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Terra-rara
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Com exceção do lantânio, que por ser instável é muito raro, a abundância crustal dos elementos incluídos no grupo das
terras raras varia entre as 68 partes por milhão para o cério, o 25.º elemento mais abundante dos 78 elementos mais
comuns na crosta da Terra, e apenas 0,5 partes por milhão para o túlio e o lutécio, as terras raras menos abundantes.
Ainda assim, o elemento mais raro da série, o túlio, é mais abundante que metais como a prata e o mercúrio. Portanto,
os referidos elementos não são "terras" e não são "raros".
As terras raras foram pela primeira vez assinaladas quando a descrição do mineral negro ytterbite (também conhecido
como gadolinite a partir de 1800), foi feita pelo militar e mineralogista Carl Axel Arrhenius no ano de 1787, a partir de
uma amostra recolhida numa pedreira das proximidades da localidade de Ytterby, na Suécia.[2]
Muitos dos elementos incluídos nas terras raras foram denominados em honra dos cientistas que os isolaram pela
primeira vez ou que descreveram as suas propriedades físico-químicas elementares, pela sua origem geográfica, por
referência à mitologia clássica greco-latina ou por neologismos latinizados ou helenizados.
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Nome Etimologia
Lantânio do grego "lanthanon", escondido.
Cério da deusa romana da fertilidade Ceres.
Praseodímio do grego "praso", verde, e "didymos", gémeo.
Neodímio do grego "neo", novo, e "didymos", gémeo.
Promécio do titã Prometheus, que deu o fogo aos mortais.
Samário em honra de Vasili Samarsky-Bykhovets, descobridor do mineral samarskite.
Európio de Europa, o continente.
Gadolínio em honra de Johan Gadolin (1760-1852), um dos primeiros investigadores das terras raras.
Térbio de Ytterby, uma localidade da Suécia onde se localiza a pedreira a partir de cujos minerais foi isolado.
Disprósio do grego "dysprositos", difícil de obter.
Hólmio de Holmia, a designação latinizada da cidade de Estocolmo, cidade natal de um dos seus descobridores.
Érbio de Ytterby, uma localidade da Suécia.
Escândio de Escandinávia, em homenagem à Escandinávia.
Túlio a cidade mítica de Thule.
Itérbio de Ytterby, uma localidade da Suécia onde se localiza a pedreira partir de cujos minerais foi isolado.
Lutécio de Lutécia, o nome latino da cidade de Paris.
História
A partir de amostras do mineral ytterbite (gadolinite) enviadas por Carl Axel Arrhenius, o químico e mineralogista
finlandês Johan Gadolin, professor na Universidade de Turku, isolou um óxido desconhecido (uma terra na linguagem
química da época), a que deu o nome de ytteria, uma referência a Ytterby, a localidade onde se situa a pedreira onde o
mineral fora recolhido. A partir de 1800 a ytterbite passou a ser conhecida por gadolinite, em honra de Johan Gadolin.
A partir da gadolinite, o químico Anders Gustav Ekeberg isolou o elemento químico berílio, mas não conseguiu
reconhecer a presença das terras raras, os outros elementos em que aquele minério é rico. Mais tarde, em 1803, um
mineral recolhido em Bastnäs, uma localidade próxima de Riddarhyttan, na Suécia, que se acreditava ser um mineral
de ferro-tungsténio, foi reanalisado por Jöns Jacob Berzelius e Wilhelm Hisinger, que obtiveram um óxido branco a
que deram o nome de ceria, depois identificado como um óxido de cério. Martin Heinrich Klaproth descobriu
independentemente aquele óxido, dando-lhe o nome de ochroia.
Assim, em 1803 eram conhecidos os óxidos de dois elementos pertencentes às terras raras: o ítrio e o cério. A partir
deste ponto, a semelhança nas propriedade químicas dos elementos que hoje integram o grupo fez com que demorasse
cerca de 30 anos até que os investigadores pudessem determinar a presença de outros elementos naqueles óxidos, tal é
a dificuldade de separação.
Em 1839 Carl Gustav Mosander, um assistente de Berzelius, conseguiu separar o óxido então designado por ceria em
dois componentes, aquecendo-o um seu nitrato e dissolvendo o produto em ácido nítrico. Deu a designação de
lanthana ao óxido do sal solúvel que obteve, demorando três anos até conseguir separar o lanthana no seu didymia
(gémeo) e em lantânio puro. O didymia, não separável pelas técnicas usadas por Mosander, era ainda uma mistura de
óxidos.
Em 1842 Mosander também separou o ytteria em três óxidos: ytteria pura, terbia e erbia (nomes derivados de
Ytterby, a localidade de onde o mineral original proviera). Ao elemento que dava origem a sais rosados Mosander deu o
nome de terbium; ao que produzia peróxidos amarelados erbium. Estavam assim isolados o térbio e o érbio, o que
elevava o número de terras raras conhecidas a seis: yttrium (ítrio), cerium (cério), lanthanium (lantânio), erbium
(érbio), terbium (térbio) e didymium (didímio), este último afinal uma mistura de dois elementos diferentes
(praseodímio e neodímio).
Nils Johan Berlin e Marc Delafontaine conseguiram também separar o ytteria e encontraram as mesmas substâncias
que Mosander obtiverad, mas Berlin denominou (em 1860) a substância que produzia sais rosados como erbium e
Delafontaine designou a substância que produzia o peróxido amarelado como terbium. Esta confusão levou a várias
identificações erradas, incluindo diversos casos de isolamento de novos elementos que depois se provou serem já
conhecidos, tais como o mosandrium de John Lawrence Smith, ou o philippium e decipium de Delafontaine.
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As dificuldades impostas pelas semelhanças físico-químicas levaram a que durante mais três décadas não surgissem
novos isolamentos de elementos, sendo o didymium listado nas tabelas periódicas como um elemento químico com
massa molecular de 138. Em 1879 Delafontaine usou a então recém inventada técnica de espectroscopia de chama e
descreveu um espectro óptico complexo, com linhas de absorção que indicavam a presença de mais do que um
elemento. Também em 1879, o químico francês Paul Émile Lecoq de Boisbaudran isolou um novo elemento
pertencente ao grupo das terras raras, o samarium (samário) a partir do mineral samarskite.
A partir de samaria, os óxidos de samarium, Paul Émile Lecoq de Boisbaudran isolou em 1886, resultado que foi
confirmando por Jean-Charles Galissard de Marignac, que obteve o mesmo elemento directamente da samarskite. A
este elemento deram o nome de gadolinium (gadolínio), em honra de Johan Gadolin, designando os seus óxidos como
gadolinia.
