Você está na página 1de 43

Universidade do Estado do Pará

CCNT-UEPA
Engenharia Florestal

Átomos
Evolução daeatmosfera
a tabela periódica
terrestre

Prof. José Edson

Paragominas-PA
2017
ALQUIMIA

 Desde a descoberta do fogo, o homem primitivo busca compreender os elementos


químicos presentes na natureza, assim como suas aplicações no cotidiano
(CHASSOT, 1995).

 Os alquimistas foram os primeiros a estabelecerem simbologias, a partir de


experiências e observações realizadas em seus laboratórios. Estes percussores da
química eram fortemente influenciados por ideias místicas, porém procuravam
explicar de forma racional as transformações da matéria (VANIN, 1994).
ALQUIMIA

Local de trabalho geralmente


encontrado em guetos afastados das
cidades.
TEORIAS FILOSÓFICAS SOBRE A NATUREZA DA
MATÉRIA

• Tales de Mileto (625-547 a.C.): a água é a essência de tudo.

• Anaxímenes (séc.VI a.C.): o ar seria o elemento constituinte do Universo.

• Heráclito (cerca de 540 – 580 a.C.): o fogo é o terceiro elemento da matéria, capaz
de transformá-la.

• Empédocles (480 – 430 a.C.): a terra é o quarto elemento da matéria.


TEORIAS FILOSÓFICAS SOBRE A NATUREZA DA
MATÉRIA
• Leucipo de Mileto (450 a.C.): para ele, a matéria poderia se dividir em partículas cada
vez menores até atingir uma partícula fundamental, minúscula e indivisível.

• Demócrito de Abdera (400 a.C.): denominou de átomo, a menor partícula de matéria.


Considerado o pai do atomismo.
TEORIAS FILOSÓFICAS SOBRE A NATUREZA DA
MATÉRIA

• Aristóteles (350 a.C.): pregava a descontinuidade da matéria, que seria


formada por quatro elementos fundamentais (a água, o fogo, o ar e a
terra).

• Tais “elementos” podiam se transformar uns nos outros pela mudança de


suas propriedades e ao se combinarem davam origem a todos os
materiais.
MODELOS ATÔMICOS

John Dalton Joseph J. Thompson Ernest Rutherford Niels Bohr

(1766-1844) (1856-1940) (1871-1937) (1885-1962)


TEORIA ATÔMICA DE DALTON

 Toda matéria é composta de partículas fundamentais, os


átomos.

 Os átomos são indivisíveis, imutáveis e aparentemente sem


estrutura.

 Todos os átomos de um mesmo elemento químico


apresentam as mesmas propriedades.

 As transformações químicas consistem em uma combinação,


separação ou rearranjo de átomos.

John Dalton (1766-1844)  Usando estas ideias simples, Dalton explicou com sucesso
por que a massa é conservada nas reações químicas.
TEORIA ATÔMICA DE DALTON

 Em 1803, apresentou o “modelo da bola de bilhar”, o primeiro modelo atômico com


base experimental.

Limitação: Não era possível se explicar fenômenos como a eletricidade e a


radioatividade, daí a necessidade de se buscar um modelo mais abrangente.
TEORIA ATÔMICA DE THOPSON

 Antecedentes: o físico William Crookes


desenvolveu um dispositivo para estudar
descargas elétricas em gases a baixa pressão
(Tubo de Crookes).

 Em uma de suas experiências ele observou que


os raios catódicos sofriam um desvio.

 Inicialmente pensou-se que se tratasse de um


raio, semelhante a um raio de luz (raios
catódicos).
TEORIA ATÔMICA DE THOPSON

• Para Thompson, as partículas que constituem os raios


catódicos são todas idênticas e estão presentes em todos
os átomos de qualquer elemento químico. Essas partículas
foram chamadas de elétrons.
• O átomo seria uma partícula maciça, mas não indivisível.
Seria formado por uma geleia de carga positiva, na qual
estariam incrustados os elétrons (modelo do pudim de
passas).

J. J. Thopson (1856-1940)

• Ganhador do Nobel de Física em 1906.


TEORIA ATÔMICA DE RUTHERFORD

 O nome Rutherford está fortemente ligado aos estudos


relativos à radioatividade, detectada no final do século
XIX.

