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PATRÍCIA MARIA MENEZES PINTO

Idosos e Famílias em Risco:


eficiência da implementação de um
programa de intervenção em CSP

Projeto apresentado no
Programa de Doutoramento em
Psicologia na Universidade de Extremadura

JAN 2013
RESUMO

No decorrer da atividade profissional como Enfermeira de Família na Unidade de Cuidados de


Saúde Personalizados da Figueira da Foz, consciente da representatividade demográfica da
população idosa na área de abrangência, preocupada com as questões de saúde dessa população
(ex.: elevada co-morbilidade, dificuldade nos acessos à saúde, isolamento social, deficientes
condições de habitação) e consciente da necessidade de intervenção precoce, por forma a obter
ganhos em saúde na comunidade em que exerce; propõe-se a realizar um estudo que visa obter um
diagnóstico de situação sobre a vulnerabilidade do idoso e família cuidadora no concelho da
Figueira da Foz, bem como, o desenvolvimento de um projeto-piloto de um Núcleo de Intervenção
do Idoso e Família em Risco (NIIFR).
Os objetivos gerais deste estudo serão: caracterizar a vulnerabilidade sociofamiliar do idoso do
concelho da Figueira da Foz e avaliar o impacto da implementação do Programa Educacional
(Intervenção Psicoeducativa) na perceção de sobrecarga dos cuidadores e na vulnerabilidade dos
idosos inscritos na UCSP. Figueira da Foz Urbana.
O estudo será do tipo investigação-ação, nível IV, prospetivo, longitudinal e quantitativo. Terá
como participantes: pessoas com mais de 85 anos e seus familiares cuidadores inscritos nas UCSP
Figueira da Foz e residentes no concelho da Figueira da Foz.
A seleção amostral será efetuada no contexto de Cuidados de Saúde Primários, nomeadamente nos
ficheiros de utentes inscritos nas UCSP do concelho da Figueira da Foz, a nível das visitas
domiciliárias e consultas ambulatoriais de enfermagem.
Para além de se preconizar a promoção de boas práticas em Cuidados de Saúde Primários, com a
realização deste projeto pretende-se ainda obter ganhos em saúde para os idosos e suas famílias,
nomeadamente na redução dos seus níveis de vulnerabilidade biofisiológica, psicológico e social.
OBJETIVOS DO PROJETO

Objetivo Geral:
1 - Caracterizar a vulnerabilidade sociofamiliar dos idosos inscritos na UCSP Figueira da Foz
Urbana e residentes no concelho da Figueira da Foz.
2 - Constituir um Núcleo de Intervenção dirigido ao Idoso e Família em Risco (NIIFR).
3- Avaliar o impacto da implementação do Programa Educacional na perceção de sobrecarga dos
cuidadores e na vulnerabilidade dos idosos e familiares inscritos na UCSP Figueira da Foz Urbana.

Objetivos Específicos:
1.
1.1- Identificar as características sociodemográficas dos idosos, com mais de 85 anos, inscritos na
UCSP Figueira da Foz Urbana e residentes no concelho da Figueira da Foz;
1.2 - Caracterizar a vulnerabilidade biofisiológica, psicológica e social dos idosos, com mais de 85
anos, inscritos na UCSP Figueira da Foz Urbana e residentes no concelho da Figueira da Foz;
1.3 - Avaliar os níveis de sobrecarga dos familiares cuidadores informais de idosos, com mais de
85 anos, inscritos na UCSP Figueira da Foz Urbana e residentes no concelho da Figueira da Foz.

2.
2.1 - Estruturar uma equipa multidisciplinar de intervenção dirigida aos idosos com mais de 85
anos e famílias que foram sinalizadas como detentores de elevado nível de vulnerabilidade
sociofamiliar.
2.2 - Construir um programa de apoio a idosos e famílias que apresentam um elevado nível de
vulnerabilidade sociofamiliar.

3.
3.1 - Implementar um programa educacional (intervenção psicoeducativa) a familiares cuidadores.
3.2 - Reduzir em 25% o nível de sobrecarga percecionada pelos familiares cuidadores que foram
submetidos ao programa psicoeducativo.
INTERÉSSE DO PROJETO

Os estudos demográficos demonstram que o crescimento da população idosa tem ocorrido de