Análises espectroscópicas de amostras da samaria, ytteria e samarskite, realizadas por William Crookes, Lecoq de
Boisbaudran e Eugène-Anatole Demarçay entre 1886 e 1901, revelaram linhas espectrais que indicavam a presença de
um elemento desconhecido, que quando em 1901 foi isolado por cristalização fraccionada foi designado por europium
(európio).
A partir de 1839 surgiu uma terceira fonte de terras raras, um mineral similar à gadolinite, o uranotantalum, hoje
designado por samarskite. Este mineral foi inicialmente encontrado em Miass, no sul dos Montes Urais, sendo descrito
pela primeira vez por Gustave Rose. O químico russo R. Harmann postulou então que um novo elemento, o ilmenium
(de ilmenite, um mineral da região de Ilmen, nos Urais), deveria estar presente no mineral, mas Christian Wilhelm
Blomstrand (1826-1897), Jean-Charles Galissard de Marignac e Heinrich Rose apenas nele encontraram tântalo e
nióbio.
Nos princípios do século XX, o exacto número de terras raras era pouco claro, estimando-se que pudesse atingir os 25
elementos. Apenas quando a utilização de raios x, aplicada ao estudo da difracção em cristais por Henry Moseley,
permitiu a determinação dos números atómicos se concluiu que o número de elementos químicos pertencentes aos
lantanídios teria de ser 15, estando ainda em falta o elemento com número atómico 61. Por outro lado, a utilização da
difracção de raios x permitiu provar que o hafnium (háfnio) não era uma terra rara e que o anúncio feito por Georges
Urbain da descoberta do elemento de número atómico 71 era incorrecto.
Características e usos
As formas elementares das terras raras são metais tipicamente macios, maleáveis e dúcteis, geralmente reactivos,
especialmente a temperaturas elevadas ou quando finamente divididos, com cores que variam de cinza escuro a
prateado.
As principais fontes económicas de terras raras são os minerais bastnasite, monazite e loparite e as argilas lateríticas.
Apesar da sua abundância relativa elevada, os minerais de terras raras são mais difíceis de minerar e de extrair do que
fontes equivalentes de metais de transição, devido em parte às suas semelhanças químicas. Esta dificuldade torna os
metais de terras raras relativamente caros, pelo que o seu uso industrial foi limitado até serem desenvolvidas técnicas
de separação de alto rendimento, tais como a troca iónica, cristalização fraccional e extracção líquido-líquido nas
décadas de 1950 e de 1960.[3]
As propriedades químicas e físicas das terras raras são utilizadas numa grande variedade de aplicações tecnológicas,
que vão desde a constituição de catalisadores à produção de materiais luminescentes e de magnetos. Os metais de
terras raras estão incorporados em aplicações como os supercondutores, magnetos miniaturizados, catalisadores
utilizados em refinação de produtos diversos e componentes para carros híbridos.[4] Iões de terras raras são utilizados
como os átomos activos em materiais luminescentes usados em aplicações de optoelectrónica, com destaque para o
laser Nd:YAG. Foram também extensivamente utilizados como dopantes em tubos de raios catódicos para televisores e
computadores.
A determinação da concentração relativa de terras raras é usada em Geologia para a determinação da fonte dos
magmas que constituem as rochas ígneas e para a datação de alguns minerais, entre os quais as granadas, através da
abundância relativas do par neodímio/samário.
1 2
H He
3 4 5 6 7 8 9 10
Li Be B C N O F Ne
11 12 13 14 15 16 17 18
Na Mg Al Si P S Cl Ar
19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36
K Ca Sc Ti V Cr Mn Fe Co Ni Cu Zn Ga Ge As Se Br Kr
37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54
Rb Sr Y Zr Nb Mo Tc Ru Rh Pd Ag Cd In Sn Sb Te I Xe
55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86
Cs Ba La Ce Pr Nd Pm Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu Hf Ta W Re Os Ir Pt Au Hg Tl Pb Bi Po At Rn
87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118
Fr Ra Ac Th Pa U Np Pu Am Cm Bk Cf Es Fm Md No Lr Rf Db Sg Bh Hs Mt Ds Rg Uub Uut Uuq Uup Uuh Uus Uuo
Lantânio
Cério
Praseodímio
Neodímio
Promécio
Samário
Európio
Gadolínio
Térbio
Disprósio
Hólmio
Érbio
Túlio
Itérbio
Lutécio
Escândio
Ítrio
Notas
1. Edited by N G Connelly and T Damhus (with R M Hartshorn and A T Hutton), ed. (2005). Nomenclature of
Inorganic Chemistry: IUPAC Recommendations 2005 (http://www.iupac.org/publications/books/rbook/Red_Book_20
05.pdf) (PDF). Cambridge: RSC Publ. ISBN 0-85404-438-8. Consultado em 17 de dezembro de 2007
2. Gschneidner KA, Cappellen, ed. (1987). «1787-1987 Two hundred Years of Rare Earths». Rare Earth Information
Center, IPRT, North-Holland. IS-RIC 10
3. Spedding F, Daane AH: "The Rare Earths", John Wiley & Sons, Inc., 1961
4. «Haxel G, Hedrick J, Orris J. 2006. Rare earth elements critical resources for high technology. Reston (VA): United
States Geological Survey. USGS Fact Sheet: 087‐02.» (http://pubs.usgs.gov/fs/2002/fs087-02/fs087-02.pdf) (PDF).
Consultado em 19 de abril de 2008
5. Sílvia Salek (16 de maio de 2011). «Megainvestimento da Foxconn pode aumentar dependência brasileira da
China» (http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/04/110416_silvia_xian2.shtml). BBC Brasil. Consultado em
16 de abril de 2011
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26/08/2020 Urânio – Wikipédia, a enciclopédia livre
Urânio
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A nova mina de mineração Tumalapalli revelada à imprensa em agosto de 2011, está localizada no
Estado de Andhra Pradesh, no sul da Índia, e pode se tornar a maior reserva de Urânio do mundo.
