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Introdução

A energia nuclear, também chamada atômica, é obtida a partir da fissão do núcleo


do átomo de urânio enriquecido, liberando uma grande quantidade de energia.
Os primeiros resultados da divisão do átomo de metais pesados, como o urânio e o
plutônio, foram obtidos em 1938. A princípio, a energia liberada pela fissão nuclear
foi utilizada para objetivos militares. Posteriormente, as pesquisas avançaram e
foram desenvolvidas com o intuito de produzir energia elétrica. No entanto, armas
nucleares continuam sendo produzidas através do enriquecimento de urânio.

Átomo
Átomo é a partícula microscópica que é base da formação de toda e qualquer
substância. Por muito tempo, acreditou-se que ele era a menor parte da matéria, o
indivisível. Tanto que a palavra átomo provém do grego e significa aquilo que não se
parte.
No decorrer dos anos, foram formuladas teorias atômicas, cada uma delas com uma
estrutura atômica diferente. A evolução dessas teorias foi agregando à composição
do átomo partículas ainda menores, como os prótons e elétrons. Hoje, apesar de se
manter o nome átomo, já sabemos que não se trata de um elemento indivisível e
que existem outras partículas menores, chamadas de partículas subatômicas.

Fissão nuclear
A palavra fissão significa uma cisão, quebra, fragmentação ou divisão. Assim, a
fissão nuclear corresponde à partição de um núcleo atômico pesado e instável,
originando dois núcleos atômicos médios.
Essa divisão do núcleo é feita por meio do bombardeamento de nêutrons moderados
que não possuem carga elétrica e conseguem penetrar no núcleo sem serem
repelidos. Além dos novos núcleos atômicos que são produzidos, a fissão também
libera nêutrons e uma quantidade enorme de energia

História:
Na metade do século XX, o cientista inglês James Chadwick descobriu os nêutrons,
que, alguns anos depois, foram estudados por Enrico Fermi. As pesquisas de Fermi
mostraram que, por não possuirem carga elétrica, os nêutrons poderiam ser
utilizados como projéteis em experimentos nucleares, pois não sofrem interações de
cunho elétrico.
O elemento mais utilizado nas fissões nucleares é o urânio-235 (235U), pois a sua
fissão ocorre a partir do bombardeamento desse material com nêutrons de baixa
energia cinética, os nêutrons térmicos.

Possibilidades de uso da fissão:


A fissão nuclear é utilizada para produção de energia, mesmo que não seja uma
forma limpa de produção, já, que após a fissão, elementos radioativos são gerados.
Um exemplo de elementos perigosos gerados após sua utilização é o bário.
Bombas nucleares também funcionam por meio do processo de fissão. Um grande
exemplo são as ogivas nucleares lançadas sobre as cidades japonesas de
Hiroshima e Nagasaki no fim da Segunda Guerra Mundial.

Ampola de Crookes
Um tubo de Crookes é um experimento elétrico num tubo de descarga, parcialmente
no vácuo, inventado pelo físico inglês William Crookes e outros por volta de 1869-
1875, através do qual os raios catódicos foram descobertos.
Em uma ampola, William Crookes submeteu um gás a uma pressão menor que a
pressão atmosférica e a uma alta tensão. Quando os elétrons saem do cátodo,
colidem com moléculas do gás e ocorre a ionização do gás e liberação de luz que
ilumina toda a ampola.
A "ampola de Crookes" é feita de vidro ou quartzo e dentro dela se faz o vácuo. Ela
contém duas placas metálicas ligadas a uma fonte de tensão elétrica. A placa ligada
ao pólo negativo é chamada de catodo e a outra, ligada ao pólo positivo, é o anodo.
Quando a tensão entre o catodo e o anodo fica bem elevada surge um feixe
luminoso que sai do catodo e atravessa o tubo. São os "raios catódicos". A partir
desses experimentos, Thomson (descobridor do elétron) concluiu que os raios eram
na verdade um feixe de partículas carregadas negativamente e que possuíam
massa.
Evolução dos Modelos Atômicos
Os modelos atômicos tentam explicar como a matéria é construída e organizada
para que possamos entender melhor como ocorrem os fenômenos da natureza.

1 - Modelo Atômico de Dalton


Em 1803, o cientista John Dalton retomou as ideias de Leucipo e Demócrito e
propôs o seguinte:
“A matéria é formada por átomos, que são partículas minúsculas, maciças, esféricas
e indivisíveis.”
Esse modelo fazia uma analogia à estrutura de uma bola de bilhar. Todos os átomos
seriam assim, diferenciando-se somente pela massa, tamanho e propriedades para
formar elementos químicos diferentes.