forma bastante acelerada. Estima-se que em 2050 haverá dois bilhões de idosos no mundo. Para
Mendes (2008), a melhoria das condições de vida das populações ao nível global, o declínio das
taxas de natalidade e mortalidade infantil, o controlo de doenças infeciosas e transmissíveis bem
como um maior acesso aos cuidados de saúde, tem levado a um aumento da esperança de vida com
consequente aumento da população idosa.
Segundo fontes do INE (2010) a dinâmica do crescimento da população residente em Portugal, nos
primeiros nove anos do século XXI caracteriza-se pela redução tanto do saldo natural, que se
tornou negativo nos últimos anos, provocada, sobretudo, pela queda dos nascimentos com vida,
como do saldo migratório positivo, com tendência para regredir apesar da inversão de sentido
estimada em 2009, e pelo progressivo agravamento do envelhecimento demográfico tanto pela
base como pelo topo da pirâmide de idades, resultante da diminuição da proporção da população
jovem (com menos de 15 anos) e do aumento da proporção da população idosa (65 ou mais anos)
no total da população, respetivamente.
De acordo com Carrilho (2010), a população idosa representava em 2001 cerca de 16,5%. Essa
percentagem foi aumentando continuamente até atingir os 17,9% em 2009, ultrapassando a média
estimada para UE25 (16,5%) referente ao mesmo ano. Dentro da população idosa, o crescimento é
mais forte nos idosos mais velhos. A proporção dos mais idosos (80 ou mais anos) na população
idosa eleva-se, em 2009 a 25,0% sendo 21,3% nos homens e 27,7% nas mulheres refletindo o
fenómeno da sobre-mortalidade masculina, contra 20,9% e 27,3%, respetivamente para homens e
mulheres, no ano anterior.
Na sequência deste facto, a redução da mortalidade em idade mais avançada tem resultado num
aumento do número de idosos com maior vulnerabilidade. Na perspetiva deste conceito, a
exposição a agravos de saúde resulta de aspetos individuais e de contextos ou condições coletivas
que produzem maior suscetibilidade aos agravos e morte e, simultaneamente, à possibilidade e aos
recursos para a sua resolução.
Bertolozzi et al (2009) argumenta que dessa forma, para a interpretação do processo saúde-doença,
considera-se que o risco indica probabilidades e a vulnerabilidade é um indicador da iniquidade e
da desigualdade social. A vulnerabilidade antecede assim ao risco e determina os diferentes riscos
de se infetar, adoecer e morrer. Com efeito, o envelhecimento implica um aumento do risco para o
desenvolvimento de vulnerabilidades de natureza biológica, socioeconómica e psicossocial, em
virtude do declínio biológico típico da senescência, o qual interage com processos socioculturais,
com os efeitos acumulativos de condições deficitárias de educação, renda e saúde ao longo da vida
e com as condições do estilo de vida atual. É, então, baseado nestes pressupostos que Berger
(1995) define que a vulnerabilidade sociofamiliar comporta as seguintes quatro dimensões:
biofisiológica, psicológica, sociológica e cultural.
Tão complexo como o processo de envelhecimento, surge a dificuldade em definir o conceito de
idoso, daí que a OMS tenha fundamentando-se na idade cronológica para definir idoso como
qualquer indivíduo com 65 anos ou mais, independentemente do sexo e estado de saúde. Para
Imaginário (2004), dado que a população idosa, além de ser cada vez mais idosa, atinge idades
cada vez idades mais elevadas, fala-se cada vez mais no aparecimento de uma quarta idade (idosos
com idade superior ou igual a 85 anos).
As mudanças nos modelos de família, associadas ao aumento do segmento populacional com
crescente grau de dependência, têm trazido forte impacto para as famílias portuguesas, tanto do
ponto de vista emocional quanto financeiro. As principais limitações frente à necessidade de cuidar
de um idoso, no contexto familiar, estão relacionadas com os aspetos de ordem financeira, pessoal
e social (Pavarini e Santos, 2009).
Quando surgem situações de vulnerabilidade e dependência, há necessidade de adaptação e
reorganização da família que se refletem no ajustamento dos papéis familiares, definidos ao longo
do tempo e das formas como cada membro interage com os demais. Ao mesmo tempo, os reajustes
da estrutura familiar dependem da forma como as mudanças e eventos se originaram e dos recursos
disponíveis para lidar com tais modificações. De acordo com Rodrigues e Neri (2012), o estudo
das condições individuais, económicas e sociais de vulnerabilidade da população idosa, em
interação com o acesso e o uso dos serviços de saúde, podem auxiliar no planeamento de ações.
Conhecer o contexto familiar de idosos, inseridos em diferentes espaços e vulnerabilidade social,
pode contribuir para o planeamento de uma linha de cuidado ao idoso vulnerável no atendimento
público de saúde, especialmente para a atuação do Núcleo de Proteção ao Idoso e Família em
Risco (NIIFR). É opinião de Culo (2011) que a intervenção requer o conhecimento de fatores de
risco e indicadores de negligência e abuso. A consciência daquilo que constitui um risco poderá
ajudar a decidir qual a intervenção imediata que será mais adequada. Uma vez realizado o
levantamento das necessidades e qual a intervenção requerida, o apoio e assistência poderão ser
desenvolvidos mais adequadamente a cada situação. Os objetivos da intervenção preveem um
incremento da autonomia, a redução da morbilidade e mortalidade e melhoramento da qualidade
de vida dos idosos. Como se reconhece no Plano Nacional de Saúde, já há longo tempo, é
necessário adequar os cuidados de saúde às necessidades específicas dos idosos.