 Estudando a emissão de radiação do urânio (U) e do


tório (Th), observou que existem dois tipos distintos de
radiação:

 Alfa (α): é rapidamente absorvida


 Beta (β): radiação com maior poder de penetração
 Gama (ɣ): foi descoberta pelo físico francês Paul
Villard, a qual possuía poder de penetração bem maior
que alfa e gama

Ernest Rutherford (1871-1937)


TEORIA ATÔMICA DE RUTHERFORD
TEORIA ATÔMICA DE RUTHERFORD

Através de sua experiência feita com um fragmento de Polônio dentro de um bloco de


chumbo, emite um feixe de partículas alfa (positivas) contra uma lâmina finíssima de ouro,
esta lâmina era envolvida por uma tela fluorescente (ZnS), que emite luz quando atingida
por uma partícula alfa.
TEORIA ATÔMICA DE RUTHERFORD

•O átomo não é maciço (modelos de Dalton e Thompson),


apresentando enormes espaços vazios.

•A maior parte da massa do átomo encontra-se em uma região central


e positiva, o núcleo, onde provavelmente estão os prótons.

•Para explicar os espaços vazios, Rutherford propôs que os elétrons


estariam girando ao redor do núcleo em órbitas circulares, sendo
muito pequenos e estando muito distantes do núcleo e entre si os
elétrons permitiriam a passagem da maioria das partículas alfa.

Limitação: O modelo atômico de Rutherford aumentou a dúvida sobre a localização e movimento dos
elétrons no átomo. De acordo com a física clássica, seria de esperar que os átomos entrassem em colapso
e, assim deixassem de existir.
TEORIA ATÔMICA DE BOHR

•Depois de Rutherford ter proposto seu modelo, os


cientistas direcionaram seus estudos para a distribuição dos
elétrons.

•Com base nesses fatos e sabendo que cada cor está associada
a uma certa quantidade de energia, em 1913, Bohr propôs
um novo modelo atômico relacionado a distribuição de
elétrons na eletrosfera com sua quantidade de energia.

• Concluiu que o elétron desse átomo não emitia radiações


enquanto permanecesse numa mesma órbita, mas somente
ao se deslocar de um nível mais energético (órbita mais
distante do núcleo) a outro de menor energia (órbita menos
distante). Niels Bohr (1885-1962)
TEORIA ATÔMICA DE BOHR

 Postulados de Bohr
 1º lei: Propunha que o elétron permanecia em uma órbita circular
sem absorver ou emitir energia
 2º lei: Diz que se houver fornecimento de energia (elétrica, térmica)
a um átomo, um ou mais elétrons absorvem e saltam para níveis mais
afastados do núcleo
TEORIA ATÔMICA DE BOHR

 Em 1921, Niels Bohr e Charles Bury propuseram que a quantidade de elétrons em


cada órbita poderia ser reduzida matematicamente.

Órbita Valor Teórico Valores Máximos


Deduzido Experimentais
K 2e 2e
L 8e 8e
M 16e 16e
N 32e 32e
O 50e 32e
P 72e 18e
Q 98e 2e
TEORIA ATÔMICA DE BOHR

 Subníveis

Subnível de Número máximo


Energia de elétrons
s 2
p 6
d 10
f 14
TABELA PERIÓDICA

• Somente no século XIX, como trabalhos de Lothar Meyer (1864) e


Dimitri Mendeleev (1869) foi possível estabelecer leis periódicas, pois
ambos publicaram suas versões da Tabela Periódica.

• Ambos listaram os elementos em ordem crescente de massa atômica.

• Tais acontecimentos foram de grande relevância para a química como


ciência, pois organizaram os elementos químicos baseados em métodos
experimentais.

(RUSSEL, 1994)
 Esta organização é chamada de
periodicidade, cujo objetivo foi agrupar
os elementos químicos com
propriedades químicas semelhantes
(raio atômico, eletronegatividade,
energia de ionização), originando hoje
o que conhecemos como famílias e
períodos.

 Também foi possível prever a existência


de elementos químicos (Ga e Ge) que
na época não eram conhecidos, os quais
foram descobertos com o avanço de
trabalhos no campo da radioatividade.
ESTRUTURA ELETRÔNICA DA TABELA
PERIÓDICA
• Os elementos são arranjados de modo que aqueles com propriedades químicas e físicas similares
encontrem-se nas colunas verticais chamadas de grupos ou famílias. As fileiras horizontais da
tabela são chamadas de períodos.
• Os elementos do grupo A são chamados de elementos representativos, e os elementos do
grupo B são chamados de elementos de transição.
ESTRUTURA ELETRÔNICA E TABELA PERIÓDICA

• Os blocos s e p formam os grupos principais da Tabela Periódica.