2 - Modelo Atômico de Thompson


Por meio de um experimento com uma ampola de Crookes, Thompson descobriu
que existiam partículas negativas que compunham a matéria. Isso significava que o
modelo de Dalton estava errado porque o átomo seria divisível, tendo em vista que
ele teria partículas ainda menores negativas chamadas de elétrons.
Visto que o átomo é neutro, cargas positivas também deveriam existir. Assim, em
1898 Thomson propôs o seguinte:
“O átomo é constituído de uma partícula esférica de carga positiva, não maciça,
incrustada de elétrons (negativos), de modo que sua carga elétrica total é nula.”
O modelo atômico de Thomson parecia com um pudim ou bolo de passas.

3 – Modelo Atômico de Rutherford


Em 1911, o físico neozelandês Ernest Rutherford realizou um experimento em que
ele bombardeou uma finíssima lâmina de ouro com partículas alfa (α) emitidas por
uma amostra de polônio (material radioativo) que ficava dentro de um bloco de
chumbo com um pequeno orifício pelo qual as partículas passavam.
Por meio dos resultados desse experimento, Rutherford percebeu que, na verdade,
o átomo não seria maciço como propôs os modelos de Dalton e Thomson. Assim ele
propôs que:
“O átomo é descontínuo e é formado por duas regiões: o núcleo e a eletrosfera. O
núcleo é denso e tem carga positiva, ou seja, é constituído de prótons. A eletrosfera
é uma grande região vazia onde os elétrons ficam girando ao redor do núcleo.”
O modelo atômico de Rutherford fazia uma analogia ao sistema solar.
Em 1932, o cientista Chadwick descobriu a terceira partícula subatômica, o nêutron.
Dessa forma, o modelo de Rutherford passou a ter os nêutrons no núcleo junto aos
prótons.
4 - Modelo atômico de Bohr
Em 1913, o cientista Niels Bohr (1885-1962) propôs um modelo que se baseou no
de Rutherford, apenas o aprimorando. Entre seus principais postulados, temos o
seguinte:
“Os elétrons movem-se em órbitas circulares, e cada órbita apresenta uma energia
bem definida e constante (nível de energia) para cada elétron de um átomo.”
Essas camadas eletrônicas ou níveis de energia passaram a ser representadas
pelas letras K, L, M, N, O, P e Q, respectivamente, no sentido da camada mais
próxima ao núcleo para a mais externa.

Bombardeamentos atômicos de Hiroshima e Nagasaki


Contexto:
O conflito entre os Estados Unidos e o Japão na Segunda Guerra Mundial foi
iniciado após um ataque surpresa dos japoneses contra a base naval americana de
Pearl Harbor, localizada no Havaí, em 7 de dezembro de 1941 . Esse ataque
resultou em cerca de 2.400 americanos mortos e levou o país a declarar guerra ao
Japão.
O ataque japonês visava promover a destruição da frota americana presente no
Pacífico.
Os primeiros meses da atuação japonesa na guerra foram repletos de vitórias, os
japoneses conseguiram derrotar seguidamente as forças americanas, britânicas e
franceses em diferentes locais.
A recuperação americana ocorreu a partir da Batalha de Midway, em junho de 1942.
Essa batalha é vista pelos americanos como o ponto da virada na guerra. A Marinha
Imperial japonesa sofreu danos irreversíveis durante essa batalha e, a partir disso, o
Japão foi vagarosamente sendo derrotado pelos Estados Unidos e ficando
encurralado em seu próprio território.

Projeto Manhattan:
O Projeto Manhattan foi criado quando começou o conflito europeu em 1939. Neste
mesmo ano, o presidente Roosevelt foi alertado, através de uma carta escrita pelo
cientista Leo Szilard e assinada por Albert Einstein, sobre as pesquisas que os
nazistas estariam fazendo para desenvolver uma arma atômica.
Desta maneira, aconselhavam o presidente que os americanos deveriam tomar à
dianteira e produzir armas atômicas antes que os nazistas.
Inicialmente, o projeto contava com um pequeno orçamento e um punhado de
cientistas, porém, após o ataque japonês a Pearl Harbour, em 1941, os Estados
Unidos entram na guerra ao lado dos Aliados e buscam desenvolver armas cada vez
mais poderosas. Desta maneira, o Projeto Manhattan passa a ser prioritário e recebe
apoio massivo do governo.
No dia 16 de julho de 1945, no deserto do Novo México, a primeira arma nucelar foi
testada com êxito e os cientistas puderam continuar o seu trabalho. No entanto, o
cenário da guerra havia mudado, pois os alemães tinham assinado a rendição em 8
de maio de 1945 e a paz regressava ao continente europeu. Somente no Pacífico a
guerra continuava e os japoneses se recusavam a depor armas. Sendo assim, foi
contra esse povo que o presidente americano Truman resolveu lançar as bombas
atômicas.