Segundo o Departamento de Energia Atômica da Índia, é confirmado que a mina contém 49 mil
toneladas de minério. No entanto há indicações de que esta quantidade total seja três vezes maior
Informações gerais
que isso, o que alcançaria uma capacidade total de produção de 150 mil toneladas. Assim, passaria
a ser a maior do mundo, ainda que se tratando de urânio de baixo grau.[3] Nome, símbolo, número Urânio, U, 92
Série química Actinídio
Grupo, período, bloco 3 (IIIA), 7, f
Índice Densidade, dureza 19050 kg/m3,
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26/08/2020 Urânio – Wikipédia, a enciclopédia livre
Reator natural
Em 1972 o físico francês Francis Perrin descobriu em Oklo, no Gabão, um depósito de urânio onde, há cerca de dois bilhões de anos, ocorreram de forma
natural reações de fissão do isótopo U-235. Esse reator natural funcionou ao longo de centenas de milhares de anos, liberando uma potência média
inferior a 100 kW. A reação em cadeia era controlada naturalmente, permitindo o seu funcionamento durante tanto tempo sem provocar uma explosão
nuclear.[4]
Antes de sua descoberta, o urânio natural, sob a forma de dióxido de urânio, era usado como corante em tintas e esmaltes dando uma cor amarelada, se
adicionado ao vidro, o deixava verde e luminescente. Este uso remonta até ao ano de 79 antes de Cristo.[5]
Descoberta
A descoberta do urânio é creditada ao cientista alemão Martin Heinrich Klaproth em 1789. Quando estava em seu
laboratório experimental em Berlim, Klaproth foi capaz de precipitar um composto amarelo (provavelmente
diuranato de sódio) através da dissolução da uraninita em ácido nítrico e neutralizar a solução com hidróxido de
sódio. Klaproth achou que a substância amarela era o óxido de um elemento ainda não descoberto, e aquecido com
carvão vegetal para a obtenção de um pó preto, que ele pensou ser o metal descoberto recentemente em si (na
verdade, o pó era um óxido de urânio). Ele nomeou o novo elemento descoberto em honra ao planeta Urano, que
tinha sido descoberto havia oito anos por William Herschel (que tinha chamado o planeta após o primordial deus
grego do céu Urano).[6]
Henri Becquerel descobriu a radioatividade usando urânio em 1896. Becquerel fez a descoberta, em Paris, deixando uma amostra de um sal de urânio,
K2 UO2 (SO4)2, em cima de uma chapa fotográfica não exposta numa gaveta e observando que a placa havia se tornado "enevoada". Ele determinou que
uma forma de luz invisível ou raios emitidos pelo urânio tinha exposto a chapa criando acidentalmente a imagem.
Uma equipe liderada por Enrico Fermi bombardeou urânio com nêutrons, produzindo partículas β e o
elemento 93, o netúnio e através do decaimento beta, o elemento 94 chamado de plutônio. Os produtos
da fissão do U-235 foram confundidos com os novos elementos criados pelo U-238.
As experiências que conduziram à descoberta da capacidade do urânio para a fissão (quebra instantânea)
em elementos mais leves e liberação de energia de ligação foi realizada por Otto Hahn e Strassmann Fritz
no laboratório de Hahn em Berlim. Lise Meitner e seu sobrinho, o físico Otto Robert Frisch, publicaram
a explicação física do processo em fevereiro de 1939 e nomearam o processo fissão nuclear. Logo depois,
Fermi postulou que a fissão do urânio pode liberar nêutrons suficiente para sustentar uma reacção de
fissão. A confirmação desta hipótese veio em 1939 e, posteriormente, o trabalho levou a concluir que, em
Little Boy
média, cerca de 2,5 nêutrons são liberados por cada fissão de U-235, um raro isótopo de urânio,
trabalham ainda que o mais comum isótopo do urânio-238 pode ser transmutado em plutônio, que,
como o urânio-235, também é fissionável por nêutrons térmicos. Essas descobertas levaram vários
países para começar a trabalhar no desenvolvimento de armas nucleares e energia nuclear. Em 1942 outra equipe liderado por Enrico Fermi, conseguiu
obter a primeira reação em cadeia artificial.
Em 1945 a primeira bomba atômica usada em Guerra e também a primeira bomba de urânio, o Little Boy, foi usado em Hiroshima, contra o Japão, na
Segunda Guerra Mundial gerando 15 quilotons de TNT, após essa bomba poucas outras bombas foram feitas de uranio puro, como por exemplo a W9
que rendeu o mesmo que o Little Boy mas era bem menor.
Tuballoy e Oralloy
Durante o Projeto Manhattan teve-se a necessidade de sigilo, então os termos chave durante a pesquisa para criar armas nucleares foram codificados, o
urânio empobrecido recebeu a alcunha de Tuballoy, ja o urânio enriquecido, recebeu a alcunha de Oralloy em referência a Oak Ridge, o local onde o
urânio era enriquecido, esses termos ainda hoje são largamente utilizados.
Características principais
Quando refinado o urânio é branco metálico, com uma radioatividade ligeiramente maior que a do aço, fortemente
eletropositivo e pobre condutor elétrico. É maleável, ductil e levemente paramagnético, fica muito denso, sendo 70% mais
denso que o chumbo e pouco menos denso que o ouro. O urânio metalico reage com todos os elementos não metálicos e
seus respectivos compostos, a reatividade aumenta com a temperatura. Ácido clorídrico e ácido nítrico corroem o urânio,
mas o acidos não oxidantes o dissolvem muito lentamente, quando dissolvido pode reagir com água fria, se exposto ao ar
ele forma uma escura camada de dióxido de urânio.
Minério de urânio
O urânio é o último elemento químico natural da tabela periódica. É o átomo com o núcleo mais pesado que existe
naturalmente na Terra: contem 92 prótons e 135 a 148 nêutrons. Quando puro, é um sólido, metálico e radioativo, muito
duro e denso, de aspecto cinza a branco prateado, muito semelhante à coloração do níquel.
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26/08/2020 Urânio – Wikipédia, a enciclopédia livre
Pensava-se que a uraninita era um minério de zinco, ferro ou tungstênio. No entanto, Klaphroth, em 1789, comprovou a existência de uma "substância
semi-metálica" nesse minério. Chamou ao metal "urânio" em honra à descoberta feita por Herschel em 1781 do planeta Urano. Mais tarde, Péligot
provou que Klaphroth apenas tinha conseguido isolar o óxido e não o metal e em 1842 conseguiu isolar o urânio metálico. O urânio foi o primeiro
elemento no qual se descobriu a propriedade da radioatividade. Esta descoberta foi feita por Antoine Henri Becquerel em 1896.
Propriedades
Propriedades físicas
Muito pesado e denso, branco prateado com brilho metálico brilhante. Em sua forma pura é um pouco mais suave do que o aço, dúctil, flexível, tem uma
pequena propriedade paramagnética. o urânio têm três formas alotrópicas: alfa, prismáticos, estável até 667,7 °C, beta, quadrado, estável de 667,7 °C a
774,8 °C, Gama, com um corpo centrado e estrutura cúbica, 774, 8 °C é ponto de fusão da forma alotrópica gama:
Propriedades químicas
O urânio tem uma grande afinidade com elementos não metálicos, como nitrogênio, carbono, enxofre e
principalmente com o oxigênio, e na presença deste pode se inflamar instantâneamente formando óxidos, o mesmo
efeito pode ser obtido com o plutônio que também tem a mesma afinidade com elementos não metálicos.