• As configurações eletrônicas semelhantes dos elementos dos mesmo grupo principal são a causa
das propriedades semelhantes desses elementos.

• O número do grupo nos diz quantos elétrons estão presentes na camada de valência. Essa relação
se mantém em todas os grupos s e p.

• Cada novo período corresponde à ocupação da camada com o número quântico principal mais
alto do que o anterior.
CLASSIFICAÇÃO DOS ELEMENTOS
METAIS
•Tendem a formar íons carregados positivamente (cátions)
• São bons condutores de calor e de eletricidade;
• São maleáveis, ou seja, podem ser transformados em lâminas;
• São dúcteis, isto é, podem ser transformados em fios;
• Possuem brilho metálico característico;
• Possuem cor entre acinzentado e prateado, com excessão do ouro que é dourado e do
cobre que é avermelhado
• A 25 °C e 1 atm são sólidos (com excessão do mercúrio, que é líquido nessas condições).
NÃO-METAIS

• Os elementos não-metálicos estão localizados na porção superior direita da tabela.

• A principal característica química dos ametais é sua tendência em formar ânions (íons
negativos), ao constituir substâncias compostas, devido a alta afinidade eletrônica e alta
energia de ionização.

• Não são bons condutores de eletricidade (a maioria dos ametais atua como isolantes
elétricos);

• Não possuem brilho característico como os metais.


HIDROGÊNIO

• O hidrogênio é um elemento atípico não se enquadra em nenhum grupo da tabela


periódica.

• É o mais simples dos átomos e, no estado fundamental possui apenas um nível de energia
com um único elétron.

• É encontrado na forma de H2(g) nas altas camadas da atmosfera ou combinado a outros


elementos, principalmente ao oxigênio (ametal) formando a água. Mas também forma
compostos com metais e semimetais (hidretos).
GASES NOBRES

• Estes elementos formam poucos compostos em relação a outros


elementos, pois seus átomos não combinados são muito estáveis.
PROPRIEDADES PERIÓDICAS

1. Raio atômico

2. Energia de Ionização

3. Afinidade eletrônica
RAIO ATÔMICO

• A medida do raio de um átomo isolado não


pode ser feita com precisão, pois a
eletrosfera não possui um limite
determinado.
• A medida do raio atômico é dada pela
metade da distância entre os núcleos de
dois átomos ligados (r = d/2).
• Se considerarmos a distância entre dois
átomos ligados na molécula do gás
hidrogênio seja de 0,074 nm, logo o raio
atômico é igual a 0,037 nm.
• O tamanho efetivo de um átomo depende
de vários fatores, e seu tamanho é
alterado com as transformações que o
cercam.
• Nos períodos ocorre a diminuição do raio atômico  o aumento da
carga nuclear, este aumento atrai todos os elétrons, aproximando-os do
núcleo.

Átomo Carga Configuração Raio (nm)


nuclear eletrônica

Li 3+ [He]2s1 0,123

Be 4+ [He]2s2 0,089

B 5+ [He]2s22p1 0,080
• Nas famílias:
• Grupos representativos (A): aumento é bastante pronunciado.

Átomo Carga Configuraçã Raio (nm)


nuclear o eletrônica
Li 3+ [He]2s1 0,123
Na 11+ [Ne]3s1 0,157
K 19+ [Ar]4s1 0,203

• Grupos de transição (B): a variação no tamanho do átomo é menos pronunciada  Contração


lantanóidica
Átomo Carga Configuraçã Raio (nm)
nuclear o eletrônica
Ti 22+ [Ar]3d24s2 0,132
Zr 40+ [Kr]4d25s2 0,145
Hf 72+ [Xe]5s26s2 0,144
ENERGIA DE IONIZAÇÃO

• É a energia necessária para remover um ou mais elétrons de um átomo isolado, no seu


estado fundamental.
• Quanto maior o raio atômico, menor será a atração exercida pelo núcleo sobre o
elétron mais afastado; portanto, menor será a energia necessária para remover esse
elétron.

