular penetram nos linfáticos por
essas aberturas;
• Transportar lipídios do intestino para a circulação sanguínea – os
lipídios absorvidos na forma de quilomicrons são lançados diretamente na circulação
linfática, ao contrário dos outros nutrientes, que caem direto na circulação sanguínea;
• Destruir bactérias e remover outras partículas por filtração nos
linfonodos, além de participar de reações imunológicas de defesa.
O sistema linfático não possui um elemento de bombeamento como o sistema
circulatório sanguíneo. A circulação linfática acontece por meio de contrações do
sistema muscular ou de pulsações de artérias próximas aos vasos linfáticos.

20
DISTRIBUIÇÃO DO SISTEMA LINFÁTICO

ÓRGÃOS LINFOIDES

Os órgãos linfoides são o baço, timo e tonsilas (amídalas). Tais órgãos não
possuem associação direta com os vasos do sistema linfático ou com a linfa, mas fazem
parte do sistema imune do organismo. A produção de linfócitos é a principal função dos
tecidos linfoides e órgãos linfáticos.
Os linfócitos têm importante papel no desenvolvimento das respostas
imunológicas, produção de anticorpos e reações imunes. A ação dos tecidos linfáticos
servindo como filtros em certas condições patológicas deram origem à teoria de
barreira, segundo a qual esses tecidos desempenham importante papel nos mecanismos
de defesa do corpo. Partículas inertes, como o carbono, bactérias, vírus, células
cancerosas e hemácias, são retidas nos tecidos linfáticos.
Os tecidos linfáticos, no entanto, só são barreiras até certo ponto, pois os seus
vasos aferentes podem permitir a disseminação de infecções e neoplasias malignas para
outros órgãos e tecidos.

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O baço é um órgão linfoide situado no lado esquerdo da cavidade abdominal,
junto ao diafragma, ao nível das nona, décima e décima primeira costelas. Apresenta
duas faces distintas, uma relacionada com o diafragma (face diafragmática) e outra
voltada para as vísceras abdominais (face visceral). Na face visceral localiza-se o hilo
do baço, por onde penetram vasos e nervos.

BAÇO

O timo é uma massa bilobada de tecido linfoide localizada abaixo do esterno, na


região do mediastino anterior. Ele aumenta de tamanho durante a infância, quando então
começa a atrofiar-se lentamente, diminuindo após a puberdade. No adulto, pode ser
inteiramente substituído por tecido adiposo. O timo confere a determinados linfócitos a
capacidade de se diferenciarem e maturarem em células que podem efetuar o processo
de imunidade mediada por células.

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TIMO

As amídalas (tonsilas) são massas pequenas de tecido linfoide incluídas da


mucosa de revestimento das cavidades bucal e faríngea. As tonsilas palatinas estão
localizadas na parede póstero-lateral da garganta, uma em cada lado. As tonsilas
faríngeas se localizam na parte nasal da faringe. As tonsilas linguais estão localizadas na
face dorsal da língua, próxima a sua base.
Compostas por tecido linfoide e circundando a união das vias bucal e nasal, as
tonsilas desempenham papel adicional contra invasão bacteriana.

AMÍDALAS

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LINFA

O termo linfa é derivado da palavra latina lympha, que significa água –


especificamente, rio claro ou água nascente. Divide com os outros líquidos
extracelulares a responsabilidade de manter o equilíbrio do meio interno do organismo.
É um líquido incolor e viscoso com composição quase igual à do plasma
sanguíneo, que consiste principalmente de água, eletrólitos e proteínas que escapam do
sangue através dos capilares. O que difere a linfa do sangue é a ausência de células
sanguíneas. Juntamente com o líquido cefalorraquidiano, é considerada o líquido mais
nobre do organismo.
Representa aproximadamente 15% do peso corporal e seu escoamento diário no
nível do ducto torácico fica em torno de 2 a 5 litros, podendo alcançar 20 litros em caso
de um aumento patológico de demanda. O fluxo da linfa é relativamente lento. Cerca de
três litros de linfa penetram no sistema cardiovascular em 24 horas. Em média, o fluxo
total de linfa é da ordem de 1,5 ml por minuto.

O mecanismo de formação da linfa envolve três processos simultâneos:


• Ultrafiltração – movimento de saída de água, oxigênio e nutrientes do
interior do capilar arterial para o interstício;
• Absorção venosa – movimento de entrada de água, gás carbônico,
pequenas moléculas e catabólitos do interstício para o interior do capilar venoso, que
ocorre por difusão;
• Absorção linfática – início da circulação linfática determinada pela
entrada de líquido intersticial, proteínas de alto peso molecular e pequenas células, no
interior do capilar linfático, caracterizando a formação da linfa.

TOPOGRAFIA DO SISTEMA LINFÁTICO

A rede linfática é formada pelos capilares linfáticos, que desembocam nos pré-
coletores, que, por sua vez, desembocam nos vasos coletores e por fim nos troncos
linfáticos. Os vasos linfáticos estão ausentes: no sistema nervoso central, músculo
esquelético, medula óssea, polpa esplênica e cartilagem hialina.

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ESTRUTURA DO SISTEMA LINFÁTICO

Capilares linfáticos

Os capilares linfáticos são os vasos iniciais da circulação linfática. São pequenos


vasos condutores constituídos por células endoteliais que se sobrepõem em escamas,
formando microválvulas que se tornam pérvias, permitindo sua abertura ou seu
fechamento, conforme o afrouxamento ou a tração dos filamentos de proteção. Quando
tracionados, os filamentos permitem a penetração de água, partículas, pequenas células
e moléculas de proteínas no interior do capilar, iniciando então a formação da linfa. O
refluxo linfático não ocorre devido ao fechamento das microválvulas linfáticas.
A rede capilar linfática é rica em anastomoses, sobretudo na pele, onde os
capilares linfáticos estão dispostos de forma superficial e profunda, em relação à rede
capilar sanguínea. O mesmo não ocorre nos vasos e ductos linfáticos. Nos capilares
linfáticos, os espaços intercelulares são mais amplos, permitindo que as trocas líquidas
entre o interstício e o capilar linfático ocorram facilmente não só de dentro para fora,
como de fora para dentro do vaso.

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Pré-coletores linfáticos

Os pré-coletores linfáticos são vasos intermediários entre os capilares e os


coletores linfáticos. Possuem estrutura semelhante aos capilares. Seu endotélio é
recoberto por tecido conjuntivo, que em certos pontos se prolonga juntamente com as
células endoteliais, para o lúmen do vaso, formando as válvulas que direcionam o fluxo
da linfa. Seguem um trajeto sinuoso e possuem fibras colágenas, elementos elásticos e
musculares, que lhe proporcionam propriedades de alongamento e contratibilidade.

Coletores linfáticos

São os vasos mais calibrosos, possuindo estrutura semelhante à das grandes


veias. Compõem-se por três camadas: a túnica íntima, mais interna, com fibras
elásticas longitudinais que formam numerosas válvulas; a túnica média, que envolve a
anterior e possui células da musculatura lisa, responsáveis pela contratilidade do vaso e
pela propulsão da linfa; e a túnica adventícia, mais externa e espessa formada por
fibras colágenas longitudinais e por terminações nervosas. Os coletores podem ser pré-
nodais (aferentes) ou pós-nodais (eferentes).
O coletor linfático, quer superficial ou profundo, possui numerosas válvulas
bivalvulares; sendo os espaços compreendidos entre cada válvula denominados
linfangions.
As válvulas linfáticas asseguram o fluxo da linfa numa só direção, ou seja, para
o coração. Assim como para as veias, as válvulas linfáticas se projetam na direção da
corrente linfática e estão dispostas de tal maneira que permitem um escoamento livre
em direção aos grandes vasos linfáticos e impedem o refluxo. As válvulas são
semilunares e formadas por finas camadas de tecidos fibrosos, cobertos em ambas as
faces por endotélio. Estão inseridas por sua borda convexa à parede do vaso.
Nos vasos linfáticos, as válvulas são mais numerosas próximas aos linfonodos e
são encontradas mais frequentemente nos vasos linfáticos do pescoço e do membro
superior do que nos do membro inferior. A parede do vaso linfático logo acima do local
de inserção de cada válvula é dilatada em uma bolsa ou seio, que dá a esses vasos,
quando distendidos, o aspecto nodoso ou em rosário.

26
VÁLVULAS LINFÁTICAS

O linfangion é a unidade funcional do sistema linfático, responsável pela


propulsão da linfa. Sua estrutura corresponde a um segmento com uma camada
muscular central e válvulas formadas por prolongamentos da túnica íntima em ambas as
extremidades. A borda de um linfangion forma a válvula do seguinte.
A propulsão da linfa se inicia quando o linfangion apresenta sua válvula inicial
aberta e a final fechada, então começa a se encher de linfa e, quando estiver totalmente
cheia, a linfa pressiona suas paredes estimulando as fibras musculares da túnica média
que abrem a válvula final e fecham a inicial. Esse processo acontece sucessivamente nos
linfagions seguintes, num movimento peristáltico, com pulsações variando entre 8 e 22
vezes por minuto, resultando em um fluxo circulante no organismo de 2 a 5 litros de
linfa em situações normais.
Ao lado do sistema linfático, outras ações podem interferir na motilidade dos
linfangions: o bombeamento do sistema arterial; o bombeamento muscular; os
movimentos respiratórios que provocam mudanças na pressão da cavidade torácica,
estimulando o ducto torácico; o peristaltismo intestinal; a massagem de drenagem
linfática e a pressão externa promovida por enfaixamentos e contensão elástica.

Troncos linfáticos

Os troncos linfáticos, ou coletores terminais, são vasos de maior calibre que


recebem o fluxo linfático, e compreendem os vasos linfáticos lombares, intestinais,
mediastinais, subclávios, jugulares e descendentes intercostais. A união dos troncos
intestinais, lombares e intercostais forma o ducto torácico. Os troncos jugulares,
subclávios e broncos mediastinal direito formam o ducto linfático direito.

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DUCTOS LINFÁTICOS

O ducto torácico é o maior tronco linfático e geralmente desemboca na junção


da veia jugular interna com a veia subclávia, do lado esquerdo. Origina-se na cisterna do
quilo, uma dilatação situada anteriormente à segunda vértebra lombar, onde
desembocam os vasos que recolhem o quilo intestinal. Recebe a linfa oriunda dos
membros inferiores, do hemitronco esquerdo, do pescoço e da cabeça, além do membro
superior esquerdo.
O ducto linfático direito corre ao longo da borda medial do músculo escaleno
anterior na base do pescoço e termina na junção da veia subclávia direita com a veia
jugular interna direita. Seu orifício possui duas válvulas semilunares, que evitam a
entrada de sangue venoso. Recolhe a linfa oriunda do membro superior e hemitórax
direito, do pescoço e da cabeça.

Linfonodos (gânglios ou nodos linfáticos)

Aglomerados de tecido retículo-endotelial revestido por uma cápsula de tecido

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conjuntivo, que se dispõem ao longo dos vasos do sistema linfático. Pesquisadores
afirmam existir entre 400 e 600 linfonodos no homem (entre superficiais e profundos),
os quais geralmente estão dispostos em cadeia. O número de linfonodos varia entre as
regiões e os indivíduos, e seu volume também é variável, ocorrendo um importante
aumento com a idade, em decorrência dos processos patológicos ou agressões que a área
de drenagem tenha sofrido.
Apresentam variações na forma, tamanho e coloração, ocorrendo normalmente
em grupos e desempenham em geral o papel de reguladores da corrente linfática, cuja
função é filtrar impurezas da linfa e produzir linfócitos, células de defesa especializadas.
Estão geralmente situados na face anterior das articulações, ao longo do trajeto dos
vasos sanguíneos, como ocorre no pescoço e nas cavidades torácicas, abdominal e
pélvica. Na axila e na região inguinal são abundantes, sendo inclusive palpáveis.
O linfonodo é formado por uma cápsula conjuntiva periférica que se adere ao
tecido adiposo. É constituído por dois tipos de células: as células reticulares, cuja
atividade primordial é a fagocitose e a pinocitose; e as células linfoides, que são muito
especializadas, contêm a memória imunológica e que, portanto, são essenciais no
mecanismo das reações imunológicas, podendo reagir diretamente, ou por meio de
anticorpos, contra um único tipo de antígeno.

LINFONODO

CIRCULAÇÃO LINFÁTICA

As circulações linfáticas e sanguíneas estão intimamente relacionadas. As


moléculas pequenas vão, em sua maioria, diretamente para o sangue, sendo conduzidas

29
pelos capilares sanguíneos, e as grandes partículas alcançam a circulação por meio do
sistema linfático. Entretanto, mesmo macromoléculas passam para o sangue via
capilares venosos, sendo que o maior volume do fluxo venoso faz com que, no total, o
sistema venoso capte muito mais proteínas que o sistema linfático. Contudo, a pequena
drenagem linfática é vital para o organismo ao baixar a concentração proteica média dos
tecidos e propiciar a pressão tecidual negativa fisiológica que previne a formação do
edema e recupera a proteína extravasada.
Ao fluir pelos capilares, pré-coletores e coletores, o fluxo linfático proveniente
de várias regiões do corpo desemboca nos dois principais ductos coletores do corpo
humano: o canal linfático direito e o ducto torácico. Os ductos coletores transportam a
linfa, em direção às cadeias ganglionares.
O transporte da linfa pode ser explicado pela hipótese de Starling sobre o
equilíbrio existente entre os fenômenos de filtração e reabsorção que ocorrem nas
terminações capilares. A água, rica em elementos nutritivos, sais minerais e vitaminas,
ao deixar a luz do capilar arterial, desemboca no interstício, onde as células retiram os
elementos necessários ao seu metabolismo e eliminam os produtos de degradação
celular. Em seguida, o líquido intersticial, pelas pressões exercidas, retoma a rede de
capilares venosos.

TROCAS SANGUÍNEAS E LINFÁTICAS

Várias pressões são responsáveis pelas trocas através do capilar sanguíneo: a

30
pressão hidrostática sanguínea impulsiona o fluido pela membrana capilar, em direção
ao interstício. A pressão osmótica sanguínea tende a movimentar o fluido do interstício
em direção ao capilar. A pressão de filtração surge da relação entre as pressões
hidrostáticas e osmóticas. A pressão tissular é a pressão exercida sobre o fluido livre nos
canais tissulares.

O fluxo linfático depende de fatores extrínsecos e intrínsecos.

Fazem parte dos extrínsecos:


• Contração e peristaltismo muscular – os movimentos de contração
muscular, pela própria fisiologia do movimento, influenciam a formação da linfa, a sua
propulsão e o fluxo linfáticos. Promove movimentação dos líquidos tanto da circulação
sanguínea quanto da linfática. Essa movimentação permite que os líquidos que se
encontram em estase alcancem os ductos linfáticos, facilitando sua drenagem;
• Gradiente de pressão entre os espaços intersticiais e os vasos
linfáticos – quanto maior a pressão dos espaços intersticiais, maior é a quantidade de
líquidos que alcançam os vasos, pois o líquido é formado devido a um valor de pressão
resultante, sendo grandezas diretamente proporcionais;
• Respiração e pressões intratorácicas – os movimentos respiratórios
promovem uma ação rítmica e contínua no fluxo linfático 24 horas por dia. Ao
inspirarmos ocorre um aumento no volume pulmonar. Entre os pulmões existe um órgão
chamado cisterna do quilo, que, durante essa fase da respiração, é comprimido. Essa
compressão impulsiona a linfa no sentido antigravitacional, para o ducto torácico;
• Compressão externa dos tecidos – a compressão externa aumenta a
pressão resultante e consequentemente a quantidade do líquido formado;
• Alterações térmicas – o aumento da temperatura promove uma
dilatação das arteríolas e com isso ocorre uma elevação no volume sanguíneo e
consequentemente um aumento do volume filtrado.

