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Saneamento

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Guia de estudos 2
Professora Roberta
Alcoforado

www.polivirtual.eng.br
APRESENTAÇÃO - GUIA DE
SANEAMENTO 2 ESTUDO 2

•Engenharia e Meio Ambiente


•NOVO MARCO REGULATÓRIO DO
SANEAMENTO BÁSICO
GUIA DE ESTUDOS

polivirtual.eng.br
Saneamento Básico
• Água
• Esgoto
• Resíduos Sólidos
• Drenagem Urbana
Percepção da Importância da
Disciplina pelos alunos...

Qual o interesse do
engenheiro civil pelas
questões ambientais?
Meio Ambiente
• Somos parte do meio ambiente?

• Componentes do meio ambiente:


• Meio abiótico (físico): ar, água, rocha, luz, calor

• Meio biótico (biológico): flora, fauna, microorganismos

• Meio antrópico (social, econômico e cultural): seres


humanos
Ambiente Natural
Ambiente natural
Ambiente Construído
Ambiente construído:urbano
Breve Histórico das Questões Ambientais
•Década de 1950 a 1960 crescente sensibilidade de
acadêmicos e gestores públicos

•Impulso na década de 1970

•1972 - Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente


Humano, realizada pelas Nações Unidas em Estocolmo,
Suécia

•1987 – Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e


Desenvolvimento, ONU - Relatório de Brudtland – Nosso
Futuro Comum - Desenvolvimento sustentável
Desenvolvimento Sustentável
“O desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da
geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações
futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades,
significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam
um nível satisfatório de desenvolvimento social e econômico e
de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo,
um uso razoável dos recursos da terra e preservando as
espécies e os habitats naturais.”
— Relatório Brundtland – 1987

“aquele que atende às necessidades do presente sem


comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem
às suas necessidades”
Tripé do Desenvolvimento sustentável

Homem (cidadão)
Natureza
Atividades econômicas
Breve Histórico das Questões Ambientais
• 1992 - Conferência das Nações Unidas sobre o Meio
Ambiente e Desenvolvimento, ECO 92

• Presença maciça de inúmeros chefes de Estado;

• Importância da questão ambiental no início dos anos 90;

• Impactos ambientais em escala global.

• Preocupação com aquecimento global


Breve Histórico das Questões Ambientais
•De lá para cá diversas áreas do conhecimento começaram
a se preocupar com o Meio Ambiente

•2012 - Conferência das Nações Unidas sobre


Desenvolvimento Sustentável (CNUDS), Rio+20

•Acordos Internacionais
•Definição de ações e metas
• Efeito Estufa como Impacto Ambiental Global – Ameaça a presença
da espécie humana
Impacto Ambiental
Impacto Ambiental
Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) Resolução
n° 001/86
“...qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e
biológicas do meio ambiente causada por qualquer forma
de matéria ou energia resultante das atividades humanas
que direta ou indiretamente, afetam:
I – a saúde, a segurança e o bem estar da população;
II – as atividades sociais e econômicas;
III – a biota;
IV – as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e
V – a qualidade dos recursos naturais...”
Constituição Federal 1988
Capítulo VI
Meio Ambiente

“Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente


ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida,
impondo-se ao poder público e à coletividade o dever
de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e
futuras gerações.”
- Esgoto doméstico
- Esgoto industrial
Para pensar

• Uso dos recursos naturais x evolução tecnológica

• Meio Ambiente x qualidade de vida

• Meio Ambiente x política e economia


•Seres Humanos – Naturalmente somos um Agente Modificador
do Meio Ambiente
• Desde os princípios da espécie humana

Engenheiro - Agente Modificador Direto do Meio Ambiente

• Por outro lado o engenheiro tem condições técnicas de recuperar ambientes degradados

Modificação do Ambiente de forma sustentável


DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Histórico do Saneamento
HISTÓRICO
• As ações de saneamento sempre fizeram parte do processo civilizatório.
• A percepção da importância de ações sanitárias somente aflorou de
forma significativa quando a agricultura e a criação animal passaram a
fazer parte do rol de atividades humanas.
• A população deixou de praticar o nomadismo 🡪 sedentária, fixando
moradia em local específico, modificando a percepção e a relação entre
pessoas e dejetos.

