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Aplicações de tecnologias mais sustentáveis em um edifício em anexo da

estação de tratamento de esgoto "Lagoa Encantada”


João Mário de Arruda Adrião (1), Mariana Garcia de Abreu (2), Juliana Demartini (3),
Vanusa Soares S. Ormonde (4), Thania Ávila (5), José Manuel Henriques de Jesus (6)
(1) Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Edificações e Ambiental, UFMT, Brasil. E-mail:
joaomarioarquiteto@gmail.br
(2) Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Edificações e Ambiental, UFMT. E-mail:
marianagdeabreu@gmail.com
(3) Universidade de Cuiabá, Unic. E-mail: julianademartini@hotmail.com
(4) Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Edificações e Ambiental, UFMT, Brasil. E-mail:
vanusaormond@yahoo.com.br
(5) Universidade de Cuiabá, Unic. E-mail: thaniaavila@hotmail.com
(6) Departamento de Engenharia Civil – FAET, UFMT, Brasil. E-mail: henrique@cpd.ufmt.br

Resumo:A atual “Lagoa Encantada” foi projetada para fazer o tratamento do esgoto dos bairros
Morada da Serra II, III e IV e Novo Mato Grosso, em Cuiabá/ MT. O complexo de tratamento foi
inaugurado em 1986, composto por uma lagoa facultativa e duas lagoas de maturação. Durante muitos
anos a lagoa foi abandonada pelo poder público e era alvo de indignação da população vizinha por
causa do mau cheiro que exalava. Em 2009 foi inaugurada uma nova fase da lagoa, com equipamentos
de oxigenação da água e monitoramento diário, foi eliminado o mau cheiro. Outras intervenções foram
feitas no local, como a transformação do entorno em parque, pista de caminhada e outros. O presente
trabalho foi gerado a partir da necessidade de ampliação da área de produção de mudas e da criação de
local para oficinas didáticas relacionadas ao reaproveitamento de material descartado. Objetivo: Propor
estudos para construção de um edifício anexo ao viveiro com aplicação de algumas tecnologias mais
sustentáveis, que deverão sempre que possível ficar aparentes, coadunando com o caráter didático do
complexo da Lagoa Encantada. Método/Abordagens Ampla revisão da literatura junto a visitas em
campo para a definição do programa de necessidades arquitetonicas e o reconhecimento da área
estudada. Resultados: Propor uma edificação com técnicas que seguem o conceito de sustentabilidade
implantado no complexo da Lagoa Encantada a partir da sua revitalição. Técnicas que fiquem aparentes
para que tenha um potencial didático e educativo para a populaçao local e/ou vistante.
Contribuições/Originalidade: O projeto de revitalização da lagoa transformou seu entorno e tornou-se
uma referencia sobre conceito de sustentabilidade na cidade, mostrando que é possivel promover a
convivência da cidade com uma área, que até então, era desvalorizada. E fomentar as técnicas mais
sustentaveis com o intuito didático em novas edificações é promover a credibilidade do empreendimento
Palavras-chave: Lagoa Encantada, Construção sustentável, Reaproveitamento, Reuso, Águas pluviais.
Abstract: The current lagoon “Lagoa Encantada” was intended for the sewage treatment of the
neighborhoods: “Morada da Serra II, III, IV” and “Novo Mato Grosso”, in Cuiabá/MT. The sewage
treatment complex was inaugurated in 1986, composed of one facultative lagoon and two maturation
lagoons. For many years the lagoon was abandoned by the government making local population very
unhappy due to the intense smell. In 2009 a new phase started at the complex, with new equipment to
oxygenate the water and with daily monitoring, the intense smell was eliminated. Other changes where
made around the lagoon, the surrounding area was transformed into a park, with walking areas, and
other green areas. This paper studies the need for increasing the seedlings production area and to build
didactic workshops to work with recycled materials. Objective: To propose studies for the construction
of a building aside the nursery applying sustainability technologies, which should always be visible,
coexisting with the didactic character of the whole complex of the lagoon. Method/approaches: Wide
reviewing of the subject’s literature combining on site tours in order to define the needs for the
architecture program and to get familiar with the studied area. Results: To propose a sustainability
building implemented at the lagoon complex from it’s revitalizing. Visible techniques to emphasize the
didactic potential and educational for the locals and visitors. Contributions/Originality: The revitalizing

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project of the lagoon transformed the area into a sustainability reference in the city, showing the
possibility of promoting the coexistence of the city with an area, now with a great value. And to
encourage the sustainability techniques as a form of giving credibility to the construction business.
Key-words: Lagoa Encantada, sustainability construction, exploitation, reuse, rainwater.

