O microscópio petrográfico na sala de aula

manual de utilização - versão on-line

Rochas magmáticas

AMOSTRA LOCALIZAÇÃO CLASSIFICAÇÃO

MA-1 Serdedelo, Ponte de Lima Granito biotítico porfiróide

CARACTERIZAÇÃO
Estrutura: foliação dada pela orientação dos megacristais de
feldspato potássico e pela biotite da matriz.
Textura: holocristalina, fanerítica, porfiróide com matriz de grão
médio.
Composição mineralógica: feldspato potássico (felds. K), por
vezes em megacristais, quartzo (qz), plagioclase (plag.), biotite
(biot.), cordierite, silimanite, moscovite (mosc.), apatite, zircão e
opacos.
Notas: granito sin-F3 de idade 317±3 Ma (idade determinada em
monazite pelo método de U-Pb). Encontra-se espacialmente
associado ao acidente Vigo-Régua.

Microfotografias em nicóis paralelos e nicóis cruzados.

AMOSTRA LOCALIZAÇÃO CLASSIFICAÇÃO
MA-2 Monção Granito biotítico

CARACTERIZAÇÃO
Estrutura: maciça.
Textura: granular de grão grosseiro.
Composição mineralógica: quartzo (qz.), feldspato potássico
(ortóclase (ortóc.) pertítica e microclina), plagioclase (plag.),
biotite (biot.), zircão, apatite, alanite, esfena, clorite e opacos.
Notas: granito pós-F3. Idade provável 296 Ma.

Microfotografias em nicóis paralelos e nicóis cruzados.

AMOSTRA LOCALIZAÇÃO CLASSIFICAÇÃO
MA-3 Vila Praia de Âncora Granito moscovítico

CARACTERIZAÇÃO
Estrutura: foliação dada pela orientação preferencial da
moscovite.
Textura: granular de grão médio a fino.
Composição mineralógica: quartzo (qz.), feldspato potássico
(microclina-microc.), plagioclase (plag.), moscovite (mosc.),
turmalina, biotite (biot.), apatite, zircão e opacos.

Microfotografias em nicóis paralelos e nicóis cruzados.

AMOSTRA LOCALIZAÇÃO CLASSIFICAÇÃO
MA-4 Sto. Ovídio, Ponte de Lima Granito moscovítico biotítico

CARACTERIZAÇÃO
Estrutura: maciça.
Textura: granular de grão médio.
Composição mineralógica: quartzo (qz.), feldspato potássico,
plagioclase (plag.), biotite (biot.), moscovite (mosc.), apatite,
zircão e opacos.

Microfotografias em nicóis paralelos e nicóis cruzados.

AMOSTRA LOCALIZAÇÃO CLASSIFICAÇÃO
MA-5 Odivelas, Ferreira do Alentejo Gabro

CARACTERIZAÇÃO
Estrutura: maciça (embora algumas amostras evidenciem uma
ligeira foliação).
Textura: granular de grão fino a médio.
Composição mineralógica: plagioclase (plag.), olivina (oliv.) e
piroxena (pirox.).

Microfotografias em nicóis paralelos e nicóis cruzados.

AMOSTRA LOCALIZAÇÃO CLASSIFICAÇÃO
MA-6 Cabo da Roca, Sintra Gabro (mafraíto)

CARACTERIZAÇÃO
Estrutura: nodular.
Textura: granular de grão médio.
Composição mineralógica: plagioclase (plag.), piroxena, anfíbola
(anf.), biotite, epídoto e opacos.

Microfotografias em nicóis paralelos e nicóis cruzados.

AMOSTRA LOCALIZAÇÃO CLASSIFICAÇÃO
MA-7 Cabo da Roca, Sintra Sienito

CARACTERIZAÇÃO
Estrutura: maciça.
Textura: granular de grão fino.
Composição mineralógica: feldspato potássico (felds. K), quartzo
(qz.), plagioclase, opacos e biotite.

Microfotografias em nicóis paralelos e nicóis cruzados.

AMOSTRA LOCALIZAÇÃO CLASSIFICAÇÃO
MA-8 Lexim, Mafra Basalto

CARACTERIZAÇÃO
Estrutura: maciça.
Textura: afanítica, porfirítica com fenocristais de olivina e
piroxena (pirox.).
Composição mineralógica: olivina, piroxena, plagioclase, opacos,
zeólitos e calcite.

Microfotografias em nicóis paralelos e nicóis cruzados.

AMOSTRA LOCALIZAÇÃO CLASSIFICAÇÃO
MA-9 Mina de S.Domingos, Mértola Riolito

CARACTERIZAÇÃO
Estrutura: maciça.
Textura: afanítica, porfirítica com fenocristais de quartzo (qz.) e
feldspato.
Composição mineralógica: quartzo e feldspato.

Microfotografias em nicóis paralelos e nicóis cruzados.

