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ESCÂNDIO

Famoso pela construção de um modelo de tabela periódica bastante


coesa, Dmitri Mendeleev ficou famoso não somente por este feito.
Consta na História que Mendeleev deixou espaços em sua tabela,
indicando que nem todos os elementos eram conhecidos até então. A
nomenclatura escolhida por Mendeleev, para indicar estes elementos
incógnitos, era “eka-X”, onde o “X” era o elemento com o qual o
elemento incógnito apresentava mais semelhança.

O “ekaboron”, elemento escândio (Sc) ainda não conhecido, foi


previsto por Mendeleev em 1869. Segundo Mendeleev, entre os
elementos cálcio e titânio deveria constar um elemento com massa
atômica intermediária. A este elemento denominou Ekaboron (Eb),
prevendo inclusive a estrutura de seu óxido (Eb2O3).

Cerca de dez anos depois Lars Frederik Nilson ao desenvolver


pesquisas com terras raras, deparou-se com a euxenita, um mineral
oriundo da região da Escandinávia. Nilson extraiu óxido de érbio do
mineral euxenita, obtendo consecutivamente os óxidos de itérbio e o,
à época, incógnito óxido de escândio. Ele obteve os dois últimos
óxidos a partir da análise do óxido de érbio, e percebera que havia
um óxido mais leve (em comparação com os de érbio e itérbio) neste
sistema. Ao proceder à análise espectroscópica deste óxido, obteve
um espectro até então nunca visto. Nilson então informou a
comunidade científica da época suas descobertas, permitindo que
outros cientistas da época reproduzissem seus resultados. Per
Theodor Cleve confirmou estar presente no óxido de Nilson, o
elemento “ekaboron” de Mendeleev.

O escândio metálico só foi obtido em 1937, utilizando-se como rota


de produção a eletrólise ígnea do cloreto de escândio (ScCl3), por
Fischer, Grienelaus e Brunger.

Minerais contendo somente o elemento escândio são raros em nosso


planeta, sendo mais comum em diminutas quantidades em mais de
oitocentos minerais. Um dos poucos minerais que apresentam
relativa concentração deste elemento é a thortveitita (silicato de
escândio e ítrio), sendo o mesmo um mineral raro na região da
Escandinávia.

O metal escândio pode ser obtido a partir da thortveitita, através de


transformações de seus compostos, objetivando formar-se fluoreto de
escândio. Uma vez fluoreto de escândio, o mesmo pode ser reduzido
a seu estado metálico através da interação com cálcio metálico.
Escândio também é encontrado como subproduto na mineração do
urânio. Já na eletrólise ígnea do cloreto de escândio são necessárias
as presenças de cloreto de lítio e de potássio, além de banho
contendo zinco líquido e eletrodos de fios de tungstênio.

As utilizações do escândio concentram-se nos setores de pesquisa e


desenvolvimento tecnológico. Encontram-se, no entanto, algumas
utilizações para suas ligas metálicas, compostos iônicos e isótopos
radioativos.

Suas ligas são utilizadas na confecção de objetos que necessitem de


baixa densidade, alta durabilidade e resistência à abrasão oferecida
pelo calor. É o caso dos aviões russos MIG e da indústria
aeroespacial. Encontram-se ligas de escândio – alumínio também nos
quadros de bicicletas de alto desempenho.

Seu sal iodeto de escândio é utilizado para fornecer às lâmpadas de


vapor de mercúrio uma luminosidade semelhante à encontrada na luz
solar. Já o óxido de escândio é utilizado na confecção de lâmpadas de
alto desempenho.

O isótopo Sc46 é utilizado para rastrear os movimentos das frações


de hidrocarbonetos durante o processo de craqueamento do petróleo.

O elemento escândio possui valência Sc3+, apresentando-se com


coloração prateada. Reage com água e ar, sendo realizada facilmente
a sua queima em atmosfera comum.

Bibliografia:

Tabela periódica virtual da


UNESP: http://www2.fc.unesp.br/lvq/LVQ_tabela/021_escandio.html

Aplicativo “Periodic Table” – Real Society of Chemistry (RSC)

STRATHERN,P. O sonho de Mendeleiev: a verdadeira história da


química. (tradução de Maria Luiza X. de A. Borges). Ed. Zahar. 2002.

KEAN, S. A colher que desaparece. (tradução de Cláudio Carina). Ed.


Zahar. 2011.

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