Terá sido por esse facto que foi implementado o Programa Nacional para a Saúde das Pessoas
Idosas (2004), no qual já se previa um investimento na atenção especial às situações de maior
vulnerabilidade, bem como uma identificação dos critérios de fragilidade da população idosa, que
baseia-se em três vertentes fundamentais: promoção do envelhecimento ativo, adequação dos
cuidados de saúde às necessidades específicas dos idosos e a promoção e desenvolvimento de
intervenções intersectoriais (Direção Geral de Saúde, 2006).

Os Cuidados de Saúde Primários são os serviços de primeiro contacto com o cidadão, sendo por
isso, considerados a base do sistema nacional de saúde e parte integrante do sistema de
desenvolvimento económico e social, devendo estar universalmente acessíveis a todos os
indivíduos, famílias e comunidade. Estão vocacionados para responder aos principais problemas
de saúde de uma comunidade e englobam ações de promoção da saúde, de prevenção, de cuidados
curativos e de reabilitação (Biscaia, 2005).

A partir de 2006, em Portugal houve uma reorganização dos Cuidados de Saúde Primários
profunda, transformaram as Sub-Regiões de Saúde em Agrupamentos de Centros de Saúde
(ACES). Estes ACES passaram a reunir diversas Unidades de Saúde prestadoras de cuidados de
saúde com diversas funções, cabendo às Unidades de Saúde Familiares (USF) e às Unidades de
Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) a prestação direta dos cuidados à família e aos
elementos constituintes utentes, em todos os seus processos de saúde/doença ao longo do seu ciclo
vital. A UCSP Figueira da Foz Urbana rege-se igualmente por este modelo, no qual, de acordo
com o Regulamento das Competências Específicas do Enfermeiro Especialista em Enfermagem de
Saúde Familiar (2011, p.8660), o Enfermeiro de Família assume-se como:

“elo de ligação entre a família, os outros profissionais e os recursos da comunidade, como


garante da equidade no acesso aos cuidados de saúde e, mais especificamente, aos de
enfermagem assim como um importante recurso para os cuidados de proximidade,
disponibilizando cuidados de enfermagem em tempo útil, efetuando o conhecimento da situação
de saúde e dos processos de vida, relativamente ao seu grupo de famílias”.

Na minha prática diária, como Enfermeira de Família, encontro diversas famílias com utentes
idosos que apresentam manifestamente situações de vulnerabilidade e risco sociofamiliar. Os
idosos e os seus familiares desconhecem muitas vezes respostas e alternativas para solucionar os
seus problemas associados ao risco e por outras vezes os profissionais de saúde, aquando as visitas
domiciliárias, sentem-se impotentes para auxiliar os idosos e famílias porque não existem
orientações específicas para resolução destes problemas. Noutras situações têm dificuldade na
articulação com as famílias de idosos, porque os seus membros não reconhecem a parte de
responsabilização no cuidado ao idoso.

Pavarini et al. (2009), num estudo desenvolvido sobre vulnerabilidade social, demonstraram que
havia significativamente menos octogenários no contexto de vulnerabilidade social muito alta do
que nos demais contextos. Excluindo esses três casos, os idosos no contexto de alta
vulnerabilidade contavam com maior potencial de apoio familiar do que os idosos no contexto de
baixa vulnerabilidade, por ter uma pessoa adicional na sua residência, com idade inferior a 60
anos. Noutro estudo, Almeida (2009) verificou que no grupo de idosos com dependência
acentuada foi o grupo em que mais se evidenciaram os valores relativos ao risco/ vulnerabilidade
socioeconómica (41,1%) se comparados com outros grupos. Eram indivíduos polimedicados
(55,4%), as quedas atingiram os 57,1%, incontinência 85,7%, obstipação 57,1%, audição 73,2% e
visão 80,4%. Este foi o único grupo que apresentou valores nas três formas de abuso abordadas,
psicológico, económico e físico. Rodrigues e Neri (2011) verificaram num estudo transversal que
a convivência intergeracional em famílias economicamente muito vulneráveis pode expor o idoso
a prejuízos no acesso a recursos para custo de remédios e de outros tratamentos de saúde, para
além de que encontraram uma frequência mais baixa de uso de serviços de saúde pelos idosos de
65 a 69 anos e por aqueles com 80 anos ou mais.