Esta afinidade com não metais, fez com que este se ligasse rapidamente com elementos leves, formando uma
molécula com leveza ligeiramente maior que níquel e ferro, isso o salvou de ser levado ao núcleo da terra durante a
atração gravitacional. Ele possui quatro possíveis estados de valência: III, IV, V e VI. As valências IV e VI são as mais
comuns em minerais. Os ions uranila ( ), dissolvem muito bem em ácidos, como por exemplo ácido nítrico e
acido fluoridríco, sais de uranila quando em nitrato de uranila dissolvem. A equação para a dissolução do íon
uranilo em sal de uranila em ácido nítrico é:
Valências III (roxo), IV (verde), V
(instável) e VI (amarelo) do urânio.
O urânio consegue comportar ate ligações tetravalentes, ele geralmente consegue arrancar átomos de hidrogênio de
sais, soluções e minerais de metais como: mercúrio, prata, cobre, estanho, platina e ouro.
Fissão
Em 1934, Enrico Fermi e os seus colaboradores observaram que o bombardeamento de urânio com nêutrons, produzia emissão de partículas beta. Esta
reação só seria explicada em 1938, por Otto Hahn e Fritz Strassmann. Estes investigadores concluíram que o urânio bombardeado com nêutrons dava
origem a isótopos de elementos mais leves, como o criptônio ou o bário, por fissão do seu núcleo, liberando-se uma grande quantidade de energia.
Entretanto, Fermi sugeriu que a fissão produzia novos nêutrons que poderiam originar novas fissões noutros núcleos e assim tornar a reação auto-
sustentada. Este fato foi comprovado por F. Joliot, Leo Szilard e H.L. Anderson, em 1939.
A primeira reação nuclear de fissão auto-sustentada foi realizada por Fermi, na Universidade de Chicago, em dezembro de 1942. Para tal, Fermi e os
seus colaboradores, utilizaram 400 toneladas de grafite, seis toneladas de urânio e 58 toneladas de óxido de urânio.
O primeiro teste de uma arma nuclear baseada na fissão do plutônio foi realizado em Alamogordo, Novo México, em 16 de julho de 1945, só depois em 6
de agosto de 1945 que a primeira bomba baseada na fissão do urânio foi detonada em Hiroshima, Japão.
Ocorrência
Mineração
A exploração do urânio começou nos Estados Unidos, no início do século XX, embora a primeira extração
de urânio para fins econômicos tenha ocorrido na República Checa, no fim do século XIX, o urânio era
extraído, para depois poder extrair do urânio, o elemento altamente radioativo, rádio, o rádio era então
impregnado em tintas fluorescentes para ponteiros de relógios e outros instrumentos, como também para
ser utilizado na medicina.
O aumento da demanda do urânio ocorreu depois da Segunda Guerra Mundial, onde os Estados Unidos
compravam urânio do Congo (até então colônia da Bélgica) e do Canadá para poder aumentar o número Países produtores de urânio
de suas armas nucleares, as minas do Congo tinham bem mais uranio que as minas dentro do próprio
território dos E.U.A. A União Soviética explorava a largos passos as suas minas de urânio que se
encontravam principalmente onde hoje é o Cazaquistão, para seu programa nuclear emergente, como as minas dos E.U.A, elas não tinham tanto urânio,
mas conseguiram criar uma auto-suficiência ao suprir a demanda do país. Em muitas usinas nucleares na Europa e Rússia está ocorrendo um re-
enriquecimento do urânio, no qual o urânio empobrecido será enriquecido novamente retirando mais U-235.
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26/08/2020 Urânio – Wikipédia, a enciclopédia livre
Ucrânia 920
China 920
Em 1972 foram descobertas em uma mina de urânio em Oklo, no Gabão, fortes evidências de que um reator natural de fissão operou espontaneamente
no local há cerca de 2 bilhões de anos atrás.[8]
Reservas Brasileiras
O Brasil, segundo dados oficiais das Indústrias Nucleares do Brasil, ocupa a sexta posição no ranking mundial de
reservas de urânio[9] (por volta de 309.000t de ). Segundo a empresa, apenas 25% do território nacional foi
objeto de prospecção, e as duas principais reservas são a de Caetité (mina Lagoa Real), e a de Santa Quitéria.
Descoberta em 1976, a mina de Caetité é feita a céu aberto, numa das 33 ocorrências localizadas numa faixa com
cerca de 80 km de comprimento por 30 a 50 km de largura. Localizada a 20 km da sede do município, o complexo
instalado produz um pó do mineral, conhecido por yellow cake. Esta reserva possui um teor médio de 3.000 ppm
(partes por milhão), capaz de suprir dez reatores do porte de Angra 2 durante toda sua vida útil.
Distribuição em minerais
Principais ocorrências de urânio no
Encontram-se vestígios de urânio em quase todas as rochas sedimentares da crosta terrestre, embora este não seja
Brasil muito abundante em depósitos concentrados. O minério de urânio mais comum e importante é a uraninita,
composta por uma mistura de com . O maior depósito do mundo de uraninita situa-se nas minas de
Leopoldville no Congo, na África. Outros minerais que contêm urânio são a euxenita, a carnotita, a branerita, a torbernite e a coffinita, o urânio se
encontra na porcentagem de 3 µg por litro na água do mar. Na crosta terrestre o urânio não passa de 0,0003% ou 3 ppm (partes por milhão) de toda a
crosta.
Samara (Y, Er, Ce, U, Ca, Fe, Pb, Th) · (Nb, Ta, Ti, Sn)2 O6 3.15-14%
Fontes de água :
https://pt.wikipedia.org/wiki/Urânio 4/13
26/08/2020 Urânio – Wikipédia, a enciclopédia livre
O limite estabelecido pela OMS para a presença de urânio em água potável foi fixado em 2011 em até 15 µg/L,[12] Em seguida em 2011 a quarta edição de
"Directives pour la qualité de l'eau de boisson" a fixou em à 30 µg/l.[13]
O refinamento :
1. O mineral de urânio pulverizado, Yellowcake é dissolvido no ácido nítrico, formando uma solução de nitrato de uranilo UO2(NO3)2.
2. Eventualmente ela é filtrada.
3. O nitrato de uranilo puro é obtido pela extração por solvente, com uma solução de TBP.
Essa etapa permite obter um nitrato de uranilo UO2(NO3)2 de grande pureza (>99,95 %).