1. INTRODUÇÃO
Em recente palestra proferida no Centro de Eventos do Pantanal, Cuiabá, MT, por ocasião do 7º
Seminário de Design & Inovação, o arquiteto descalço Johan Van Lengen disse que “o mundo é visto
através de uma cortina de palavras”. As diversas atividades que acontecem na área da Lagoa Encantada
vão além das palavras, mostrando que também é possível fazer, e que se cada um fizer a sua parte, talvez
possamos ainda reverter o processo de degradação do nosso meio-ambiente. Mas muitas vezes não se
tem idéia de „como‟ ou „o que‟ pode ser feito individualmente. Cerca de 450 toneladas de lixo, o
equivalente a 60 caminhões, chegam diariamente ao aterro sanitário de Cuiabá. Apesar de existir no local
uma cooperativa de seleção e reciclagem com 170 cooperados (CAVENAGHE, 2008), apenas 30% do
lixo é manuseado e deste apenas 6%, ou cerca de 2% do total recolhido é enviado para reciclagem. Como
o lixo vem misturado e prensado, muita coisa se perde, além de dificultar o trabalho de seleção. Com o
objetivo de desenvolver o projeto de um local para a conscientização da população quanto aos problemas
gerados pela grande quantidade de material descartado e aliado à necessidade de ampliação e adequação
do espaço do viveiro, foi feito este estudo preliminar para a construção de um edifício anexo, que sirva de
vitrine para práticas e técnicas mais sustentáveis. O viveiro tem uma produção pequena de mudas de
espécies arbóreas nativas que são utilizadas na arborização da área entorno da lagoa e também doadas à
comunidade, procurando ressaltar a importância da manutenção de árvores num clima quente e seco como
o da cidade, que com seu crescimento desordenado, pavimentou áreas públicas e quintais, contribuindo
para a criação de „ilhas de calor‟ nas áreas de maior densidade. Para contribuir com maior conforto aos
trabalhadores do viveiro e maior organização da produção, foi solicitada a criação deste espaço coberto
para a produção das mudas, além de ampliação da área do viveiro e criação de espaço para estocagem de
terra preta e outros insumos de grande volume, bem como a instalação de sistema de reaproveitamento de
águas pluviais para irrigação. Na mesma construção deverá ser criada a „Oficina‟, um espaço flexível,
com boa ventilação e iluminação natural, onde oficinas de artesanato utilizando material descartado, além
de outras atividades relacionadas ao cuidado com o meio-ambiente possam ocorrer, procurando
principalmente conscientizar crianças, jovens e adultos da importância da participação de cada um no
cuidado com o planeta. A idéia de agregar em um único espaço diversas atividades afins sugeriu o uso de
materiais e técnicas mais sustentáveis na elaboração do projeto, de forma a expor para a população que
freqüenta o parque, de forma prática, a aplicação de idéias de reaproveitamento, reciclagem e redução do
consumo.

2. OBJETIVO
Propor estudos para construção de um edifício anexo ao viveiro com aplicação de algumas tecnologias
mais sustentáveis, que deverão sempre que possível ficar aparentes, coadunando com o caráter didático
do complexo da Lagoa Encantada.

3. METODOLOGIA

A Ampla revisão da literatura junto a visitas em campo para a definição do programa de necessidades
arquitetônicas e o reconhecimento da área estudada.

4. CONCEITO DE SUSTENTABILIDADE

O conceito de sustentabilidade começou a ser definido, durante a Conferencia das Nações Unidas sobre o
Meio-ambiente Humano - The United Nations Conference on the Human Environment, que aconteceu em
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Estocolmo em 1972, quando começaram a ser traçadas estratégias para envolvimento global na defesa da
preservação do meio-ambiente. Mais tarde, na Conferencia das Nações Unidas sobre o Meio-ambiente e
Desenvolvimento, a ECO92, realizada no Rio de Janeiro, é assinada a Agenda 21, com comprometimento
dos paises presentes de:
...pautar suas políticas econômicas, sociais e ambientais com base no
conceito do desenvolvimento sustentável, segundo o qual se procura atender às
necessidades das gerações presentes sem comprometer as possibilidades de as
gerações futuras também verem atendidas as suas. (Agenda 21).

4.1. Construções sustentáveis

Construção sustentável é a construção que promove alterações conscientes no entorno, de forma a atender
as necessidades de edificação, habitação e uso do homem moderno, preservando o meio ambiente e os
recursos naturais Segundo ARAÚJO (2003), a escolha dos produtos e materiais para uma obra sustentável
deve obedecer a critérios específicos – como origem da matéria-prima, extração, processamento, gastos
com energia para transformação, emissão de poluentes, biocompatibilidade, durabilidade, qualidade,
dentre outros, que permitam classificá-los como sustentáveis e elevar o padrão da obra, bem como
melhorar a qualidade de vida de seus usuários/habitantes e do próprio entorno.