A história da humanidade pode ser escrita por meio das


formas pelas quais o homem vem usando
as águas do Planeta
No âmbito da cultura nômade

migração em busca de alimentos fazia com que


as pessoas permanecessem pouco tempo em um
mesmo local.
grupos pequenos e população da Terra diminuta,
quando outro grupo chegava a um local utilizado
anteriormente para descarte de rejeitos, a
natureza já havia feito sua parte.

A fixação dos grupos em locais específicos, o


desenvolvimento de técnicas de agricultura e
criação animal afloraram a percepção humana
acerca dos cuidados que devem ser tomados com
rejeitos para evitar problemas de saúde
A EVOLUÇÃO...
ANTIGUIDADE - A civilização greco-romana estabeleceu critérios sanitários com
vistas à promoção da saúde pública. Desenvolveu grandes obras de engenharia
sanitária, pioneiros na organização político-institucional das ações de saneamento.

MARAVILHAS DA ENGENHARIA
... no BRASIL

• Século XIX – As principais cidades brasileiras operam o


saneamento através de empresas inglesas. Destaca-se
o planejamento e a execução de intervenções feitas
pelo engenheiro sanitarista Saturnino de Brito em
diversas cidades brasileiras: Santos (SP), Recife (PE),
Vitória (ES), Petrópolis (RJ), Paraíba e Aracaju (SE),
Pelotas (RS), Uruguaiana (RS), entre outras, cujos
resultados chegam até nossos dias.
Patrono da Engenharia Sanitária Brasileira
... em RECIFE
• Em 1909 Saturnino de Brito foi convidado pelo governador de Pernambuco,
Herculano Bandeira a elaborar um plano de saneamento, sob a supervisão
de Saneamento do Recife recém-criada.
• Além do projeto de saneamento, Brito executou, em 1917, um projeto de
melhoramentos registrado em planta com o título “Saneamento de Recife.
Projeto de Melhoramentos” (BRITO, 1943c), mostrando que sua concepção
de intervenção no espaço urbano ultrapassava a solução técnica de
engenharia sanitária, pensando a cidade com um todo.

Brito propõe a construção de canais de drenagem margeados por avenidas


arborizadas, plano geral de arruamento, aterros, avenidas e parques em áreas
inundáveis, e ainda normas para construção de habitações salubres e higiênicas.
COMPESA – Fundada em 1971
• OBJETIVO: gerir, em uma única autarquia, os projetos que atenderiam
ao Planasa, garantindo a viabilidade econômico-financeira da relação
entre Estado e União, seguindo os moldes do Banco Nacional de
Habitação (BNH)

• META: universalização do acesso a água e ao saneamento em todos


os municípios, de maneira sustentável e cidadã.
Novo Marco Regulatório do
Saneamento - LEI Nº 14.026, DE 15 DE
JULHO DE 2020
Novo Marco Regulatório do Saneamento (PL 4.162/2019)
Destaca-se
A ANA – passa a ser a agência reguladora dos serviços de saneamento –
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS E SANEMANETO BÁSICO
• incentivar o crescimento dos investimentos no setor e a melhoria de
indicadores de cobertura de serviços de água e esgoto.
• Incluir nos contratos metas de universalização de 99% de cobertura para
abastecimento de água e 90% de cobertura e tratamento de esgoto até 31
de dezembro de 2033
• Vedação à assinatura de novos Contratos de Programa*
* acordos de prestação de serviços entre entes federativos, que podem
ocorrer sem licitação
LEI Nº 14.026, DE 15 DE JULHO DE 2020

