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Ernest Rutherford
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Ernest Rutherford, o 1º Barão Rutherford de Nelson,


OM, PC, PRS (Brightwater, Nova Zelândia, 30 de agosto
Ernest Rutherford
de 1871 — Cambridge, 19 de outubro de 1937), foi um
físico e químico neozelandês naturalizado britânico, que se
tornou conhecido como o pai da física nuclear.[2][3] Em
um trabalho no começo da carreira, descobriu o conceito
de meia-vida radioativa, provou que a radioatividade causa
a transmutação de um elemento químico em outro, e
também distinguiu e nomeou as radiações alfa e beta. Foi
premiado com o Nobel de Química em 1908 "por suas
investigações sobre a desintegração dos elementos e a
química das substâncias radioativas".[4][5]

Sua contribuição foi, com certeza, para além da física e da


química. Suas proposições, experimentações e métodos
sobre radioatividade trouxeram inúmeras ferramentas e
esse advento da radioatividade auxiliou muito áreas como
geologia, arqueologia e paleontologia por meio da
possibilidade de estimar a idade de rochas, espécimes ou "Pai" da física nuclear,
fósseis. A motivação para isso, de acordo Arthur S. Eve,
biógrafo de Rutherford, foi a idade da Terra. Certa vez, Modelo atômico de Rutherford, Experimento
quando andava pelos arredores de Cambridge com um da folha de ouro
fragmento de pechblenda (minério oriundo do urânio)
perguntou a um geólogo a idade da Terra e obteve como Nascimento 30 de agosto de 1871
resposta uma estimativa de 100 milhões de anos, mas Brightwater, Nova Zelândia
Rutherford argumentou que aquela amostra de minério Morte 19 de outubro de 1937 (66 anos)
possuía certamente 700 milhões de anos de idade. Cambridge
Residência Nova Zelândia
Rutherford foi o primeiro cientista a propor que era
possível usar a radioatividade para datação de rochas e em Sepultamento Abadia de Westminster
1905 suas contribuições deram origem às técnicas de Nacionalidade neozelandês/britânico
datação de materiais. E a genialidade foi a ideia de Cidadania Nova Zelândia
determinar a meia-vida de substâncias, e assim sua idade
Progenitores James Rutherford
precisa. Meia-vida é o tempo necessário para metade de
dada quantidade de material radioativo decair. A meia-vida Martha Thompson
de um material é bem determinada e não depende de Cônjuge Mary Georgina Rutherford
condições físicas como pressão ou temperatura. Mais Filho(s) Eileen Mary Rutherford
tarde, como resultado da datação radiométrica, geólogos,
físicos e astrônomos concordaram que a Terra tinha idade Alma mater Universidade de Canterbury
Universidade de Cambridge
na ordem bilhões de anos, bem próxima da estimativa atual
Ocupação físico nuclear, químico, físico,
que é 4,5 bilhões de anos.[6]
professor, político, professor
universitário
Rutherford realizou sua obra mais famosa após ter
recebido esse prêmio. Em 1911, ele defendeu que os Prêmios Medalha Rumford (1904),
Nobel de Química (1908),
átomos têm sua carga positiva concentrada em um
Medalha Elliott Cresson (1910),[1]
pequeno núcleo,[5] e, desse modo, criou o modelo atômico Medalha Matteucci (1913),
Medalha Hector (1916),
de Rutherford, ou modelo planetário do átomo, através de Medalha Copley (1922),
sua descoberta e interpretação da dispersão de Rutherford Medalha Franklin (1924),
em seu experimento da folha de ouro. A ele é amplamente Guthrie Lecture (1927),
creditada a primeira divisão do átomo, em 1917, liderando Medalha Faraday (1930)
a primeira experiência de "dividir o núcleo" de uma forma Empregador Universidade Victoria de
controlada por dois alunos sob sua direção, John Manchester, Universidade McGill,
Cockcroft e Ernest Walton.[7] Laboratório Cavendish,
Universidade de Manchester
Dedicada à sua memória, a Medalha e Prêmio Rutherford Orientador(es) J. J. Thomson
foi instituída pelo Conselho da Sociedade de Física em Orientado(s) Nazir Ahmed, Edward Andrade,
1939. A primeira palestra ocorreu em 1942. A palestra foi Edward Victor Appleton,
convertida em uma medalha e prêmio em 1965, sendo a Patrick Blackett, Niels Bohr,
Bertram Boltwood,
primeira Medalha e Prêmio Rutherford concedida no ano Robert William Boyle,
seguinte. Teddy Bullard, James Chadwick,
Rafi Muhammad Chaudhry,
John Cockcroft,
Biografia Charles Galton Darwin,
Charles Drummond Ellis,
Kasimir Fajans, Hans Geiger,
Ernest Rutherford nasceu em Spring Grove (atual
Douglas Hartree, Pyotr Kapitsa,
Brightwater), cidade portuária da ilha sul da Nova Juliï Borisovich Khariton,
Zelândia, o quarto filho e segundo homem de uma família Ernest Marsden,
de sete filhos e cinco filhas. Seu pai, James Rutherford, um Alexander McAulay,
mecânico escocês, emigrou para a Nova Zelândia com Marcus Oliphant,
Cecil Frank Powell,
toda a família em 1842. Sua mãe, nascida Martha Henry DeWolf Smyth,
Thompson, uma professora de inglês, com sua mãe viúva, Frederick Soddy,
também se mudou em 1855.[4] Ernest Thomas Sinton Walton,
Charles Eryl Wynn-Williams
Ernest recebeu a sua educação em escolas públicas. Aos Instituições Universidade McGill
16 anos entrou em Nelson Collegiate School. Graduou-se Universidade de Manchester
em 1893 em Matemática e Ciências Físicas na Campo(s) física, química
Universidade da Nova Zelândia. Após ter concluído os Título cavaleiro, barão, Baron
estudos, ingressou no Trinity College, Cambridge, como Rutherford of Nelson
um estudante na investigação do Laboratório Cavendish
Assinatura
sob a coordenação de J. J. Thomson.[4][8] Foi na Inglaterra
que Rutherford estudou as radiações de Urânio em
pesquisas feitas em colaboração com o Frederick Soddy.
Em 1902, ambos distinguem os raios alfa e beta e
desenvolvem a teoria das desintegrações radioativas
[edite no Wikidata]
espontâneas.[9] Uma oportunidade surgiu quando o lugar
de professor de Física na Universidade McGill, em
Montreal ficou vago. Em 1898 partiu para o Canadá, para assumir o posto. No mesmo ano, foi nomeado professor
de Física da Universidade McGill, em Montreal, e em 1907 na Universidade Victoria em Manchester.[4] Nessa
época, Ernest formulou a hipótese de que a radiatividade não se tratava de um fenômeno comum a todos os
átomos, mas somente de uma certa categoria. Esses estudos resultaram o livro Radiatividade, verdadeiro marco na
história do progresso científico.[9]