Bombardeio:
Bomba de Hiroshima
A bomba de Hiroshima, conhecida como “Little boy”, já estava pronta desde maio de
1945. O projétil foi feito com o urânio-235, um elemento metálico radioativo, tinha
cerca de três metros de comprimento e quatro toneladas.
A bomba ficou parcialmente montada e aguardava apenas as instruções sobre o
alvo, as peças do projétil eram transferidas por partes.
Antes do lançamento no Japão, foi testada no dia 16 de julho, no Novo México.
Ela foi lançada pelo B-29, chamado de “Enola Gay”. Mais de 80% das pessoas que
estavam a 1 km do lançamento morreram de forma instantânea.

Bomba de Nagasaki
Na cidade de Nagasaki, a bomba nuclear “Fat Man” foi lançada três dias depois da
bomba de Hiroshima. Mesmo após o lançamento da primeira bomba, o Japão não
queria aceitar a rendição. A bomba de Nagasaki era feita com plutônio -239, pesava
cerca de quatro toneladas e tinha três metros de comprimento. Depois desses
episódios trágicos, o governo japonês se rendeu.
Foram sentidos durante os quatro meses que seguiram após o lançamento. Além
das queimaduras causadas pela explosão, muitas pessoas sofreram com a
síndrome aguda da radiação.
A doença da radiação ou envenenamento radioativo surge aproximadamente 24
horas depois da exposição ao material radioativo. Ela provoca degeneração celular e
impede o organismo de produzir novas células, resultando em náuseas, vômitos,
hemorragias, infecções, problemas neurológicos e principalmente o câncer.
No total, a bomba de Hiroshima, matou mais de 160 mil pessoas. A lançada sobre
Nagasaki, conhecida como “fat man”, dizimou cerca de 80 mil.

Acidente nuclear de Chernobyl


O acidente de Chernobyl foi um desastre nuclear que aconteceu na Central Nuclear
de V. I. Lenin, usina nuclear que ficava em Pripyat, cidade localizada na União
Soviética, atualmente Ucrânia. Esse acidente aconteceu às 1h23 de 26 de abril de
1986. Na ocasião, a usina passava por uma manutenção, quando uma falha humana
levou a uma explosão no reator 4. Além disso, a explosão foi resultado de problemas
no projeto do reator RBMK (Reactor BolshoMoshchnosty Kanalny). Esses reatores
eram muito comuns na União Soviética, mas eram considerados altamente instáveis,
principalmente quando trabalhavam com potência reduzida. Com a explosão, dois
trabalhadores da usina morreram imediatamente e um incêndio se iniciou.

Quando os bombeiros chegaram à usina, encontraram uma grande quantidade de


grafite espalhado — um indício claro de que o reator havia explodido e estava
exposto. Esse e outros indícios foram ignorados pelos diretores da usina, que se
recusaram a iniciar protocolos para evitar que as pessoas entrassem em contato
com radiação.
O incêndio no reator 4 durou cerca de 10 dias, e muitas medidas para acabar com
as chamas fracassaram. Durante todo esse período, o reator ficou exposto, fazendo
com que o material radioativo, como iodo-131 e estrôncio-90, fosse lançado na
atmosfera. Essa radioatividade se espalhou e alcançou regiões vizinhas, como a
Rússia e a Bielorrússia, e chegou a locais distantes, como os Estados Unidos.

Consequências da Tragédia para a população e o meio ambiente


Devido ao atraso em anunciar o desastre, a população já havia sido exposta a
radiação, seja por alimentos contaminados, ou, pela atmosfera. Em consequência
disso, grande parte das pessoas começaram a apresentar falhas no sistema
cardiovascular, problemas no sistema nervoso, câncer e sintomas
generalizados. Ocasionando em sérios riscos à saúde, podendo levar o indivíduo à
morte em um curto período de tempo.

Segundo o Centro Nacional de Pesquisa Médica de Radiação, estima-se que cerca


de 5 milhões de cidadãos da URSS foram afetados pelo acidente. Já na Bielorrussia
corresponde a 800 mil pessoas

Os efeitos da catástrofe também atingiram o meio ambiente, uma área de


aproximadamente 10 km em Chernobyl ficou conhecida como “floresta vermelha“,
pois muitas árvores ficaram marrom – avermelhadas e morreram devido a radiação.
A Bielorrússia foi o país mais afetado, cerca de 23% do território foi contaminado,
representando ¼ de florestas. Já na Ucrânia, 7% do território.

Referências
https://m.manualdaquimica.com/amp/fisico-quimica/fissao-nuclear.htm
https://m.manualdaquimica.com/amp/quimica-geral/atomo.htm
https://www.infoescola.com/fisica/ampola-de-crookes/amp/

https://www.todamateria.com.br/modelo-atomico-de-bohr/amp/

https://mundoeducacao.uol.com.br/amp/historiageral/lancamento-das-bombas-
atomicas-hiroshima-nagasaki.htm

https://m.historiadomundo.com.br/amp/idade-contemporanea/hiroshima-e-nagasaki-
bombas-e-terror.htm

https://www.todamateria.com.br/projeto-manhattan/

https://www.politize.com.br/acidente-de-chernobyl/

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