• Atualiza o marco legal do saneamento básico e altera a Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000, para
atribuir à Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) competência para editar normas
de referência sobre o serviço de saneamento,
• a Lei nº 10.768, de 19 de novembro de 2003, para alterar o nome e as atribuições do cargo de
Especialista em Recursos Hídricos,
• a Lei nº 11.107, de 6 de abril de 2005, para vedar a prestação por contrato de programa dos serviços
públicos de que trata o art. 175 da Constituição Federal,
• a Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, para aprimorar as condições estruturais do saneamento
básico no País,
• a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, para tratar dos prazos para a disposição final
ambientalmente adequada dos rejeitos,
• a Lei nº 13.089, de 12 de janeiro de 2015 (Estatuto da Metrópole), para estender seu âmbito de
aplicação às microrregiões,
• e a Lei nº 13.529, de 4 de dezembro de 2017, para autorizar a União a participar de fundo com a
finalidade exclusiva de financiar serviços técnicos especializados.
ALTERA na Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
• I - universalização do acesso;
• I - universalização do acesso e efetiva prestação do serviço
• III - abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos resíduos
sólidos realizados de formas adequadas à saúde pública e à proteção do meio ambiente;
• III - abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos
realizados de forma adequada à saúde pública, à conservação dos recursos naturais e à proteção do
meio ambiente;
• XI - segurança, qualidade e regularidade;
• XI - segurança, qualidade, regularidade e continuidade;
• XIII - adoção de medidas de fomento à moderação do consumo de água.
• XIII - redução e controle das perdas de água, inclusive na distribuição de água tratada, estímulo à
racionalização de seu consumo pelos usuários e fomento à eficiência energética, ao reúso de
efluentes sanitários e ao aproveitamento de águas de chuva;
INCLUI na Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007

INCLUÍDOS

XIV - prestação regionalizada dos serviços, com vistas à geração de


ganhos de escala e à garantia da universalização e da viabilidade
técnica e econômico-financeira dos serviços;

XV - seleção competitiva do prestador dos serviços; e

XVI - prestação concomitante dos serviços de abastecimento de água e


de esgotamento sanitário.
ALTERA na Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007
• Art. 3o Para os efeitos desta Lei, considera-se:
• Art. 3º Para fins do disposto nesta Lei, considera-se
I - saneamento básico: conjunto de serviços, infra-estruturas e instalações operacionais de:
a) abastecimento de água potável: constituído pelas atividades, infra-estruturas e instalações
necessárias ao abastecimento público de água potável, desde a captação até as ligações prediais e
respectivos instrumentos de medição;
b) esgotamento sanitário: constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações operacionais de
coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações
prediais até o seu lançamento final no meio ambiente;
I - saneamento básico: conjunto de serviços públicos, infraestruturas e instalações operacionais
de:
a) abastecimento de água potável: constituído pelas atividades e pela disponibilização e manutenção
de infraestruturas e instalações operacionais necessárias ao abastecimento público de água potável,
desde a captação até as ligações prediais e seus instrumentos de medição;
b) esgotamento sanitário: constituído pelas atividades e pela disponibilização e manutenção de
infraestruturas e instalações operacionais necessárias à coleta, ao transporte, ao tratamento e à
disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até sua destinação final
para produção de água de reúso ou seu lançamento de forma adequada no meio ambiente;
A ANA e o Saneamento
A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico passará a editar normas de referência que deverão ser levadas em
consideração pelas agências reguladoras de saneamento infranacionais (municipais, intermunicipais, distrital e estaduais) em sua
atuação regulatória.
A ANA terá o papel de emitir normas de referência sobre os seguintes TEMAS:
• Padrões de qualidade e eficiência na prestação, na manutenção e na operação dos sistemas de saneamento básico;
• Regulação tarifária dos serviços públicos de saneamento básico;
• Padronização dos instrumentos negociais de prestação de serviços públicos de saneamento básico firmados entre o titular do
serviço público e o delegatário;
• Metas de universalização dos serviços públicos de saneamento básico;
• Critérios para a contabilidade regulatória;
• Redução progressiva e controle da perda de água;
• Metodologia de cálculo de indenizações devidas em razão dos investimentos realizados e ainda não amortizados ou
depreciados;
• Governança das entidades reguladoras;
• Reúso dos efluentes sanitários tratados, em conformidade com as normas ambientais e de saúde pública;
• Parâmetros para determinação de caducidade na prestação dos serviços públicos de saneamento básico;
• Normas e metas de substituição do sistema unitário pelo sistema separador absoluto de tratamento de efluentes;
• Sistema de avaliação do cumprimento de metas de ampliação e universalização da cobertura dos serviços públicos de
saneamento básico;
• Conteúdo mínimo para a prestação universalizada e para a sustentabilidade econômico-financeira dos serviços públicos de
saneamento básico.
O que são normas de referência?

