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Textura das Rochas

Metamórficas

O estudo das texturas das rochas metamórficas provê uma linha


complementar de evidências sobre os eventos a que a rocha
foi submetida.

As TEXTURAS são muito IMPORTANTES para o estudo do


METAMORFISMO, porque elas frequentemente
Texturas das Rochas
INDICAM DESVIOS DO EQUILÍBRIO, PERMITINDO IDENTIFICAR A
Metamórficas MANEIRA PELA QUAL UMA ROCHA FOI RECRISTALIZADA
RUMO A UMA ASSOCIAÇÃO MINERAL EM EQUILÍBRIO

Desta forma,

PODE SER INFERIDO ALGO A RESPEITO DA HISTÓRIA


METAMÓRFICA DA ROCHA

Textura das Rochas Textura das Rochas


Metamórficas Metamórficas

PALIMPSÉTICA ou RELIQUIARES
As TEXTURAS METAMÓRFICAS podem ser divididas em
dois tipos: Em muitas rochas metamórficas podem ainda ser observadas
texturas preservadas, em maior ou menor escala, da rocha
anterior.
1- As que preservam informações sobre as reações
metamórficas ocorridas. Neste caso, o estudo de suas
texturas revela algo sobre a sequência das associações QUANTO MAIS INTENSO O PROCESSO METAMÓRFICO, MENOR
A POSSIBILIDADE DE QUE ESTAS TEXTURAS RELIQUIARES
e em consequência, sobre a história das condições PERMANEÇAM
metamórficas
Ex: BLASTOfítica, BLASTOporfirítica servem para nomear texturas
2- As que são relacionadas com a deformação que ocorreu ígneas reliquiares em rochas metamórficas
durante o metamorfismo. Neste caso, as texturas
informam sobre a história da deformação e a cronologia ou
relativa da deformação e do crescimento dos minerais
metamórficos numa região particular BLASTOpsamítica, BLASTOpelítica referem-se a rochas cujas
origens arenosa e pelítica respectivamente, podem ser
reconhecidas através das texturas sedimentares ainda
perceptíveis

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Textura das Rochas Textura das Rochas
Metamórficas Metamórficas

Meta-Gabro da Serra da Figueira,


Complexo Barro Alto, Goiás.
Textura blasto-ofítica com ripas
reliquiares de plagioclásio (~0,7mm) As texturas relacionadas com cristalização
bem preservadas entre grãos de ou recristalização metamórfica recebem a
hornblenda, opacos, granada,
epidotos.. e relictos de piroxênio. terminação BLÁSTICA para significar que se
Nicóis //; lado maior=3 mm originaram com o metamorfismo estudado

grego: blasto=brotar

Meta-Diorito a oeste de Itauçu, Goiás.


Textura blasto-porfirítica com cristal
reliquiar de andesina sofrendo
quebramentos e recristalizações nas
bordas
Nicóis +; lado maior ~ 3,6mm

Textura das Rochas Textura das Rochas


Metamórficas TAMANHO RELATIVO DOS GRÃOS Metamórficas

Em relação ao TAMANHO RELATIVO DOS GRÃOS, as


texturas podem ser divididas em: Inequigranular quando os cristais integrantes das rochas têm
dimensões distintas. A textura inequigranular pode ser
Equigranular quando a maioria dos grãos constituintes classificada em série (quando a distribuição da frequência de
tem o mesmo tamanho tamanho é tal que apresenta uma gradação completa) e
Quartzito. Textura equigranular
bimodal (quando há diferenças de tamanhos entre os
cristais).

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Metamórficas Metamórficas

Com relação ao grau de perfeição das faces cristalinas, os


minerais metamórficos podem ser classificados em: O limite de grãos pode ser definido como a primeira
linha entre cristais de mesma espécie (limite próprio) ou
Idioblásticos quando os minerais entre cristais de espécies diferentes (limites de
apresentam todas ou quase todas as interfaces). Embora seja complexa a interpretação do
faces cristalinas bem definidas. significado petrológico dos limites dos grãos, a obsevação
da geometria, em alguns casos, fornece indicações sobe
Subidioblásticos apresentam apenas as tensões de interface durante a cristalização.
algumas faces externas de um cristal
perfeito. Limite de interface

Xenoblásticos não apresentam faces


cristalinas bem definidas. Apresentam
Limite próprio
contornos esféricos, irregulares,
arredondados.