Com a realização desta investigação pretende-se aceder a um conjunto de dados e resultados que
facultem um conhecimento aprofundado sobre a vulnerabilidade sociofamiliar das famílias que
incluam idosos com mais de 85 anos (quarta idade) residentes na área de abrangência deste estudo,
bem como avaliar a eficiência da implementação de um programa de intervenção, concebido no
sentido de minimizar o risco a que a referida vulnerabilidade os poderá expor.
ANTECEDENTES E DESENVOLVIMENTO ACTUAL DO TEMA

O envelhecimento da população Portuguesa está a fazer emergir problemas sociais novos, muitos
dos quais ainda não visíveis ou discutidos. Ao longo do século passado várias culturas foram
desenvolvendo instrumentos sociais diversos para proteger as crianças e promover o
desenvolvimento no decurso da infância e da adolescência. Contudo, quando consideramos as
pessoas de idade avançada – de terceira e de quarta idade - constatamos a evidência de que
algumas culturas parecem ser ainda muito jovens para integrar, em condições de harmonia
intergeracional e de valorização humana, uma larga quantidade de idosos (Gonçalves, 2008). Está
em causa uma integração que garanta condições de desenvolvimento do potencial humano
individual e de proteção e respeito pela dignidade e individualidade da pessoa idosa tal, como
acontece em outros períodos de idade.

As nossas sociedades de consumo insistem frequentemente em declarar os velhos «inúteis»,


reconhecendo sem mais os indivíduos produtivos como úteis e os não produtivos como inúteis. Na
era de expansão dos direitos civis, vemos que os direitos dos idosos não são muitas das vezes
considerados como são outros cidadãos, na prática.

Ser cidadão significa conquistar direitos económicos e sociais, cumprindo com seus deveres.
Implica uma redução de espaços individuais para dar oportunidade ao outro ocupar um espaço que
é de todos. Logo, torna-se um exercício individual, embora construído coletivamente, porque o ser
humano é um ser social. Contudo, o exercício da cidadania é algo que nem sempre é fácil de ser
aplicado. No que diz respeito ao idoso, preconceitos e mitos sempre acabam transformando-se em
obstáculos para a concretização dos direitos. Fala-se no problema do envelhecimento como um
fenómeno que preocupa cientistas e governantes, e que se faz acompanhar de um espectro de
dificuldades relacionadas com o encargo dos idosos sobre as gerações futuras, os vários custos que
o seu grande número representa, a falência dos sistemas de reforma. As notícias atuais disparam
casos de idosos despejados por não pagarem as rendas das suas casas; as medidas governamentais
empobrecem-nos com a redução de reformas, pensões, aumentos das taxas de impostos; e neste
momento estão a tentar propor deliberar o fim do complemento solidário do idoso (que auxiliava
os idosos mais vulneráveis).

Por outro lado, a organização e funcionamento dos serviços de saúde não estão, em muitos casos,
adaptados às atuais necessidades da população idosa, decorrentes das novas realidades
demográficas e sociais, constituindo muitas vezes barreiras à promoção ou manutenção da
qualidade de vida destas pessoas e das suas famílias. Nesta ordem de ideias Lima (2006)
argumenta que individualmente a situação económica e a posição social de uma pessoa na
comunidade determinam o seu estado de saúde e as suas modalidades de recurso e de acesso aos
cuidados de saúde. Em Portugal, uma percentagem significativa da nossa população é pobre e
existe uma importante assimetria na distribuição de riqueza; ao mesmo tempo, os nossos níveis de
literacia são muito baixos. Apesar das garantias constitucionais de equidade na saúde, há
manifestas assimetrias no acesso aos cuidados de saúde e aos bens que promovem a saúde, como a
educação e o rendimento. Segundo o Programa Português Nacional para a Saúde das Pessoas
Idosas (2004, p.11):

O modelo atual de prestação de cuidados de saúde, ainda muitas vezes mais organizado
para responder aos episódios agudos de doença, torna-se portanto desadequado, para
responder às necessidades de saúde de uma população em envelhecimento. De facto,
gerando internamentos evitáveis, com desperdício de recursos, acaba por determinar o
aparecimento de dependências e, até, o esgotamento das famílias, cujos recursos
disponibilidade não encontram suporte em serviços de proximidade e de apoio ao domicílio.

A implementação de taxas moderadoras nos cuidados de saúde e a proposta do seu incremento, a


nova regulamentação do transporte dos doentes em ambulâncias, e o fecho de algumas unidades
de saúde em populações mais isoladas tem diminuído a acessibilidade dos idosos aos serviços de
saúde, com consequente aumento da iniquidade dos cuidados em saúde, condicionado em
cuidados desumanizados.

Há, no entanto, que ter em atenção que muitos dos fatores determinantes da saúde das pessoas
idosas e do impacto sobre as suas famílias, ultrapassam os limites da ação do sector específico da
saúde, nomeadamente os relacionados com a segurança e inadaptação os ambientes urbanos ou
rurais e os relacionados com a proteção social, a habitação e os transportes, a educação e o
trabalho formal e informal, a violência, a negligência ou os abusos físico, psicológico, sexual ou
financeiro (Pavarini et al., 2009). Todas estas situações anteriormente descritas colocam a pessoa
idosa susceptível a vulnerabilidade, que de acordo com Rodrigues e Neri (2011) se entende como:
o estado de indivíduos ou grupos que, por alguma razão, têm sua capacidade de autodeterminação
reduzida, podendo apresentar dificuldades para proteger seus próprios interesses devido a deficits
de poder, inteligência, educação, recursos, força ou outros atributos.