A conversão nela:
1. Precipitação do nitrato de uranila pelo amoníaco gasoso para obter diuranato de amônio (NH4)2U2O7 (DUA),
2. Calcinação do diuranato de amônio à 400 °C, para produzir o UO3,
3. Redução do UO3, pelo hidrogênio para obter o UO2,
4. Hidrofluoração do UO2, pelo ácido fluorídrico HF em um forno para produzir o tetrafluoreto de urânio UF4,
5. Redução do UF4 com o cálcio para finalmente obter o metal puro.
Aplicações
Antes do advento da energia nuclear, o urânio tinha um leque de aplicações muito reduzido. Era utilizado em fotografia e nas indústrias de cabedal
(fabricação de peças de couro e sola) e de madeira. Os seus compostos usavam-se como corantes e mordentes (fixadores de cor) para a seda e a lã.
No entanto, a aplicação mais importante do urânio é a energética. Com este fim, utilizam-se apenas três isótopos do elemento (U-234, U-235 e U-238),
com mecanismos de reação ligeiramente diferentes, embora o mais utilizado seja o U-235. Na produção de energia nuclear há uma reação de fissão
auto-sustentada, que ocorre em um reator, normalmente imerso num tanque com uma substância moderadora e refrigerante - água. A água é aquecida e
vaporizada pelo reator, passando em seguida por turbinas que acionam geradores, para assim produzir energia elétrica.[14]
O U-238 quando bombardeado por um deuterio se torna Pu-238 através de uma série de decaimentos betas, emissões de nêutrons tendo vários átomos
intermediários como o U-239 e Np-239. O plutônio-238 foi sintetizado por Glenn Seaborg e colaboradores em 1941 pelo bombardeio de nucleos de
urânio-238 por deuterio, produzindo Np-238 que sofre um decaimento beta negativo tendo como resultado final um átomo de Pu-238, sendo esta a
primeira amostra de plutônio artificial do mundo.
Estes reatores nucleares de fissão e decaimento radioativo podem ser bastante compactos, sendo utilizados na propulsão de submarinos, navios de
guerra e em algumas sondas espaciais como as dos programas das sondas Cassini-Huygens, Voyager e Pioneer.
Isótopos de urânio podem ser empregados na radioterapia, dentro da medicina nuclear, apesar de dar preferência a radioisótopos de outros
elementos.
A datação de rochas ígneas, e outras formas de datação, através da quantidade de uranio-238 que estas contem, sendo que a meia-vida do U-238
é de 4,5 bilhões de anos, uma rocha que tem menos urânio que outra é mais antiga que outra com maior quantidade deste elemento.
O nitrato de urânio é usado na fotografia.
Na química o urânio é utilizado como catalisador em muitas reações químicas.
Fertilizantes a base de fosfatos tem taxas altas de urânio.
Militar
O urânio enriquecido é utilizado como material fissil em armas nucleares, podendo tanto ser utilizado no secundário como no primário de bombas
termonucleares, o urânio empobrecido por vezes é colocado nos secundários para que possa sofrer fissão por nêutrons energéticos aumentando o
rendimento da arma, a primeira bomba atômica utilizado em guerra foi o Little Boy usada durante a Segunda Guerra Mundial, a outra bomba: o Fat
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Man utilizava plutônio-239 como o material fissil.
Por suas combinações de alta dureza, alta massa específica (17,3 gramas por centímetro cúbico) e alto ponto de fusão (1132
°C), o urânio também é utilizado na fabricação de projéteis de armas de fogo em substituição ao chumbo, cujas características
são: densidade específica de 11,3 g/cm³, baixa temperatura de fusão (327 °C) e baixa dureza (1,5 na escala de Mohs).[15] A
utilização do urânio em projéteis de armas de fogo apresenta grandes vantagens técnicas em relação ao chumbo, mas expõe os
soldados a um nível elevado de radiação, projeteis de uranio empobrecido foram utilizados durante as guerras do Golfo
Persico e das balcãs.
O urânio-238 entra novamente como fonte de isótopos de plutônio, se o U-238 é bombardeado por um nêutron e se torna
urânio-239, este sofre um decaimento beta negativo para se tornar netunio-239 (intermediário) que sofre outro decaimento
beta, também negativo, para finalmente termos o Pu-239 como produto final, sendo largamente produzido dessa forma em
reatores nucleares. A seguir a equação que expressa a produção do Pu-239 a partir de U-238:
Compostos
Óxidos
O yellowcake ou octóxido de urânio é o principal óxido do urânio, seu uso remonta ao Projeto
Manhattan, até os dias de hoje, onde é quebrado para gerar urânio metálico em grandes fábricas, com a
formula química U3O8, no qual dois átomos de urânio apresentam nox +6 enquanto que o outro
apresenta nox +4, podendo ser representado também por UO2.2UO3. O dióxido de urânio (UO2) é
encontrado naturalmente em minerais de urânio como a pechblenda, carnotita, Tseynerit, Autunita,
Uranofan e Thorbun, artificialmente o dióxido de urânio é obtido ao aquecer trióxido de urânio a 700
graus celsius junto a hidrogênio, fazendo um átomo de oxigênio se desprender do composto e se ligar a
dois hidrogênios para formar água.
O trióxido de urânio (UO3) é outro composto do elemento encontrado de forma abundante naturalmente O octóxido de triurânio ou yellowcake tem a cor
entra os minerais de urânio como a pechblenda, Kasolite, e Tyuyamunit.[16] vários outros óxidos de amarelada.
menor importância do urânio como o pentóxido de urânio (UO5), óxido de uranio (U2O3), tetróxido de
urânio (UO4) e hexóxido de urânio (UO6).[17](alguns desses compostos, como o UO6, o UO4 e o UO5 são peróxidos do elemento).
O urânio metálico se aquecido a 250-300 graus junto ao hidrogênio ira se ligar a ele formando hidreto de urânio(UH3). Carbonetos do urânio incluem
monocarbeto de urânio (UC), dicarbeto de urânio ( UC2), e tricarbeto de diurânio ( U2C3), carbonetos são obtidos aquecendo urânio puro ou
monocarbeto de urânio com carbono. Os nitretos de urânio são obtidos aquecendo o metal com nitrogênio, exemplos incluem: mononitreto de urânio
(UN), dinitreto de urânio (UN2), e trinitreto de diurânio (U2N3).[18][19][20]
Halogenetos
Todos os fluoretos de urânio são criados usando tetrafluoreto de urânio (UF4); UF4 é preparado por hidrofluoração de
dióxido de urânio(UO2).A redução do UF4 com o hidrogênio a 1000 °C produz trifluoreto de urânio (UF3). Sob as
condições certas de temperatura e pressão, a reação de sólidos UF4 com gás hexafluoreto de urânio (UF6) pode formar a
fluoretos intermediários como U2F9, U4F17 e UF5.