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Metamórficas Metamórficas

Os limites dos grãos em uma rocha metamórfica são


variados. Eles podem corresponder as faces cristalinas em
minerais idioblásticos, contatos cristalinos não geométricos
em minerais xenoblásticos ou devido a
fraturamento/deslocamento inter (limite de interface) ou intra
(limite próprio) granular.
Poligonal Interlobado Amebóide

Observa-se que limites de baixa energia são estáveis e


sugerem termodinamicamente equilíbrio (limites retos).
Para texturas onde os limites são curvos é sugerido um LIMITES DOS GRÃOS
processo mútuo de ajustamento geralmente bem lento, de
não equilíbrio, assim como para limites serrilhados,
lobados, embaiados. Suturado-Serrilhado

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LIMITES DOS GRÃOS Textura das Rochas
Metamórficas

A TEXTURA GRANOBLÁSTICA pode ser:

GRANULAR: os grãos são xeno a subidioblásticos e


aproximadamente equidimensionais

POLIGONAL: os grãos tem a forma de um polígono, muito


deles com 5 ou 6 lados, o limite entre os grãos é reto e
as linhas de limite se encontram num ponto tríplice
formando ângulos de 120o. Esta textura é mais comum
em hornfels, mármores e quartzitos

DECUSSADA: os cristais tendem ser prismáticos,


subidioblásticos e orientados ao acaso

Textura das Rochas TEXTURA LEPIDOBLÁSTICA Textura das Rochas


Metamórficas Metamórficas

Mármore
resulta da abundância de minerais
foliares (micas e cloritas) distribuídos
segundo uma orientação planar
arranjados paralelos ou subparalelos
(ex.: as rochas com estrutura xistosa)

decussada

Quartzito

Anfibolito Biotita moscovita xisto


Moscovita xisto

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Metamórficas Metamórficas
TEXTURA NEMATOBLÁSTICA
se os constituintes planares são
representados basicamente por
TEXTURA PORFIROBLÁSTICA
minerais prismáticos (anfibólios,
silimanita...)
sua aparência é semelhante a textura porfirítica das
rochas ígneas. É caracterizada pela presença de
grandes cristais em meio a massa formada por minerais
de dimensões menores. Segundo Spry (1976) a
porcentagem de um porfiroblasto para os minerais da
matriz deve ser de 5 a 10 para 1

A fotomicrografia mostra cristais de • Minerais metamórficos com tendência ao


silimanita orientados (textura desenvolvimento de porfiroblastos é muito pequena.
nematoblástica) em gnaisse; nicóis DESTACA-SE GRANADA, CORDIERITA,
cruzados; aumento 10x ESTAUROLITA, ANDALUZITA E CIANITA como os
mais comuns.

Textura das Rochas Textura das Rochas


Metamórficas Terminologia dos Porfiroblastos Metamórficas

TEXTURA PORFIROBLÁSTICA

Esta tendência é controlada pela baixa capacidade de


nucleação. Assim, estes minerais se desenvolvem em
torno dos poucos núcleos já existentes ao invés de
formarem novos núcleos.

A FORMA dos porfiroblastos (euhedral ou anedral)


segundo Hyndman (1972) encontra-se relacionada a
sua velocidade de crescimento. Os EUHEDRAIS tiveram
crescimento lento, enquanto que os ANEDRAIS tiveram
crescimento rápido.
Porções normalmente centimétrica Sombra de pressão
entre planos de clivagem

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Halos

Desenvolvimento
progressivo de halos ao
redor do crescimento de
porfiroblastos.
Best (1982). Igneous and
Metamorphic Petrology. W.
Porfiroblasto de andaluzita, moscovita e
Porfiroblasto de granada H. Freeman. San Francisco.
biotita
envolvido por biotita, moscovita
e quartzo em xisto

Porfiroblasto de magnetita Figure 23-13. Light colored depletion haloes around cm-
envolvido por cloritas sized garnets in amphibolite. Fe and Mg were less plentiful,
so that hornblende was consumed to a greater extent than
esverdeadas em xisto; nicóis was plagioclase as the garnets grew, leaving hornblende-
paralelos; aumento 32x. depleted zones. Sample courtesy of Peter Misch. Winter
Halos ao redor de porfiroblastos de granada.
(2001) An Introduction Winter
to Igneous and (2001)
Metamorphic
Petrology. Prentice Hall.

