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de aveiro
GEOLOGIA GERAL 42257
GEOLOGIA 12207
Texto de apoio para as aulas práticas
Autoras: Beatriz Valle Aguado e Mª do Rosário Azevedo (Professoras Auxiliares)
ROCHAS ÍGNEAS
Rochas extrusivas
(vulcânicas)
Superfície
O magma ascende
e arrefece
Câmara
magmática
Rochas intrusivas
(plutónicas)
TEXTURA
O grau de cristalinidade e o tamanho dos grãos minerais são os principais parâmetros para
descrever a textura das rochas ígneas, permitindo discriminar facilmente os dois grandes grupos de
rochas ígneas.
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1. As rochas vulcânicas, devido a elevada velocidade de arrefecimento do magma, estão
constituídas por vidro (textura vítrea) e/ou por minerais com uma granularidade tão fina
que só podem ser identificados ao microscópio (textura afanítica).
2. As rochas plutónicas são formadas por grãos minerais que se identificam a vista
desarmada (textura fanerítica), reflectindo o arrefecimento lento do magma em
profundidade.
Para além da textura fanerítica, afanítica e vítrea, as rochas ígneas podem apresentar outros
tipos. A Tabela I mostra uma síntese das texturas mais significativas deste grupo de rochas.
COR
A cor de uma rocha depende dos minerais que a constituem. Em geral, as rochas ricas em
feldspato e quartzo são claras, enquanto as que contêm altos teores de piroxena, olivina e anfíbola
(minerais ferromagnesianos) são escuras. De acordo com a cor podem dividir-se as rochas ígneas
em:
1. Rochas de cor clara (félsicas), em que predominam os minerais de cor clara.
2. Rochas de cor intermédia, com igual proporção de minerais claros e escuros.
3. Rochas de cor escura (máficas), com predomínio de minerais escuros.
4. Rochas ultramáficas, em que todos os minerais são escuros.
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Tabela I. Principais tipos de texturas nas rochas ígneas.
TAMANHO
TIPO DE VELOCIDADE DE TIPO DE
DESCRIÇÃO DOS ESQUEMA
TEXTURA ARREFECIMENTO ROCHA
CRISTAIS
Cristais
individuais
muito
Os magmas
pequenos. Não
Afanítica podem ser
~0,5 – 1 mm arrefecem Vulcânica
rapidamente
identificados
sem a ajuda do
microscópio
Porfiróide / Porfirítica:
Tamanhos dos grãos com uma distribuição bimodal. Isto é, as rochas estão constituídas por cristais de grandes dimensões
(fenocristais) dispersos numa matriz de granularidade mais fina
Se durante a sua
consolidação, o
Dois tamanhos Matriz magma continua a
de cristais, fanerítica e ascender, as
Porfiróide ambos visíveis fenocristais velocidades de Plutónica
a vista (grãos arrefecimento podem
desarmada maiores) variar, resultando
cristais com
tamanhos diferentes
Duas velocidades de
Matriz afanítica arrefecimento. Os
Dois tamanhos fenocristais
Porfirítica de cristais
fenocristais cristalizaram em Vulcânica
faneriticos profundidade e a
matriz à superfície
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Tabela I (continuação). Principais tipos de texturas nas rochas ígneas.
TAMANHO
TIPO DE VELOCIDADE DE TIPO DE
DESCRIÇÃO DOS ESQUEMA
TEXTURA ARREFECIMENTO ROCHA
CRISTAIS
Vítrea
Holovítrea – A maior parte é Reflecte uma
inteiramente Aspecto vidro. Podem velocidade de
constituídas por
vidro.
semelhante ao conter alguns arrefecimento Vulcânica
vidro comum cristais muito rápida na
Vitrofírica –
com fenocristais
microscópicos. ausência de gases
no seio de uma
matriz vítrea
Formadas por
retenção de vapor
Presença de de água e outros
Vesicular vesículas gases durante o
Vulcânica
arrefecimento
rápido da lava
Formados durante as
fases explosivas das
Fragmentos de < 64 mm (tufos erupções vulcânicas
Piroclástica material vulcânicos) em que a lava é
ou vulcânico (vidro, > 64 mm projectada para o ar e Vulcânica
fragmentar rocha ou (brechas solidifica rapidamente
cristais) vulcânicas) dando origem a
fragmentos de
material vulcânico.