Na temperatura ambiente, UF6 tem uma elevada pressão de vapor, tornando-o útil para a difusão gasosa, processo para
separar o urânio-235 do comum isótopo urânio-238. Este composto pode ser preparado a partir de dióxido de urânio e
hidreto de urânio pelo processo seguinte:
O resultado UF6, um sólido branco, é altamente reativo (por fluoração), facilmente sublima (emitindo um gás de vapor
quase perfeito), e é o composto mais volátil do urânio conhecido.
Um método de preparação de tetracloreto de urânio (UCl4) é reagir diretamente o metal ou o hidreto UH3 com gás cloro. A redução da UCl4 por
hidrogênio produz tricloreto de urânio (UCl3), enquanto que os cloretos de urânio em estados de oxidação mais elevados são preparados por reação com
cloro adicional. Todos os cloretos de urânio reage com a água e o ar. Brometos e iodetos de urânio são formados pela reação direta de, respectivamente,
bromo e iodo com urânio ou adicionando UH3 para os ácidos HBr e HI. Exemplos conhecidos são: UBr3, UBr4, UI3 e UI4. Oxi-haletos de urânio são
solúveis em água e incluem UO2F2, UOCl2, UO2Cl2, e UO2Br2.
Toxicidade a organismos
O urânio produz envenenamento de baixa intensidade (por inalação ou absorção pela pele), com efeitos colaterais, tais como: náusea, dor
de cabeça, vômito, diarreia e queimaduras. Atinge o sistema linfático, sangue, ossos, rins e fígado.[21]
Seu efeito no organismo é cumulativo, o que significa que o mineral, por não ser reconhecido pelo ser vivo, não é eliminado, sendo
paulatinamente depositado, sobretudo nos ossos, o mesmo ocorre com o plutônio que se deposita na medula espinhal. A exposição à
radiação pode provocar o desenvolvimento de cânceres. Entre os trabalhadores das minas, são frequentes os casos de câncer de pulmão.
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O uso de urânio empobrecido também é apontado como possível causa da síndrome da Guerra do Golfo, que afetou soldados americanos e britânicos
que participaram da Guerra do Golfo, em 1991. Mais de dez mil veteranos tiveram doenças misteriosas como também seus primogênitos concebidos
depois do serviço de seus pais na Guerra do Golfo.
Pessoas que vivem em áreas próximas às minas em que os minerais de urânio são extraidos podem ser expostos a altos níveis de radioatividade, devido à
produção de um pó fino e gás radão que são transportados pelos ventos das zonas circundantes.
Pela mesma razão, sem ventilação adequada, os mineiros são expostos a um risco elevado de contrair câncer ou outras doenças pulmonares muito
graves. Mesmo usando água nas minas para o processamento do minério pode tornar-se um veículo de contaminação de áreas próximas. Pesquisa
realizada em 2005, do Arizona Cancer Center, a pedido da Nação Navajo, mostrou que em algumas minas de urânio, eles encontraram a capacidade
mutagênica desse elemento, que é capaz de penetrar no núcleo da célula e se ligar quimicamente ao DNA, modificando-o e causando erros na produção
de proteínas, e fazer as células ficarem em estado pré-cancerigenas.
O urânio não é absorvível pela pele, porém ele emite partículas alfa, beta e gama (quando crítico) que penetram na pele; o que torna o urânio, fora do
corpo, muito menos perigoso do que quando inalado ou ingerido. Uma pessoa fica exposta naturalmente ao urânio, diariamente, pela inalação ou
ingestão de poeiras, alimentos e água. Estima-se que a ingestão diária não passa de 0,7 a 1,1 microgramas de urânio por dia.
Isótopos
Por causa da grande massa do urânio, todos os seus isótopos são radioisótopos, pois o tamanho do núcleo desses átomos é grande demais para a
interação nuclear forte mantê-lo unido. Isso faz com que a repulsão eletromagnética entre os prótons acabe por eventualmente destruir o átomo. O mais
estável é o U-238 e o mais instável é o U-236. Somente três isótopos são encontrados naturalmente, o 238U é o isótopo dominante representando cerca
de 99.2742% de todo o urânio natural, um percentual bem maior que a de demais isótopos naturais, o U-235 ocorre em uma porcentagem bem menor,
0.7204% de todo o urânio natural, mas às vezes a massa de urânio natural consegue sustentar uma reação em cadeia criando reatores naturais, o U-234
ocorre em traços na diminuta porcentagem de 0.0054% de todo o urânio, ele produzido pelo decaimento do urânio-238. A seguir os principais isótopos
do urânio.
Urânio-238, empregado largamente na produção de Pu-239 para as armas nucleares, Pu-238 para RTGs, ele também é muito utilizado como
projeteis.
Urânio-235 é utilizado em armas nucleares e reatores devido a sua propriedade de virar U-236 e sofrer fissão logo em seguida se atingido por um
nêutron, isótopo fissil.
Urânio-234, o urânio-234 não é utilizado nem em armas nucleares nem em reatores pois não é fissil, mas se bombardeado por um nêutron se torna
U-235 ideal para ser utilizados nos exemplos ja citados, é produzido naturalmnete por uma série de decaimentos iniciados com o decaimento do U-
238, veja a equação:
Urânio-233, por ser físsil como o urânio-235 ele também pode ser empregado como material físsil em armas nucleares, além disso, a fissão de um
átomo de U-233 rende mais que a do U-235. Nos reatores nucleares ele é produzido quando o tório-232 absorve um nêutron e torna-se tório-233,
este que tem uma meia-vida de apenas 22 minutos. O Tório-233 decai em Protactínio-233 por decaimento beta. o Protactínio-233 tem uma meia-
vida de 27 dias e decai em urânio-233.
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Urânio-232, como o U-233 e U-235 também é físsil, e portanto pode ser utilizado em armas nucleares e reatores, mas pela dificuldade em sua
obtenção, atualmente só é usado para o propósito de pesquisa de radionuclideos.
Decaimento
O tempo de decaimento e forma de decaimento depende de isótopo para isótopo, isótopos comuns como urânio-238 e urânio-235, decaem através de
uma emissão alfa, outros isótopos como U-232 e U-234 decaem através de captura eletrônica. A seguir, uma tabela com o modo de decaimento e meia
vida dos isótopos e isômeros de urânio já encontrados até agora.