4.2. Sistemas construtivos e materiais mais sustentáveis

Sistemas construtivos ou materiais de construção sustentáveis são conceitos que se aplicam


principalmente à forma de utilização do sistema ou do material. Dos inúmeros sistemas e materiais de
construção existentes, foram selecionados alguns que se aplicam mais adequadamente ao propósito da
construção a ser projetada, entre eles a madeira, principalmente com função estrutural, vedação e
esquadrias; a terra como sistema de vedação estrutural, de fundação e contenção; e ainda materiais
fabricados a partir de reciclagem, no caso da telha fabricada com resíduos de embalagem tetrapak e
materiais de reaproveitamento como EPS de embalagens como isolante termo-acústico.

4.2.1. Madeira

A madeira é um dos raros materiais utilizados para construção que são renováveis na natureza. É possível
produzir madeira a partir do plantio das espécies em situação controlada, ou ainda extrair madeiras de
florestas nativas divididas em lotes de forma que cada lote possa vir a ser reflorestado natural ou
artificialmente, num ciclo teoricamente infinito.A madeira apresenta elevada resistência mecânica e boa
elasticidade, sendo adequada para o uso em estruturas, e também apresenta baixa condutividade térmica e
boa trabalhabilidade, o que a habilita para sua utilização em painéis de vedação e mobiliário.
A rejeição do uso da madeira na construção, exceto para estrutura de telhado e mobiliário, também pode
ser efeito da baixa qualidade das construções com este material, já que a falta de tratamento adequado e o
despreparo da mão de obra resulta em construções feias, desconfortáveis, frágeis e de baixa durabilidade.
Outro item que pode contribuir para a rejeição às construções em madeira é a combustibilidade do
material.

4.2.2. Terra Crua

O solo é um material com boas características tanto de resistência a compressão quanto de inércia
térmica. O uso da terra crua como material de construção é parte da história da humanidade, tendo sido
utilizada para construção da habitação desde tempos imemoriais.A partir da observação do uso de sacos
de terra com objetivo de criar barreiras para contenção de encostas, o arquiteto iraniano Nader Kahili
desenvolveu a partir de 1984 um sistema que utiliza sacos de terra para construção de habitação. A
tecnologia, denominada super-adobe originalmente utilizada para contenção de encostas e arrimo para

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áreas aterradas, consiste no uso de sacos de polipropileno preenchidos com o solo do local, dispostos e
superpostos em linha e compactados com socador manual. Para uso em construção, a parede depois de
levantada é rebocada sobre tela metálica fixada na estrutura de terra, para maior durabilidade, protegendo
a parede contra umidade. Para uso em fundação utiliza-se uma mistura de solo arenoso e cimento na
proporção de 9:1 conferindo maior resistência ao material, que deixa de depender exclusivamente da
estrutura dos sacos.

4.2.3. Materiais reaproveitados ou reciclados

Alguns materiais de excelente qualidade são regularmente descartados sem aproveitamento, e podem ser
reutilizados tanto em sua forma original como servir de matéria prima para produção de outros materiais.
As embalagens do tipo „longa-vida‟ utilizam em sua composição diversas camadas de papelão além de
plástico e alumínio. A empresa que fabrica a embalagem desenvolveu produtos feitos a partir da
reciclagem do material destas caixas, o que impede que uma grande quantidade destes materiais seja
desperdiçada. Um desses produtos é uma telha produzida a partir do alumínio e plástico empregados na
embalagem. A empresa Ecoindustrial, implantada no Distrito Industrial de Várzea Grande, MT, produz
este material, que tem dimensões e preço similares aos da telha de fibrocimento, porém suas qualidades
de resistência térmica e mecânica são superiores, além de seu peso ser bem menor. Em seguida as peças
são prensados e aquecidas a 290°C para criar ligas no material já na forma da telha. Após o esfriamento
são cotadas as aparas irregulares e as telhas armazenadas para distribuição. A empresa confere garantia
de cinco anos. O fato de uma das fabricas desta telha estar em funcionamento em Várzea Grande é mais
uma característica que contribuiu para sua especificação
Outro material, com qualidades térmicas e acústicas importantes, o EPS é utilizado em grande escala
como embalagem de equipamentos e eletrodomésticos. No entanto, por ser constituído de cerca de 95%
de ar e apenas 5% de plástico, sua reciclagem não é viável economicamente, o que gera um grande
impacto nos aterros sanitários por seu grande volume. Como material isolante termo-acustico o EPS é
amplamente utilizado em telhas e painéis de vedação com excelente desempenho.