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Metamórficas Metamórficas
TEXTURA POIQUILOBLÁSTICA

TEXTURA POIQUILOBLÁSTICA

quando os grãos maiores das rochas metamórficas contem uma certa


densidade de inclusões. Sua aparência é semelhante a uma esponja
e as inclusões podem ser ou não orientadas.

NÃO ORIENTADAS: TEXTURA EM PENEIRA

ORIENTADAS: TEXTURA HELICÍTICA: caracteriza-se pela presença


de inclusões alinhadas ou encurvadas em certos minerais, como
granada, estaurolita, albita, andaluzita e cloritóide. Aqui as inclusões
são representadas por elementos estruturais da rocha matriz mais
antiga. Ex.: xistosidade, bandamento

PORTANTO, A ESTRUTURA DA ROCHA PRÉ-EXISTENTE É


PRESERVADA DENTRO DO CRISTAL

Andalusita apresentando textura poiquiloblástica

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Metamórficas Metamórficas

O porfiroblasto é rotato pelo cisalhamento durante seu


crescimento
TEXTURA EM BOLA DE NEVE (“snow ball”)

muito comum em granadas. Os cristais encontram-se


rotados de tal modo que as inclusões desenvolvem a
forma de uma espiral simétrica. A feição das inclusões
assemelha-se a um “S” e segundo Spry (1976), o termo
ROTATO é utilizado não como simples sinônimo de
rotacional, mas para indicar que a rotação ocorreu
simultaneamente com a deformação, que por sua vez é
contemporânea com o crescimento do cristal.

As TEXTURAS HELICÍTICAS e BOLA DE NEVE são de


significativa importância na determinação das relações
entre fases de deformação e crescimento dos cristais”
Extraído de Spry (1969) Metamorphic Textures. Pergamon. Oxford.

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Metamórficas Metamórficas

Destral

Sinistral

TEXTURA EM BOLA
DE NEVE (“snow
ball”) TEXTURA EM BOLA DE
NEVE (“snow ball”)

Fotomicrografia cedida por Luana Cruz – Curso de Microtectonica

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Textura das Rochas Textura das Rochas
Metamórficas Metamórficas
TEXTURA COROA DE REAÇÃO
um novo mineral se desenvolve envolvendo um outro cujas
condições para sua estabilidade já não existem

TEXTURA EM BOLA DE
NEVE (“snow ball”) De Griffen (1971)
J. Petrol., 12, 219-
243.
Fotomicrografia cedida por Luana Cruz – Curso de Microtectonica

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Metamórficas TEXTURA COROA DE REAÇÃO Metamórficas
TEXTURA COROA DE REAÇÃO

plag
plagioclásio

opx

olivina

cpx

gr

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TEXTURA COROA DE REAÇÃO Textura das Rochas Textura das Rochas
Metamórficas Metamórficas

TEXTURAS DEFORMADAS E FRAGMENTADAS


(Texturas do metamorfismo dinâmico)

Resultam de intensas pressões dirigidas (Pd) e


cizalhamento reinantes nesse processo

 TEXTURA CATACLÁSTICA: rocha


fragmentada/deformada cuja foliação é ausente

 TEXTURA MILONÍTICA: implica na presença de


foliação

Estas texturas são definidas em função das


porcentagens entre a matriz e os porfiroclastos
(grãos maiores que persistem na matriz fina)

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Metamórficas Metamórficas
Mecanismos de deformação na escala cristalina
(Carvalho 2005)
Os diferentes comportamentos dos grãos dos minerais
dentro de uma rocha dependem de vários fatores,
dentre eles, mineralogia, orientação cristalográfica,
forma, grãos vizinhos, tamanho dos grãos e orientação
das bordas dos grãos

mineralogia - diferentes minerais têm diferentes sistemas


de deslizamento disponíveis para a deformação e podem
se deformar mais facilmente ou menos facilmente por
processos de difusão. Como resultado, suas propriedades
mecânicas podem ser bastante distintas, mesmo com a
atuação do mesmo mecanismo de deformação.
Bloco diagrama mostrando uma estrutura idealizada da crosta continental, juntamente com
pressão litostática (26 MPa/km), temperatura (25°C/km), grau metamórfico e mecanismos de
deformação dominantes (Carter & Tsenn 1987).