Já os intrínsecos são:
• Contractilidade dos vasos linfáticos – os vasos linfáticos realizam
contrações rítmicas que independem dos movimentos respiratórios e da pulsação
arterial. A linfa é conduzida na direção centrípeta, e quanto maior é a contratilidade dos
vasos, maior será a propulsão da linfa;

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• Vias acessórias de fluxo – geralmente surgem em condições patológicas
como queimaduras e processos inflamatórios, facilitando o transporte da linfa. Em
condições normais, essas vias estão inativas;
• Presença e localização das válvulas que evitam o refluxo da linfa – as
válvulas são constituídas por filamentos contráteis, se encontram no interior dos vasos,
se abrem quando a linfa passa, e se fecham logo após essa passagem. Esse mecanismo
impede que o fluxo que está em direção contra a gravidade retorne, facilitando seu
trajeto. O fluxo da linfa ocorre de acordo com contrações rítmicas ao longo dos vasos
coletores e pré-coletores, os quais são constituídos por músculo liso. A propulsão da
linfa é determinada pelos seguintes mecanismos: dilatação das paredes; fechamento e
abertura da válvula; fluxo linfático.

ANATOMIA DOS LINFÁTICOS

Os linfáticos do membro superior dividem-se em: superficiais, localizados na


derme e no tecido celular subcutâneo sob a aponeurose; e profundos, localizados abaixo
dos superficiais. A rede superficial é mais densa nos dedos e na face palmar da mão.
Existem coletores interósseos anteriores e posteriores, dois coletores radiais e dois
coletores ulnares profundos. Os principais gânglios linfáticos do membro superior são
os gânglios supraepitrocleares e gânglios do sulco deltopeitoral.
Os linfáticos do membro inferior compreendem os coletores superficiais satélites
das safenas interna e externa e os coletores da região glútea. Os principais gânglios
linfáticos do membro inferior são os gânglios inguinais, poplíteos, o gânglio tibial
anterior, os gânglios ilíacos e lombo-aórticos.
O tórax é drenado pela via anterointerna diretamente pelos gânglios situados na
altura das articulações condroesternais. Os linfáticos da região abdominal média e
supraumbilical se dirigem igualmente aos gânglios mamários internos.
Os linfáticos da parede abdominal se dirigem da linha abdominal média
infraumbilical aos grupos ganglionares inguinais correspondentes.
A face posterior do tórax é drenada em direção aos gânglios axilares; em direção
aos grupos subescapulares homolaterais.

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EDEMA

O termo edema refere-se ao acúmulo de quantidades anormais de líquido nos


espaços intercelulares ou nas cavidades do organismo. Macroscopicamente, o edema
apresenta-se como aumento de volume dos tecidos que cedem facilmente à pressão
localizada, dando origem a uma depressão que rapidamente desaparece.
Microscopicamente, o edema se expressa por alargamento dos espaços entre os
constituintes celulares.
A quantidade de líquido nos espaços intersticiais depende da pressão capilar, da
pressão do líquido intersticial, da pressão oncótica, da permeabilidade dos capilares, do
número de capilares ativos, do fluxo linfático e do volume total de líquido extracelular.
O surgimento do edema está ligado à circulação linfática, seja diretamente, em
consequência do aumento do aporte líquido, ou indiretamente, em consequência de uma
patologia linfática específica.
O edema é resultado do desequilíbrio verificado entre o aporte de líquido
retirado dos capilares sanguíneos pela filtragem e drenagem desse líquido. O estado de
equilíbrio – ou seja, o estado fisiológico – é atingido quando as vias de drenagem são
suficientes para evacuar o líquido trazido pela filtragem. Ocorre uma constante
renovação do líquido intersticial na qual as células do corpo podem retirar os elementos
necessários ao seu metabolismo. Se não houver interrupção, não ocorrerá edema.
Quando o aporte de líquido filtrado se torna mais importante e o sistema de drenagem
não aumenta em consequência disso, ocorre um desequilíbrio entre a filtragem e a
evacuação a expensas desta última. Os tecidos se enchem de líquido, a pressão
intratecidual aumenta e a pele se distende. O tecido incha e ocorre o edema.
Existem dois extremos de edema: um ligado ao excesso de aporte de líquido e
outro causado por insuficiência da rede de evacuação. Esse edema ligado ao excesso de
aporte de líquido é de origem vascular. Clinicamente, ele apresenta o sinal de Godet ou
cacifo, ou seja, uma pressão aplicada com o dedo o deprime e, após a supressão dessa
pressão, a depressão persiste. O outro tipo de edema ocorre quando a drenagem é
insuficiente, enquanto o aporte de filtragem é normal. As vias linfáticas possuem um
poder de adaptação muito grande: elas podem drenar uma média de 24 a 30 litros de
linfa por dia. Pode ocorrer, entretanto, que, apesar de tudo, a rede seja insuficiente. O
edema se instala, se organiza e se torna fibroso, e as possibilidades de evacuação
dependerão do seu grau de evolução e de organização. Clinicamente, ele não apresenta

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o sinal de Godet, não sendo, dessa forma, possível deslocá-lo por meio de pressões.

FISIOPATOLOGIA DO EDEMA

O estudo da fisiopatologia do edema deve ser feito levando-se em conta as


principais causas desse sinal. Em condições normais, os gradientes sangue-interstício de
pressão hidrostática e oncótica e a drenagem linfática são os responsáveis pela filtração
e absorção de líquidos na microcirculação sem que haja acúmulo excessivo de água no
interstício. O edema se forma quando surgem transtornos nesses componentes.
A origem dos edemas está relacionada com os seguintes fatores: aumento da
pressão hidrostática do sangue na microcirculação; redução da pressão oncótica
(coloidosmótica) das proteínas plasmáticas; permeabilidade vascular aumentada;
alterações da drenagem linfática; alterações do interstício; retenção renal de sódio e
água. Os edemas podem resultar da ação isolada de qualquer dos fatores citados, mas é
mais frequente e grave quando há participação de mais de um deles.

Aumento da pressão hidrostática

A pressão hidrostática varia em virtude da posição do indivíduo. Ela irá


aumentar nas veias ao se assumir a posição ortostática, será nula ao nível da safena
interna ao deitar-se e poderá atingir valores negativos quando o indivíduo estiver
deitado com os membros inferiores levantados. O aumento da pressão hidrostática
facilita a filtração líquida para o interstício. Qualquer variação na dinâmica do
transporte de líquido ao nível da membrana capilar que puder aumentar a pressão do
líquido intersticial desde seu valor normal negativo de - 6 mmHg até valor positivo irá
produzir edema.
O aumento da pressão hidrostática relaciona-se a hiperemia ativa ou passiva
(com suas diversas causas, como calor, traumas, inflamações, varizes, oclusões venosas
etc.). O edema assim determinado pode ser localizado (por exemplo, as obstruções
venosas) ou generalizado (por exemplo, na insuficiência cardíaca congestiva).

Redução da pressão oncótica

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A pressão oncótica está ligada à presença de proteínas em oposição à filtração
capilar, exercendo, em condições normais, uma pressão de aproximadamente 25 mmHg.
Qualquer diminuição das proteínas “circulantes” terá como consequência a diminuição
da pressão oncótica que se opõe à filtragem. Disso resulta que a diminuição das
proteínas plasmáticas aumenta a filtragem e diminui a reabsorção.

Aumento da permeabilidade capilar

O aumento da permeabilidade traduz-se, morfologicamente, por ampliação dos


espaços interendoteliais, aumento da atividade pinocitótica do endotélio e
adelgaçamento da parede vascular. Quando o aumento da permeabilidade ocorre, não
apenas o líquido vaza muito rapidamente dos capilares para os espaços teciduais, como
também ocorre escapamento das proteínas plasmáticas, que se acumulam, em excesso,
nos espaços intersticiais. Por conseguinte, a permeabilidade capilar aumentada pode ser
causa de edema por pelo menos três fatores diferentes: vazamento excessivo de líquido
pelos poros dilatados para os espaços intersticiais; pressão coloidosmótica plasmática
diminuída, pela perda de proteína; e pressão coloidosmótica intersticial aumentada, pelo
acúmulo de proteína.

Obstrução da drenagem linfática (linfedema)

Na maioria dos edemas, o fluxo da linfa aumenta consideravelmente, indicando


que o sistema linfático desempenha nesses casos, papel antiedema. Desde que o sistema
linfático permaneça em condições de exercer sua função, a maior oferta de líquido ao
interstício ou a menor reabsorção de líquido pelos vasos sanguíneos é compensada pelo
aumento da drenagem linfática; o edema só aparece quando é ultrapassada a capacidade
de compensação do sistema linfático.
A interferência com a drenagem linfática é uma causa óbvia de expansão do
líquido intersticial. A causa mais grave para essa condição é o bloqueio dos linfáticos,
que impede o retorno normal das proteínas à circulação.
Embora o revestimento endotelial normal seja impermeável à passagem de

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proteínas, uma pequena quantidade de albumina passa para o espaço intersticial
juntamente com a troca de líquido entre os compartimentos vascular e intersticial. Com
a obstrução linfática, nem a pequena quantidade de líquido perdida do compartimento
intravascular, nem a proteína de dentro do líquido intersticial consegue sair, assim
reduzindo a pressão osmótica efetiva do sangue. Desse modo surge o linfedema.

Aumento da pressão coloidosmótica do líquido intersticial

Quando aumenta a permeabilidade capilar para macromoléculas e cresce o


conteúdo em proteínas no interstício, a pressão oncótica intersticial eleva-se,
favorecendo a retenção de líquido. As proteínas que vazam através das paredes capilares
vão ficar gradualmente acumuladas nos espaços intersticiais até que a pressão
coloidosmótica intersticial adquira valor próximo da pressão coloidosmótica plasmática.
Como resultado, os capilares perdem sua capacidade osmótica normal de reter líquido
na circulação, de modo que esse líquido passa a ficar acumulado nos tecidos. Dessa
forma, a pressão oncótica plasmática diminui e a pressão oncótica do líquido intersticial
aumenta, levando ao acúmulo de líquido nos espaços intersticiais e à consequente
formação de edema.

LINFEDEMA

Desenvolve-se a partir de um desequilíbrio entre a demanda linfática e a


capacidade do sistema em drenar a linfa. Sendo as proteínas de alto peso molecular
extravasadas para o interstício e absorvidas exclusivamente pelo sistema linfático
inicial, no momento em que ele perde sua capacidade de escoamento, por destruição ou
obstrução da via linfática em algum ponto de seu trajeto, ocorre a estagnação da linfa no
vaso, e posterior extravasamento de volta ao interstício.
O aumento da concentração de proteínas no meio vascular causado pelo
extravasamento e não absorção delas gera alteração da pressão osmótica e acarreta a
presença definitiva de fluido no interstício, o que constitui o linfedema. Uma vez que a
linfa é um fluido com altas concentrações de proteínas, sua presença no interstício
propicia a proliferação e cultura de germes, tornando o membro acometido sujeito a
episódios de infecção, cada uma delas aumentando a perda de vasos linfáticos.

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A presença de proteínas gera também fibrose, tornando o edema mais duro e
menos responsivo a drenagem postural. Estudos indicam que o linfedema é o resultado
de uma combinação de fatores, e não de uma única causa. Podem ser classificados
quanto à:
➢ origem – podem ser primários ou secundários. Quando primários, são
subdivididos em precoce e congênito. O linfedema precoce é de etiologia
desconhecida, ocorre nos membros inferiores, podendo ser decorrente de desequilíbrios
hormonais ou falhas no desenvolvimento dos vasos linfáticos. O linfedema congênito
aparece ao nascimento, sendo caracterizado por uma estrutura inadequada dos vasos
linfáticos. São secundários quando decorrem de causas externas (lesões teciduais;
patologias como a filariose, insuficiência venosa, erisipela, linfangites ou celulites;
quadros infecciosos e inflamatórios e efeitos colaterais de tratamentos oncológicos);
instalação e aos achados clínicos – podem ser classificados como: agudos, os
linfedemas moderados e transitórios que ocorrem nos primeiros dias após a cirurgia
como resultado da incisão dos canais linfáticos; ou crônicos, que é a forma mais
comum, sendo usualmente insidioso, com ausência de dor, não sendo associado a
eritemas, normalmente, irreversível;
• intensidade – o linfedema pode ser classificado em fases de I a IV. Os
linfedemas de fase I são os que se desenvolvem após atividades físicas ou ao final do
dia e melhoram espontaneamente ao repouso e aos estímulos linfáticos. Os de fase II
são espontaneamente irreversíveis, mas podem ser controlados com terapêuticas
apropriadas. Os de fase III são irreversíveis e mais graves. Apresentam grau elevado de
fibrose linfostática com grande estagnação da linfa nos vasos e capilares. Possuem
alterações de pele importantes, tornando-se vulneráveis a erisipelas, eczemas,
papilomatoses e fistulas linfáticas. Os de fase IV são as chamadas elefantíases, sendo
irreversíveis e apresentam complicações como papilomatose, queratoses, fistulas
linfáticas e angiomas. Traduz a total falência dos vasos linfáticos;
• topografia – o linfedema de grau A ocorre em pacientes que
permanecem a maior parte do tempo sem edema, sendo portadoras de uma insuficiência
linfática crônica e compensada, apresentando todas as medidas simétricas iguais e com
ausência de edema em dorso de mão. O linfedema de grau B ocorre em pacientes
permanentemente com edemas suaves, sem modificações estruturais da pele e do tecido
celular, tendo pelo menos uma medida desigual no braço, antebraço ou mão. O

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linfedema de grau C ocorre em pacientes com modificações estruturais definitivas da
pele e tecido celular, consistindo as verdadeiras elefantíases cirúrgicas.

A MASSAGEM TERAPÊUTICA

A palavra masage data da Antiguidade e pode ser derivada de raízes de


diferentes línguas, como o termo grego massein, que se traduz como amassar, o termo
hebraico massech ou o termo árabe mass, com o significado de palpar. O termo francês
masseur foi utilizado na língua inglesa com o significado atribuído aos praticantes de
diferentes técnicas.
O homem utiliza a massagem como recurso terapêutico desde os tempos pré-
históricos.
A utilização da massagem na prática médica foi descrita por Homero em 1200
a.C. e por Hipócrates em 460 a.C. Era usada nos banhos pelos gregos e romanos para
assegurar saúde e beleza.
Em tempos mais recentes foi desenvolvida e elaborada por Peter Ling, da
Suécia, e Mezger, da Holanda. Posteriormente seus defensores foram Weir Mitchell e
Kellogg, nos Estados Unidos, e Cyriax e Mennel, na Inglaterra.
A massagem terapêutica pode ser definida como uma compressão metódica e
rítmica do corpo, ou parte dele, para que se obtenham efeitos terapêuticos. É um
conjunto de diversas técnicas manuais que atuam nos tecidos corporais, com efeito, sob
os sistemas: nervoso, muscular, circulatório e energético. Com objetivo de promover o
alívio do estresse ocasionando relaxamento, mobilizando estruturas variadas, aliviando
a dor, diminuindo o edema, prevenindo deformidades, além de promover a
independência funcional em um indivíduo que tenha um problema de saúde específico.
Existem diversos tipos de massagens oriundas de diversas técnicas, porém todas
são derivadas de movimentos primários que fazem parte da técnica denominada de
massagem clássica. Os movimentos básicos da massagem clássica são derivados
principalmente de termos franceses, como: deslizamento ou alisamento, superficial e
profundo (effleurage), amassamento (petrissage), percussão (tapotment); entre outros,
como a fricção e a vibração.
Os efeitos de cada técnica, e suas variáveis, são aplicados de acordo com o

38
objetivo a ser alcançado pelo terapeuta. O conhecimento da manobra e as condições do
paciente são de fundamental importância para uma boa aplicação da massagem,
verificando-se, em cada uso, uma resposta adequada. As indicações para o uso da
massagem podem ser avaliadas somente por alguém que conhece a anatomia e a
fisiologia do corpo humano e os processos de doença e lesão; com o conhecimento de
suas limitações e dos perigos de ser usada de modo errado.
A massagem pode ser utilizada para fins de prevenção e restauração do estado
físico ou melhoramento estético. Utilizada também em atletas antes e após a
competição. Pode ser corporal e facial. A massagem deve ser realizada com cuidados,
respeitando indicações e contraindicações e não deve provocar hematomas ou dor. As
manipulações de massagem movimentam e ativam os sistemas muscular, nervoso e
circulatório. Estimulam uma melhor nutrição dos tecidos e eliminação de toxinas,
levando ao paciente um estado de bem-estar e relaxamento.

A DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL

HISTÓRICO DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL

Já na Antiguidade, os médicos possuíam noções sobre a linfa e os vasos


linfáticos, sendo conhecidos desde as primeiras dissecações feitas por Hipócrates (450
a.C.) e posteriormente Vesalius (no século XVI). No século XVII, porém, foi que
alguns anatomistas descobriram e estudaram a linfa e os vasos linfáticos. Em 1651,
Pecquet observou o ducto linfático descrevendo a “Cisterna Chyli”, comprovando que o
quilo não é drenado para o fígado e sim para um local determinado que mais tarde
recebeu o nome de “Cisterna de Pecquet”.
Em 1628, Gassend fez uma descrição de veias leitosas que observou no cadáver
de um condenado à morte, porém, a descoberta da importância e das funções da linfa é
creditada ao anatomista dinamarquês Thomas Bartholin, que comparou em seu trabalho
a circulação linfática ao fértil vale do rio Nilo.
O primeiro relato de utilização da drenagem linfática data de 1892, quando o
cirurgião austríaco Winiwarter iniciou a aplicação da técnica. Em 1936, o dinamarquês
Emil Vodder e sua esposa Estrid desenvolveram o estudo e a prática da drenagem

39
linfática na Riviera Francesa. Observou-se sucesso no tratamento de pacientes com
estados gripais crônicos por meio de estimulação suave nos linfonodos cervicais.
Em 1967, foi criada a Sociedade de Drenagem Linfática Manual, incorporada
em 1976 à Sociedade Alemã de Linfologia. Muitos grupos aderiram à técnica e
passaram a difundi-la, acrescentando contribuições individuais, porém mantendo os
princípios preconizados por Vodder.
Na década de 60, Foldi estudou as vias linfáticas da cabeça e suas relações com
o líquor cerebroespinhal. Ele e sua equipe desenvolveram a terapia complexa
descongestiva, associando cuidados higiênicos, o uso de bandagens compressivas e
exercícios linfomiocinéticos à drenagem linfática manual, principalmente no tratamento
clínico do linfedema.
Em 1977, os professores Albert e Oliver Leduc adaptaram o método do
professor Foldi e do doutor Vodder, demonstrando, por radioscopia, o efeito de
aceleração do fluxo linfático mediante drenagem linfática manual.
Em 1978, num Congresso Internacional da Associação para Drenagem Linfática
Manual, na Áustria, comprovou-se a eficácia da drenagem linfática manual em
pacientes pósmastectomizadas.
Atualmente, a técnica de drenagem linfática manual difundiu-se por todo o
mundo e é utilizada em diversos serviços de saúde para o tratamento de muitas
patologias.

CONCEITOS GERAIS

A drenagem linfática manual é uma técnica de massagem altamente


especializada, representada por um conjunto de manobras suaves, lentas e rítmicas
muito específicas, que atuam basicamente sobre o sistema linfático superficial, visando
drenar o excesso de líquido acumulado no interstício, nos tecidos e dentro dos vasos,
através das anastomoses superficiais. Objetiva aumentar a atividade linfocinética dos
canais linfáticos normais e a motricidade do linfangion além do relaxamento e/ou
amolecimento do tecido conjuntivo alterado.
Para ser efetiva, a drenagem linfática manual deve ser aplicada por profissional
habilitado em linfoterapia, que conheça bem a anatomia, fisiologia e patologias
linfáticas e que saiba aplicar com segurança todos os componentes da técnica. Ao

40
executar a drenagem linfática manual é preponderante observar aspectos como o ritmo,
a característica e a pressão das manobras, a harmonia dos movimentos e o sentido
orgânico do fluxo linfático. Se corretamente executada, a drenagem pode estimular a
abertura dos linfáticos iniciais e aumentar o volume do fluxo da linfa em até 20 vezes.

EFEITOS DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL

Os efeitos da drenagem linfática estão baseados nos mecanismos fisiológicos de


pressões existentes entre os tecidos e os vasos sanguíneos e linfáticos. Os sistemas
neurovegetativo, imunológico e vascular sofrem influência direta dessa técnica. A
drenagem linfática influencia diretamente:
• as respostas imunes – estimulando a produção e a renovação das células
de defesa do organismo;
• a velocidade de filtração da linfa – a drenagem linfática induz o
aumento do fluxo linfático e consequentemente proporciona o aumento da velocidade
com que a linfa passa pelo linfonodo;
• filtração e absorção dos capilares sanguíneos – a pressão exercida pela
massagem, sobretudo na fase de captação, atua também sobre o sistema circulatório
sanguíneo;
• quantidade de linfa processada pelos gânglios linfáticos – em
decorrência do aumento do fluxo linfático e do volume de linfa circulante, a quantidade
de linfa processada pelos gânglios será maior;
• motricidade intestinal – as massagens abdominais realizadas no trajeto
intestinal aumentam a motricidade das alças e as condições de absorção intestinal;
• sistema nervoso autônomo – a drenagem linfática exerce efeito
vagotônico com ação sedante e analgésica sobre as estruturas tratadas, devido à ativação
do sistema nervoso parassimpático;
• previne a formação de fibrose tecidual – por causa da remoção de
proteínas do interstício;
• promove um retorno mais rápido da sensibilidade fina dos retalhos
decolados em cirurgias.

A drenagem linfática influencia indiretamente no(a):

41
• aumento da quantidade de líquido excretado – a drenagem linfática
favorece o escoamento de líquidos congestionados nos tecidos;
• melhora da nutrição celular – a drenagem linfática aumenta a captação
de oxigênio pelos tecidos, favorecendo a nutrição celular;
• melhora da oxigenação tecidual – a drenagem linfática reduz o edema,
facilitando o aporte de sangue arterializado;
• desintoxicação dos tecidos intersticiais – a retirada de líquido
intersticial acumulado favorece a troca e o aporte de substâncias importantes ao
organismo, possibilitando a renovação do líquido intersticial nos tecidos que sofreram
influência da drenagem linfática;
• eliminação de ácido lático da musculatura esquelética – a drenagem
linfática manual acelera o fluxo linfático, colaborando com a excreção do ácido lático
acumulado em músculos fatigados, diminuindo o tempo de dor;
• absorção dos nutrientes pelo trato digestivo – os alimentos ingeridos e
processados sofrem o processo de reabsorção de gorduras através do sistema linfático.

INDICAÇÕES

É indicada para:
• edemas e linfedemas – a drenagem linfática age ativando a circulação
sanguínea propiciando a redução do linfedema e regeneração do sistema linfático. A
depender do estágio da disfunção podem ser necessárias medidas auxiliares como o uso
de enfaixamento compressivo e contenções elásticas;
• fibro edema geloide e lipoesclerose – a drenagem linfática auxilia a
evacuação de líquidos proteicos e toxinas que tornam o tecido acometido pela patologia
edemaciado e com aderências, normalizando o pH intersticial e favorecendo a nutrição e
a oxigenação tissular;
• insuficiência venosa crônica – a incontinência valvular, com estase ou
refluxo, leva a rede linfática a se revelar insuficiente para drenar o líquido intersticial
excessivo. Juntamente com esse excesso de líquido intersticial, há uma aglomeração
anormal de proteínas e um aumento do número de leucócitos. A drenagem linfática
auxilia na redução do edema de forma eficaz e rápida, eliminando o excesso de líquido
do meio tissular para os vasos venosos e linfáticos;

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• cefaleias e nevralgias – a cefaleia do tipo tensional é a mais frequente
entre todos os tipos. Essa modalidade de cefaleia tem como mecanismo fisiopatogênico
a seguinte sequência de eventos: uma problemática psicológica desencadeia uma
contração muscular que aliada a vasoconstrição leva à produção de catabólicos
algogênicos, dando a dor como resultado final. A drenagem linfática manual aumenta a
circulação local, além de promover relaxamento e sedação geral, contribuindo para a
redução da dor e do espasmo muscular;
• edemas gestacionais – durante o período gestacional ocorrem inúmeras
modificações no organismo feminino para proporcionar ao feto o máximo de
desenvolvimento e independência, o que põe à prova todo organismo da gestante, e que
poderá levá-la a relatar inúmeras queixas. O edema de membros inferiores faz parte das
queixas mais frequentes, e é acompanhado por vários ajustes secundários de outros
sistemas. Seu surgimento está ligado à circulação linfática: seja diretamente, em
consequência do aumento de aporte de líquido; ou indiretamente, em consequência de
uma patologia linfática específica. A drenagem linfática manual é um recurso valioso
para a prevenção e o tratamento dessa condição;
• síndrome pré-menstrual – a sintomatologia característica da síndrome
da tensão pré-menstrual, como cefaleia, mastalgia, fadiga, dores nas pernas e
desconforto pélvico, irritabilidade e ansiedade desse período, podem ser amenizadas
pela drenagem linfática;
• tratamento pós-cirurgia plástica – na recuperação pós-cirúrgica, a
técnica de drenagem linfática manual é empregada para drenar edemas, favorecer e
acelerar a regeneração tecidual e aliviar quadros álgicos. Quanto mais precoce for o
início da realização da drenagem linfática manual melhor e mais rápida a recuperação
do paciente. A drenagem atua tanto na regressão do edema como na uniformização do
tecido que está cicatrizando por baixo da pele, evitando ondulações e a formação de
nódulos na região. A execução da massagem de drenagem no pós-operatório deve
obedecer a alguns princípios: ser suave, para evitar possíveis lesões teciduais; evitar
movimentos de deslizamento; seguir o trajeto das vias que não foram comprometidas
pelo ato cirúrgico; elevação do segmento a ser drenado; ser realizada de modo que não
promova um maior tensionamento na incisão cirúrgica, fixando-a com uma das mãos;
• tratamento coadjuvante de cicatriz hipertrófica e queloideana;
• enfermidades crônicas das vias aéreas como rinites, sinusites, faringites.

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CONTRAINDICAÇÕES

Existem contraindicações absolutas e relativas para a realização da drenagem


linfática.
Entre as contraindicações absolutas estão:
• tumores malignos não controlados – pelo risco de disseminação de
metástases da patologia por via linfática;
• tuberculose – o bacilo desencadeador da tuberculose (bacilo de Koch)
aloja-se nos gânglios linfáticos. Por conta da estimulação ganglionar, o bacilo pode
voltar à atividade;
• processos infecciosos e inflamatórios agudos – a aceleração do fluxo
linfático pode disseminar a infecção;
• edemas oriundos de insuficiências renais, hepáticas ou cardíacas não
controlados – a sobrecarga de fluxo linfático originado pela drenagem linfática pode
levar a congestão e falência das estruturas fragilizadas por patologia de base;
insuficiência renal aguda – ao aumentar o aporte de líquido a ser filtrado pelo rim, a
drenagem linfática pode causar um colapso do sistema renal;
• trombose venosa profunda, flebites e tromboflebites agudas – pelo
risco de tromboembolismo;
• erisipela em fase aguda – a aceleração do fluxo linfático pode
disseminar a infecção.

Entre as contraindicações relativas estão:


• hipertireoidismo – a estimulação direta sobre a glândula pode alterar a
secreção hormonal, portanto, a drenagem linfática deve ser realizada sem manipulação
sobre a área da tireoide;
• insuficiência cardíaca – o aumento do fluxo cardíaco ocasionado pela
drenagem linfática pode ocasionar aumento do trabalho cardíaco e colapso do sistema,
portanto, a drenagem linfática só deve ser realizada em pacientes compensados
metabolicamente e com autorização do médico cardiologista;

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• menstruação abundante – a drenagem linfática tende a aumentar o
fluxo menstrual, portanto, nesse período, convém evitar estimulação direta sobre a área
abdominal;
• asma brônquica e bronquite – deve-se evitar estimular a região esternal
para não potencializar as crises;
• hipotensão arterial – pacientes portadores de hipotensão arterial devem
ser monitorados quanto à pressão, antes, durante e após os atendimentos de drenagem
linfática;
• afecções da pele – não massagear diretamente as áreas acometidas;
• estados febris – a aceleração do fluxo linfático pode disseminar
processos infecciosos.

COMPONENTES DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL

Há regras na drenagem linfática manual que devem ser respeitadas para que seus
efeitos positivos sejam obtidos.

➢ Pressão
Na drenagem linfática manual procura-se atuar nos tecidos mais periféricos, por
possuírem 70% dos capilares linfáticos existentes no corpo, forçando, por pressão, o
líquido intersticial a tornar-se linfa que acabará impulsionando a linfa já existente no
capilar linfático e nos vasos linfáticos mais profundos.
Portanto, a pressão exercida deve ser suave o suficiente para alcançar os
capilares linfáticos superficiais, sem atingir o tecido muscular, o que significa um valor
aproximado de 40 mmHg. Como é difícil dimensionar esse valor, pode-se basear no
aspecto da pele, que não deve apresentar hiperemia. A pressão deve ser bem menor do
que a usada na massagem terapêutica tradicional.

➢ Direção
A drenagem linfática manual deve sempre ser iniciada pelo segmento proximal,
pelas manobras que facilitem a evacuação, feitas nos linfonodos regionais, e só então
deve seguir para as manobras de reabsorção e captação. Realizadas ao longo das vias
linfáticas e nas regiões de edemas, obtendo assim um esvaziamento prévio das vias

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pelas quais a linfa terá que fluir.

➢ Ritmo e frequência
Os movimentos da massagem devem ser feitos de forma rítmica e lenta. A mão
do terapeuta deve percorrer a área tratada lentamente com pressão suficiente para
produzir os efeitos desejados sem causar lesão tecidual, num ritmo constante, sendo a
direção do movimento centrípeta. O ritmo deve ser uniforme, regular e sempre adaptado
ao tecido tratado. A cada movimento de bombeamento deve corresponder um intervalo
de tempo de, no mínimo, um segundo.

➢ Repetição
As manobras devem ser repetidas de quatro a seis vezes em cada local, havendo
uma concentração maior de tempo, nos locais onde o edema for maior.

➢ Etapas
Ao final de cada etapa (cinco manobras de movimentos circulares em cada local
de uma região), procede-se à drenagem da linfa para o local de início da manobra,
seguindo-se ao mesmo caminho inicial.

➢ Caminho
A pressão exercida deve seguir sempre o sentido fisiológico da drenagem. O
trajeto das manobras segue a anatomia do local, orientado pelas vias linfáticas que
estabelecem continuidade entre si, sempre tendo em suas extremidades um grupamento
ganglionar. Há a necessidade de se drenar um local mais proximal para se avançar a um
local mais distal. A massagem deve iniciarse pelas manobras que facilitem a evacuação,
objetivando descongestionar as vias linfáticas, para isso, é de vital importância o
conhecimento das vias de drenagem para o sucesso da terapia.

➢ Tempo
A drenagem linfática é uma técnica lenta e que induz ao relaxamento, portanto,
demanda certo tempo para ser aplicada. O tempo médio para drenagem de cada
segmento é de cerca de 20 minutos; considerando-se variações como a presença de
edema ou linfedema severo, condições nas quais pode ser necessário um tempo maior.

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➢ Produtos
Existe um deslocamento natural da pele durante as manobras de drenagem
linfática. Esse deslocamento é um importante componente na ativação do sistema
linfático. Dessa forma, o uso de produtos deslizantes pode impedir ou dificultar a
realização de algumas manobras. Em casos de ressecamento extremo da pele podem-se
aplicar algumas gotas de óleo apenas para lubrificação cutânea.