4.3. Reaproveitamento de água de chuva


O aproveitamento da água de chuva caracteriza-se por ser um processo milenar, adotado por civilizações
como Astecas, Maias e Incas. Tomaz (2003) relata que um dos registros mais antigos do aproveitamento
da água de chuva data de 850 a.C., referindo-se as inscrições na Pedra Moabita, no Oriente Médio, onde o
rei Mesha sugere a construção de reservatórios de água de chuva em cada residência. O autor faz
referência ainda ao palácio de Knossos na Ilha de Creta, onde há aproximadamente 2000 a.C., a água da
chuva já era aproveitada.
Atualmente a água da chuva já é muito utilizada em áreas de baixa pluviosidade e em propriedades rurais
com grande consumo. No Brasil, a captação da água de chuva é bastante difundida na região Nordeste,
principalmente na agricultura. Segundo LOPEZ et al. alternativas de manejo do solo e da água com
objetivo de captar e armazenar água da chuva começaram a ser desenvolvidas, pela Embrapa Semi-Árido,
desde a década de 80 e estão sendo implantadas nas propriedades e comunidades rurais do Semi-Árido do
Nordeste em parceria com órgãos públicos. VILLELA (2007), dá como exemplo um lote de 12 x 30m em
uma região onde chove 1600mm recebe aproximadamente 500.000 litros de águas pluviais por ano. Dado
o consumo médio brasileiro de 150 litros por pessoa por dia, a quantidade de água pluvial em um único
lote é o dobro do consumo médio de uma família de quatro pessoas. Essa água poderia ser usada pelo
menos para usos não-potáveis, como descarga de sanitários, irrigação de jardins, lavagem de automóveis
ou de pavimentos. Nesta mesma casa média de 100m2, a água coletada apenas pelo telhado (160.000
litros) seria bastante para o consumo de um ano inteiro em usos não-potáveis.
Cuiabá tem um regime pluviométrico peculiar, com períodos de águas e de seca bem definidos. Seria
inviável o armazenamento de água suficiente para consumo durante todo o período de seca, cerca de seis

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meses. O armazenamento dimensionado em função da demanda já contribui para uma economia no
consumo de água tratada.
4.3.1. Qualidade da água da chuva
A água da chuva pode conter várias impurezas na sua composição devido a incorporação de substâncias
presentes na atmosfera e da lavagem das superfícies de escoamento. A água neste caso pode ser usada
diretamente para fins não potáveis, dispensando o uso de cloro, servindo apenas para a rega, lavagens de
calçadas e descarga de vasos sanitários, necessitando apenas de tratamento físico por filtração ou
sedimentação para a remoção das partículas, ou ainda pode se realizar o descarte da primeira chuva .Para
o dimensionamento do sistema de captação e de armazenamento de água da chuva, são considerados
fatores meteorológicos como duração da precipitação, tempo de retorno,tempo de concentração e
intensidade da chuva.

4.3.2. Sistema de captação de água de chuva do telhado

Para evitar a contaminação que vem do telhado é aconselhado evitar a entrada das primeiras águas
escoadas do telhado na caixa, desviando a(s) bica(s) ou tubos de condução para fora do orifício de entrada
do reservatório. Os dispositivos de descarte podem ser manuais ou automáticos. O tempo de "lavagem"
do telhado vai depender da intensidade da chuva. Mesmo realizando a "lavagem" antes de captar a água,
os ventos costumam trazer folhas e sujeiras mais grossas para dentro da caixa. Para reter folhas, sujeira e
areia que ficam nas calhas são utilizados grades e telas para manter a água mais limpa e não obstruir a
passagem de água nos condutores.

5. A LAGOA ENCANTADA

A atual Lagoa Encantada (Figura 1) foi projetada para fazer o tratamento do esgoto dos bairros Morada da
Serra (CPA) II, III e IV e Novo Mato Grosso, com uma população estimada de 50.000 pessoas, e
inaugurada em 1986. O complexo de tratamento ocupa uma área de cerca de 31 hectares, e é composto
por uma lagoa facultativa e duas lagoas de maturação, com espelho d‟agua total de 131 mil m². Durante
muitos anos a lagoa foi abandonada pelo poder público e era alvo de indignação da população vizinha por
causa do mau cheiro que exalava. Apesar disso, sua área foi sistematicamente invadida, com grande
numero de casas ocupando hoje uma parte de suas margens. A área tinha se transformado em um “lixão”
onde carroceiros depositavam todo tipo de lixo. Em Junho de 2005, moradores do entorno reivindicaram
a retirada da Lagoa a qualquer custo,através da passeata com o tema “Abraço pela Morte da Lagoa”. De
acordo com o biólogo João Batista Lima , durante as obras de recuperação foram retirados da área da
lagoa mais de 3 mil pneus, entulho, lixo e carcaças de animais mortos.