As pessoas idosas em risco acrescido ou em situação transitória ou instalada de dependência,


requerem uma particular atenção da parte dos serviços de saúde e sociais, em termos de
organização de cuidados de controlo e de recuperação global, através de respostas integradas
especialmente adequadas, as quais obrigam a uma revisão do paradigma da abordagem curativa
dos serviços de saúde e das formas mais tradicionais de apoio social. Perante esta situação foi
desenvolvida pelo Ministério Português uma Rede de Cuidados Continuados em Saúde (Rede de
Cuidados Continuados), que se proponha a promover a manutenção das pessoas idosas no seu
meio habitual de vida e melhorar a equidade do acesso daquelas pessoas. No entanto, essas
Unidades de Cuidados Continuados são insuficientes para as solicitações, além do que a sua
resposta é morosa, encontramos diversas situações de idosos doentes oncológicos que veem o seu
apoio a se confinar somente ao domicílio quando necessitam de apoio especializado e as famílias
entram quase em desespero.

Em Portugal, o Programa Nacional para a Saúde das Pessoas Idosas (2004) permanece vigente na
missão que o promove, mas carecem normativas que sejam orientadoras da ação.

Por sua vez, a Câmara Municipal da Figueira da Foz desenvolveu um projeto de apoio ao idoso em
2012- Plano Sénior, na sequência da divulgação do Programa de Emergência Social e da
Comemoração do Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre Gerações. Este
projeto visava apoiar a população sénior do Município da Figueira da Foz através do
desenvolvimento de conjunto de atividades de cariz social, educativo, lúdico e desportivo com o
objetivo de melhorar a qualidade de vida dos idosos e combater o isolamento social, procurando
fomentar o envelhecimento ativo. Uma dessas atividades pretendia promover a segurança dos
idosos - Programa Apoio 65:“ Idosos em Segurança” - que era assegurado por equipas de agentes
policiais que visavam garantir as condições de segurança e tranquilidade das pessoas idosas e
levantamento de situações de idosos que se encontram isolados. No entanto, não se conhece
associado a este programa um diagnóstico de situação que permita conhecer a vulnerabilidade
sociofamiliar dos idosos que pertencem ao concelho da Figueira da Foz e avaliar o impacto destas
iniciativas.

Mas apesar de já alguma coisa ter sido feita no sentido de minimizar a vulnerabilidade associada
ao envelhecimento, a intervenção nesta área permanece exígua e são muitas as necessidades que
permanecem a descoberto.

Os cuidados de saúde primários, entendidos por Tavares (1990) como as empresas que promovem
a saúde, previnem a doença e que detêm como primeira função o planeamento em saúde porque:
apresentam recursos escassos; têm necessidade de intervir nas causas dos problemas de saúde e
devem atender às prioridades estabelecidas nessa área, deverão ser considerados os agentes
privilegiados no sentido de minimizar a vulnerabilidade dos idosos.

Com base nas anteriores premissas, propõe-se com este projeto desenvolver a implementação de
um Núcleo de Intervenção aos Idosos e Famílias em Risco (NIIFR), com a finalidade de obtenção
de ganhos em saúde para os idosos e famílias aos quais dirige a sua ação.

Nessa ordem de ideias, constitui a questão de partida:

Em que medida poderá a implementação de um Núcleo de Intervenção dirigido ao


Idoso e Família em Risco (NIIFR) através do Programa Educacional aos familiares
cuidadores, minimizar a vulnerabilidade sociofamiliar dos idosos e famílias inscritos
da UCSP Figueira da Foz e reduzir a perceção da sobrecarga psicológica dos
mesmos?

.
ORGANIZAÇÃO DE TAREFAS, TEMPOS E MEIOS

Tipo de estudo

Uma vez que este estudo pretende avaliar o efeito a implementação de um Núcleo de Intervenção
ao Idoso e Família em Risco, trata-se de um projeto de Investigação-Ação. Este é um tipo de
investigação que implica agir para melhorar a prática e estudar, simultaneamente, os efeitos da
ação desenvolvida. Esta metodologia assume-se como específica e única, pela ligação estreita que
preconiza entre a investigação e a prática profissional.
Este estudo será prospetivo e longitudinal, pois as observações são colhidas a partir do momento
em que a investigação começa e será a partir desse momento que as evidências empíricas serão
tomadas para análise e discussão.
Este estudo enquadra-se na investigação quantitativa, visto que, se pretende descrever e quantificar
relações entre variáveis e também porque tem como objetivo garantir a precisão dos resultados,
evitar distorções de análise e interpretação.
Será um estudo nível IV, pois permite ao investigador medir o efeito de variáveis independentes
sem as manipular de forma sistemática, como por exemplo ao estudar a eficácia de um programa
pré-operatório estruturado.
Será representado como o desenho antes-após com um grupo único (Figura 1).