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Metamórficas Metamórficas

Mecanismos de deformação na escala cristalina Mecanismos de deformação na escala cristalina

grãos vizinhos - as relações locais de grãos vizinhos


orientação cristalográfica - como durante a deformação influenciarão no comportamento local. Se um mineral fraco
plástica de um cristal o esforço cisalhante resultante crítico está rodeado por grãos mais rígidos, ele pode ser protegido
(CRSS - critical resolved shear stress) controla o movimento por estes grãos mais rígidos e permanecer indeformado,
das discordâncias, os grãos que estão em orientação ainda que ele seja inerentemente fraco. Da mesma forma,
favorável em relação a um sistema de deslizamento limites quartzo mica parecem ser locais preferenciais de
específico serão capazes, a princípio, de se deformar mais dissolução.
facilmente do que aqueles cuja orientação do sistema de
deslizamento termina em baixo esforço cisalhante
resultante. tamanho dos grãos - os grãos menores, de forma geral, são
mais resistentes do que aqueles maiores

Textura das Rochas Textura das Rochas


Metamórficas Metamórficas
Mecanismos de deformação na escala cristalina Mecanismos de deformação na escala cristalina

orientação das bordas dos grãos - determinadas orientações


de bordas de grãos facilitam o movimento das suas bordas.
As rochas se deformam por vários processos que são
Por exemplo, uma textura semelhante a uma parede de
identificados na escala de grãos individuais.
tijolos submetida a um cisalhamento simples permitiria um
fácil deslizamento das bordas dos grãos porque todas elas
Estes processos dependem das características intrínsecas de
estão alinhadas.
cada rocha, tais como, mineralogia, tamanhos dos grãos,
forma - a forma de qualquer objeto influenciará no seu orientação preferencial cristalográfica (OPC), composição de
comportamento mecânico. Assim, grãos alongados estarão fluido intergranular, e também de fatores externos, tais como,
mais propensos ao encurvamento do que aqueles esféricos, temperatura, pressão litostática, esforço diferencial, pressão
e se uma série de grãos alongados estão alinhados, isto de fluidos e taxas de deformação impostas externamente.
facilita a deformação destes grãos por deslizamento das
bordas de grãos. .

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Metamórficas Metamórficas

Mecanismos de deformação na escala cristalina TEXTURAS DEFORMADAS E FRAGMENTADAS


(Texturas do metamorfismo dinâmico)
Quando uma rocha é deformada, os minerais respondem
a estes processos gerando microestruturas na escala de PROCESSO DE DEFORMAÇÃO/RECRISTALIZAÇÃO
grãos, as quais são utilizadas para identificar os
processos de deformação que atuaram na rocha. As
estruturas que são visíveis dentro dos grãos são
conhecidas como estruturas de deformação intracristalina

Deformação introdução de migração de mudança na forma do


elástica discordâncias discordâncias cristal

Passchier & Trouw, 1996

Textura das Rochas Textura das Rochas


Metamórficas Metamórficas
TEXTURAS DEFORMADAS E FRAGMENTADAS TEXTURAS DEFORMADAS E FRAGMENTADAS
(Texturas do metamorfismo dinâmico) (Texturas do metamorfismo dinâmico)

PROCESSO DE DEFORMAÇÃO/RECRISTALIZAÇÃO PROCESSO DE DEFORMAÇÃO/RECRISTALIZAÇÃO

Extinção ondulante e subgrãos elongados em quartzo. Winter (2009) An


Hibbard (1995) Petrography to Petrogenesis. Prentice Hall.
Introduction to Igneous and Metamorphic Petrology. Prentice Hall.

