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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

CENTRO DE LETRAS E ARTES

DEPARTAMENTO DE ARTES E PRESERVAÇÃO

CURSO DE CONSERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO

VICTÓRIA YASMIN NUNES DO AMARAL

DRE:120188285

RELATÓRIO: METAIS

RIO DE JANEIRO- RJ

2023
VICTÓRIA YASMIN NUNES DO AMARAL

RELATÓRIO: METAIS

Relatório apresentado à disciplina


Conservação e Restauração de Arte
Contemporânea I, do curso Conservação e
Restauração da Universidade Federal do
Rio de Janeiro-RJ.

Orientador(a): Humberto Farias.

RIO DE JANEIRO-RJ

2023
SUMÁRIO

1. CONTEXTO HISTÓRICO 3
2. METAIS E LIGAS METÁLICAS 4
3. OBRA: PAULO ROBERTO LEAL 5
4. OBRA: IOLE DE FREITAS 5
5. OBRA: LYGIA CLARK 6
1. CONTEXTO HISTÓRICO

O que conhecemos como “Objetos Históricos” foram produzidos há muitos séculos, se


originando de metais puros, como ferro meteórico e cobre.

Ex: Punhal datado de 3000 a.C: 90% Fe e 10% Ni.

Os metais raramente são encontrados na sua forma pura; existe na crosta terrestre como
minerais, predominantemente, como óxido, sulfetos, que sofrem oxidação. O homem logo
descobriu a possibilidade de fundir metal em recipientes e derramar em cavidades moldadas
em argila ou pedra.

2. METAIS E LIGAS METÁLICAS

Processo de produção: cobre+estanho=bronze. Quanto mais Sn, a liga ficava mais macia, e
isso o homem foi descobrindo através da experimentação.

As ligas de ferro, por sua vez, demoraram a se devolver, devido à dificuldade de extração do
metal dos minérios. O ponto de fusão do ferro comparado com os outros metais era muito
alto. O do chumbo, por exemplo, estaria por volta de 327C, enquanto o Fe seria 1535C, o
que até o século XIX era impossível de se atingir. Observou-se que a liga de Fe-C (ferro
fundido) diminuiu o ponto de fusão para 1200C. Porem essa adição de carbono faz com que
a liga se torne mais frágil. Obs.: Quando nos referimos a uma liga metálica, como por
exemplo, Cu+Sn=bronze, não é que o bronze só tenha apenas Cu e Sn, apenas são os
metais em maior quantidade na liga. Quase todos os metais sofrem corrosão em ambientes
naturais, depende da sua taxa de corrosão que varia de metal para metal; liga para liga.
Importante lembrar que toda corrosão é uma oxidação, mas nem toda oxidação é uma
corrosão. Só pode ser considerado quando há perda de material. Os metais reagem com o
substancias presentes no ambiente e ficam mais estáveis, como por exemplo a Hematita,
que é um óxido. Nada mais é do que o Fe que se ligou com o oxigênio presente no ambiente
e gerou Fe2O2 (Hematita). Ao pensarmos em umidade relativa do ar, o ideal para os metais
seria uma porcentagem menor do que 45. Pois a água pode acelerar o processo de
oxidação do metal. A corrosão de um metal pode ser definida como a oxidação indesejada
de um metal, normalmente mediada pela água e oxigênio. Os produtos de corrosão são o
Fe2 e o Fe3. O alumínio se oxida e gera várias formas cristalográficas, apesar de ser um
material estável. Ele pode formar uma camada de passivação, onde um óxido de alumínio
ou um hidróxido formam uma camada protetiva que pode vir a ser destruída por sais e
ácidos.

Fe e Br: são utilizados para armamento e ferramentário.

Cobre: é utilizado para vasos, ornamentos.

Chumbo: para tubos e caixões

Ouro, prata e estanho: para ornamentos.


3. OBRA: PAULO ROBERTO LEAL

Obra: “Cubos no Cubo”

A obra metálica pertencente a uma coleção particular sofreu oxidação por falta de controle
de umidade relativa e temperatura e sem o acondicionamento adequado. A versão que se
encontra no MAM é a em melhor estado de conservação pelo controle do ambiente. Os
cubos estavam deformados devido a oxidação, perderam a cor inicial. Como se trata de uma
obra de arte contemporânea, o conceito e intenção do artista foi decisivo para a escolha de
que caminho seguir.

As opções são:

1-Higienizar+Estabilizar+Manter como está.

2-Devolver ao primeiro estado “autentico” do artista.

3-Escolher um dos estados autênticos e retornar a obra naquele estado, levando em conta
seu percurso histórico, higienizando e estabilizando.

Processo realizado (3): Inicialmente foi higienizado com uma solução de água + Detertec(ph
6,5-7,5), e logo em seguida foi utilizado um solvente para aumentar o ponto de ebulição da
água. Além disso, utilizou-se ácido fosfórico para barrar o processo oxidativo. Aplicou-se
paraloid B48 (ou B72) com pigmento (reintegração) – pontilhado.

4. OBRA: IOLE DE FREITAS

Obra em malha de aço (Fe + 2%C) apresentava como problemas a presença de oxidação e
furos. Para sua conservação foi realizado uma higienização mecânica com o auxílio do
bisturi para retirar o excesso de oxidação. Realizado a imersão da obra em um quelante
(EDTA) que captura íons metálicos sobrando. Depois, utilizou-se um jato de alta pressão
para remover totalmente qualquer partícula que tenha sobrado. Após isso, passou álcool
para evaporar qualquer resquício de água. Criou-se uma camada protetiva com o auxílio do
ácido fosfórico. E por fim, passou-se paraloid B72. Foi produzido um acondicionamento em
acrílico. Após 2 anos, começaram a aparecer manchas verdes devido ao aprisionamento do
ácido pelo Paraloid. Com isso, foi feito um banho de xileno para remover Paraloid e deixado
em cima de um mata borrão. Depois um banho com água e depois álcool. Verificou-se com
um microscópio se ainda havia alguma camada de paraloid. Aplicou-se uma camada de cera
de nanopartícula para criar uma camada protetiva e reacondicionaram.
5. OBRA: LYGIA CLARK

Obra em alumínio que sofreu um ataque de animal. Utilizou-se acetona para remover as
sujidades. Testou-se 4 sistemas:

1% de CH3COOH + H2O

1% de CH3COOH + H2O + NaHCO3

1% de CH3COOH + H2O + NaHCO3 + bombril

1% de CH3COOH + H2O + bombril

Uma lavagem ácida remove o Fe livre, resíduo metálicos, óxidos e outros produtos da
corrosão da superfície do metal. Perda volumétrica preenchida com Paraloid B48 + pó de Al.
O Al misturado com paraloid satura (escurece), com isso, se preenche com Paraloid e
depois coloca o pigmento por cima.

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