• Ao retirarmos o primeiro elétron de um átomo, ocorre uma diminuição do raio. Por esse
motivo, a energia necessária para retirar o segundo elétron é maior. Assim, para um mesmo
átomo, temos:
1° E.I. < 2° E.I. < 3° E.I.
AFINIDADE ELETRÔNICA

• É definida como a quantidade de energia ΔH, envolvida no processo em que um átomo


isolado gasoso, no seu estado fundamental, recebe um elétron, formando um íon negativo.

• Os halogênios (Grupo VIIA) apresentam maior afinidade eletrônica: F (-333 Kj/mol), Cl (-


348Kj/mol), Br (-324Kj/mol) e I (-296Kj/mol).

• Os elementos Be e Mg (grupo IIA), têm valores positivos.


PROPRIEDADES APERIÓDICAS
DESCOBERTAS RECENTES...
• Esses quatro elementos reconhecidos no final de 2015
completam os espaços vazios na sétima e última linha da
tabela periódica, o quadro que organiza os elementos
conhecidos até o momento e os agrupa segundo suas
propriedades físicas e químicas.

• Os elementos 113, 115, 117 e 118 integram o grupo dos


superpesados. Seus números correspondem à quantidade de
prótons que cada um contém em seu núcleo – esse total é o
chamado número atômico, que determina muitas das
propriedades dos elementos e distingue um do outro.

• No caso dos elementos superpesados, esse número é muito


maior do que o dos elementos encontrados
espontaneamente na natureza. Esses elementos desintegram-
se muito rapidamente e só são obtidos por meio de colisões
produzidas em aceleradores de partículas.
DESCOBERTAS RECENTES...
• Este elemento químico foi descoberto pelo Instituto de Pesquisa Japonês
Riken.

• Este elemento foi obtido através do lançamento a velocidades altíssimas de


átomos de zinco contra um alvo de bismuto.

• O nome de nihônio, de símbolo Nh, para o elemento químico de número


113. Nihon é uma das duas formas de dizer “terra do sol nascente” em
japonês e homenageia o país em que esse elemento químico foi descoberto
em 2004.

A pesquisa foi liderada pelo cientista Kosuke Morita.


DESCOBERTAS RECENTES...

• Este elemento foi obtido através de colisões de dois elementos


químicos mais leves (cálcio e amerício).

• Esse elemento passa a ser conhecido como moscóvio (Mc). É uma


referência à capital russa, Moscou, vizinha à cidade de Dubna, onde
está instalado o Instituto Conjunto de Pesquisa Nuclear (JINR), local
em que foi feita parte dos experimentos.

• Este elemento foi obtido através de colisões obtido a partir da colisão


de íons de potássio e berquélio.

• O nome faz referência ao o estado norte-americano do Tennessee. No


Tennessee estão sediados o Laboratório Nacional Oak Ridge e a
Universidade Vanderbilt, que já haviam descoberto outros elementos
químicos.
DESCOBERTAS RECENTES...

• O nome homenageia Yuri Oganessian, físico nuclear de origem armênia que


coordenou a descoberta de vários novos elementos no JINR em Dubna.

• Este elemento químico foi descoberto através do bombardeamento de


potássio a um alvo composto do elemento químico califórnio.
DESCOBERTAS RECENTES...
DESCOBERTAS RECENTES...
REFERÊNCIAS

 ATKINS, P. W.; JONES, L. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. 3 ed.
Porto Alegre: Bookman, 2006.

 CHASSOT, A. A Ciência Através dos Tempos. São Paulo: Moderna. 1994.

 CHASSOT, A. Alquimiando a Química. Revista Química Nova na Escola, nº1, p. 20-22, 1995.

 FILGUEIRAS, C. A. Duzentos anos da Teoria Atômica de Dalton. Revista Química Nova na Escola, nº20, p. 38-44,
2004.

 PASSOS, M. H. S.; SOUZA A. A. Química nuclear e radioatividade. Campinas, SP: Editora Átomo, 2012.

 RIVEROS, J. M. O legado de Niels Bohr. Química Nova. v. 36, n. 7, p. 931 – 32, 213.

 RUSSEL, J. B. Química Geral – volume 2. 2 ed. São Paulo: Makron Books, 1994.

 VANIN, J. A. Alquimistas e Químicos: o passado, o presente e o futuro. São Paulo: Moderna. 1994.

Você também pode gostar