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Mineralogia

quartzo, um dos minerais mais comuns na Terra.


Mineralogia[1][2] se dedica ao estudo da química, estruturas molecular e cristalina e propriedades
físicas (incluindo ópticas e mecânicas) de minerais, bem como a sua gênese, metamorfismo, evolução
química e meteorização. A mineralogia começou por ter um carácter marcadamente taxonómico, isto é,
baseada na nomenclatura e classificação dos minerais, mas evoluiu para o campo da física aplicada,
tendo hoje grande peso as áreas da cristalografia, da óptica, da simulação matemática e da nano-
mecânica.

Classificação
Existem duas classificações gerais para os estudos mineralógicos: mineralogia macroscópica e
mineralogia microscópica. A mineralogia macroscópica, baseia-se nas propriedades físicas, ópticas e
químicas dos minerais de um ângulo macroscópico. Ou seja, sem o auxílio de ferramentas ópticas de
grande escala, como o microscópio, por exemplo. Ao contrário da mineralogia macroscópica, a
mineralogia microscópica utiliza diversas ferramentas e técnicas impossíveis de serem feitas ao olho nu
para a identificação, classificação e estudos dos minerais.
História e evolução da mineralogia
A mineralogia enquanto ciência surgiu por diferenciação no seio daquilo que se designou, desde o
Renascimento até ao início do século XX, por história natural. Os minerais eram vistos como parte dos
produtos da natureza, e a sua diversidade, e o conhecimento de que eram os blocos constituintes das
rochas e minerais, levou a que considerável esforço fosse dedicado à sua colecção, catalogação e
nomenclatura, seguindo de perto os esforços taxonómicos desencadeados nos diversos ramos da
Biologia. Até 8 de agosto de 2020 de 2018, havia 5617 minerais sendo 208 produzidos por atividades
humanas, onde 29 são minerais carboníferos.[carece de fontes]

A primeira abordagem científica autónoma da mineralogia surgiu com Georg Bauer (1490-1555), um
humanista e homem de ciência da Saxónia, que latinizou o seu nome para Georg Agricola, que a partir
da observação dos produtos da mineração alemã, iniciou a sistematização do conhecimento dos
minerais. É por isso justamente conhecido pelo pai da mineralogia.
O passo seguinte deu-se com os avanços na cristalografia, nos quais assume particular relevo o
postulado dos índices racionais por René Just Haüy e todos os desenvolvimentos teóricos que esta
descoberta desencadeou.
Mais recentemente, devido à disponibilidade de técnicas que permitem estudar a estrutura atómica dos
materiais, tais como a difracção de neutrões, e de capacidade de cálculo automático que permite a
simulação dos processos atómicos e do comportamento físico dos cristais, a mineralogia abandonou a
sua visão puramente taxonómica e cristalográfica, para se diversificar em múltiplas áreas da Química e
da Física, com destaque para os campos vulgarmente designados por ciência dos materiais, química
inorgânica e física do estado sólido.
Mantém contudo o seu centro de interesse em torno das estruturas cristalinas mais comuns nos minerais
que formam as rochas (com destaque para os silicatos mais comuns, as argilas e as perovskites e
minerais similares).
Um campo que tem registado grandes avanços é a compreensão da relação entre as estruturas
cristalinas à escala atómica dos minerais e as suas características físicas e função na composição das
rochas e nos processos de litificação.
Tal compreensão tem levado à determinação precisa das propriedades elásticas e de resistência à
degradação dos minerais, o que por sua vez tem permitido uma melhor compreensão do
comportamento mecânico das rochas, com impacte sobre o estudo do mecanismo focal dos sismos e
sobre a propagação das ondas sísmicas. Essa mesma compreensão permitiu reinterpretar a informação
tomográfica obtida com os sismos sobre o interior da Terra, redefinindo o conhecimento sobre o manto,
o núcleo e outras estruturas do interior do planeta.
Neste aspecto, ao focar a atividade da mineralogia no estudo da relação entre os fenômenos à escala
atômica dos minerais e as propriedades macroscópicas das rochas que estes constituem, as ciências
minerais (mineral science), como agora são chamadas, aproximam-se cada vez mais da ciência dos
materiais, especializando-se nos materiais silicatados, os mais abundantes constituintes do planeta.

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