FIGURA 1: (a) Imagem de satélite da Lagoa com indicação da localização do viveiro. (b) O viveiro .
Fonte: (a) earth.google.com.br
Em 2009 foi inaugurada uma nova fase da lagoa, com equipamentos de oxigenação da água e
monitoramento diário pela Sanecap, eliminando o mau cheiro. No mesmo espaço foi implantado também
o Centro de Reutilização do Reuso da Água (CRRA), um projeto inédito que inclui medidas de
otimização do sistema, reutilização do efluente final para irrigação dos canteiros e limpeza do local,
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piscicultura e ações de educação ambiental junto à população local. O projeto de revitalização da lagoa
transformou seu entorno em um parque com pista de caminhada e equipamento de ginástica, arborização
da área com árvores nativas, viveiro para produção de mudas, laboratórios de pesquisa, auditório para 60
pessoas, mostrando que é possível promover a convivência da cidade com uma área que até então era
desvalorizada. Segundo notícia publicada pelo jornal “O Documento” em 2010, a lagoa do CPAIII é
segunda ETE no Brasil a apresentar uma estrutura ecologicamente correta, e a primeira a possuir
estruturas físicas voltadas ao turismo, educação, novas tecnologias, esporte e lazer, além da infraestrutura
voltada para a educação sócio ambiental.
5.1. Problemática e justificativa

Com a aprovação da implantação do parque pela população, novos projetos foram criados para a área,
sempre ligados aos conceitos de sustentabilidade. Um desses projetos prevê a aplicação de oficinas de
artesanato utilizando material descartado como garrafas pet, plásticos, vidros e outros. Para isto seria
necessária a criação de um espaço mais adequado, já que hoje as oficinas são ministradas de forma
improvisada na área da recepção do auditório. A área de produção de mudas também carece de local
adequado, funcionando hoje em área descoberta e improvisada dentro do viveiro. O presente trabalho
propõe a construção de um edifício anexo ao viveiro, que atenda a esta demanda.
O viveiro está inserido dentro do projeto do Centro de Referência de Reuso de Água (CRRA), local base
para a implantação em diferentes fases de Educação Ambiental na população da região. O CRRA é uma
proposta integrada de setores públicos, Organização da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIP,
Petrobrás Ambiental e comunidades da cidade de Cuiabá-MT, que visa à mudança de hábitos da
comunidade na utilização dos recursos hídricos e à educação ambiental integrada, propiciando pesquisa,
ensino e extensão, gerando assim impactos na sociedade mato-grossense. O viveiro (FIGURA1 - b) conta
hoje com uma área de 256m² coberta com “sombrit” onde são produzidas e regadas as mudas durante a
germinação e crescimento até atingirem tamanho adequado para transplante para o local definitivo, anexo
a um edifício com características marcantes como estrutura aparente de madeira, revestimento das
paredes externas com cerâmica cor natural e telhado em duas águas em telhas de concreto na cor gelo e
ponto bem acentuado, partido adotado em outras unidades do parque que criou uma identidade visual para
o local. Ali funciona uma sala de administração, sanitários masculino e feminino e um almoxarifado.

5.2. Coleta de dados: o programa de necessidades

Para obter as informações referentes às necessidades espaciais e funcionais da ampliação do viveiro


foram feitas entrevistas com a professora coordenadora do Centro de Referência Internacional de Reuso
de Água (CIRRA) Eliana Rondon, quando foi definido o programa de necessidades da ampliação:
Ampliação do viveiro: ampliação da área para mudas e criação de local para recebimento e estoque de
terra preta; Área coberta para produção de mudas: Deve ter acesso direto à área de armazenagem de terra
preta e ao viveiro, deve ter piso de fácil manutenção, ser bem ventilado, sem paredes; deve conter uma
bancada com cuba e ponto de água, 2 pontos de água baixos para engatar mangueira e para encher
regador, mesa grande para preparo dos saquinhos com terra, bancada de apoio para armazenar os
saquinhos prontos, estante para armazenar sementes, iluminação e ventilação natural. Como a rega diária
das mudas em desenvolvimento demanda de grande quantidade de água, foi solicitado que se projete
sistema de reaproveitamento de águas pluviais para este fim. Depósito de ferramentas: Deve ter acesso
direto à área de produção de mudas e porta com segurança. Deve ter área livre para carrinho e outras
ferramentas grandes e prateleiras para ferramentas pequenas e outros insumos; Oficina: Sala de múltiplo
uso para cursos e oficinas de artesanato utilizando material descartado com capacidade para 20 a 30
pessoas; deve ter iluminação e ventilação natural; piso de fácil manutenção; deve conter quatro mesas
moduladas para 6 pessoas cada, que possam formar diferentes arranjos, separadas ou agrupadas em uma
mesa grande única; mesa de apoio para o professor, mesa pequena para apoio de projetor; bancada grande
com ponto de água, estantes metálicas, armário de aço com chave para guarda de material, quadro negro e
tela para projeção.