Apesar de ser um físico, recebeu o Nobel de Química de 1908, por suas investigações sobre a desintegração dos
elementos e a química das substâncias radioativas.[2]

Ainda em Manchester, trabalhando em conjunto com Hans Geiger e Thomas Royds, Rutherford elucidou a
natureza da chamada radiação alfa. Após comprovar que esta é formada por partículas com o dobro da carga
elétrica de um elétron, em 1907 Rutherford e seus colegas elaboraram um experimento engenhoso no qual
partículas alfa foram acumuladas em um tubo de vidro evacuado. Ao passar uma corrente elétrica pelo tubo,
puderam observar claramente o espectro do gás hélio, provando assim que as partículas alfa eram na verdade
átomos de hélio ionizados, mais tarde identificados como núcleos de hélio.
Rutherford realizou seus trabalhos mais famosos depois de receber o
prêmio Nobel de 1908. Sob sua direção, em 1909 Hans Geiger e Ernest
Marsden realizaram o famoso experimento (muitas vezes chamado no
Brasil de "Experimento de Rutherford"), o qual demonstrou a natureza
nuclear dos átomos através da deflexão de partículas alfa atravessando uma
fina folha de ouro. Nesse experimento, Rutherford pediu a Geiger e
Marsden que procurassem por partículas alfa refletidas por ângulos muito
grandes, algo que não seria esperado dadas as teorias atômicas da época.
Embora raras, tais deflexões foram de fato observadas, algo que
Rutherford mais tarde descreveu como "... o evento mais incrível que Rutherford na Universidade McGill
aconteceu comigo em toda a minha vida. Foi quase tão incrível quanto se em 1905
você atirasse um projétil de 15 polegadas num lenço de papel e ele
ricocheteasse de volta e o atingisse". Para conseguir explicar a forma precisa com que as deflexões dependiam do
ângulo, Rutherford foi levado em 1911 a formular o modelo atômico que leva seu nome - no qual concebeu o
átomo como constituído de um núcleo minúsculo de carga positiva, contendo quase toda a massa do átomo, e
orbitado por elétrons.[10] Baseado na concepção de Rutherford, o físico dinamarquês Niels Bohr idealizaria mais
tarde um novo modelo atômico.[7]