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Textura das Rochas TEXTURAS DEFORMADAS E
TEXTURAS DEFORMADAS E FRAGMENTADAS Metamórficas
FRAGMENTADAS (Texturas
(Texturas do metamorfismo dinâmico) do metamorfismo dinâmico)

PROCESSO DE
Porfiroclasto de plagioclásio com
DEFORMAÇÃO deformação dúctil evidenciada pela
RECRISTALIZAÇÃO curvatura acentuada do plano de
composição da geminação (Carvalho
2005)

Recristalização do quartzo com


contato irregular (suturado) Porfiroclasto de plagioclásio geminado
formado por migração nos limites segundo a lei albita apresentando uma
fratura deslocando as geminações, kink
dos grãos. Borradaile et al. (1982).
na parte inferior do cristal e geminação
mecânica na forma de cunha iniciando
nos dois lados da fratura (Carvalho
2005)

Textura cataclástica
TEXTURAS DEFORMADAS E FRAGMENTADAS Os componentes minerais tem
comportamento frágil,
PROCESSO DE predominantemente rúptil ou
DEFORMAÇÃO quebradiço, durante a ação
RECRISTALIZAÇÃO metamórfica, favorecendo a geração
de texturas de degradação com
grãos minerais rotacionados,
encurvados, fissurados e quebrados
em grãos menores (sub-grãos)

A textura milonítica caracteriza-se


por apresentar encurvamentos de
maclas, moagem periférica de grãos
minerais e foliação milonítica
envolvendo porfiroclastos (grãos
maiores que sobreviveram ao
quebramento) com a típica forma
Porfiroclasto de plagioclásio com deformação dúctil evidenciada pela arredondada a lenticular
curvatura acentuada do plano de geminação e geminação em (augen=olho).
terminações em cunha (Carvalho 2005) Textura milonítica

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contato ultramilonito (porção superior)- milonito em granitos deformados do Foliação milonítica contínua em ultramilonitos de granitos do oeste australiano.
oeste da Austrália No centro têm-se feldspatos reliquiares rotacionados mostrando uma
movimentação dextral.

Cataclase progressiva de um granito. Shelton (1966). Geology Milonitização progressiva de um granito. Shelton (1966). Geology
Illustrated. Winter (2009). Illustrated. Winter (2009).

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Textura das Rochas
Metamórficas TEXTURA MORTAR
caracteriza-se pela presença de (textura em moldura
porfiroclastos envolvidos por ou núcleo manto)
TEXTURA MORTAR grãos microcristalinos. Os grãos
(textura em moldura mais finos são da mesma
ou núcleo manto) composição dos porfiroclastos e Porfiroclasto de plagioclásio
resultaram do seu trituramento apresentando extinção ondulante e
textura mortar (Cavalho 2005)

GENETICAMENTE TAL
FEIÇÃO SIGNIFICA QUE OS
CRISTAIS GRANDES SÃO AS
RELÍQUIAS DA TRITURAÇÃO
REPRESENTADA PELA
MASSA FINA QUE OS
ENVOLVE
Desenvolvimento de subgrãos com formas
irregulares nas bordas de um porfiroclasto
de plagioclásio (Carvalho 2005)

SOMBRA DE PRESSÃO Textura das Rochas Textura das Rochas


(“pressure shadow Metamórficas Metamórficas

São áreas elipsoidais localizadas


em ambos lados de um cristal
rígido (comumente um
porfiroblasto), que protegeu da
deformaçao estas zonas
imediatamente adajacentes a SOMBRA DE PRESSÃO
ele. A microestrutura e, às (“pressure shadow”)
vezes, a mineralogia dentro da
sombra, são diferentes da
rocha e a foliação contorna o
cristal rígido e sua sombra

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Textura das Rochas
“KINK BAND” é um tipo de Metamórficas

dobramento cuja feição


“KINK BAND”
marcante são os flancos retos e
zonas de charneira estreitas.
Trata-se de uma textura (ou
estrutura) que pode ocorrer em
rochas ou minerais isolados,
sobretudo em minerais com
clivagem proeminente como
mica, clorita, cianita