Figura 1 - Desenho de Investigação


Esta situação é caracterizada pelo seguinte: um grupo experimental e um grupo de controlo, ambos
submetidos a uma avaliação inicial e uma avaliação final. No grupo em que se encontrar uma
maior vulnerabilidade psicológica será implementado o Programa Educacional aos familiares
cuidadores. Compromete-se a salvaguardar-se o princípio da equidade e da garantia da
acessibilidade aos cuidados de saúde, dado que numa fase posterior ao estudo será também
implementado o mesmo Programa Educacional (já com preenchimento das lacunas encontradas)
ao grupo de controlo.

Local do Estudo
O presente estudo será realizado no concelho da Figueira da Foz, na UCSP Figueira da Foz
Urbana.

Hipóteses
Tendo como base o problema de investigação, os objetivos propostos, a fundamentação teórica e a
experiência profissional, foram formuladas as seguintes hipóteses de investigação:

 H1 - A vulnerabilidade biopsicossocial está relacionada com as características


sociodemográficas dos idosos e familiares cuidadores;
 H2 - Os idosos cujos cuidadores familiares participaram no programa
psicoeducativo apresentam níveis mais reduzidos da vulnerabilidade
biopsicossocial do que os idosos cujos familiares não participaram.
 H3 - Os familiares cuidadores de pessoas idosas que participaram no programa
psicoeducativo apresentam níveis de perceção de sobrecarga mais reduzidos do que
os familiares cuidadores que não participaram.

População e Amostra
A população-alvo deste estudo será constituída por idosos com mais de 85 anos, de ambos os
sexos, residentes no concelho da Figueira da Foz e inscritos na UCSP Figueira da Foz, bem como
dos seus cuidadores, que deverão residir na mesma comunidade. Foi selecionada a UCSP Figueira
da Foz por duas razões: pela acessibilidade aos utentes por exercer funções na Instituição; pela
necessidade de conhecer a vulnerabilidade de idosos e famílias de forma a implementar o NIIFR.
A amostragem será não probabilística, por conveniência, em função das consultas de Enfermagem
realizadas em contexto de ambulatório e em contexto de visita domiciliária de caráter assistencial
que estejam agendadas no período estipulado para proceder à colheita de dados (1 Junho/30 Julho),
na UCSP Figueira da Foz Urbana.

Variáveis e operacionalização

Em função dos objetivos e as hipóteses formuladas, as variáveis a estudar centram-se,


particularmente, na vulnerabilidade psicossocial do idoso e do cuidador familiar.
Dado o caráter e o contexto em que o estudo se realiza outras variáveis serão igualmente tidas em
linha de conta neste estudo como sejam as que se relacionam com a vulnerabilidade biofisiológica.
O programa psicoeducativo será também alvo de estudo, no sentido de conhecer o efeito que a
intervenção do NIIFR poderá exercer num contexto de promoção da saúde comunitária (Quadro
1).

Quadro 1- Variáveis em estudo


Alvo Idoso Familiar cuidador
Variáveis

Caraterização Idade Idade


Sociodemográfica Sexo Sexo
Estado civil Estado civil
Escolaridade Escolaridade
Atividade profissional
Parentesco com o idoso
Coabitação com o idoso
Vulnerabilidade Biofisiológica Fatores condicionantes do cuidado
Psicológica Escala de Sobrecarga de Zarit
Social

Intervenção Psicoeducativa - Cuidado ao Idoso (Componente Educativa)


(aplicada pelo NIIFR e
dirigida aos familiares - Cuidado ao Cuidador (Componente Emocional)
cuidadores)
OPERACIONALIZAÇÃO

VULNERABILIDADE DO IDOSO
Avaliado pelo instrumento RNAR_75 [protocolo de Rastreio de Necessidades de Atenção Rápida
em Pessoas Idosas com 75 ou mais anos, validado para a população portuguesa por Mourão (2008)
e, Martin e Duarte (2009)] que aborda as seguintes dimensões:

1. Vulnerabilidade Biofisiológica:

a) Número de doenças (Índice de Comorbilidade de Charlson) analisa a presença simultânea de


doenças. A versão adotada foi a versão original que é constituída por 19 itens dicotómicos:
presença de doença em contrapondo com a não presença. Classifica os indivíduos em três grupos:
“Ausência de “Comorbilidade”, “Comorbilidade Baixa” e “Comorbilidade Alta”.

b) Capacidade Funcional no desempenho das Atividades de Vida (Índice de Katz).

c) Indicadores de Risco Geriátrico:


 Distúrbios nutricionais – A avaliação é efetuada através do cálculo do Índice de Massa
Corporal. Classifica as pessoas idosas “Em risco” (desnutridas, excesso de peso e obesas) e
“Sem risco” (Nutridas).
 Polifarmácia – Avalia a presença/ausência de polifarmácia nos idosos através de duas
questões relativas ao número de medicamentos que tomam. As pessoas idosas que
respondem estar a tomar 5 ou mais medicamentos são classificadas “em risco”, todas as
que tomam menos de 5 serão classificadas em “Não risco”.
 Queda – Avalia a presença/ausência de risco de queda através de três questões dicotómicas
(Sim/Não). Classifica as pessoas idosas como “Em Risco” e “Sem risco”. A resposta
positiva a uma das questões considera a existência de risco de queda
 Distúrbios Sensoriais- Avaliação da existência de distúrbios de audição e visão através de
uma questão dicotómica para cada uma das dimensões. Classifica os idosos como “Em
Risco” e “Sem Risco”. A resposta positiva às questões implica a existência de distúrbio de
audição ou visão.
 Distúrbios de Sono- Avaliação da existência de distúrbios de sono através de duas
questões dicotómicas (sim/não). A resposta positiva numa das questões classifica a pessoa
idosa “Em Risco” por sua vez, a resposta negativa nas duas questões classifica-a “Sem
Risco”.
d)Violência contra os Idosos – O abuso em idosos é avaliada através de três questões que avaliam
a agressividade verbal, abuso financeiro e abuso físico. Para além destas três questões contempla 3
indicadores de abuso classificando o idoso como mal tratado ousem risco de maus-tratos.

2.Vulnerabilidade psicológica:
a) a) Escala de Depressão Geriátrica (GDS.15). – é um questionário criado especificamente para a
população idosa, para avaliar o risco de depressão. É de breve e fácil aplicação, podendo ser auto
ou heteropreenchido. A versão utilizada será a de 15 itens, em que valores mais elevados indicam
sintomas de depressão. Esta escala encontra-se traduzida e aferida para a população portuguesa,
pelo grupo de Estudos para o envelhecimento.

3.Vulnerabilidade Social:
a) Caracterização Socioeconómica do Idoso: Será avaliada por questões relativas aos familiares
com quem coabita; a relação com as pessoas com quem vive; tipo de comportamento de risco das
pessoas com que vive e origem dos rendimentos segundo grau de parentesco;
b) Caracterização da Situação Habitacional: será avaliada por questões fechadas relativas à
localização, tipo de habitação; regime de ocupação; número de construções, existência de
infraestruturas e condições de acessibilidade.
c) Risco Sociofamiliar. Será avaliado pela Escala de Gijón. Da escala constam cinco itens:
Situação Familiar, Situação Económica, Habitação, Relações Sociais e Apoio da Rede Social.
Em cada item a escala de pontuação vai de 1 a 5 pontos correspondendo o 1 à situação ideal e o 5
correspondendo à situação de indução de maior risco. A pontuação global deriva do somatório das
pontuações de cada um dos itens, sendo que de 5 a 9 está-se perante uma boa e/ou aceitável
situação social, de 10 a 14 existe risco social e mais de 15 induz à existência de um problema
social (González et al., 1999). Esta escala é heteroadministrada e dever-se-á (re)avaliar a situação
sempre que as condições sociais se alterem ou se suspeite de risco social (González et al., 1999).

VULNERABILIDADE DO CUIDADOR

b) Fatores condicionantes do cuidado: 5 questões fechadas que avaliam: grau de parentesco;


situação na profissão (estar ou não em idade ativa); ter ou não filhos a cargo; situação ou não de
coabitação com o idoso; se ajuda exclusivamente no cuidado ao idoso e se tem ajuda partilhada no
cuidado ao seu idoso.
c) Sobrecarga do Cuidador: avaliada pela Escala de Zarit, constituída por 22 itens tem como
objetivo avaliar o impacto percebido do cuidar sobre a saúde física, emocional, atividades sociais e
condição financeira. As respostas aos 22 itens devem ser dadas segundo uma escala de cinco
pontos que descrevem como cada afirmação afetar a pessoa. A pontuação indica a frequência de
cada item. Quanto maior a pontuação obtida, maior a sobrecarga do cuidador. Valores que oscilam
entre 61 e 88, “sobrecarga intensa”; valores entre 41 a 61 “sobrecarga moderada a severa”; valores
entre 21 e 40, “sobrecarga moderada a leve” e, valores inferiores a 21 pontos, “ausência de
sobrecarga”.

PROGRAMA EDUCACIONAL
No que se refere ao programa educacional pretende-se com este programa a formação e
capacitação dos familiares cuidadores, contribuindo para melhoria da assistência aos familiares e
seus idosos (Quadro 2).

Quadro 2 - Intervenção Psicoeducativa.