➢ Manobras de evacuação
O objetivo dessas manobras é proporcionar um aumento do fluxo linfático na
região proximal, deixando-a descongestionada e preparada para receber a linfa de
regiões mais distais. Ao esvaziar essas vias, não haverá sobrecarga maior a esses vasos
quando da realização das demais manobras.
Nessa etapa, as manobras de drenagem linfática devem ser realizadas da região
proximal para a distal. A região proximal corresponde à raiz do membro e a região
distal corresponde ao seu extremo inferior. Por exemplo, a região proximal do membro
inferior é a virilha e a região distal é o pé.
A drenagem do membro inferior inicia com o descongestionamento dos
linfonodos inguinais. Segue-se da região proximal da coxa até os linfonodos inguinais,
sendo que cada manobra na coxa reinicia um pouco menos proximal até os linfonodos
inguinais, sendo a última manobra da coxa, da região mais distal até os linfonodos
inguinais.
Segue-se para o joelho, parte-se da mais proximal da perna até os linfonodos do
joelho, para enfim chegar a mais distal até os linfonodos do joelho. Depois, para a parte
mais proximal do pé até o tornozelo, para enfim chegar à sua região mais distal, até o
tornozelo. Segue-se para os dedos do pé, sempre se iniciando da proximal até a
articulação metatarso-falangeana, para enfim chegar a mais distal até a articulação
metatarso-falangeana. Nesse ponto, termina a evacuação e começa a captação.

➢ Manobras de captação
O objetivo das manobras de captação é absorver os líquidos excedentes das
regiões com estase linfática e transportá-los pelos vasos em direção à circulação venosa.
Nessa etapa, as manobras devem ser realizadas da região distal de cada membro para a
proximal, sempre no sentido da circulação de retorno.
No membro inferior, inicia-se na região distal dos dedos até a articulação

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metatarsofalangeana; segue-se para o pé, inicia-se na região distal do pé até o tornozelo;
segue-se para a perna, inicia-se na região distal até o joelho; segue-se para o joelho,
inicia-se na região distal até a proximal e após descongestiona-se os linfonodos; segue-
se para a coxa; inicia-se na região distal até a virilha e, depois, descongestiona-se os
linfonodos.

A DRENAGEM LINFÁTICA REVERSA

Em cirurgias com incisões amplas, especialmente em cirurgias plásticas, existe


uma interrupção dos vasos linfáticos superficiais prejudicando a drenagem linfática
fisiológica dos líquidos. Ao realizar a drenagem linfática no sentido clássico podem
surgir edemas pericicatriciais, uma vez que as vias não estão íntegras, promovendo uma
tensão indesejável no local da lesão.
Propôs-se, então, a utilização de outras vias para escoamento da linfa, que
estejam íntegras. A essa técnica denominou-se drenagem linfática reversa. Em
intervenções como as abdominoplastias, por exemplo, a drenagem da linfa dos
quadrantes inferiores do abdome (que confluem para a região inguinal) fica
interrompida pela retirada do tecido, restando íntegras apenas as vias dos quadrantes
superiores (que confluem para os linfonodos axilares).
Essa técnica foi bem fundamentada, já que nos procedimentos cirúrgicos
exemplificados ocorrem rompimentos importantes de vasos arteriais, venosos e
linfáticos, promovendo a obstrução da circulação linfática superficial e, às vezes, a
profunda também fica comprometida, com infecções e necroses. Os edemas resultantes
desses procedimentos são frequentemente observados.
O termo reversa pode dar uma falsa ideia de que o fluxo da linfa pode ser
invertido, o que não ocorre, pois o sistema linfático é um “sistema de mão única”.
Porém, existe uma densa rede de capilares linfáticos que se anastomosam e se
intercomunicam livremente, absorvendo e conduzindo a linfa a várias direções.
Portanto, as linhas divisórias das áreas linfáticas delimitam as distintas zonas linfáticas,
formando quadrantes ou áreas linfáticas com zonas de esvaziamento independentes.
Entre essas zonas existem comunicações chamadas anastomoses, que permitem
em caso de necessidade desviar o líquido edematoso de uma área a outra: são as

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anastomoses linfolinfáticas. Essas anastomoses, em situações de necessidade, podem ser
estimuladas por meio de manobras manuais, isto é, por drenagem reversa, que
encaminham a linfa para a direção pretendida.
A drenagem linfática reversa deve ser realizada até a reconstituição dos vasos,
fato que ocorre cerca de 30 dias após a intervenção cirúrgica.

MEDIDAS COMPLEMENTARES PARA O TRATAMENTO DO


LINFEDEMA

Em casos de linfedemas importantes, sobretudo após cirurgias de dissecção


axilar ou na presença de patologias específicas do sistema linfático, pode ser necessária
a utilização de medidas complementares para o controle da disfunção, como a utilização
do enfaixamento compressivo.
O enfaixamento é realizado logo após a drenagem linfática com o objetivo de
manter a diminuição do edema conseguida por meio do procedimento. Normalmente
utilizam-se faixas de material pouco elástico e com pouca pressão. A pele é envolvida
em uma malha de tecido para proteção e a seguir é recoberta por espumas e
enchimentos próximos às articulações e saliências ósseas, para evitar que ocorram
compressões.
Na camada seguinte utiliza-se atadura de crepom para fixar os enchimentos no
local e não permitir a movimentação. Finalmente aplicam-se as ataduras inelásticas,
começando o enfaixamento a partir das articulações metacarpofalangeanas. Com o uso
de várias camadas de faixas, realiza-se o ajuste de maneira a proporcionar maior pressão
às porções mais distais dos membros e menor pressão às porções proximais.
Também são importantes os exercícios miocinéticos. Esses exercícios são
realizados com o membro enfaixado com ataduras elásticas. Quando o linfedema estiver
mais controlado, a frequência da terapia de drenagem linfática e o enfaixamento
compressivo vão sendo reduzidos e gradativamente substituídos pela utilização de
contenções elásticas.

AVALIAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL PARA REALIZAÇÃO DA

49
DRENAGEM LINFÁTICA

Para a realização segura da técnica de drenagem linfática é importante uma


avaliação funcional prévia do paciente e de suas condições clínicas. Quando da presença
de alguma alteração sistêmica importante ou patologia de base, a liberação do médico
responsável torna-se relevante. Os itens que compõem a avaliação são apresentados a
seguir.

ANAMNESE

Uma anamnese detalhada é importante pela influência que os hábitos diários e


antecedentes patológicos, psicológicos e hereditários exercem sobre a instalação e
evolução de diversas disfunções. Pode ser estruturada em tópicos:
• identificação do paciente – coleta de dados pessoais, como nome,
endereço, telefone, além de idade, sexo, raça e profissão;
• história clínica – o paciente deve ser questionado a respeito de ser
portador de patologias sistêmicas/metabólicas, como: diabetes; hiper ou hipotensão
arterial; alterações cardíacas ou vasculares; neoplasias; hiper ou hipotireoidismo; asma
brônquica; alterações renais; hemofilia, distúrbios neurovegetativos; afecções cutâneas;
alergias, entre outras;
• patologias linfáticas de base – questionar o paciente com relação à
presença de patologias linfáticas congênitas ou adquiridas, prévias à ocorrência dos
edemas;
• medicamentos em uso – é importante questionar o paciente a respeito
do uso de medicamentos que possam ser indicativos do controle de alguma patologia;
• estresse/ansiedade – é importante questionar o paciente em relação a
sintomas de ansiedade;
• qualidade do sono – deve-se questionar sobre a qualidade do sono,
qualificandoa em ruim, regular ou boa;
• prática regular de atividade física – se o paciente não realiza atividade
física regular deve ser firmemente aconselhado a fazê-la, caso não existam patologias
específicas que o impeçam. O exercício físico é parte do tratamento do linfedema;

50
• menopausa/método contraceptivo – a paciente deve ser questionada
em relação à utilização de hormônios que possam ser desencadeadores de edemas
linfáticos; sintomatologia – a sintomatologia dos edemas linfáticos pode incluir
fadiga, astenia, sensação de peso nos membros, tensão, dores espontâneas e à palpação;
• história cirúrgica (caso o linfedema seja decorrente de dissecção
axilar/mastectomia ou cirurgia plástica) – questionar a respeito do tipo e data do
procedimento, inclusão ou não de prótese, nome do cirurgião responsável, tempo de
internação e tipo de anestesia, medicamentos em uso, recomendações médicas e
restrições, intercorrências cirúrgicas, localização e aparência da cicatriz, sensibilidade
local e sinais clínicos;
• história obstétrica – se paciente do sexo feminino, questionar a respeito
de gestações anteriores (ganho de peso, uso de cinta, alterações posturais, surgimento de
estrias e flacidez); se gestante, questionar a respeito do tempo gestacional e possível
intercorrência e sintomatologias presentes;
• história do período menstrual – se paciente do sexo feminino,
questionar a respeito da presença de sintomatologia dolorosa e incômodo durante o
período menstrual (cefaleia, mastalgia, fadiga, dores nas pernas e desconforto pélvico,
irritabilidade e ansiedade);
• tratamentos anteriores (tipo, duração, objetivos, resultados) – é
importante questionar o paciente em relação às suas experiências anteriores e
expectativas para que todos os pontos do tratamento possam ser suficientemente
esclarecidos e todas as dúvidas sanadas.

EXAME FÍSICO

Dividido em inspeção e palpação, devendo ser iniciado pela inspeção. Nesse


item, são observados critérios como posição antálgica, edemas, hematomas, equimoses;
e são avaliados de acordo com sua presença, ausência e localização. O critério
“cicatrizes” se refere à localização, enquanto o “aspecto da pele” analisa a cor e o tônus.
Um dos pontos mais importantes do exame físico se refere à “palpação”. Por
esse procedimento, é possível identificar: a presença ou ausência de “dor”, a existência
de “aderência cicatricial” e também a presença de “edema”, constatando-se o fato de
serem com ou sem cacifo. A avaliação da “sensibilidade” é fundamental, para constatar

51
seu estado normal aumentado ou diminuído.
Avaliar sinais clínicos – peso, altura, IMC, pressão arterial, frequência cardíaca.

PERIMETRIA

Determina os valores de circunferência de um segmento corporal perpendicular


ao eixo longitudinal do mesmo segmento. As medidas devem ser feitas em níveis
estabelecidos em intervalos de tempo periódicos e, de modo geral, repetidas sempre
pelo mesmo terapeuta. Para a comparação, as medidas devem ser realizadas num
mesmo horário do dia. Um método é verificar a circunferência a cada 5 cm ao longo de
todo o membro.
Nos membros superiores, tem-se como ponto de referência a fossa cubital. São
realizadas mensurações da circunferência a cada 5 cm acima e abaixo da fossa cubital.
Nos membros inferiores, tem-se como ponto de referência a fossa poplítea.
São realizadas mensurações da circunferência a cada 5 cm acima e abaixo da
fossa poplítea, conforme exemplo a seguir.

PERIMETRIA CORPORAL

52
Em todos esses pontos de referência, o avaliado deverá estar em pé, de lado para
o avaliador, com os pés um pouco afastados, distribuindo o peso do corpo igualmente
sobre os membros inferiores. As medidas devem ser feitas com a fita métrica bem
ajustada sobre a parte a ser medida, não muito apertada a ponto de criar uma endentação
na gordura, nem frouxa para que a fita deslize. A redução do edema (RE) pode ser
avaliada por uma comparação que quantifica a variação obtida entre as medidas
tomadas do mesmo membro, antes e após o tratamento:

RE = 1 – (Medida pós) x 100


Medida pré

Vários autores somente consideram linfedema aquele cujas diferenças de


medidas, quando da realização da perimetria dos membros superiores, for igual ou
maior que 3 cm. Para outros autores, a simples diferença de 1 cm a 1,5 cm pode ser
sinal de linfedema e: numa diferença inferior a 3 cm, o linfedema é considerado leve; de
3 a 5 cm, moderado; e o linfedema severo é o que apresenta uma diferença superior a 5
cm, quando comparado às medidas de ambos os membros.

VOLUMETRIA

Como as medidas de circunferência podem não ter a precisão necessária na


avaliação, a medida do volume do membro por deslocamento de água pode ser mais
eficaz. A mensuração volumétrica é um modo mais acurado, ainda que mais demorado,
de avaliação do tamanho do membro. Para realizar uma mensuração volumétrica,
precisa-se de um volumímetro. O volumímetro é um tanque especialmente projetado,
com uma calha para extravasamento. Também é preciso um cilindro graduado. Visto
que o volume que a água ocupa é diferente a diferentes temperaturas, é importante
assegurar-se que a mesma temperatura de água seja usada a cada mensuração
subsequente.

MODELO DE PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL

53
Nome: ________________________________________________________
Idade: ________________ Sexo: ________________ Raça: _______________
Diagnóstico clínico: _______________________________________________
Queixa: _______________________________________________________

História clínica
Patologias (histórico): _____________________________________________
Alergias: ________________________________________________________
Medicamentos em uso: ____________________________________________
Estresse/ansiedade ( ) Sim ( ) Não
Qualidade do sono: ( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim
Prática regular de atividade física ( ) Qual: ____________________________
Menopausa: ( ) Sim ( ) Não
Método contraceptivo: ____________________________________________
Tratamentos anteriores (tipo, duração, objetivos, resultados):
_______________________________________________________________
História obstétrica (ganho de peso, cinta, postura, estrias, flacidez):
_______________________________________________________________História
menstrual (cefaleia, mastalgia, fadiga, dores nas pernas e desconforto pélvico,
irritabilidade, ansiedade):
______________________________________________________
História cirúrgica (tipo e data do procedimento, inclusão ou não de prótese, cirurgião
responsável, tempo de internação e tipo de anestesia, medicamentos em uso,
recomendações médicas e restrições, intercorrências cirúrgicas, localização e aparência
da cicatriz, sensibilidade local e sinais clínicos)
_______________________________________________________________

Exame físico
Peso: ________________kg / Altura: __________cm/ IMC: ______________
Pressão arterial: ___________mmHg / Frequência cardíaca: __________bpm

Inspeção/Palpação geral
Posição antálgica: ( ) Sim ( ) Não Qual(is)? ____________________________

54
Aspecto da pele: __________________________________________________
( ) Atrofias: ______________________________________________________
( ) Edemas: _________________________________Cacifo ( ) Sim ( ) Não
( ) Dor. Locais: _______________________________________________
( ) Seroma. Locais: ____________________________________________
( ) Cicatrizes: _________________________________________________
( ) Hematomas: _______________________________________________
( ) Equimoses: ________________________________________________
( ) Sulcos/depressões: __________________________________________
( ) Aderências: ________________________________________________
( ) Alterações de sensibilidade: ___________________________________

Objetivos da realização da drenagem linfática: _____________________


_____________________________________________________________
Frequência de realização semanal: _______________________________
Reavaliação: __________________________________________________

REQUISITOS PARA A MASSAGEM DE DRENAGEM LINFÁTICA


MANUAL

AUTOPREPARAÇÃO

O profissional deve começar sua preparação bem antes do contato com o


paciente. É importante ter atenção com a aparência pessoal e a higiene. Como o contato
irá ocorrer inevitavelmente, o profissional deve usar roupa protetora que seja lavada
facilmente e que permita liberdade de movimento, mantendo postura profissional ética.
Cabelos longos devem ser presos para que não entrem em contato com o
indivíduo e, da mesma maneira, colares ou outros adereços que possam balançar e
relógios de pulso devem ser retirados. Anéis devem ser tirados, já que podem causar
desconforto para o profissional e para o paciente durante a maioria das manipulações.
Mãos bem-cuidadas e macias com unhas curtas e limpas são essenciais. A limpeza é

55
importante, portanto lave as mãos antes e depois de cada atendimento. Mantenha as
mãos em temperatura agradável, sempre usando água morna para lavá-las.

RELAXAMENTO

O contato da mão relaxada é o contato no qual a mão ajusta-se ao contorno do


segmento. A posição de repouso natural da mão humana é com o polegar e os demais
dedos um pouco afastados e muito levemente flexionados em cada articulação e pode
ser facilmente ajustada para permitir contato com segmentos corporais de qualquer
tamanho. O movimento coordenado do seu corpo é essencial para o desempenho
confortável e prolongado das manipulações de massagem sem fadiga e estresse físico no
profissional.