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Em visita ao local foi feito um levantamento da construção existente e da área entorno.Durante a visita
foram analisados os espaços e fluxos existentes, possibilidades de acesso, as vistas e orientação solar mais
favoráveis, de forma a definir a melhor localização da área a ser ampliada.

6. RESULTADOS

6.1. O projeto arquitetônico

A proposta do projeto arquitetônico é a de um edifício com características mais sustentáveis, com uso de
materiais e técnicas que priorizem o reaproveitamento e a simplificação, o uso de materiais locais sempre
que possível, a iluminação e ventilação naturais e as tecnologias de reaproveitamento de águas pluviais.
O caráter didático do complexo da Lagoa Encantada sugere que o uso destes materiais e tecnologias seja
aplicado de forma a ficar aparente sempre que possível, de forma que o próprio edifício se torne uma
fonte de conhecimento e de discussão acerca de soluções e, principalmente de atitudes mais
sustentáveis.O edifício proposto tem planta retangular de 6,00 x 20,00 metros, e beirais de 2,00 metros
nas laterais e de 1,50 m nas empenas, mantendo as paredes sombreadas a maior parte do dia. O pé direito
tem 3,00 até a face inferior da linha da tesoura, e chegando a 4,60m na parte mais alta, devido ao forro
acompanhar a curvatura do telhado. Ao centro do telhado, uma faixa de 50cm de largura é aberta para um
lanternim para captação de iluminação e ventilação natural.
A oficina, com área útil de 60,00m², é dotada de uma bancada com cuba e ponto de água, quadro negro e
quadro branco e tela para projeção. O mobiliário desta sala deve ser flexível, composto por mesas leves e
largas e moduladas de forma a poder ser adequada a diversos arranjos espaciais. Para ventilação da
oficina, foi especificado o uso de treliças fixas de madeira, que permitem boa ventilação e custo reduzido,
sendo que nas aberturas voltadas para a lagoa as treliças são pivotantes de forma que de dentro da sala
pode-se ter uma bela vista das lagoas e do parque, além de quando abertas permitirem maior entrada de
claridade. O espaço para produção de mudas tem acesso direto ao depósito de terra, ao viveiro de mudas e
ao depósito de ferramentas, sendo que o acesso ao viveiro e depósito de terra se dão por amplas aberturas
sem portas ou janelas, como uma grande varanda. A abertura voltada para a lagoa receberá fechamento
em „sombrit‟ apenas para resguardar o local, mantendo a visão da área externa e a ventilação. Ao lado das
duas empenas do edifício existem platôs onde serão instaladas as caixas d‟agua, que de forma didática
também ficarão aparentes, se possível com toda tubulação também aparente e pintada em cores para
identificação da função de cada tubo. A água armazenada nas caixas é proveniente das chuvas e será
utilizada apenas para rega das mudas. As águas servidas das cubas existentes na oficina e sala de
produção de mudas poderão ser distribuídas e absorvidas pelo solo na área em frente à fachada norte,
onde um projeto de paisagismo pode sugerir espécies de meia sombra e solo úmido.

FIGURA 2: Perpectivas do projeto.


Viveiro e Depósito de terra: A proposta prevê também a ampliação da área do viveiro em um módulo de
8 x 8 metros com estrutura de madeira e fechamento em “sombrit”. Esta área terá acesso direto à sala de
produção de mudas. Anexo a este, um outro módulo de 8 x 8 metros, este sem cobertura, com portão de
correr e acesso para caminhão, é destinada ao recebimento e armazenamento de terra preta e outros