Programa Educacional aos Familiares Cuidadores de Idosos
"Um por todos, e todos por um"
(Intervenção psicoeducativa)
Sessão Componente Temas/Atividades
1 Educativa Apresentações.
Emocional Envelhecimento. Impacto sobre a família
Educativa Cuidados à Pessoa Idosa. Nutrição. Higiene
2 Emocional Gestão de stresse e coping
Educativa Cuidados à pessoa Idosa. Mobilidade. Segurança.
3 Emocional Cuidar de Si Próprio
4 Educativa Psicossociologia do Idoso. Relações Interpessoais.
Importância Redes Sociais
Emocional Gerir situações em Família
5 Educativa Patologias mais frequentes no Idoso. Cuidado idoso acamado.
Serviços de Apoio.
Emocional Partilha e gestão de emoções.
6 Educativa Lidar em situações de urgência
Emocional Capacitação de decisão

Serão 6 sessões de educação para a saúde, distribuídas por 6 sábados (hora a combinar com os
familiares cuidadores). Procurar-se-á o esclarecimento de dúvidas e partilha de experiências, sendo
essa um das razões para a escolha de um máximo de 15 participantes.
Depois da apresentação da primeira parte de cada módulo, pretende-se aprofundar aplicação dos
conceitos, procurando não só a sua compreensão, mas também como aplica-las no dia-a-dia a cada
participante. Serão desenvolvidas atividades dinâmicas, com recurso a metodologia expositiva e
participativa.
No final de cada sessão, será validado o conhecimento com os familiares cuidadores mediante
testes de aprendizagem às temáticas abordadas. A validação da aprendizagem será depois realizada
após reaplicação dos instrumentos de colheitas de dados deste estudo e que terão sido aplicados
numa primeira fase. Será entregue a cada familiar cuidador, um manual que irá conter material
informativo que servirá de suporte aos módulos e de apoio aos seus familiares idosos.

Instrumento de Colheita de Dados


O instrumento de colheita de dados será constituído por duas partes. Uma primeira parte que visa a
aplicação do protocolo de rastreio RNAR-75 (Protocolo completo - Versão de investigação) para
avaliar a vulnerabilidade do idoso e uma segunda parte, a preencher em caso de cuidador familiar,
que visa a caracterização do cuidador informal será composta por um questionário
sociodemográfico, uma escala de sobrecarga do cuidador de Zarit e questões fechadas sobre
fatores condicionantes do cuidado e apoio social recebido.
O instrumento será submetido a um pré-teste numa área regional cuja população apresente
idênticas características sociodemográficas.

Metodologia de colheita de dados


A colheita de dados será realizada no concelho da Figueira da Foz, a nível de domicílio dos utentes
(no decurso das visitas domiciliárias) e a nível das consultas de enfermagem (contexto
ambulatorial).
Relativamente ao processo de colheita, propriamente dito e dadas as características da população
alvo, faz-se saber que a aplicação do referido instrumento será realizada por um modo de
entrevista, que contará com a colaboração de vários profissionais de saúde (enfermeiros). Para o
efeito, esta equipa de entrevistadores que será submetida a uma formação prévia (com
planeamento prévio) na qual serão elucidados sobre os objetivos da investigação, o conteúdo dos
diferentes instrumentos nele inseridos e a forma do seu preenchimento. O conhecimento prévio
acerca da população alvo de forma a aumentar-se a fiabilidade entre os diferentes entrevistadores.
Procedimentos éticos e formais
Segundo Fortin(1999), a ética num sentido mais vasto é sinónimo duma ciência da moral e “arte”
de orientar uma conduta. De acordo com esta autora, existem cinco princípios fundamentais com
aplicabilidade ao ser humano, os quais foram determinados pelos códigos de ética e que são: o
direito à autodeterminação, à intimidade; ao anonimato; à confidencialidade, à proteção contra o
desconforto/prejuízo e a um tratamento justo e equitativo. Neste sentido da salvaguarda da
equidade, volta-se a ressalvar que por uma questão de contingência de recursos, aos participantes
do grupo de controlo será dada oportunidade de participarem no programa de intervenção após
obtenção de dados do grupo experimental.
Para aplicação do instrumento de colheita de dados, foi já solicitada autorização ao ACES Baixo
Mondego estando-se presentemente a aguardar resposta.
Todos os participantes no estudo serão informados dos principais objetivos do estudo e de que
podiam recusar a qualquer momento, a sua participação no estudo, sem que por isso haja prejuízo.
Prevê-se também que serão salvaguardados os princípios éticos, bem como a promoção do sigilo e
a privacidade dos mesmos.
Depois de explicitados os objetivos do estudo, confidencialidade e da opção livre em não participar
no mesmo, serão apenas alvo de estudo os idosos que assinem o termo de consentimento
informado.
CRONOGRAMA DAS ACTIVIDADES PREVISTAS

Ano 2013 Ano 2014


ACTIVIDADES Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai
PREVISTAS/ ANO

Pedido autorização
ACES BM
Formação da
equipa de colheita
de dados
Criação de NIIFR
Reunião Equipa
colaboradora
2ª 2ª
Colheita de Dados 1ª Fase Fase Fase
Av1 Av2
Implementação
Programa
Educacional
Tratamento
estatistico dos
dados
Discussão
resultados
Avaliação do
projeto de
Investigação
Entrega de
relatório
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