O AMBIENTE

A área de tratamento deve ter temperatura agradável, sendo climatizada em


torno de 23°C, sem correntes de ar. Cuidados de higiene e biossegurança devem ser
preservados. A maca de altura ajustável é a mais útil, do tipo que possui um mecanismo
de elevação em cada extremidade e uma seção removível para acomodar o nariz quando
o paciente está deitado em posição prona. A maca deve ser recoberta por um lençol
descartável que deve ser trocado a cada atendimento. Lençóis devem estar disponíveis
caso o paciente refira sensação de frio.
Cunhas e rolos de posicionamento, além de travesseiros de diferentes alturas
para posicionar o paciente de maneira adequada e confortável e de forma que facilite o
retorno linfático, devem estar disponíveis.
O ambiente terapêutico deve ser claro e sem muitos objetos e enfeites, que
dificultam a higienização do local. Aromatizantes de ambientes como incensos e sprays
devem respeitar o gosto do paciente, pois não são todas as pessoas que os apreciam.
Música relaxante complementa satisfatoriamente um ambiente propício ao relaxamento.

PALPAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA PERCEPÇÃO SENSORIAL

A palpação é uma habilidade adquirida pela prática. Ela requer que suas mãos

56
estejam relaxadas, em contato firme, porém confortáveis e cientes do que está sob elas.
O profissional deve conhecer as estruturas que suas mãos estão tocando e estar pronto
para identificá-las, observando possíveis alterações.

EXAME DO PACIENTE A CADA ATENDIMENTO

Antes de realizar a drenagem linfática manual em um paciente, examine a parte


na qual vai trabalhar. Previamente, já deve ter sido realizada uma avaliação completa do
paciente, porém a cada atendimento é importante que o profissional questione a respeito
de suas condições clínicas, presença de dor, febre, entre outros sinais. Deve ser
observado o estado da pele (secura, oleosidade, umidade, pilosidade e integridade),
assim como a presença de equimoses, abrasões, lacerações e edemas.

PREPARAÇÃO DO PACIENTE

Peça ao paciente para despir-se, a fim de que a parte a ser tratada esteja
adequadamente descoberta. Lembre-se que algumas manipulações, para serem eficazes,
devem estender-se até os linfonodos que ficam nos espaços proximais. Mulheres podem
trajar-se de biquíni ou roupas íntimas e homens de sunga.
O posicionamento do paciente deve ser decidido de acordo com a área que vai
ser drenada, sempre se atentando para alguma restrição de movimento que o paciente
possua. É importante considerar que pacientes gestantes podem não se sentir
confortáveis em determinados posicionamentos.
Pacientes que realizaram cirurgias plásticas, especialmente abdominoplastias e
mamoplastias, também possuem restrições de posicionamento nas fases iniciais de
recuperação. Nesses casos, é fundamental o contato com o médico responsável pelo
paciente para tomar ciência de tais restrições.
As posições mais comuns para a realização da drenagem linfática manual são:
➢ deitado em decúbito dorsal (com a face voltada para o teto);

POSICIONAMENTO DO PACIENTE EM DECÚBITO DORSAL

57
➢ deitado em decúbito ventral (com a face voltada para o chão);

POSICIONAMENTO DO PACIENTE EM DECÚBITO VENTRAL

➢ deitado em decúbito lateral;

POSICIONAMENTO DO PACIENTE EM DECÚBITO LATERAL

58
➢ sentado (com as costas eretas) em um banco ou cadeira, com os membros
superiores apoiados numa pequena mesa, extremidade de uma mesa acolchoada, ou
sobre um travesseiro colocado no colo do paciente.

POSICIONAMENTO DO PACIENTE EM DECÚBITO SENTADO

TÉCNICAS DE DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL

59
Atualmente, a drenagem linfática manual está fundamentada nas técnicas de
Leduc, Vodder, Ganância e Godoy. Todas são baseadas nos trajetos dos coletores
linfáticos e linfonodos, associando basicamente três categorias de manobras: captação,
reabsorção e evacuação. A diferença entre elas reside no local da aplicação. Alguns
autores preconizam iniciar a massagem de drenagem linfática pelo segmento proximal,
processo de evacuação, obtendo assim um esvaziamento prévio das vias pelas quais a
linfa terá que fluir.

PRINCIPAIS MANOBRAS DA DLM SEGUNDO O MÉTODO LEDUC

A drenagem linfática manual representada pela técnica de Leduc é baseada no


trajeto dos coletores linfáticos e linfonodos, associando basicamente duas manobras:
manobras de captação ou de reabsorção e manobras de evacuação ou de demanda. Na
captação ou reabsorção, os dedos imprimem sucessivamente uma pressão, sendo
levados por um movimento circular do punho. Na evacuação ou demanda, os dedos
desenrolam-se a partir do indicador até o anular, tendo contato com a pele que é estirada
no sentido proximal ao longo da manobra. Preconiza-se a utilização de cinco
movimentos. A combinação desses movimentos forma seu sistema de massagem:

Drenagem dos linfonodos – realizada pelo contato direto dos dedos indicador e
médio do terapeuta com a pele do paciente, posicionados sobre os linfonodos e vasos
linfáticos de maneira perpendicular. É executada com pressão moderada e de forma
rítmica, baseada no processo de evacuação. A drenagem dos linfonodos visa à
evacuação da linfa e deve ser realizada diretamente sobre as regiões ganglionares. Os
dedos estabelecem contato com a pele, e em posição quase perpendicular exercem leve
pressão no nível dos gânglios linfáticos. De acordo com a região anatômica, essa
manobra pode ser feita com os dedos indicadores e médios, com todos os dedos ou com
os dedos de uma mão sobre a outra;

MANOBRA DE DRENAGEM DOS LINFONODOS

60
➢ movimentos circulares com os dedos – realizados de maneira circular e
concêntrica, utilizando desde o dedo indicador até o mínimo. A manobra de círculos
fixos visa à captação de linfa, e é realizada no percurso das vias linfáticas ou em direção
a essas vias. É realizada em movimentos circulares dos dedos, a pele é deslocada sob os
dedos, ou seja, os dedos não deslizam sobre a pele. A pressão deve ser intermitente, no
início e no final do círculo, a pressão deve ser zero. A pressão maior do círculo deve
coincidir com a direção do fluxo linfático. Devem ser leves, rítmicos e obedecer a uma
pressão intermitente na área edemaciada, seguindo o sentido da drenagem fisiológica.
Recomenda-se executar de cinco a sete movimentos no mesmo local;

MANOBRA DE CÍRCULOS COM OS DEDOS

61
➢ Movimentos circulares com o polegar – realizada da mesma maneira
que a anterior, só que com o polegar

MANOBRA DE CÍRCULOS COM O POLEGAR

➢ movimentos combinados – executada pela combinação dos dois


movimentos descritos anteriormente;

MANOBRA DE MOVIMENTOS COMBINADOS

62
➢ bracelete – mais utilizada quando o edema atinge grandes áreas. Pode
ser feita uni ou bimanual, de acordo com a necessidade. A manobra de pressão em
bracelete visa o aumento do fluxo linfático, a ser recolhido em direção aos linfonodos
regionais. É realizada por meio de pressões intermitentes. A fase de pressão deve durar
em torno de dois segundos, segue-se relaxamento com o mesmo tempo de duração e
assim sucessivamente.

63
MANOBRA DE BRACELETES

PRINCIPAIS MANOBRAS DA DLM SEGUNDO O MÉTODO VODDER

São propostos por Vodder quatro tipos de movimentos:


➢ círculos estacionários (fixos) – com a mão espalmada sobre a pele, os
dedos realizam movimentos circulares, promovendo um estiramento do tecido,
efetuando uma pressão/descompressão. São realizados de cinco a sete vezes no mesmo
local;

64
CÍRCULOS ESTACIONÁRIOS

➢ movimentos de bombeamento – as mãos são acopladas no tecido a ser


drenado, iniciando-se os movimentos ondulatórios, com pressões decrescentes da palma
para os dedos, de forma intermitente (compressão/descompressão) num total de cinco a
sete movimentos. A direção e o sentido da pressão da drenagem são determinados pela
localização das vias;

MOVIMENTOS DE BOMBEAMENTO

65
➢ movimento do “doador” (mobilização) – iniciado com as palmas das
mãos posicionadas perpendicularmente às vias de drenagem, sendo a técnica baseada
em manobras de arraste envolvendo uma combinação de movimentos. Primeiro toca-se
com a borda medial da mão a área a ser drenada, seguido dos movimentos de pronação
do antebraço e abdução do braço na sequência. A outra mão, com o polegar em
extensão, realiza um movimento de arraste com a borda lateral associando movimentos
de supinação do antebraço com adução do braço. O movimento é repetido novamente na
região imediatamente adjacente à região manipulada;

MOVIMENTOS DE MOBILIZAÇÃO

66
➢ movimento giratório ou de rotação – empregado em superfícies planas.
O braço é posicionado em leve abdução no plano da escápula, com o antebraço em
máxima pronação. A mão que inicia o movimento toca a superfície do segmento com a
face palmar e realiza um movimento e desvio ulnar na direção e sentido da drenagem
proposta, simultaneamente aos movimentos de supinação e adução. A outra mão terá o
mesmo posicionamento e realizará os mesmos movimentos descritos anteriormente,
tendo-se o cuidado para que os movimentos sejam sequenciais e rítmicos, alternandose
as mãos para a região imediatamente adjacente.

MOVIMENTOS DE ROTAÇÃO

MÉTODO GANÂNCIA

O método Ganância associa as manobras de drenagem linfática manual com


movimentos de alongamento e pressão para relaxamento. Ganância preconiza que para a
drenagem linfática manual ser eficiente, é necessário primeiro favorecer a reabsorção do
líquido intersticial e as sobrecargas líquidas. Em segundo lugar, o objetivo é favorecer o
transporte desse líquido reabsorvido, nos ductos das vias de circulação de retorno:

67
venosas e linfáticas. Para que essas vias de retorno possam conseguir abarcar o volume
suplementar líquido das sobrecargas que a drenagem linfática manual está lhes
impondo, pela mediação dos intercâmbios tecidocapilares, será necessário facilitar e
melhorar o trânsito da quantidade de líquidos figurando já dentro dessas mesmas vias.
Caso contrário, corresponderia em sobrecarregar alguns vasos, que já têm muita
dificuldade em assegurar seu próprio trânsito circulatório, por estases ou bloqueios, que
acabam aumentando as infiltrações e sobrecargas, provocando mais estase e
estabelecendo um círculo vicioso.
Por essa razão, deve-se iniciar o tratamento por manobras de facilitação de
levantamento de bloqueio e de estase, seguidas de manobras de drenagem proximais de
chamada. Com a liberação das vias de retorno circulatório, poderemos executar as
manobras que facilitam as trocas de líquidos dos tecidos em direção aos capilares
(reabsorção), pela execução de pressões locais. As pressões locais também são
efetuadas de forma proximal, a fim de reforçar a chamada e o bombeamento circulatório
de retorno.
São intercaladas uma série de drenagens após cada pressão, com o objetivo de
empurrar a quantidade de líquido reabsorvido nos capilares. Essas drenagens seguirão
com precisão o percurso dos coletores linfáticos, até os relevos ganglionares. Serão
efetuados de baixo para cima, iniciando-se sempre da região recém-pressionada. Ao
terminar a série de pressões locais com as drenagens intercaladas, se iniciará uma série
de drenagens proximais, venosas e linfáticas. Concluindo, empurraremos de forma
favorável e eficaz o caudal de retorno, inclusive as sobrecargas e o volume de líquido
intersticial reabsorvido.

MANOBRAS DA TÉCNICA DE GANÂNCIA

68
MÉTODO GODOY

Em 1999, Godoy e Godoy descreveram uma nova técnica de drenagem linfática,


utilizando roletes como mecanismos de drenagem. Com essa técnica, passou-se a
questionar o uso dos movimentos circulares preconizados pela técnica convencional e
sugeriu-se a utilização dos conceitos de anatomia, fisiologia e hidrodinâmica.
Os vasos linfáticos são condutores de linfa e, portanto, devem seguir as leis da
hidrodinâmica. Para o deslocamento de qualquer tipo de fluido, devemos empregar uma
diferença de pressão entre os vasos linfáticos. Qualquer tipo de compressão externa que
promova um diferencial de pressão entre as extremidades pode deslocar o fluido contido
num conduto, o que pode resultar na redução da pressão no seu interior e, assim,
facilitar a entrada de novo conteúdo por diferente pressão. Diversos materiais, além das
mãos, podem ser utilizados como instrumentos facilitadores para exercer a pressão
externa.
A compressão externa, além de envolver os vasos linfáticos, afeta o interstício
celular, no qual se encontra o fluido intersticial, responsável pela formação da linfa, que
ocorre após sua entrada no interior do vaso linfático. Desse modo, quando estamos
realizando a drenagem linfática, estamos promovendo diferenciais pressóricos.
Algumas peculiaridades são importantes em relação ao sistema hidrodinâmico
dos vasos linfáticos. Uma delas é a presença de válvulas, que desempenham o
importante papel de manter o fluxo unidirecional, evitando o refluxo.
A drenagem linfática manual deve obedecer ao sentido do fluxo, pois, se for
realizada em sentido contrário, pode forçar a linfa contra as válvulas, podendo danificá-
las e, consequentemente, destruir um “coração linfático”. Essa é a primeira lei
preconizada para a realização da drenagem linfática. Quando voltamos para o
conhecimento da hidrodinâmica, verifica-se que a maneira mais simples de drenar um
conduto é deslocando o fluido no mesmo sentido do fluxo, exercendo a pressão no
trajeto deste.
A técnica de Godoy e Godoy consiste na utilização de roletes que seguem o
sentido de fluxo dos vasos linfáticos e mantêm a sequência de drenagem proposta por
Vodder. Além dos roletes, pode-se fazer uso das mãos ou de outro instrumento que
permita a realização da drenagem linfática seguindo o sentido dos vasos linfáticos ou da
corrente linfática, simplificando, desse modo, toda a técnica de drenagem linfática.
Em associação a esses movimentos de drenagem, a técnica de Godoy valoriza o

69
estímulo na região cervical como parte importante da abordagem desses pacientes.
Apenas esse estímulo isolado melhora os padrões volumétricos.
Quanto aos possíveis mecanismos de ação desse estímulo, a hipótese é que ele
interfira com a estimulação dos linfangions por meio do sistema nervoso. A técnica
sugere a eliminação dos movimentos circulares da técnica convencional e a utilização
de movimentos mais objetivos, seguindo as regras da hidrodinâmica, da anatomia e da
fisiologia do sistema linfático. Os principais cuidados referem-se aos linfonodos, que
funcionam como limitantes da velocidade de fluxo e podem ser lesados quando
abordados de maneira inadvertida.
MANOBRA DA TÉCNICA DE GODOY

SEQUÊNCIA DE MANOBRAS DE DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL


CORPORAL

DRENAGEM DA MAMA

A drenagem linfática da mama ocorre de forma centrípeta, drenando-se para


os linfonodos subclaviculares, infraescapulares, peitorais e intramamários. O paciente
deve ser posicionado preferencialmente em decúbito dorsal. Realizar movimentos
circulares e compressivos e manobras de bombeamento, direcionando a linfa no sentido

70
da circulação linfática fisiológica. Os seguintes passos devem ser seguidos:
➢ devem ser realizados movimentos compressivos na região do terminus,
cadeia ganglionar axilar e paresternal;

BOMBEAMENTO DO TERMINUS

BOMBEAMENTO DA CADEIA GANGLIONAR AXILAR

71
BOMBEAMENTO DA REGIÃO PARAESTERNAL

➢ realizar manobras de bombeamento, direcionando a linfa no sentido da


circulação linfática fisiológica em toda a área da mama.