Se as dobras são
simétricas e os flancos
~ de mesmo tamanho,
a estrutura é conhecida
como DOBRA EM
CHEVRON
Filito com sericita e quartzo microdobrada (crenulação)

Textura das Rochas Textura das Rochas


Metamórficas Metamórficas

RELAÇÕES ENTRE AS FASES DE DEFORMAÇÃO E O


CRESCIMENTO DOS CRISTAIS (CRISTALIZAÇÃO E
RECRISTALIZAÇÃO)

A presença de porfiroblastos, poiquiloblastos (comuns ou


helicíticos) e poiquiloblastos com textura em bola de
neve é da maior importância para se determinar a
relação existente entre as fases de deformação e o
crescimento dos cristais

O crescimento de um porfiroblasto ou poiquiloblasto pode


ocorrer antes, durante ou após a fase de deformação.
Clivagem de Para caracterizar estes estágios, dizemos que este
crenulação desenvolvimento é PRÉ, SIN ou PÓS-TECTÔNICO

Fotomicrografia cedida por Luana Cruz – Curso de Microtectonica

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Textura das Rochas
Metamórficas

CRISTALIZAÇÃO PRÉ-TECTÔNICA Cristais Pré-cinemáticos


Os cristais representam obstáculos rígidos que já existiam antes da
deformação
Sombra de pressão
** Porfiroblastos contornados pela foliação que muda a sua direção
sem pertubá-los foram interpretados como cristais com grande
“força de cristalização” e que em razão deste fato “empurram” a
xistosidade durante o seu crescimento (Harker 1939)

*** Por outro lado, Spry (1976) interpreta tais porfiroblastos como
anteriores a deformação da xistosidade, argumentando que fatores Orla de pressão Textura em kink band
como a fragmentação de porfiroblastos, a formação de sombras de
pressão e as orientações discordantes das xistosidades interna
(orientações de inclusões no porfiroblasto) e externa (xistosidade da
matriz) são provas evidentes de que tais minerais precedem a
deformação da matriz

Cristais fragmentados
ou microboudinage Deformação da geminação
do plagioclásio

Textura das Rochas Cristal de granada sin-cinemático


Metamórficas

CRISTALIZAÇÃO SIN-TECTÔNICA

Exemplos de porfiroblastos que cresceram durante a deformação das


rochas não são incomuns. As principais feições que denotam o
crescimento simultâneo com a deformação são:

Alinhamento dos anfibólios


Alongamento de quartzo
Arranjo planar das micas (xistosidade)

Entretanto,

uma das feições de maior relevância na identificação deste estágio, é a


presença de cristais rotados (TEXTURA EM BOLA DE NEVE) em
relação a foliação

Aumento de ~20X. Extraído de Yardley et al. (1990) Atlas of Metamorphic Rocks and their Textures. Longmans.

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Textura das Rochas Textura das Rochas
Cristal de granada sin-cinemático Metamórficas Metamórficas

CRISTALIZAÇÃO PÓS-TECTÔNICA

O crescimento pós-tectônico dos porfiroblastos leva a


Porfiroblasto de~ 5 padrões simples, nos quais as trilhas de inclusões
mm de diâmetro. definem um arranjo estrutural e textural que é paralelo
Extraído de Yardley et ou contínuo com a xistosidade externa.
al. (1990) Atlas of
Metamorphic Rocks
and their Textures. Os porfiroblastos pós-tectônicos crescem em cima da
Longmans.
foliação sem pertubá-la e muitas vezes absorvendo-a e
resguardando-a no seu interior

Textura snow ball

Textura das Rochas Textura das Rochas


Metamórficas Metamórficas

O conjunto das feições que caracteriza o estágio PÓS-


TECTÔNICO é representado por:

Textura helicítica
Poligonização de cristais curvados
Substituição de minerais precocemente formados,
originando pseudomorfos e desenvolvimento de cristais
idioblásticos

Características de cristais pré-, sin e pós-


cinemáticos proposto por Zwart (1962).

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Textura das Rochas
Metamórficas

Como podemos
caracterizar os
porfiroblastos quanto a
cronologia de seu
crescimento????

De Yardley (1989) An Introduction to


Metamorphic Petrology. Longman.

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