Em 1919, antes de deixar Manchester para assumir a direção do Laboratório Cavendish em Cambridge, Rutherford
se tornou a primeira pessoa a deliberadamente transmutar um elemento em outro.[4] Bombardeando nitrogênio
puro com radiação alfa, ele foi capaz de converter núcleos de nitrogênio em oxigênio. Nos produtos dessa reação
nuclear, identificou partículas idênticas a núcleos de hidrogênio, demonstrando que estes eram partes constituintes
do núcleo de nitrogênio - e, por inferência, provavelmente de outros núcleos também. Tal construção já havia sido
suspeitada há tempos devido ao fato de a massa atômica de todos os elementos serem aproximadamente um
múltiplo da do hidrogênio (Hipótese de Prout). Por conta dessas considerações, em 1920 Rutherford postulou
então que o núcleo de hidrogênio deveria ser uma partícula fundamental, que ele denominou próton, a qual seria o
elemento constituinte de todos os demais núcleos. Tais fatos levaram a que Rutherford fosse considerado como o
fundador da física nuclear.[2]

Rutherford dirigiu o Laboratório Cavendish desde 1919 até à


sua morte, período em que foi Professor Cavendish de Física.
Sua liderança e trabalho inspiraram duas gerações de
cientistas.

Foi presidente da Royal Society de 1925 a 1930.

Recebeu a Ordem de Mérito em 1925 e em 1931 foi


condecorado Barão Rutherford de Nelson, Cambridge, um
título que foi extinto depois da sua inesperada morte, enquanto
aguardava uma cirurgia de hérnia umbilical. Após tornar-se
um Lord, ele só poderia ser operado por um médico também
nobre (uma exigência do protocolo britânico) e essa demora Primeira Conferência de Solvay, em 1911. Ernest
custou-lhe a vida.[11] Morreu em 19 de outubro de 1937 em Rutherford é o quarto de pé, a partir da direita
Cambridge, e suas cinzas foram enterradas na Abadia de
Westminster, perto das tumbas de Isaac Newton e outros
grandes cientistas.[12][13]

Participou da 1ª, 2ª, 3ª, 4ª e 7ª Conferência de Solvay.

Publicações
Radioatividade (1904), 2nd ed. (1905)
Transformações Radioativas (1906)
Radiações de substâncias radioativas, com James Chadwick e CD Ellis (1919)
A estrutura elétrica da matéria (1926)
As transmutações artificiais dos Elementos (1933)
A Nova Alquimia (1937)