BOMBEAMENTO DA LINFA EM DIREÇÃO AOS LINFONODOS

72
DRENAGEM DOS MEMBROS SUPERIORES

A drenagem linfática do membro superior deve ser realizada para a região


medial do braço, passando para o sistema profundo na cadeia axilar e anteriormente na
cadeia epitroclear. O paciente deve ser posicionado preferencialmente em decúbito
dorsal. Os seguintes passos devem ser seguidos:
➢ orientação ao paciente para que realize movimentos respiratórios
profundos e lentos;
➢ devem ser realizados movimentos compressivos na região do terminus
(conforme mostrado na figura anterior);

➢ a drenagem inicia-se pela cadeia axilar realizando movimentos de


bombeamento circulares;
CÍRCULOS ESTACIONÁRIOS NA CADEIA AXILAR

➢ movimentos de bombeamento na região antero e póstero-lateral do braço


direcionando a linfa para a região medial do braço;

DRENAGEM DO BRAÇO

73
➢ movimentos de bombeamento na região medial do braço do cotovelo até
a região axilar;
➢ movimentos de bombeamento no antebraço, iniciando-se no punho. A
linfa deve ser encaminhada da região posterior até a região medial do antebraço e daí
deve ser encaminhada à cadeia epitroclear;

BOMBEAMENTO DO ANTEBRAÇO

74
➢ a drenagem das mãos é iniciada no punho, que deve ser dividido em três
linhas da região lateral para medial. Devem ser realizados movimentos estacionários,
iniciandose na parte distal da mão;

DRENAGEM DA MÃO

• os dedos devem ser drenados com movimentos rotatórios ascendentes. A


face palmar da mão deve ser drenada utilizando-se a região hipotênar da mão do
profissional, realizando-se movimentos de bombeamento que devem ser repetidos de
cinco a sete vezes.
DRENAGEM DOS DEDOS DAS MÃOS

75
DRENAGEM DO ABDOME

A drenagem linfática do abdome deve ser realizada com o paciente em


decúbito dorsal. Os seguintes passos devem ser seguidos:
➢ deve ser realizada uma massagem abdominal sobre a região intestinal,
com a finalidade de melhorar o trânsito, fazendo movimentos rotatórios e ascendentes
por alguns minutos;
➢ a massagem inicia-se pela cicatriz umbilical, utilizando-se a técnica de
bombeamento, direcionando a linfa no sentido fisiológico;
➢ o abdome deve ser segmentado em quantas partes forem necessárias
como se fosse uma pizza redonda cortada em partes;
➢ toda a linfa deve ser direcionada para as regiões axilares e inguinais. A
parte superior do abdome deve ser drenada para a região axilar e a parte inferior para a
região inguinal.

76
DRENAGEM DA REGIÃO ABDOMINAL

DRENAGEM DA REGIÃO GLÚTEA

A drenagem linfática da região glútea deve ser realizada com o paciente em


decúbito ventral. Os seguintes passos devem ser seguidos:
➢ deve-se separar a região glútea em três segmentos: o primeiro, acima da
linha glútea; o segundo, logo acima desse; e o terceiro, mais distalmente à linha glútea.
Esses segmentos orientam o sentido do deslocamento da mão do profissional na região a
ser drenada;
➢ devem ser realizados movimentos de bombeamento, direcionando os
movimentos à região anterior do corpo, próximo à cadeia ganglionar inguinal, repetindo
cada movimento por três vezes;

DRENAGEM DA REGIÃO GLÚTEA

77
➢ a região abaixo da linha glútea deve ser drenada para baixo
(medialmente), encaminhando a linfa para a região inguinal do membro drenado;

DRENAGEM DA REGIÃO GLÚTEA ABAIXO DA LINHA GLÚTEA

DRENAGEM DOS MEMBROS INFERIORES

Da seguinte forma:
➢ anteriormente, a coxa deve ser dividida em três faces: anterior, medial e
lateral. A drenagem deve ser iniciada pela face medial próximo aos côndilos femorais.

78
Movimentos de bombeamento devem ser repetidos por três a cinco vezes no mesmo
ponto, ascendendo no sentido da drenagem fisiológica;

DRENAGEM DA REGIÃO MEDIAL DA COXA

➢ a face anterior é a próxima a ser drenada, pela técnica de mobilização. A


drenagem inicia-se próximo à região do joelho em sentido ascendente, direcionando a
linfa para a cadeia ganglionar inguinal;

DRENAGEM DA REGIÃO ANTERIOR DA COXA

79
➢ a face lateral deve ser realizada pela técnica da mobilização, iniciando-se
distalmente ao segmento com movimentos ascendentes, encaminhando a linfa em
direção à cadeia inguinal;

DRENAGEM DA REGIÃO LATERAL DA COXA

➢ na face posterior, deve-se traçar uma linha em forma de ferradura para


servir de orientação para a drenagem linfática, conforme ilustração abaixo. A área
externa a esta linha deve ser drenada para a face lateral e direcionada para a cadeia
ganglionar inguinal com movimentos de bombeamento. A região interna deve ser
drenada direção à região inguinal;

DRENAGEM DA REGIÃO POSTERIOR DA COXA

➢ a drenagem da perna deve ser realizada pela técnica rotatória,


posicionando cada mão em uma face da perna.

80
DRENAGEM DA PERNA

➢ a região anterior do tornozelo deve ser dividida em três linhas no sentido


craniocaudal. Cada uma dessas linhas deve ser drenada com bombeamentos no sentido
distal para proximal;

DRENAGEM DO TORNOZELO

A região do pé e pododáctilos deve ser drenada em movimentos ascendentes


com movimentos de bombeamento;

81
DRENAGEM DO PÉ

DRENAGEM DA REGIÃO DORSAL

A drenagem linfática da região dorsal deve ser realizada com o paciente em


decúbito ventral. Seguir estes passos:
• a linha da cintura deve ser observada;
• a região acima da cintura deve ser drenada em direção à região axilar em
movimentos rotatórios;

DRENAGEM DA REGIÃO DORSAL

82
➢ a região do trapézio deve ser drenada em direção à região anterior do
tórax;
➢ a região abaixo da linha da cintura deve ser drenada para os gânglios
inguinais em movimentos rotatórios;
➢ a região lateral do tronco deve ser drenada com movimentos de
mobilização. As áreas localizadas acima da linha da cintura devem ser drenadas para a
região da axila homolateral. As áreas localizadas abaixo da linha da cintura devem ser
drenadas para a região inguinal homolateral.

PRESSOTERAPIA

A pressoterapia é um recurso terapêutico que se caracteriza pela utilização de


uma compressão pneumática realizada na direção do fluxo circulatório, por meio de
uma pressão positiva sobre o segmento corpóreo, ativando o retorno venoso e linfático.
A técnica consiste em uma massagem pneumática realizada por meio da
introdução do segmento a ser drenado em artefatos pneumáticos (botas, luvas ou cintas),

83
que, em geral, são formados por várias zonas independentes entre si, que inflam e
desinflam de forma sequencial ou não, com a ajuda de um compressor.
Aproximadamente na década de 50, a pressoterapia começou a ser utilizada para
o tratamento do linfedema. Desde então, vem sido grande a evolução da tecnologia dos
equipamentos e compressores.
Ensaios clínicos randomizados comparando técnicas de drenagem linfática
manual e pressoterapia têm mostrado que a redução do volume do edema induzida por
pressão pneumática é essencialmente compatível com o obtido por drenagem linfática
manual, e adicional ao alcançado pela terapia física complexa (drenagem linfática
manual, bandagens elásticas, exercícios descongestivos e cuidados da pele).

EQUIPAMENTO DE PRESSOTERAPIA (ABDOME E MEMBROS


INFERIORES)

EQUIPAMENTO DE PRESSOTERAPIA (MEMBROS SUPERIORES)

84
A pressoterapia é realizada por um aparelho que insufla uma manga que envolve
o membro edemaciado. As unidades de pressão positiva se utilizam de um compressor
que introduz ar em aplicadores especiais, com o propósito de gerar estímulo
circulatório. Entre esses geradores de pressão estão: a compressão pneumática estática
e a compressão pneumática dinâmica e intermitente.
O modo como essa pressão é aplicada influencia fortemente o resultado da
terapia: o tipo de equipamento utilizado, a sequência de compressão, a intensidade da
pressão aplicada, são apenas alguns dos parâmetros que devem ser levados em conta
para assegurar uma resposta terapêutica adequada e segura para o estágio clínico da
doença e a tolerabilidade do paciente.
De acordo com o número de compartimentos (câmaras) com regulagens
individuais de pressão, nas botas ou nas luvas, podemos denominar os equipamentos de
unicompartimentais ou únicos (a pressão aplicada é uniforme na câmara, porém se
diferencia conforme o diâmetro local da área a ser tratada) ou multicompartimentais
ou múltiplos (existe uma subdivisão de compartimentos confeccionados sobrepostos
para evitar garrote entre uma câmara e outra; os compartimentos se enchem
separadamente podendo ou não ter regulagens individuais).
As câmaras do aparelho são conectadas a um sistema compressor de ar, que
realiza a compressão e descompressão em um intervalo de tempo. Quando todas as
câmaras se enchem a unidade inflável é esvaziada, enchendo depois novamente; durante

85
todo esse ciclo é gerada uma onda de pressão que atua como uma massagem, auxiliando
na drenagem linfática.
O compressor está conectado a uma unidade de controle central onde o terapeuta
pode modular a quantidade de pressão, o tempo de compressão e o tempo total do
tratamento.
Nos equipamentos multicompartimentais, a pressão pode ser intermitente com
múltiplos compartimentos que inflam de distal para proximal, reduzindo a pressão
gradualmente em cada compartimento, tentando simular os movimentos da drenagem
linfática manual. Diversos autores concordam que os equipamentos
multicompartimentais são mais seguros por oferecerem um gradiente de pressão de
distal para proximal em forma de onda.
A compressão estática praticamente não é mais empregada por gerar altas e
constantes pressões no membro tratado, podendo promover o colapso dos vasos
linfáticos residuais e prejudicar o sistema venoso.

EFEITOS FISIOLÓGICOS

A pressoterapia auxilia a remoção dos fluidos intersticiais devendo ser


considerada como uma técnica adjuvante para a drenagem linfática manual, uma vez
que:
• favorece a circulação venosa e linfática – como consequência do
aumento da pressão intersticial, ocorre também aumento da pressão hidrostática,
favorecendo a entrada de líquido nos capilares venosos;
• estimula a reabsorção dos líquidos intersticiais – a pressão aplicada
pelo aparelho é transmitida para o tecido subcutâneo, levando a um aumento da pressão
intersticial, que altera pressão transmural levando a um aumento da reabsorção capilar,
com uma redução da carga linfática intersticial. Do mesmo modo, um aumento da
pressão intersticial promove a absorção dos fluidos intersticiais dentro dos capilares
linfáticos iniciais, aumentando o alcance linfático inicial;
• incrementa a drenagem linfática, favorecendo a reabsorção de
edemas – ocorre pelo aumento da pressão intersticial, favorecendo a entrada de líquidos
e proteínas para dentro dos capilares linfáticos e pela compressão radial dos vasos
linfáticos, favorecendo seu escoamento;

86
• efeito analgésico e relaxante – pela compressão pneumática sobre o
segmento tratado;
• deslocamento proximal dos fluidos – caso haja alguma obstrução ou
lesão de linfáticos, o líquido é levado para áreas onde haja linfáticos normais, que
possam absorver o líquido que se encontra no espaço intersticial;
• efeitos metabólicos – as forças de tensão e de extensão que são geradas
na área pressurizada determinam como resposta fisiológica das células endoteliais, a
liberação de substâncias de ação antitrombolíticas, fibrinolíticas e vasodilatadoras.

➢ Indicações:
• edemas linfáticos primários e secundários;
• fibro edema geloide;
• insuficiência venosa crônica;
• paralisia das extremidades superiores e inferiores;
• inatividade muscular por um longo tempo;
• recuperação da elasticidade cutânea;
• distúrbios vasculares;
• úlceras estáticas com a presença de líquido intersticial;
• amputações nas quais o coto tende a tornar-se edematoso;
• insuficiência renal e arterial;
• profilaxia de trombose venosa profunda no pós-operatório, decorrente de
inatividade.

➢ Contraindicações:
• tromboflebite aguda;
• insuficiência cardíaca congestiva;
• edema agudo de pulmão;
• erisipela (doença febril aguda com sinais e sintomas sistêmicos);
• trombose venosa profunda instalada;
• neoplasias malignas ou indeterminadas;
• inflamações agudas;
• infecções cutâneas;
• fraturas recentes;
• síndrome compartimental;
87
• transtornos de tensão arterial;
• alterações de sensibilidade no membro a ser tratado;
• intolerância à compressão.

TÉCNICAS DE APLICAÇÃO

Existem três parâmetros para ajuste dos aparelhos de compressão pneumática


intermitente. Eles são detalhados a seguir.

Pressão de insuflação

Em relação à pressão ideal de insuflação ainda existem muitas controvérsias.


Sendo a verdade estabelecida que em uma pessoa com linfedema inicial
pequeno, a pressão excessiva pode causar danos irreversíveis ao sistema linfático, é
também verdade que, em condições das mais avançadas de linfedema, com
fibroesclerose e estase linfática avançada, pressões baixas de insuflação não alcançam
resultados satisfatórios. Assim sendo, a pressão deve sempre ser adaptada às condições
teciduais: pressões baixas em casos de edemas leves e pressões mais altas em edemas
avançados com fibrose intersticial importante presente.
Os autores relatam que pressões superiores a 30 mmHg podem estimular o
movimento linfático, porém o valor da pressão sanguínea diastólica deve ser a pressão
máxima, pois sendo mais elevada, pode fechar o fluxo sanguíneo arterial com uma
resposta tecidual incômoda; em equipamentos multicompartimentais, deve ser
determinada a média entre a pressão sistólica e a diastólica do paciente para determinar
a pressão do segmento distal e ajustar cada compartimento seguinte com um decréscimo
de 20 mmHg. A maioria dos protocolos estabelece que se utilize pressões variando entre
20 e 30 mmHg para ação no sistema linfático. Recomendase que seja utilizada a pressão
de distal para proximal decrescente, sendo que as pressões exercidas não devem superar
40 mmHg.

Tempos ligado e desligado

88
Há muitas variações nos protocolos de tratamento em relação aos tempos ligado
e desligado. Em alguns aparelhos, esse ajuste é fixo, limitando a ação do profissional. A
pressão intermitente pode ser ajustada nos equipamentos unicompartimentais com
ciclos de compressão/descompressão que podem variar de 120 segundos de compressão
para 60 segundos de descompressão a 180 segundos de compressão para 90 segundos de
descompressão.

Tempo total de tratamento

A eficácia do tratamento depende substancialmente do número total de horas de


tratamento e da condição evolutiva do edema. A duração de cada sessão irá variar entre
um mínimo de 30 minutos a algumas horas, dependendo da pressão e da tolerabilidade
do paciente.
Entre 60 e 90 minutos são geralmente bem tolerados por todos os pacientes.
O número mínimo de sessões de um ciclo deve ser de pelo menos cinco sessões
de uma hora em edemas iniciais e de dez sessões de 90 minutos em edemas avançados.
Inicialmente, as sessões devem ser diárias para garantir um efeito cumulativo de
drenagem.