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217U 26(14) ms
92 125 217.02437(9) 1/2-#
[16(+21-6) ms]
218U 92 126 218.02354(3) 6(5) ms α 214Th 0+
α 216Th
220U 92 128 220.02472(22)# 60# ns 0+
β+ (raro) 220Pa
α 217Th
221U 92 129 221.02640(11)# 700# ns 9/2+#
β+ (raro) 221Pa
α 218Th
222U 1.4(7) us
92 130 222.02609(11)# 0+
[1.0(+10-4) us]
β+ (10−6%) 222Pa
α 223Th
227U 92 135 227.031156(18) 1.1(1) min (3/2+)
β+ (.001%) 227Pa
α (95%) 224Th
228U 92 136 228.031374(16) 9.1(2) min 0+
CE (5%) 228Pa
β+ (80%) 229Pa
229U 92 137 229.033506(6) 58(3) min (3/2+)
α (20%) 225Th
α 226Th
CE 231Pa
231U 92 139 231.036294(3) 4.2(1) d (5/2)(+#)
α (.004%) 227Th
α 228Th
208Pb
DC (8.9×10−10%) 24Ne
232U 92 140 232.0371562(24) 68.9(4) y 0+
204Hg
DC (5×10−12%) 28Mg
FE (10−12%) (vários)
α 229Th
FE (6×10−9%) (vários)
233U 209Pb
92 141 233.0396352(29) 1.592(2)×105 y DC (7.2×10−11%) 5/2+
24Ne
205Hg
DC (1.3×10−13%) 28Mg
α 230Th
FE (1.73×10−9%) (vários)
206Hg
234U[n 3][n 4] Urânio II 92 142 234.0409521(20) 2.455(6)×105 y DC (1.4×10−11%) 28Mg 0+ [0.000054(5)][n 5]
184Hf
DC (9×10−12%) 26Ne
24Ne
DC (8×10−10%) 186Hf
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25Ne
24Ne
α 232Th
236U 92 144 236.045568(2) 2.342(3)×107 y 0+
FE (9.6×10−8%) (vários)
236m1U 1052.89(19) keV 100(4) ns (4)-
236m2U 2750(10) keV 120(2) ns (0+)
237U 92 145 237.0487302(20) 6.75(1) d β- 237Np 1/2+
α 234Th
238U[n 4][n 6][n 7] Urânio I 92 146 238.0507882(20) 4.468(3)×109 y FE (5.45×10−5%) (vários) 0+ [0.992742(10)]
β- 240Np
240U 92 148 240.056592(6) 14.1(1) h 0+
α (10−10%) 236Th
1. Abreviações:
DC: Decaimento Cluster
CE: Captura neutrônica
TI: transição isômera(Isomeria nuclear)
FE: Fissão espontânea
2. Em negrito e itálico estão isótopos quase estáveis(meia-vida maior que a idade do universo)
3. Usedo na datação tório-urânio
4. Usado na datação urânio-urânio
5. Produto de decaimento intermediário do 238U
6. radionuclídeo Primordial
7. Usado na Datação urânio-chumbo
8. Importante em reatores nucleares
O urânio-238 forma uma das três únicas famílias de decaimento natural juntamente com o torio e actínio. A família começa quando o urânio-238 atinge
sua meia vida e sofre um decaimento alfa, este torna-se tório-234, o tório-234 tem uma meia vida de apenas 24,6 dias e então sofre um decaimento beta
se tornando protactínio-234, este tem a meia vida de 1,4 minutos, apos este período sofre outro decaimento beta se tornando Pa-234m, este decai em
Pa-234, e este em U-234, com uma meia vida de 270 000 anos permanece um bom tempo na natureza a ponto de ter alguns traços deste em meio a o
urânio natural, sofrendo uma emissão alfa, ele se torna tório-230(MV: 83 000 anos), que decai para rádio-226(MV: 1 600 anos) e este para radônio-
222(MV:3,8 dias), polônio-218, astato-218, radônio-218, chumbo-214, bismuto-214, polônio-214, tálio-210, polônio-210 (MV: 140 dias), tálio-206 e
finalmente em chumbo-206, que é produto final da extensa família de decaimento natural do urânio, encerrando o processo que dura bilhões de
anos.[30][31]
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2.271 Urânio-234
Protactinio-234m β- 99.84 % 1.4 min
0.074 Protactinio-234
214Po
Bismuto-214 β- 99.98 % 19.9 min
3.272
α 0.02 % 5.617 210Tl
210Po
Bismuto-210 β- 99.99987% 5.013 d
1.426
α 0.00013% 5.982 206Tl
Chumbo-206 – estável – –
Nota: não considere Pa-234m e Pa-234 o mesmo isotopo, pois como é indicado o Pa-234m esta em um meta-estado, sendo portanto mais instável
e diferente do Pa-234.
Enriquecimento
Urânio enriquecido é o urânio cujo teor de 235U (urânio-235) foi aumentado, através de um processo de separação de isótopos. O urânio encontrado
na natureza, sob a forma de dióxido de urânio (UO2), contém 99,284% do isótopo 238U ; apenas 0,711% do seu peso é representado pelo isótopo 235U.
Porém o 235U é o único isótopo existente físsil na natureza em proporções significativas.[32]
Para provocar uma reação de fissão nuclear nos reatores de água pressurizada, é preciso dispor de um urânio que contenha entre 3% e 5% do isótopo
235 e em armas nucleares pelo menos 80% de enriquecimento, o aconselhável para armas nucleares porem é 90%. Ambos os isótopos, 235U e 238U, têm
as mesmas propriedades químicas. A única diferença física entre eles são os três nêutrons que explicam uma pequena diferença de massa atômica.
Existem variadas formas de enriquecimento:
Separação electromagnética
O equipamento técnico para a separação eletromagnética é chamado Calutron e é na verdade uma versão ampliada
do espectrômetro de massa. Ele separa os ions carregados eletricamente utilizando de um extenso campo
magnético. O produto proporciona excelente capacidade de separação, mas sua eficácia prática é muito baixa. Ele é
capaz de trabalhar apenas com baixas concentrações de íons muito divididos, que é ainda uma parcela considerável
está perdido dentro de um bloco de divisão. Resultado, o consumo de energia necessária para produzir uma unidade
quantidade de urânio enriquecido, maior do que a separação técnicas menos eficientes, mas mostram uma redução
dos custos de energia.