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insumos de grande volume, de forma a manter a organização do espaço e não interferir nas atividades dos
usuários do parque.
Fundação:A fundação prevista consiste no uso de super-adobe, com utilização de uma mistura de solo-
cimento. Em virtude do declive existente na área, parte da fundação ficará exposta, o que foi considerado
quando da definição deste sistema, já que um dos objetivos é o de expor de forma didática os materiais
empregados. As empenas, também em super-adobe desde a fundação, tem função estrutural de apoio à
estrutura do telhado. O super-adobe também será utilizado para contenção do solo na área dos platôs e
taludes destinados a instalação das caixas d‟agua.
Estrutura: A estrutura de apoio da cobertura deverá ser toda em madeira, em pórticos pilar/tesoura
dispostos a cada 2,50m.. Os pilares de madeira de seção 20x20cm tem altura de 3,00m e deverão ser
chumbados sobre a fundação de super-adobe. As tesouras vencem vão de 6,00m e tem beiral de 2,00m.
as peças verticais da tesoura são prolongadas além da asnas para apoio das terças, dando o formato curvo
ao telhado, além de proporcionar a criação do lanternim, que trará iluminação e ventilação natural. Entre
os pórticos existe uma viga de madeira a 2,10m de altura que tem a função de limitar a altura dos vãos de
acesso e ventilação e, dependendo do projeto estrutural, ser base para o contraventamento longitudinal
dos pórticos.As empenas em super-adobe são auto portantes e a geometria das paredes de contenção dos
taludes das caixas d‟agua tem também a função de dar maior estabilidade a estas paredes que se elevam
3,00m acima do nível do piso interno. Para que essas paredes possam ficar aparentes, mostrando o
desenho das camadas de sacos de terra, propõe-se que seja utilizada a mistura de solo-cimento em toda a
construção em super-adobe.
Piso: Toda área interna e circulação terão piso cimentado queimado com corante cor ocre, juntas plásticas
a cada 2,50 seguindo a modulação dos pilares e 1,50m na menor dimensão do edifício. O piso deverá ser
executado após a fixação dos pórticos e cobertura. As paredes de vedação e ventilação serão montadas
após o piso acabado.
Paredes de Vedação: As paredes de vedação internas de fechamento do depósito e divisão entre as salas
serão em estrutura leve de madeira, no sistema plataforma, com fechamento em réguas de madeira maciça
e encaixe macho-fêmea. As paredes deverão ser construídas no local, já que são em pequena quantidade.
A base da estrutura tem uma peça horizontal que se apóia diretamente no piso, de forma a proteger as
réguas do contato com materiais e equipamentos de limpeza. No projeto em tela sugere-se o uso de réguas
de madeira maciça no fechamento das paredes de vedação, contando que se possa conseguir através do
desenvolvimento deste projeto, madeiras apreendidas por transporte irregular, que de outra forma são
desperdiçadas no pátio ou ainda peças de dimensões fora do padrão de mercado, proveniente de serrarias.
Na área molhada correspondente ao ponto de água e bancada de trabalho com cuba, deverá ser fixada
chapa de fibrocimento sobre as réguas de madeira para proteção contra umidade. Na área de produção de
mudas, o fechamento dos vãos voltados para a lagoa terão fechamento em „sombrit‟ e a fundação em
super-adobe sobe até 60cm, definindo um peitoril.
Painéis de ventilação: Os painéis de ventilação da oficina são em madeira, compostos de um quadro
estrutural e fechamento em treliças feitas com peças de 5 x 1,5 dispostas a 45º em relação ao plano
horizontal. Há painéis fixos na divisão entre a sala e a circulação e também todos os painéis superiores
(acima da viga de madeira a 2,10m). Os painéis da oficina na face voltada para a lagoa, também de
treliça, são pivotantes, para possibilitar visão livre da paisagem (Figura 3). Nas duas empenas, para
fechamento dos vãos da tesoura também será feito treliça de madeira fixada diretamente nas peças da
tesoura pela face interna. A porta de acesso à oficina é uma grande treliça pivotante com eixo excêntrico e
um sistema de rodízios para permitir sua abertura.
Cobertura Como elemento de cobertura a proposta é o uso de telha trapezoidal fabricada a partir de
resíduos das embalagens „tetrapak‟. As telhas são apoiadas sobre terças de madeira. No lanternim,
também apoiadas sobre terças de madeira serão utilizadas telhas translúcidas amarelas permitindo a
iluminação natural sem permitir a entrada direta dos raios solares. A faixa destinada a iluminação natural
tem apenas 50cm de largura, de forma a permitir boa iluminação evitando a entrada de calor, já que a área

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aberta imediatamente sob a cobertura translúcida ajuda na dissipação da carga térmica.Sob as terças, nas
áreas internas deverá ser colocado forro de madeira acompanhando a curvatura do telhado. O espaço
criado entre o forro e as telhas deverá ser preenchido com EPS proveniente de embalagens descartadas.
As embalagens deverão ser cortadas em peças de 16cm (ou da altura da terça) e assentadas lado a lado
enquanto é fixado o forro. O EPS terá a função de proteger termicamente os ambientes da transmissão da
carga térmica através da telha e de proteção acústica durante as chuvas.No depósito será feito forro de
madeira na horizontal a 3,00m do piso para impedir a entrada de resíduos e de animais. O telhado, curvo,
terá duas calhas para captação da água das chuvas, que serão conduzidas para os reservatórios, que por
sua vez serão posicionados a uma altura de dois metros do nível do piso, de forma a se evitar a
necessidade de bombeamento. A forma curva do telhado foi definida com o intuito de manter uma certa
descrição no volume da ampliação, mantendo o edifício original, com sua forma marcante e característica
do parque, como protagonista

FIGURA 3: Planta baixa da ampliação

6.2. O projeto de reaproveitamento da água da chuva

O projeto de captação e reutilização da água da chuva no projeto do viveiro tem o objetivo didático, tanto
que todo o sistema, desde caixas dágua até tubulações e registros são aparentes. O dimensionamento do
volume dos reservatórios se pautou pela estimativa de consumo para três dias, e não em índices
pluviométricos, pois o reuso da água das chuvas é feito apenas durante o período das águas, o já que
contribui com grande economia, uma vez que a irrigação das mudas é um item de grande consumo de
água.