PRECAUÇÕES

A principal crítica da pressoterapia surge a partir de estudos que revelaram que


após a aplicação de três horas de pressão pneumática sequencial utilizada com pressão
superior a 200 mmHg, há o aumento da concentração de proteínas no tecido. Estudos
recentes confirmaram que a ação da pressão pneumática não determina alterações nos
parâmetros funcionais linfáticos. Outros efeitos negativos induzidos por pressão são a
ocorrência de dor ou parestesias, também associadas a aplicações de pressões elevadas.
Como reações adversas à pressoterapia, a literatura tem relatado a ocorrência de
poliúria, a determinação de um rápido aumento da pré-carga cardíaca ligada à
reabsorção de água e de estímulo para o retorno venoso. O que poderia determinar uma
insuficiência cardíaca em pacientes com insuficiência cardíaca ou crise hipertensiva em

89
pacientes farmacológicos com uma inadequada compensação.
Em pacientes com trombose venosa o aumento brusco de fluxo induzido por
pressão pode provocar embolias pulmonares. Nos doentes com infecções cutâneas, o
aumento do fluxo linfático pode ocasionar a disseminação microbiana. Em pacientes
com arteriopatias severas, a pressão aplicada à microcirculação cutânea pode induzir o
aparecimento de lesões cutâneas isquêmicas.
O uso exclusivo da bomba pneumática deve ser evitado. Vários autores
condenam o seu uso por diversas razões: o bombeamento não favorece a evacuação dos
fluidos na região superior do membro afetado, e sim a congestiona; não é indicado no
tratamento do linfedema nas fases II e III, devido à presença de fibrose e cicatriz
tecidual; traumatiza e danifica os vasos linfáticos superficiais, favorecendo a formação
de fibroses linfáticas; pode levar a formação de linfedema nas regiões adjacentes; caso
não haja uma compressão do membro entre as sessões, o edema retorna de forma mais
acentuada; pode provocar fístulas na conexão proximal da bomba, favorecendo a
entrada de bactérias, provocando processos inflamatórios e infecciosos.
Outros cuidados:
➢ deve-se assegurar-se das indicações e contraindicações do tratamento
para cada paciente individualmente;
➢ informar ao paciente sobre o procedimento e o que ele irá sentir;
➢ inspecionar a pele e verificar a pressão arterial do paciente, antes da
terapia;
➢ mensurar e registrar a medida de circunferência da área a ser tratada;
➢ remover joias, relógios, etc.;
➢ como medida de higiene, aconselha-se cobrir a área a ser tratada com
uma malha tubular, tomando cuidado para não deixar áreas enrugadas;
➢ posicionar o paciente de forma que ele sinta-se confortável;
➢ conectar o aparelho à unidade de compressão, ajustar o tempo de
insuflação/desinsuflação, a pressão de insuflação e o tempo total de tratamento;
➢ iniciar o enchimento dos artefatos de compressão observando as reações
iniciais do paciente, atentando para a ocorrência de desconforto ou dor;
➢ é importante que o profissional permaneça junto ao paciente durante o
tratamento, observando suas reações;
➢ antes da aplicação da pressoterapia, é interessante que se realize a
liberação dos linfonodos por meio de manobras de drenagem linfática manual.

90
DEPRESSODRENAGEM LINFÁTICA (DERMOTONIA)

A dermotonia é uma técnica que utiliza um aparelho de vácuo que gera pressão
negativa, conectado a bocais de diferentes formas e tamanhos e que permite a realização
de uma depressão localizada, por sucção, que pode ser contínua ou pulsada.
Trata-se de um método global de cuidados, essencialmente reflexo, partindo do
princípio das ventosas utilizadas pelos chineses há cerca de 3 mil anos. É indicada como
recurso terapêutico para o tratamento de diversas patologias e disfunções
reumatológicas, neurológicas, vasculares e dermatológicos, inclusive pós-operatórios
diversos e tratamentos estéticos.
Entre os principais efeitos fisiológicos e terapêuticos da dermotonia estão:
• favorecimento das trocas gasosas (a sucção provocada pela ventosa
modifica a permeabilidade capilar, ativando o intercâmbio gasoso entre tecidos
capilares e a drenagem do líquido extracelular);
• aumento da mobilidade dos líquidos corporais (a mobilização do
sangue dentro dos capilares cutâneos melhora o trofismo e favorece a nutrição celular);
• aumento do trofismo tissular (ocorre em decorrência do aporte de
enzimas e nutrientes, ocasionado pela sucção e pela eliminação de toxinas);
• melhora da tonificação tissular (a sucção provocada pelas ventosas
estimula a síntese de fibras colágenas e elásticas);
• ação sobre os gânglios linfáticos (ocorre à estimulação e purificação
dos gânglios linfáticos devido ao efeito reflexo, simpaticolinético).
Uma das técnicas de aplicação da dermotonia denomina-se depressodrenagem
linfática. A depressodrenagem linfática deriva da massagem mecânica
(depressomassagem), que pode ser realizada de duas formas complementares:
• pulsada – fecha e abre-se o orifício da ventosa em um período de um
segundo, percorrendo todo o trajeto desejado. A depressomassagem pulsátil, sobre
regiões tencionadas realiza um relaxamento e sua aplicação nas regiões ganglionares
realiza a desobstrução dos gânglios. Essa forma de aplicação realiza um bombeamento
da microcirculação reflexa. Normalmente, utiliza-se pressões máximas de 600 a 700

91
mmHg; contínua – com o orifício da ventosa fechado, o cabeçote deve ser deslizado
sobre a superfície cutânea de forma contínua e interrupta. Libere o orifício ao chegar o
ponto desejado, para remover a ventosa da pele de maneira segura sem que haja
rompimento de capilares e possíveis hematomas. A depressomassagem contínua tem um
efeito descongestionante, melhorando a fluidez da substância fundamental.
Normalmente, inicia-se com pressões baixas (150 a 200 mmHg), aumentando
gradativamente, sempre respeitando a sensibilidade do paciente.

A depressodrenagem é realizada com pressões bem mais suaves, de cerca de 30


mmHg e não ultrapassando 60 mmHg.

DEPRESSODRENAGEM LINFÁTICA

EFEITOS FISIOLÓGICOS

A massagem por pressão negativa facilita a reabsorção dos líquidos intersticiais,


facilitando a reabsorção por via venosa. A técnica estimula o peristaltismo dos coletores

92
linfáticos pela sua aplicação rítmica e precisa, aumentando a capacidade de transporte
do sistema linfático, prevenindo a formação de fibroses, estimulando o sistema nervoso
parassimpático e, consequentemente, proporcionando analgesia.

Indicações:
➢ edemas linfáticos;
➢ fibro edema geloide;
➢ pré e pós-operatório de cirurgias plásticas.

Contraindicações:
➢ tromboflebite aguda;
➢ fragilidade capilar;
➢ insuficiência cardíaca congestiva;
➢ erisipela (doença febril aguda com sinais e sintomas sistêmicos);
➢ trombose venosa profunda instalada;
➢ neoplasias malignas ou indeterminadas;
➢ inflamações agudas;
➢ infecções cutâneas;
➢ reumatismos inflamatórios;
➢ alterações de sensibilidade no membro a ser tratado;
➢ intolerância à sucção.

TÉCNICAS DE APLICAÇÃO

A técnica é realizada em três tempos:


• depressomassagem pulsada sobre os linfonodos (manobra de abertura)
– a ventosa deve ser colocada sobre a região dos linfonodos sem executar deslizamento.
O vácuo realiza um bombeamento local reflexo, estimulando os linfonodos. Pode ser
utilizada uma pressão alta;
• depressomassagem contínua – as manobras são realizadas
continuamente sobre todos os trajetos linfáticos do segmento que se deseja tratar, na
direção clássica de reabsorção da linfa. A pressão deve estar entre 30 e 60 mmHg;

93
• depressomassagem pulsada sobre os linfonodos (manobra de
fechamento) – de forma semelhante à primeira manobra, a ação do vácuo promove
esvaziamento dos linfonodos.

DRENAGEM LINFÁTICA SEQUENCIAL (ELETROESTIMULAÇÃO


RUSSA)

CONCEITOS DE ELETROESTIMULAÇÃO

De modo geral, os efeitos fisiológicos da eletricidade ocorrem sobre o nervo e o


tecido muscular. Isso acontece porque músculos e nervos são tecidos excitáveis, logo,
capazes de produzir uma resposta muscular e nervosa perante corrente elétrica. Para que
ocorra essa excitabilidade muscular e nervosa, é necessária a presença de um estímulo,
que promoverá um processo de despolarização na membrana muscular e nervosa,
resultando em um potencial de ação. Esse, por sua vez, se propagará ao longo do nervo
em ambas as direções da localização do estímulo.
A vaplicação desses estímulos produzirá uma resposta elétrica, exibindo
características de acordo com o tipo de corrente (intensidade, duração e forma de onda),
e sobre o tipo de tecido aplicado (constituição e da maneira fisiológica como esse
funciona). Durante a eletroestimulação, o tecido deverá responder de maneira
semelhante à qual funciona normalmente, sendo percebido como uma sensação elétrica,
contração muscular ou até mesmo dor.
A contração muscular induzida por ativação elétrica dá-se de modo diferente
daquela que ocorre durante a contração voluntária. Observa-se um maior recrutamento
das unidades motoras.
A corrente russa foi desenvolvida na Rússia, na década de 70, sendo introduzida
no Canadá e nos Estados Unidos pelo cientista russo Yadou M. Kots, que a descreveu
como sendo uma corrente portadora de uma frequência média de 2.500 Hz, modulada
em 50 Hz, intercalada por períodos de 10 ms, nos quais a corrente não flui. Essa

94
frequência encontra-se distribuída em uma corrente alternada e polifásica, de
característica senoidal ou quadrada, com pulso variando de 50 a 250 ìs.
No aparelho gerador de corrente russa é possível determinar o tempo de
estímulo, por meio de controles independentes de subida, sustentação, descida e repouso
da rampa e do controle da frequência.
Essa corrente pode ser aplicada do modo usual por eletrodos de superfície
fixados sobre a pele. O eletrodo é um material condutor, que serve como interface entre
o estimulador e os tecidos do paciente. O material de que é construído, a sua
distribuição pelo corpo e seu tamanho são considerados essenciais para o
desenvolvimento de uma contração muscular efetiva.
Os eletrodos usados na eletroestimulação são geralmente feitos de uma borracha
de silício eletricamente condutora. É necessário utilizar um agente de acoplamento
como o gel hidrossolúvel, para que seja fornecido um caminho de menor resistência à
corrente elétrica. Os eletrodos devem estar bem aderidos à superfície da pele, para que
possa haver uma condutibilidade uniforme entre a pele e o eletrodo.
Comparada com as demais correntes, a russa apresenta várias vantagens: menor
resistência à passagem, pois quanto maior a frequência, menor será a resistência
presente, e consequentemente mais agradável a corrente se tornará; a tensão muscular
eletricamente provocada é mantida por um tempo mais longo, causando, assim,
também um estímulo de crescimento muscular mais intensivo; e é possível um
treinamento isolado de importantes grupos musculares.
A estimulação elétrica é uma técnica terapêutica que tem sido utilizada em
medicina física por mais de meio século. Na década de 60 seu uso focou-se
principalmente no tratamento de atrofias de denervação de músculos estruturais e
gradualmente se desenvolveu com o uso da estimulação elétrica para controle de dor e
ativação do sistema circulatório e linfático.
A eletroestimulação por corrente russa pode ser utilizada para estimular a
circulação venosa e linfática, sobretudo de membros inferiores. Os estímulos são
efetuados de forma ascendente: desde a planta dos pés até a região abdominal, sendo
estimulada uma região de cada vez, em sequência. O próprio sistema do aparelho
permite regular a velocidade da sequência e modular a frequência dos estímulos, a fim
de alcançar o equilíbrio individual.
Quando as placas são distribuídas externamente sobre os ductos linfáticos,
provocam contrações rítmicas com intenção de transportar a linfa para os gânglios

95
linfáticos, a fim de possibilitar a drenagem dos tecidos.
A drenagem linfática sequencial desde que realizada com a assiduidade,
intensidade, tempo e frequência adequados, pode atingir resultados positivos, dentro dos
projetados para esse tipo de tratamento.
O aparelho apresenta cerca de 20 placas que são distribuídas nos membros
inferiores e na região abdominal, em pontos musculares pré-determinados, provocando
contrações rítmicas na musculatura que comprime os vasos sanguíneos e linfáticos,
realizando, desse modo, a drenagem linfática.
A intensidade pode ser ajustada em cada ponto e região, de acordo com a
sensibilidade de cada paciente.

DRENAGEM LINFÁTICA SEQUENCIAL

EFEITOS FISIOLÓGICOS

A contração dos músculos esqueléticos adjacentes a um vaso linfático pode


comprimir esse vaso e empurrar a linfa para frente. De igual modo, as pulsações
arteriais ou a movimentação dos tecidos, criada pelo movimento ativo ou passivo dos
membros, pode promover o deslocamento da linfa. Os efeitos da drenagem linfática
sequencial baseiam-se na contração magnética e nas vibrações musculares: ativação do
metabolismo local; renovação dos líquidos intersticiais e drenagem linfática.
Dentro do contexto edema linfático, a eletroestimulação é um dos recursos de

96
grande auxílio ao profissional. Seu objetivo básico é drenar o excesso de fluido
acumulado nos espaços intersticiais, de forma a manter o equilíbrio das pressões
tissulares e hidrostática.

Indicações:
➢ edemas linfáticos primários e secundários;
➢ fibro edema geloide;
➢ insuficiência venosa crônica;
➢ inatividade muscular por um longo tempo;
➢ recuperação da elasticidade cutânea;
➢ distúrbios vasculares.

Contraindicações:
➢ tromboflebite aguda;
➢ insuficiência cardíaca congestiva;
➢ edema agudo de pulmão;
➢ erisipela (doença febril aguda com sinais e sintomas sistêmicos);
➢ trombose venosa profunda instalada;
➢ neoplasias malignas ou indeterminadas;
➢ inflamações agudas;
➢ fraturas recentes;
➢ alterações de sensibilidade no membro a ser tratado;
➢ intolerância à corrente elétrica;
➢ febre;
➢ dermatoses e eczemas;
➢ viroses e bacteremias;
➢ disfunções renais e cardíacas não controladas.

TÉCNICAS DE APLICAÇÃO

Devem ser colocadas e fixadas duas placas paralelas na planta de cada pé do


paciente, e conectadas por um fio e um pino ao conector do aparelho.

97
Devem ser colocadas duas placas paralelas na panturrilha do paciente em cima
da veia safena e mais duas na outra panturrilha. As placas devem ser conectadas por um
fio e um pino ao conector do aparelho.
Devem ser colocadas duas placas na coxa e mais duas na outra coxa na parte de
trás próximo às nádegas, em cima da musculatura. As placas devem ser conectadas por
um fio e um pino ao conector do aparelho.
Devem ser colocadas duas placas paralelas abaixo do umbigo do lado direito no
abdômen e mais duas placas no lado esquerdo. As placas devem ser conectadas por um
fio e um pino ao conector do aparelho.
Os canais devem ser ligados em intensidade mínima, que deve ser aumentada
lenta e gradualmente. A sensação não deve ser desconfortável ou dolorosa.
Normalmente, os pés têm menor sensibilidade à corrente, suportando
intensidades mais altas de estimulação. A panturrilha tem média sensibilidade, as coxas
grande sensibilidade e o abdômen grandíssima sensibilidade. Isso quer dizer que quanto
maior a sensibilidade, menor quantidade de corrente o paciente suportará.

98
MAPA DE COLOCAÇÃO DOS ELETRODOS PARA A REALIZAÇÃO DA
DRENAGEM LINFÁTICA SEQUENCIAL

PRECAUÇÕES

Os melhores resultados são obtidos pela associação da eletroestimulação com o


posicionamento do segmento corpóreo em questão elevado (posição de drenagem).
O sentido da estimulação deve ser sempre de distal para proximal,
acompanhando o fluxo da circulação linfática e venosa.
Outro recurso que pode ser associado durante o tratamento é o enfaixamento
compressivo, sendo que sua intensidade de compressão é maior na porção distal do

99
segmento a ser tratado. Os eletrodos, nesse caso, são fixados sob a faixa.
Ao contrário do programa de fortalecimento muscular, aqui os eletrodos devem
ser posicionados de forma que não se contraiam músculos específicos, mas sim grupos
musculares que exerçam a função de bomba, preferencialmente no sentido de distal para
proximal.