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Texturas das rochas magmáticas (principais tipos de texturas)

Nas rochas magmáticas a textura descreve a cristalinidade da rocha, a dimensão e a forma dos cristais e as
relações e arranjos dos seus constituintes. Embora em algumas rochas seja possível observar, à vista
desarmada, alguns dos aspectos anteriormente referidos (quando os cristais apresentam uma dimensão
adequada a uma obervação a olho nú), uma descrição pormenorizada da textura implica sempre uma
observação da rocha ao microscópio óptico.

Cristalinidade:
A cristalinidade de uma rocha é dada pela proporção relativa de material cristalizado (cristais) e de material não
cristalizado (vidro). Segundo este critério é possível definir três tipos de texturas (quadro 1).

Designação Descrição
Holocristalinas (fig.
Constituídas essencialmente por cristais (mais de 90%)
1)
Hipocristalinas Constituídas por uma parte vítrea e uma parte cristalina (nenhuma das partes atinge os
(fig.2) 90%)
Holohialinas (fig. 3) Constituídas essencialmente por vidro (mais de 90%)

Quadro 1- Texturas das rochas magmáticas em função do grau de cristalinidade.

Fig.1-Texturaholocristalina,deumgranito,
transitoa nicoiscruzados

Dimensão dos cristais:

Quanto à dimensão dos cristais a textura pode ser fanerítica (fig. 4), quando os cristais são visíveis e
identificáveisà vista desarmada, ou afanítica (fig. 5), quando os cristais só são visíveis ao microscópio (quadro
2).

Faneríticas Afaníticas
Grão muito grosseiro > 30 mm Microcristalinas (cristais identificáveis ao microscópio óptico)
Grão grosseiro 5 - 30 mm Criptocristalinas (cristais não identificáveis ao microscópio óptico)
Grão médio 2 - 5 mm
Grão fino < 2 mm
Quadro 2 - Divisão das rochas cristalinas em função do tamanho do grão
(Adaptado de Dorado, 1989)

Tamanho relativo dos cristais:

Quanto ao tamanho relativo dos cristais as rochas podem ser equigranulares (fig. 6), quando todos os seus
cristais possuem dimensões semelhantes, ou inequigranulares, quando os cristais diferem substancialmente no
tamanho. Um dos tipos de textura inequigranular é a porfiróide (fig. 7), em que cristais de maiores dimensões
(megacristais ou fenocristais) estão envolvidos por uma matriz fanerítica de grão mais fino.

Forma dos cristais:

Com base na forma dos cristais podem ser definidos três tipos de texturas (quadro 3): idiomórfica, quando a
maioria dos cristais (mais de 90%) são euédricos (com formas geométricas regulares); hipidiomórfica, quando
os cristais são subeuédricos ou quando existem conjuntamente cristais idiomorfos, subidiomorfos e xenomorfos,
e alotriomórfica, quando a maior parte dos cristais (mais de 90%) são anédricos (com formas geométricas
irregulares).

Idiomórficas Hipidiomórficas Alotriomórficas

Quadro 3 - Texturs das rochas magmáticas em função da forma dos cristais

(adaptado de Dorado, 1989).

Para além das texturas definidas com base nos aspectos acima referidos, existem outras, referidas por alguns
autores como "texturas especiais", visto que raramente afectam toda a rocha ou aparecem relacionadas com
uma fase mineral ou associação de fases minerais. São exemplos de texturas especiais as texturas poicilítica
(fig. 8), mirmequítica (fig. 9), gráfica (fig. 10) e coronítica (fig. 11).

Fig. 9 - Textura
mirmequítica
Fig. 8 - Textura
Esta textura
poicilítica
caracteriza-se pelo
Esta textura
intercrescimento de
caracteriza-se pela
plagioclase com
existência de cristais
quartzo vermicular.
de maiores
Este intercrescimento
dimensões que
encontra-se com
possuem numerosas
frequência nas
inclusões de cristais
margens dos cristais
mais pequenos de
de plagioclase no
outros minerais. Na
contacto com cristais
imagem um único
de feldspato
cristal de plagioclase
potássico. Na imagem
contém inclusões de
as setas indicam o
cristais de olivina
intercrescimento de
(fotografia em
quartzo e plagioclase
microscópio óptico)
(fotografia em
(foto in MacKenzie et
microscópio óptico)
al., 1982).
(foto in MacKenzie et
al., 1982).
Fig. 11 - Textura
coronítica
Esta textura
Fig. 10 - Textura desenvolve-se por
gráfica reacção de
Esta textura determinados
caracteriza-se pelo minerais com a
intercrescimento de matriz. Os produtos
cristais esqueléticos de reacção dispõem-
de quartzo (a negro se em volta do
na imagem), que mineral primitivo
fazem lembrar a formando uma
escrita cuneiforme, e auréola (coroa). Na
feldspato potássico. imagem é visível uma
Esta textura é muito extensa coroa de
frequente nos minerais de alteração
pegmatitos graníticos que rodeia os cristais
(fotografia de amostra de olivina, no
de mão) (foto in contacto com cristais
MacKenzie et al., de plagioclase
1982). (fotografia em
microscópio óptico)
(foto in MacKenzie et
al., 1982).