• São regras de caráter geral que contêm diretrizes e procedimentos a


serem observados pelas agências reguladoras de saneamento
infranacionais no exercício de suas funções regulatórias.
• O objetivo das normas de referência é uniformizar e harmonizar as
normas existentes e futuras da regulação do setor de saneamento
básico em âmbito nacional, o que contribuirá para sua segurança
jurídica.
Como é feita a regulação do saneamento?
Quais são as instituições envolvidas e o que mudará?
• Desde a aprovação da Lei nº 11.445, em 5 de janeiro de 2007, existe a possibilidade de os
municípios delegarem a função de regulação a agências criadas para esse fim. Atualmente
há 60 agências reguladoras no Brasil, em diferentes estágios de implantação, sendo a
maior parte delas já consolidada. São 25 agências com abrangência estadual, uma
distrital, 28 municipais e 6 intermunicipais (atendem um grupo de municípios). Algumas
dessas agências já regulavam outros setores, como o de energia elétrica, gás e transporte
público urbano. Cerca de 65% dos municípios brasileiros já estão vinculados a essas
agências reguladoras.
• A atuação dessas instituições tem sido a de estabelecer normas (discutidas em audiências
e consultas públicas) sobre os serviços delegados e fiscalizar o seu cumprimento pelas
prestadoras de serviços. As normas existentes versam, principalmente, sobre
procedimentos de controle social, atendimento ao público, desempenho dos serviços
prestados, tarifas (revisão e reajuste) e cumprimento das condições de contratos.
• Com a entrada da ANA no sistema de regulação do saneamento o objetivo é de, através de
diretrizes gerais, uniformizar as normas já existentes e as que futuramente sejam emitidas
para otimizar os esforços dos atores envolvidos e facilitar a gestão do setor como um todo.
ANA - Agenda Regulatória para saneamento
Para formular a proposta, a ANA realizou 15 reuniões com segmentos do setor de
saneamento para ouvir representantes de todas as agências reguladoras infranacionais do
Brasil. Também foi feito um recorte regional para considerar as especificidades locais.
• Após os encontros com os atores setoriais para discutir os temas prioritários para a
regulação de saneamento, a Agenda Regulatória para o Eixo 5 foi elaborada com base em
seis diretrizes:
• atender aos prazos e diretrizes legais definidos na Lei nº 14.026/2020;
• contribuir para o aumento da segurança jurídica e regulatória e para uma prestação eficaz e
eficiente;
• incorporar as percepções coletadas ao longo das reuniões com as entidades representativas do
setor;
• buscar adequar a proposta à capacidade operacional da ANA em formular as normas de referência e
à capacidade das agências reguladoras e prestadores de serviços em se adaptarem às novas
exigências;
• selecionar normas para as quais as agências reguladoras e Poder Concedente (quando for o caso)
tenham condições de implementar; e
• ordenar as normas de referência no tempo, priorizando aquelas cujos prazos legais são mais
restritivos.
ANA – Melhoria da Governança

• Art. 4º-B. A ANA manterá atualizada e disponível, em seu sítio


eletrônico, a relação das entidades reguladoras e fiscalizadoras que
adotam as normas de referência nacionais para a regulação dos
serviços públicos de saneamento básico, com vistas a viabilizar o
acesso aos recursos públicos federais ou a contratação de
financiamentos com recursos da União ou com recursos geridos ou
operados por órgãos ou entidades da administração pública federal,
nos termos do art. 50 da Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007.
Mas o que é GOVERNANÇA

Segundo o Banco Mundial, “governança é a maneira pela qual


o poder é exercido na administração dos recursos sociais e econômicos
de um país visando o desenvolvimento, e a capacidade dos governos
de planejar, formular e programar políticas e cumprir funções”.

Sinônimo de governo 🡪 diz respeito às medidas adotadas pelo governo


para governar o país em questão.
Ressalvas
• A fiscalização dos prestadores de serviços de saneamento básico continua
sendo de competência das agências reguladoras locais
• Sugestões ou reclamações sobre a prestação dos serviços deve continuar
se dirigindo à própria prestadora dos serviços ou à agência reguladora
local
• A definição das tarifas e taxas pela prestação dos serviços de saneamento
continuam sendo competência das respectivas agências reguladoras
locais. As normas de referência da ANA poderão estabelecer somente o
processo e metodologias para determinação das tarifas
• A ANA NÃO vai promover a privatização da água no município
• À ANA NÃO cabe definir a forma de provisão dos serviços, seja por
entidade pública ou privada. A decisão sobre a concessão dos serviços
compete ao titular dos serviços.

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