GLOSSÁRIO

Abdominoplastia: intervenção cirúrgica que visa à correção funcional e estética


da parede abdominal. Dependendo do tipo de anormalidade, pode ser necessária a
correção dos elementos profundos, musculares, ou os da superfície, com a retirada dos
excessos gordurosos.
Abdução: é uma posição ou movimento do segmento afastando-se da linha
mediana, independentemente de qual o segmento que se move.
Ácido hialurônico: mucopolissacarídeo natural de alta viscosidade.
Ácido lático: é um composto orgânico de função mista, ácido carboxílico –
álcool que apresenta fórmula molecular C3H6O3 e estrutural CH3 - CH (OH) - COOH.
Participa de vários processos bioquímicos, e o lactato é o sal desse ácido.
Adução: é uma posição ou movimento aproximando-se da linha mediana.
Movimento no sentido do segmento.
Angiomas: tumor circunscrito formado por uma aglomeração de vasos
sanguíneos (hemangioma) ou linfáticos (linfangioma).
Atrofia muscular: perda do trofismo muscular decorrente da inatividade ou de
denervações centrais ou periféricas.

Avascular: relativo ao que não possui tecido de vascularização.


Biossegurança: conjunto de estudos e procedimentos que visam a evitar ou
controlar os riscos provocados pelo uso de agentes químicos, agentes físicos e agentes
biológicos à biodiversidade.
Capsulite: processo de aderência de pregas de uma cápsula articular, como
sequela inflamatória, promovendo restrição de movimentos articulares normais.
Cartilagem hialina: tipo de tecido cartilaginoso cuja substância fundamental,
de aparência amorfa, é muito resistente e elástica. A cartilagem hialina é a mais

100
abundante dos tecidos cartilaginosos. Constitui o anel da traqueia e dos brônquios,
assim como as partes cartilaginosas do nariz e das costelas, e recobre as superfícies
ósseas articulares (joelho, cotovelo, punho, etc.).
Catabolismo: parte do metabolismo em que predominam reações químicas de
decomposição.
Cefaleia: termo médico que designa a dor de cabeça. É um dos sintomas mais
comuns na medicina. É uma das queixas mais frequentes de consultas a clínicos, e
também um dos motivos mais comuns de falta ao trabalho.
Células de Langerhans: células dendríticas abundantes na epiderme. Estão
normalmente presentes em linfonodos, podendo ser encontradas em outros órgãos na
condição de histiocitose.
Células de Merkel: células da epiderme que realizam síntese de catecolaminas.
Celulite: inflamação aguda das estruturas cutâneas, incluindo o tecido adiposo
subjacente. Geralmente produzida por um agente infeccioso e manifestada por dor,
rubor, aumento da temperatura local, febre e mal-estar geral.
Cicatriz hipertrófica: alteração do processo cicatricial normal frequentemente
confundida com queloides, pelo fato de serem muito parecidas em um primeiro
momento. Porém, as cicatrizes hipertróficas permanecem dentro dos limites da incisão
original ou ferida. Geralmente, regridem de forma espontânea, com o passar do tempo.
Cicatriz queloideana: queloides são cicatrizes grossas, enrugadas e elevadas
que crescem, de forma contínua, além das bordas da ferida ou incisão. Elas são
frequentemente vermelhas ou mais escuras que a pele normal e raramente regridem
espontaneamente.
Cloreto de sódio: sal de sódio, que desempenha um papel biológico importante
na manutenção da pressão osmótica do sangue e tecidos e na manutenção de balanços
eletrolíticos.
Condroblastos: célula cartilaginosa jovem, de origem conjuntiva, mergulhada
na substância fundamental da cartilagem em vias de formação, da qual deriva o
condrócito.
Corpúsculos de Krause: equivalentes aos corpúsculos de Meissner na pele,
presentes também nos lábios, língua e órgãos genitais. Apresenta-se como uma
dilatação com terminações nervosas ramificadas, envolta por uma cápsula conjuntiva.
Corpúsculos de Meissner: receptores táteis, alongados ou ovoides, encontrados
dentro das papilas dérmicas. São numerosos nos dedos das mãos e dos pés. Apresentam

101
uma bainha fina de tecido conjuntivo e, no seu interior, células achatadas que
subdividem o corpúsculo em pequenos compartimentos transversais.
Corpúsculos de Paccini: mecanorreceptores de pressão que se apresentam sob a
forma de uma terminação nervosa, envolvida por camadas concêntricas de tecido
conjuntivo rico em fibrilas, cujas células são contínuas com o endoneuro. Presente nas
camadas subcutâneas da pele, nos ligamentos, periósteo, peritônio, mesentério, pâncreas
e outras vísceras.
Corpúsculos de Ruffini: presentes na pele e nas articulações. Os terminais são
associados com fibrilas colágenas na cápsula, confundindo-se com o colágeno dérmico.
Uma fibra mielinizada entra na cápsula e divide-se em pequenos ramos não
mielinizados. Semelhantes aos bulbos terminais de Krause, porém são mais achatados.
Decúbito dorsal: posicionamento do indivíduo com o abdômen voltado para
cima.
Decúbito lateral: posicionamento do indivíduo lateralmente.

Decúbito ventral: posicionamento do indivíduo com o abdômen voltado para


baixo.
Desvio ulnar: movimento em que a mão se aproxima do eixo do corpo e o seu
lado interno (do dedo mínimo), forma, com o lado interno do antebraço, um ângulo
obtuso aberto para dentro.
Difusão: fenômeno de transporte de matéria em que um soluto é transportado
devido aos movimentos das moléculas de um fluido. Esses movimentos fazem com que,
do ponto de vista macroscópico, seja transportado soluto das zonas de concentração
mais elevada para as zonas de concentração mais baixa.
Discrasias sanguíneas: qualquer alteração envolvendo os elementos celulares
do sangue, glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas.
Doença de Raynaud: condição que afeta o fluxo sanguíneo nas extremidades do
corpo humano – mãos e pés, assim como os dedos desses, nariz, lóbulos das orelhas –
quando submetidos a uma mudança de temperatura inferior ou estresse.
Eczema: dermatite pápulo-vesicular que ocorre como reação a muitos agentes
endógenos e exógenos, caracterizada na fase aguda por eritema, edema associado com
um exsudato seroso entre as células da epiderme (espongiose) e um infiltrado
inflamatório na derme, exsudação e vesiculação, e encrostamento e escamação; e sinais
de escoriações e hiperpigmentação ou hipopigmentação ou ambas.

102
Elefantíase (filariose): doença causada pelos parasitas nematoides Wuchereria
bancrofti, Brugia malayi e Brugia timori, comumente chamados filária, que se alojam
nos vasos linfáticos, causando linfedema. Essa doença é conhecida como elefantíase
devido ao aspecto de perna de elefante do paciente.
Eletrólito: condutor iônico, líquido, sólido ou pastoso, que, ao ser dissolvido na
água, forma uma solução que pode conduzir eletricidade.
Equimose: infiltração de sangue na malha dos tecidos. Surge com a rotura de
capilares. As que surgem a distância resultam da migração do sangue extravasado ou
por aumento da pressão venosa por compressão das veias de drenagem.
Erisipela (linfangite): infecção cutânea causada geralmente por bactérias de
tipos Streptococcus do grupo A e aureus. Cursa usualmente com eritema, edema e dor.
Na maioria dos casos também com febre e leucocitose.

Erisipela: processo infeccioso cutâneo, podendo atingir a gordura do tecido


celular subcutâneo, causado por uma bactéria que se propaga pelos vasos linfáticos.
Escleroproteína: proteínas longas e filamentosas e uma das duas principais
classes de estrutura terciária de proteínas (a segunda sendo as proteínas globulares).
Encontram-se exclusivamente em animais, na construção de tecido conectivo, tendões,
matriz óssea e fibras musculares.
Fagocitose: englobamento de partículas sólidas pela célula, através da
membrana celular – a partícula é envolvida num vacúolo digestivo, a partir do qual a
matéria digerida passa depois para o citoplasma.
Faringite: inflamação da faringe, a área situada entre as amígdalas e a laringe
(onde se forma a voz).
Fibrilas: pequenas fibras rearranjadas.
Fibro edema geloide: hipodermodistrofia regional, de grande incidência no
sexo feminino, com topografia localizada nos quadris, nádegas, membros inferiores e
em menor escala no abdome e braços e que ocorre mais frequentemente durante a
puberdade ou nos episódios da vida genital. Trata-se de uma infiltração edematosa do
tecido conjuntivo subcutâneo, não inflamatório, seguido de polimerização da substância
fundamental que, infiltrando-se nas tramas, produz uma reação fibrótica consecutiva.
Fístulas linfáticas: comunicação anormal entre vasos linfáticos.
Flebite: flebite é todo tipo de inflamação da parede das veias, que permite a
aderência de plaquetas. O sistema venoso profundo pode ser acometido da doença, mas,

103
frequentemente, ocorre no chamado superficial. As causas mais frequentes são injeções
intravenosas de medicamentos, sejam terapêuticas ou inadvertidas.
Fosfatos: sais inorgânicos do ácido fosfórico.
Glicoproteínas estruturais: são proteínas associadas a glicídios. Fibronectina é
uma proteína de aderência para colágeno e glicosaminoglicanas. A laminina é outra
responsável pela aderência das células epiteliais às lâminas basais.
Glicosaminoglicanas: são glicídios de alto peso molecular formados pela
polarização de uma unidade constituída por ácido hialurônico e hesoxamina. Doenças
elacionadas são chamadas de mucopolissacaridoses. São poliânions (muitos grupos
negativos) podendo ligar-se a muitos cátions (sódio, geralmente). São muito hidrófilas.
Hidrodinâmica: parte da mecânica dos fluidos que estuda o escoamento dos
fluidos sujeitos a forças externas que induzam movimento.
Hipertireoidismo: conjunto de sinais e sintomas decorrentes do excesso de
hormônios da tiroide circulantes no organismo.
Homeostase: processo sanguíneo fisiológico mantido em estado de equilíbrio
dinâmico constante pelo organismo.
Insuficiência cardíaca: termo médico usado para designar as condições em que
o coração não está capacitado a manter as necessidades circulatórias do organismo.
Insuficiência renal: alteração da função dos rins, quando esses órgãos tornam-
se incapazes de excretar as substâncias tóxicas do organismo de forma adequada. As
causas da insuficiência renal são muitas, algumas das quais acarretam uma diminuição
rápida da função renal (insuficiência renal aguda), enquanto outras acarretam uma
diminuição gradual da função renal (insuficiência renal crônica).
Leucócitos: células especializadas na defesa do organismo, combatendo vírus,
bactérias e outros agentes invasores que penetram no corpo.
Linfangiectasia: dilatação patológica dos vasos linfáticos.
Linfangite: processo infeccioso comprometendo um ou mais vasos linfáticos.
Linfócitos: tipo de leucócito (glóbulo branco) do sangue. Há duas categorias: os
linfócitos grandes granulares e os pequenos linfócitos. Os linfócitos grandes granulares
são conhecidos como Natural Killer (células NK ou exterminadoras naturais) e os
pequenos podem ser linfócitos T ou B.
Exercem um papel importante na defesa do corpo humano contra
microrganismos.
Lipídio: substância orgânica composta de ácidos graxos, insolúvel em água,

104
formando uma reserva calórica para o organismo ou fornecendo elementos para
produção de compostos complexos como hormônios.
Lipoesclerose: fibro edema geloide.
Mamoplastia: intervenção cirúrgica que visa à correção funcional e estética das
mamas. Dependendo do tipo de alteração, pode ser necessária a inclusão de prótese de
silicone e/ou a retirada de tecidos moles e excessos gordurosos.
Melanócitos: célula dendrítica que produz melanina, substância pigmentar que
envolve a célula protegendo seu núcleo dos raios solares. No homem, os melanócitos se
encontram na pele, na camada basal da epiderme, no sistema nervoso central e na retina.
A melanina é um dos responsáveis pela coloração da pele e auxilia na proteção celular
contra a radiação solar.
Mesoderma: tecido que forma folheto embrionário que se localiza entre a
ectoderme e endoderme.
Mucopolissacarídeos: polímeros de condensação que geralmente contêm
centenas de moléculas de monossacarídeos interligadas por pontes oxídicas.
Nevralgia: dores decorrentes de compressão do trajeto de determinado nervo.
Odontoblastos: célula responsável pela síntese ou produção da dentina, a
camada situada na parte de baixo do esmalte, sua principal função é a dentinogênese.
Ondas senoidais: uma onda senoidal pode ser entendida como um movimento
circular que se propaga ao longo de um eixo, o qual pode representar uma distância ou
tempo.
Osteoblastos: células de revestimento responsáveis pelos constituintes da
matriz, como o colágeno e a camada básica de proteoglicanos e glicoproteinas e se
originam do tecido mesenquimal. O principal produto dos osteoblastos é o colágeno tipo
1.
Peristaltismo: contrações segmentares da musculatura lisa, que configura a
atividade motora de vísceras, como intestino e ureteres.
Pinocitose: processo de endocitose em que a célula engloba uma substância em
estado líquido por transporte ativo através da membrana celular. É um sistema de
alimentação celular complementar à fagocitose.
Plasma sanguíneo: hemocomponente rico em fatores de coagulação.
Poliúria: sintoma que corresponde ao aumento do volume urinário (acima de
2.500 ml por dia), acompanhado de um aumento da frequência urinária.
Pré-carga cardíaca: na fisiologia cardíaca, pré-carga é o volume de sangue

105
(pressão diastólica final) presente no ventrículo do coração, após seu enchimento
passivo e contração atrial.
Pressão sanguínea diastólica: quando os ventrículos se contraem para empurrar
o sangue para as artérias, a pressão arterial está no máximo: a isso se dá o nome de
pressão sistólica.
Pressão sanguínea sistólica: o sangue flui para os ventrículos vindos das
aurículas quando o coração repousa entre dois batimentos. A pressão arterial está no
mínimo: a isso se chama pressão diastólica.
Pronação: movimento dos ossos do antebraço de modo que o rádio se
sobreponha à ulna.
Realizado com o cotovelo fletido.
Proteínas: grande molécula composta de uma ou mais cadeias de aminoácidos
dispostas em uma ordem específica, determinada pela sequência base dos nucleotídeos
no código de DNA da proteína. As proteínas são necessárias para a estrutura, função e
regulação das células, dos tecidos e dos órgãos do corpo. Cada proteína tem uma função
única. São componentes essenciais para os músculos, pele, ossos e para o corpo como
um todo. A proteína é um dos três tipos de nutrientes usados como fontes de energia
pelo corpo.
Queratose: alteração de pele, caracterizada por crescimento excessivo do
epitélio cornificado.
Rinite: inflamação das mucosas do nariz.
Sinusite: inflamação das mucosas dos seios da face, região do crânio formada
por cavidades ósseas ao redor do nariz, maçãs do rosto e olhos.
Sudorese: mecanismo fisiológico presente em alguns animais superiores e no
ser humano. Caracteriza a produção e eliminação de suor pelas glândulas sudoríparas.
Com ajuda da sudorese, o organismo pode perder calor para o meio externo através do
fenômeno da evaporação do suor. Além disso, as glândulas sudoríparas têm a
capacidade de filtrar do sangue algumas substâncias tóxicas resultantes do metabolismo,
como a ureia.
Sulfatos: sais inorgânicos do ácido sulfúrico
Supinação: movimento dos ossos do antebraço de modo que o rádio e a ulna
fiquem paralelos.
Realizado com o cotovelo fletido.
Trombose venosa profunda: disfunção vascular resultante de processo de

106
hipercoagulação sistêmica, em associação com uma estase venosa local, decorrente
quase sempre de redução da atividade física do paciente.
Trombose venosa profunda: formação de um coágulo sanguíneo (“trombo”)
em uma veia profunda. Geralmente afeta as veias da perna, como a veia femoral e a veia
poplítea, ou veias profundas da pelve.
Tuberculose: doença grave transmitida pelo ar, que pode atingir todos os órgãos
do corpo, em especial os pulmões. O micro-organismo causador da doença é o bacilo de
Koch, cientificamente chamado Mycobacterium tuberculosis.
Ureia: um composto gerado no fígado a partir da amônia produzida pela
desaminação dos aminoácidos. É o principal produto final do catabolismo das proteínas
e constitui aproximadamente metade do total de sólidos urinários.

107
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