FIGURA 4: Esquema do sistema de captação, armazenamento e distribuição.


A água do telhado será captada por duas calhas, com inclinação de 1% em direção às extremidades, cada
uma com dois tubos coletores e instaladas a jusante destes filtros de descida. Cada tubo coletor
encaminhará a água para uma caixa dágua cônica com capacidade de 5.000L cada, as quais funcionarão
como caixas de sedimentação das partículas em suspensão além de mais três caixas de 1.000L cada, num
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total de 2 caixas de 5.000L e 3 de 1.000L de cada lado do edifício (Figura 4). Todas serão dispostas em
um talude de aproximadamente 2,00m de altura, dispensando sistemas de bombeamento. As caixas
devem ter registro para limpeza do fundo com diâmetro suficiente para saída dos resíduos sólidos. A
capacidade total de armazenamento do sistema será de aproximadamente de 26.000 litros de água. A
limpeza das caixas deverá ser feita nos períodos de seca, após o consumo de toda água armazenada

7. CONCIDERAÇÕES FINAIS

A utilização das técnicas mais sustentáveis propostas neste projeto, por serem pouco utilizadas na região,
implica na contratação de mão de obra com conhecimento prático na execução de cada uma delas.
Sugere-se que a execução dessas técnicas, orientadas pelo profissional responsável por cada uma delas,
possa ser acompanhada e registrada por alunos dos cursos de arquitetura, engenharia civil, engenharia
sanitária, e outros cursos afins, interessados no conhecimento e na produção de material de divulgação
das técnicas. Propõe-se, para dar continuidade ao presente estudo desenvolvido, as investigações
referentes ao ambiente construído, através de mecanismos de controle de qualidade, tendo em vista o
atendimento das necessidades de seus usuários. Assim poder-se-á então obter resultados conclusivos ao
que se refere à sustentabilidade social e ambiental do empreendimento.
No que se refere ao sistema de captação de água de chuva, este deverá ser estudado a longo prazo, através
de dados de consumo e economia da água proveniente da rede publica, objetivando obter resultados de
sustentabilidade econômica do sistema. O projeto apresenta alternativas viáveis dentro do contexto atual,
buscando a utilização de tecnologias que possam ser facilmente reaplicadas em outros projetos. A
expectativa é de que o projeto sirva de base para aplicação em construções de edificações das áreas no
entorno da Lagoa Encantada, servindo como referência para aplicação de tecnologias mais sustentáveis.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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http://www.ana.gov.br/AcoesAdministrativas/RelatorioGestao/Rio10/Riomaisdez/index.php.40.html,
acessado em 29 de outubro de 2010
ARAÚJO, Márcio Augusto, consultor do IDHEA – Instituto para o Desenvolvimento da Habitação
Ecológica, www.idhea.com.br
Bio-casas. Disponível em http://arautodofuturo.wordpress.com/2009/05/22/superadobe-bio-casas/ ,
acessado em 28 de outubro de 2010.
CAVENAGHE, Wanderley. (2008) Instalação do Centro de Referência em Reciclagem de Mato
Grosso. Coopermar – Cooperativa dos Trabalhadores e Produtores de Materiais Recicláveis de Mato
Grosso, novembro/2008.
DIAS, G. F. 40 Contribuições Pessoais Para a Sustentabilidade. SP: Gaia, 2005.
LOPES, P. R. C. et al. Captação e armazenamento de água de chuva no semi-árido do nordeste do
Brasil.
Super adobe – sacos de terra. Disponível em: http://sites.google.com/site/theroofabovemyhead/materiais-
e-tecnicas/super-adobe, acessado em 28 de outubro de 2010
Telhas eliminam 90 toneladas de lixo mensalmente em MT. Disponível em
http://www.preservemt.com.br/index.php?pg=noticia&cod=159, acessado em 28 de outubro de 2010
Report of the United Nations Conference on Environment and Development. Disponível em
http://www.un.org/documents/ga/conf151/aconf15126-1annex1.htm , acessado em 29 de outubro de 2010
TOMAZ, P. Aproveitamento da água de chuva. 2ed. São Paulo: Navegar, 2003. 180p.

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