Ver também
Medalha e Prêmio Rutherford

Referências
1. «Laureates» (https://www.fi.edu/laureates-search?field_subject_tid=All&field_award_tid=45&field_
year_value=1875&field_year_value_1=2015&page=8) (pdf) (em inglês). The Franklin Institute.
Consultado em 1 de julho de 2015. Cópia arquivada em 1 de julho de 2015 (https://web.archive.or
g/web/20150701141412/https://www.fi.edu/laureates-search?field_subject_tid=All&field_award_tid
=45&field_year_value=1875&field_year_value_1=2015&page=8)
2. Líria Alves. «Ernest Rutherford» (http://www.brasilescola.com/quimica/ernest-rutherford.htm). R7.
Brasil Escola. Consultado em 29 de agosto de 2012
3. «Ernest Rutherford: British-New Zealand physicist» (http://www.britannica.com/EBchecked/topic/51
4229/Ernest-Rutherford-Baron-Rutherford-of-Nelson-of-Cambridge). Klick Educação (em inglês).
Encyclopædia Britannica. Consultado em 29 de agosto de 2012
4. «Biography» (http://www.nobelprize.org/nobel_prizes/chemistry/laureates/1908/rutherford-bio.html).
Nobel Lectures (em inglês). Nobel prize.org. Consultado em 29 de agosto de 2012
5. M. S. Longair (2003). Theoretical concepts in physics: an alternative view of theoretical reasoning
in physics (http://books.google.com/books?id=bA9Lp2GH6OEC&pg=PA377&dq=rutherford+positiv
e+charge+concentrated+nucleus&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=
0&as_maxy_is=&as_brr=0&ei=fFDNSqPQK6aSkQTMxIDgBw#v=onepage&q=rutherford%20positi
ve%20charge%20concentrated%20nucleus&f=false). [S.l.]: Cambridge University Press. p. 377–
378. ISBN 9780521528788
6. BRENNAN, Richard P. (2012). Gigantes da Física: uma história da física moderna através de oito
biografias. Rio de Janeiro: Zahar. pp. 90–92
7. «Ernest Rutherford - Biografia» (http://educacao.uol.com.br/biografias/klick/0,5387,1948-biografia-
9,00.jhtm). UOL - Educação. Consultado em 29 de agosto de 2012
8. Rutherford, Ernest (http://venn.lib.cam.ac.uk/cgi-bin/search.pl?sur=&suro=c&fir=&firo=c&cit=&cito=c
&c=all&tex=RTRT895E&sye=&eye=&col=all&maxcount=50)" in J. Venn e J. A. Venn, Alumni
Cantabrigienses. 10 vols. (Cambridge: Cambridge University Press, 1922–1958) ACAD - A
Cambridge Alumni Database (http://venn.csi.cam.ac.uk/)
9. [1] (http://www.geocities.ws/saladefisica9/biografias/rutherford.html)
10. Rutherford, Ernest (1911). «The scattering of alpha and beta particles by matter and the structure of
the atom» (http://www.math.ubc.ca/~cass/rutherford/rutherford688.html). Philosophical Magazine,
volume 21, pag. 669-688
11. Ramsay, D.A. (2001). «Book review of Rutherford, Scientist Supreme by J. Campbell» (https://isi.cb
s.nl/sbr/sbrRev2001.(JEC)htm#4). ISI Short Book Reviews (em inglês). International Statistical
Institute. Consultado em 5 de maio de 2008
12. Heilbron, J. L. Ernest Rutherford and the Explosion of Atoms. Oxford: Oxford University Press,
2003; pp. 123-124. (http://books.google.com/books?id=_vNW1wg9npgC&pg=PA123&dq=ernest+r
utherford+death+titled&hl=en&sa=X&ei=QrEDT_7WBMKhtwfruMHRBg&ved=0CDoQ6AEwAQ#v=
onepage&q=ernest%20rutherford%20death%20titled&f=false) Acessado 3 Jan 2012. (em inglês)
13. Ernest Rutherford (http://www.findagrave.com/cgi-bin/fg.cgi?page=gr&GRid=1384) (em inglês) no
Find a Grave

Bibliografia
J. Campbell (1999) Rutherford: Scientist Supreme, AAS Publications, Christchurch
Reeves, Richard (2008). A Force of Nature: The Frontier Genius of Ernest Rutherford. New York:
W. W. Norton. ISBN 0-393-33369-8
Rhodes, Richard (1986). The Making of the Atomic Bomb. New York: Simon & Schuster. ISBN 0-
671-44133-7
Wilson, David (1983). Rutherford. Simple Genius, Hodder & Stoughton, ISBN 0-340-23805-4

Ligações externas
Ernest Rutherford (https://www.nobelprize.org/laureate/167) em Nobelprize.org
«Perfil no sítio oficial do Nobel de Química 1908» (http://nobelprize.org/nobel_prizes/chemistry/laur
eates/1908/index.html) (em inglês)
«Nobel Lecture» (http://nobelprize.org/nobel_prizes/chemistry/laureates/1908/rutherford-lecture.ht
ml) (em inglês) The Chemical Nature of the Alpha Particles from Radioactive Substances
«The Rutherford Museum» (http://www.physics.mcgill.ca/museum/rutherford_museum.htm) (em
inglês)

Precedido por Medalha Rumford Sucedido por


Charles Algernon Parsons 1904 Hugh Longbourne Callendar
Precedido por Nobel de Química Sucedido por
Eduard Buchner 1908 Wilhelm Ostwald
Precedido por Medalha Matteucci Sucedido por
Pieter Zeeman 1913 Max von Laue
Precedido por Medalha Copley Sucedido por
Joseph Larmor 1922 Horace Lamb
Medalha Franklin
Precedido por Sucedido por
1924
Gustave-Auguste Ferrié e Albert Abraham Michelson Elihu Thomson e Pieter Zeeman
com Edward Weston
Presidentes da
Precedido por Sucedido por
Royal Society
Charles Sherrington Frederick Gowland Hopkins
1925 — 1930

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