A separação centrífuga
A centrífuga de alta velocidade é capaz dividir a massa de moléculas baseadas em diferenças de momento angular de partículas em movimento. Este
sistema funciona de forma bastante eficiente, mesmo para partículas relativamente grandes, com apenas ligeiras diferenças entre os materiais e sua
eficácia depende principalmente da velocidade de rotação da centrífuga. Para separar isótopos de urânio, o sistema se desenvolveu nos anos 70 do
século XX e é hoje uma importante fonte industrial de urânio enriquecido. Antes as máquinas geralmente usavam lâminas de aço, atingindo velocidades
de cerca de 330 m/s (quase a velocidade do som), atualmente utiliza-se materiais de fibra de carbono chegando a 600 m/s (velocidade supersônica), a
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possibilidade teórica de usar as propriedades de Kevlar fornece o contexto para chegar a 1100 m/s (aproximadamente 3 500 quilômetros por hora). Para
a produção de material físsil de qualidade ainda é necessário o uso de centrífugas de cascata com processos repetidos várias centenas de milhares de
vezes, mas a energia necessária ao processo é significativamente menor do que a separação de difusão dos isótopos.
Laser ionizante
Princípio deste método reside no fato de que um laser de radiação muito afinado pode excitar átomos gasosos de apenas um isótopo do elemento, no
caso seria o U-235, enquanto os demais isótopos permaneceriam no estado fundamental. o isótopo excitados pode então ser separado
eletromagneticamente, ou pela reação com uma substância química. Esta teoria é uma técnica promissora atualmente sendo testado apenas em escala
de laboratório e nunca foi utilizada para a separação efectiva de isótopos de urânio no meio macroscopico. O problema básico é o fato de que tanto as
diferenças de energia necessária para excitar dois isótopos de um elemento similar são muito pequenas e é tecnicamente difícil de ajustar o laser em tal
estado que só excite o isotopo selecionada de preferência. Resumidamente, o método é conhecido como AVLIS (laser de vapor atómico separação de
isótopos).
Preço
O preço do urânio abaixou nos anos 1980 e 1990 por várias razões:
O preço do urânio alcançou um mínimo em janeiro de 2001 á US$ 6,40 por libra de U U3O8.[34]
Desde então o preço progressivamente aumentou até atingir um pico em julho de 2007 de US$
135. Esse pico se explica pela diminuição dos estoques, o pequeno aumento da produção, e
eventos como a inundação da mina de Cigar Lake no Canadá e o incêndio da mina Olympic Dam Preço mensal da libra do urânio em US$.[33]
na Austrália.[35]
O urânio então desceu para US$ 46,50 em agosto de 2010. Em janeiro de 2011, o seu preço situava-se em US$ 63. É prevista uma tendência ao seu preço
aumentar novamente em razão do esgotamento dos estoques militares previsto para 2015.[36]
O preço de revenda do KWh é muito sensível ao preço do urânio. É certo que o custo do ciclo do combustível representa cerca de 20 % do preço de
retorno do KWh, mas o esse ciclo compreende todas as transformações físicas e químicas que o urânio natural sofre para transformar-se em urânio
utilizável como combustível. Em consequência, o preço do mineral de urânio não passa de 7 % do custo total do KWh.[37] Contudo, os estudos
econômicos mostram que o preço do urânio começa a ter um efeito significativo sobre o custo do KWh da eletricidade nuclear a partir de 50 ou 100 €
por libra de U3O8.[38]
Ver também
Enriquecimento de urânio
Referências
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Brasil nega intenção de exportar urânio» (htt 2006/2006-02.html) em 16 de dezembro de
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26/08/2020 Elemento transurânico – Wikipédia, a enciclopédia livre
Elemento transurânico
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Em química, elemento transurânico é o elemento químico artificial com número atômico maior
do que 92, o número atômico do urânio, vindo depois deste na tabela periódica.[1] Todos estes átomos
são instáveis devido aos seus grandes núcleos, portanto são radioativos. São tidos por vezes como
"elementos artificiais", já que ao longo da história do planeta Terra, estes foram decaindo para
elementos estáveis, restando poucos traços deles na crosta terrestre atualmente, sendo que os poucos
átomos utilizados para pesquisa são fabricados em laboratório, daí a nomenclatura artificiais.
Elementos superpesados
A expressão elementos superpesados[2], (também
conhecidos como superátomos pesados, comumente abreviado
SHE; do inglês super heavy atoms) pode referir-se a elementos
além do número atômico 100, mas também pode se referir a
todos os elementos transurânicos. Os elementos transactinídeos
começam com rutherfórdio (número atômico 104).[3] Eles só
foram feitos artificialmente e, atualmente, não servem a nenhum Posição dos elementos
propósito prático, porque suas curtas vidas os levam a decair transactinídeos na tabela periódica.
depois de um curto espaço de tempo, que varia de alguns
minutos a apenas alguns milissegundos (exceto para Dúbnio, que
tem uma meia vida de mais de um dia), o que também os torna extremamente difíceis de
estudar.[4][5]
Todos os super-átomos pesados foram criado durante a última metade do século XX, e estão
continuamente a ser criados durante o século XXI conforme a tecnologia avança. São criadas através
do bombardeio de elementos em um acelerador de partículas. Por exemplo, a fusão nuclear de
califórnio-249 e de carbono-12 cria o rutherfórdio. Estes elementos são criados em quantidades na
escala atômica e nenhum método de criação de massa foi encontrado.[4]
Ver também
Elemento cisurânico
Referências
https://pt.wikipedia.org/wiki/Elemento_transurânico 1/2
26/08/2020 Elemento transurânico – Wikipédia, a enciclopédia livre
1. Rohde, Geraldo Mario (2005). Epistemologia Ambiental. Porto Alegre, RS: EdiPUCRS. p. 211.
ISBN 8574305316
2. Ciberdúvidas/ISCTE-IUL. «Glossário - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa» (https://ciberduvidas.
iscte-iul.pt/glossario/erros/277). ciberduvidas.iscte-iul.pt. Consultado em 21 de abril de 2018
3. Uzi, Kaldor; Wilson, Stephen (2003). Theoretical chemistry and physics of heavy and superheavy
elements (http://books.google.com/books?id=0xcAM5BzS-wC&pg=PA5). Nova Iorque, NI:
Springer. p. 5, 8. ISBN 978-1-4020-1371-3
4. Heenen, P. H.; Nazarewicz, W. (2002). «Quest for superheavy nuclei». Europhysics News. 33 (5).
Bibcode:2002ENews..33....5H (http://ui.adsabs.harvard.edu/abs/2002ENews..33....5H).
doi:10.1051/epn:2002102 (https://dx.doi.org/10.1051%2Fepn%3A2002102)
5. Greenwood, N. N. «Recent developments concerning the discovery of elements 100–111». Pure
and Applied Chemistry. 69. 179 páginas. doi:10.1351/pac199769010179 (https://dx.doi.org/10.13
51%2Fpac199769010179)
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