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ESCOLA TÉCNICA VALE DOS

CARAJÁS-PA

ALUNO (A): FRANCISCO DIOGO DIAS ARAGAO


CURSO: TECNICO EM ENFERMAGEM
TURNO:NOITE
PROFESSOR (A): KARLA RIBEIRO
DISCIPLINA: MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA
PARAUAPEBAS, ABRIL DE 2022.

Bactéria Enterococos

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INTRODUÇÃO

O termo “enterococos” foi usado pela primeira vez em 1899 na frança, referindo-a de
diplococos encontrados no trato gastrintestinal, que tinha o potencial de se tornar patogênico
para os seres humanos. A primeira descrição clínica e patológica de uma infecção por
enterococos foi publicada no mesmo ano, como um caso de endocardite com isolamento em
cultura de cocos gram-positivos em “pares e cadeias curtas” em múltiplos órgãos e na corrente
sanguínea do paciente.

Inicialmente denominado como Micrococcus zymogenes devido às suas propriedades


fermentativas. Em 1970, foi proposto que os Streptococos enteroccócicos fossem considerados
um novo gênero, com base em suas características fenotípicas distintas, assim o termo
“enterococcus” foi definido como um gênero separado dos Streptococcus.

Os enterococos são bactérias gram-positivas, anaeróbias facultativas que, em geral,


parecem ovais em forma e podem ser vistas como células isoladas, em pares, cadeias curtas ou
mesmo muito longas, sendo mais comuns as cadeias curtas e médias.

A grande maioria das infecções clínicas em humanos é produzida por duas espécies, E.
faecalis e E. faecium, e os laboratórios clínicos normalmente não identificam as espécies de
enterococos. No entanto, em certos cenários clínicos ou em estudos epidemiológicos, pode ser
importante diferenciar entre essas duas espécies, pois elas apresentam diferente virulência e
perfil de resistência a antibióticos.
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DESENVOLVIMENTO

Microbiologia
 
Os enterococos são organismos que têm mecanismos bem adaptados para sobreviver no
trato gastrintestinal dos seres humanos. A microbiota humana compreende milhões de bactérias.
Os enterococos por sua vez apresentam uma população menor em relação aos comensais
anaeróbios em um hospedeiro normal, e parecem ter uma relação simbiótica com o sistema
imunológico e as outras bactérias.
Os enterococos são a segunda ou terceira causa microbiológica de infecções
nosocomiais (ou seja, instalada no atendimento ambulatorial) e têm seu crescimento facilitado
pelo uso dessa medicação. Os inibidores da bomba de prótons são uma estratégia comumente
utilizada para reduzir a incidência de pneumonite por aspiração, aumenta o risco de infecção
nosocomial
A administração de antibióticos de amplo espectro favorece a colonização do trato
gastrintestinal por enterococos, pela regulação negativa da expressão intestinal de peptídeos
intestinais antimicrobianos.
Os enterococos estabelecem seu nicho e alcançam os vasos linfáticos e sanguíneos
através de mecanismos que não são elucidados. Vários determinantes patogênicos têm sido
estudados em enterococos. A citolisina/hemolisina é uma toxina bacteriana, codificada por
plasmídeos, capaz de levar a lise de células eucarióticas (e procarióticas), e mostrou contribuir
para a virulência de E. faecalis.
A gelatinase e a serino protease são enzimas bacterianas que podem contribuir para a
virulência em E. faecalis por diversos mecanismos que incluem, entre outros, a facilitação da
invasão microbiana pela alteração de imunoglobulinas ou moléculas de complemento. Os
componentes da superfície celular são fatores importantes na virulência bacteriana, sendo, em
geral, as primeiras moléculas a interagirem com o tecido hospedeiro e/ou sistema imunológico.
As proteínas de membrana aumentam a aderência e a internalização de enterococos em
várias células eucarióticas (fagócitos, células renais, intestinais e epiteliais), bem como a adesão
de bactérias e proteínas da matriz extracelular. Os polissacarídeos em superfícies bacterianas são
determinantes patogênicos significativos; podem afetar a ação de leucócitos de destruição de
bactérias e certas estirpes de E. faecium, que são resistentes à destruição pela ação de células
polimorfonucleares.
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Os enterococos apresentam características que facilitam sua ação no intestino como a


citolisina, que tem propriedades antibacterianas, várias adesinas de superfície, várias vias de
utilização de carboidratos e enzimas que podem permitir a colonização de certas áreas do
intestino.
 
Epidemiologia
 
As duas espécies mais comuns responsáveis pela grande maioria das infecções
enterocócicas são o E. faecalis e o E. faecium. Os enterococos estão entre as principais causas de
infecções nosocomiais. Em 2004, ocorreram mais de 500 mil internações hospitalares associadas
a infecções enterocócicas.
Os ERVs representam cerca de 30% das infecções enterocócicas, sendo a grande
maioria dos casos isolados de E. faecium (>90%). O primeiro passo, no processo infeccioso,
parece envolver a colonização do trato gastrintestinal por infecções hospitalares, que podem
persistir por meses ou anos, embora tenha sido documentada a inoculação direta em cateteres
intravenosos ou urinários e outros dispositivos.
O ambiente hospitalar pode ser fortemente colonizado com ERVs. Os fatores de risco
associados ao aumento da colonização de ERVs incluem a presença de imunossupressão ou
doença grave (diabetes melito, insuficiência renal, escore Apache alto, entre outros), aumento da
permanência hospitalar, residência em uma instituição de cuidados prolongados, proximidade a
outro paciente colonizado ou infectado, hospitalização em uma sala previamente ocupada por um
paciente colonizado com ERVs, procedimentos invasivos e administração de antibióticos de
amplo espectro (por exemplo, cefalosporinas ou vancomicina).
As mãos de profissionais de saúde parecem ser a fonte mais comum de transmissão de
ERVs, e os organismos são capazes de sobreviver nas mãos, luvas e vestimentas de cuidadores e
trabalhadores da saúde.
Uma vez que um paciente se torna colonizado por ERVs, o risco de desenvolver uma
infecção subsequente na corrente sanguínea com a mesma estirpe ERV-colonizadora parece
aumentar, embora alguns estudos não tenham encontrado a mesma associação. As taxas de
infecções da corrente sanguínea em pacientes colonizados com ERVs variaram de 0 a 34%, e
parecem ser maiores entre pacientes com câncer e pacientes com transplante de órgãos sólidos e
medula óssea.

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Os fatores de risco associados ao desenvolvimento de uma infecção de ERVs na


corrente sanguínea em um paciente já colonizado por ERVs incluem câncer ou diabetes melito,
procedimentos gastrintestinais, insuficiência renal aguda, exposição a vancomicina e ERV no
trato gastrintestinal.
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CONCLUSÃO

O gênero Enterococcus pode apresentar diversos fatores que o torna virulento e ao


mesmo tempo mais propício a resistência bacteriana à antibióticos importantes utilizados na
medicina atualmente. Estudos com o gênero são de extrema relevância pois a exposição direta,
tanto em hospitais como no próprio meio ambiente. Além disso, o meio ambiente, com os
diversos problemas que enfrenta atualmente, relacionado aos descartes incorretos de resíduos,
pode sofrer com a disseminação de patogenicidade. Sendo ambos os problemas uma questão de
saúde pública que precisa ser discutida e estudada.

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