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Siglas:
CDU – União Democrata-Cristã (Christlich Demokratische Union Deutschlands).
CSU – União Social-Cristã (Christlich-Soziale Union in Bayern)
FDP – Partido Liberal (Freie Demokratische Partei).
SPD – Partido Social-Democrata (Sozialdemokratische Partei Deutschlands).
Sistemas eleitorais
Cada ordenamento jurídico entende o sistema eleitoral doméstico de uma maneira específica.
Ainda assim, há duas grandes famílias: as constituições que determinam a regulamentação dos
sistemas eleitorais através da legislação infraconstitucional e as que optam pela
constitucionalização dos sistemas eleitorais (p. 11). As que optam por manter no âmbito
infraconstitucional, têm menos requisitos legais para alterações em seu texto, o que é - pelo
autor - entendido como positivo. Entre os países que adotam esse tipo de característica, estão
Alemanha, França, Itália e Suécia. No Brasil, na Espanha e na maioria das democracias
ocidentais, o sistema eleitoral está previsto na Constituição, o que gera uma maior restrição à
modificações (p. 12). O sistema alemão, a partir de 1949, é considerado por Nicolau (2004)
como um sistema eleitoral misto (p. 21).
Na primeira eleição alemã, que ocorreu em 1949, foram 400 deputados eleitos, 60% por
sistema majoritário de maioria relativa e 40% com o sistema proporcional (p. 39). O eleitor
possuía apenas um voto e decidia se ia votar em um candidato, despejando seu voto no
majoritário, ou na lista partidária. A fórmula era a D’Hondt (p. 40), a mesma utilizada no
Brasil para preencher o Legislativo. Em 1953 foi aprovado o voto duplo (p. 42). Além disso, a
lei estabeleceu percentuais iguais para o preenchimento de cadeiras, 50% para cada sistema
(p. 42). Em 1956, novas mudanças foram realizadas. O número de cadeiras que cada estado
tinha direito, antes estabelecido de forma estadual, agora é nacionalizado. Em seguida, a
cláusula de 5% é estabelecida. Em 1956, a fórmula do sistema proporcional é alterada. Antes
do D'Hondt, agora é estabelecido o método Hare-Niemeyer (p. 43).
Em maio de 2013, uma nova reforma eleitoral foi realizada no sistema eleitoral. Ainda assim,
características chaves do sistema se mantiveram inalteradas. Entre as citadas por Nohlen
(2015 apud Espíndola, 2016, p. 46) estão as: “i) divisão territorial do país em 299
circunscrições uninominais e 16 circunscrições plurinominais; ii) sistema combinado de
representação proporcional; iii) não se alterou o número de membros do Bundestag (598); iv)
continuou-se a ter dos dois votos, o primeiro para o candidato e o segundo para a lista do
partido; v) a segunda votação continuou determinando quantos deputados cada partido enviará
ao parlamento” (p. 46-47). Mas, ainda com a reforma, o sistema alemão manteve seu caráter
proporcional.
Antes das eleições legislativas, os partidos já devem ter definido seus candidatos para o cargo
de chanceler. O partido que obteve a maioria dos assentos no Parlamento, garante a escolha
do chanceler (p. 48). Conforme apresentado pelo autor, desde o fim da Segunda Guerra
Mundial, somente o SPD e o CDU/CSU tiveram chances de ter seus candidatos viáveis a
ocupar o cargo de primeiro ministro (p. 48). Desde 1945, 5 foram do CDU e 3 do SPD.
Cláusula de barreira
Citação direta: “As barreiras jurídicas se referem somente ao partido em questão, não ao
candidato individual (de um partido), que no caso de uma vitória em sua circunscrição
eleitoral (por exemplo, no caso da atribuição de um determinado número de assentos diretos
de acordo com o método de maioria relativa em circunscrições uninominais) mantém o seu
assento, independentemente de que seu partido, em conjunto, tenha podido ou não superar a
barreira legal correspondente. Ao contrário de barreiras naturais que surgem e variam segundo
o tamanho das circunscrições, as barreiras legais estão definidas artificialmente.” (NOHLEN,
2015, p. 15 apud ESPÍNDOLA, 2016, p. 49).
Na Alemanha, a cláusula de barreira foi inserida no ordenamento jurídico em 1949 para evitar
a fragmentação partidária e “Obstar a ascensão de ideologias extremas e fortalecer a
governabilidade” (p. 51). Na Alemanha, com a cláusula, o sistema ficou dividido em seis
partidos: CDU, CSU, SPD, Partido Verde, À Esquerda e Partido Liberal (p. 51). O
funcionamento da cláusula de barreira foi deferido pelo Tribunal Constitucional alemão em
1957 a fim de valorizar a governabilidade (p. 53).