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
Os principais minerais das rochas ígneas pertencem à classe dos silicatos (Tabela II). A
composição mineralógica principal de uma rocha ígnea é facilmente determinada em amostras com
textura fanerítica mas, no caso das rochas com textura afanítica, torna-se extremamente complexo
identificar os seus constituintes minerais devido à sua fina granularidade. Nesses casos, a
classificação em amostra de mão tem que basear-se apenas em critérios texturais e de cor. As
rochas ricas em quartzo e feldspato são usualmente claras, enquanto as que contêm altos teores de
piroxena, olivina e anfíbola (minerais ferromagnesianos) são escuras. Para uma classificação mais
rigorosa destas rochas é necessário recorrer a outros esquemas de classificação (composição
química).
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CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS ÍGNEAS EM AMOSTRA DE MÃO
Os quadros seguintes mostram a classificação das rochas ígneas de acordo com os
parâmetros referidos.
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CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS ÍGNEAS POR OBSERVAÇÃO DE AMOSTRAS DE MÃO
Esta tabela resulta essencialmente de uma adaptação dos esquemas de classificação de Pirsson (1947) e Costa (1979). Adaptação realizada por J.F. Santos.
Rochas com felspato Rochas com felspato Rochas com felspato Rochas sem
felspato
com quartzo sem quartzo sem quartzo com quartzo sem quartzo sem quartzo sem quartzo sem quartzo sem quartzo
TEXTURAS
sem fóides sem fóides com fóides sem fóides sem fóides com fóides sem fóides com fóides sem fóides
Peridotito
Granular Granito Sienito Sienito Tonalito Diorito Essexito Gabro Teralito Piroxenito
feldspatóidico Horneblendito
Fanerítica
Granito Sienito Sienito Tonalito Diorito Essexito Gabro Teralito
Porfiróide porfiróide porfiróide feldspatóidico porfiróide porfiróide porfiróide porfiróide porfiróide
porfiróide
Afanítica
Afírica Riolito(a) Traquito(a) Fonolito(a) Dacito(a) Andesito(a) Tefrito(a) Basalto(b) Basanito(b)
(sem fenocristais)
Porfirítica Riolito(a) Traquito(a) Fonolito(a) Dacito(a) Andesito(a) Tefrito(a) Basalto(b) Basanito(b)
Holovítrea Obsidianas Vidros
Vítrea
Vitrofírica Vitrófiros basálticos
(com fenocristais)
(a) Devido à dificuldade em caracterizar mineralogicamente, quando a observação se restringe à amostra de mão, estas rochas podem ser designadas
genericamente como felsitos (textura afírica) ou felsófiros (textura porfirica).
(b) Habitualmente a sua distinção, com base em amostras de mão, é muito difícil. Devido à muito maior abundância de basalto, a sua designação pode ser
utilizada num sentido genérico.
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Bibliografia
- Plummer, C.C., Carlson, D.H. & McGeary, D. (2007). Physical Geology, 11ª Ed. McGraw–Hill, 617 pp.
Capítulos 3 e 4.
- Press, F. & Siever, R (2001). Understanding Earth. Freeman & Co. New York. 573 pp. Capítulo 2
Sites de interesse
http://www.ig.uit.no/webgeology/
http://www.gpc.edu/~pgore/geology/geo101/igneous.htm
http://csmres.jmu.edu/geollab/Fichter/IgnRx/IgAlphabetical.html
http://csmres.jmu.edu/geollab/Fichter/IgnRx/IgHome.html