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Políticas Públicas
em Saúde
Prof.a Adriana Lobo Müller
Prof.a Ana Célia Teixeira de Carvalho Schneider
Prof.a Marina Steinbach
Prof.a Rosana Mara da Silva
Indaial – 2021
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Prof. Adriana Lobo Müller
a
M958s
ISBN 978-65-5663-396-1
ISBN Digital 978-65-5663-397-8
CDD 150
Impresso por:
Apresentação
A saúde é uma construção coletiva, pautada em leis e diretrizes.
Quando analisamos a história do Brasil e a organização que houve até a
VIII Conferência Nacional de Saúde, que lançou bases para a Constituição
Brasileira e permitiu a construção das diretrizes do Sistema Único de Saúde
(SUS), compreende-se a complexidade de um sistema público de saúde com
acesso universal, pautado na equidade e integralidade do acesso.
• Lei n° 8.080/90: que organiza e rege o SUS, foi promulgada em 1990, dois
anos após a sua inserção no sistema normativo nacional com a Constituição
Federal.
• Lei n° 8.142/90 e a NOB/SUS 01/96, além da Resolução n° 333/2003, que
normatizou as transferências de recursos financeiros entre os órgãos
intergovernamentais e a participação popular e o controle social no SUS.
• Constituição Federal 1988, que traz em seu Capítulo sobre a saúde toda a
base discutida e aprovada na VIII Conferência Nacional de Saúde (1986).
Bons estudos!
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
TÓPICO 2 — O SUS.............................................................................................................................. 23
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 23
2 SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)............................................................................................. 23
2.1 Papel do SUS . ................................................................................................................................ 24
2.2 ESTRUTURA DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS).......................................................... 25
2.2.1 Ministério da Saúde.............................................................................................................. 25
2.2.2 Secretaria Estadual de Saúde (SES).................................................................................... 25
2.2.3 Secretaria Municipal de Saúde (SMS)................................................................................ 26
2.2.4 Aspectos operacionais do SUS............................................................................................ 26
2.3 PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SUS........................................................................................ 27
2.3.1 Princípios do SUS................................................................................................................. 27
3 LEGISLAÇÃO SUS ........................................................................................................................... 31
3.1 CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988........................................................................................ 31
3.2 LEI N° 8.080: LEI ORGÂNICA DA SAÚDE.............................................................................. 32
3.3 LEI N° 8.142.................................................................................................................................... 33
4 PSF/ESF/SAÚDE DA FAMÍLIA ...................................................................................................... 35
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 40
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 41
REFERÊNCIAS....................................................................................................................................... 57
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 127
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 225
UNIDADE 1 —
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
TÓPICO 2 – O SUS
CHAMADA
1
2
TÓPICO 1 —
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
A Constituição de 1988 permitiu, ao Brasil, estabelecer garantias
fundamentais da saúde, educação e condicionantes sociais. Permitiu
institucionalizar direitos fundamentais, como a saúde, previsto na Declaração
Universal dos Direitos Humanos, de 1948, no artigo XXV, que define que todo
ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de lhe assegurar, e a sua
família, saúde e bem-estar, inclusive, alimentação, vestuário, habitação, cuidados
médicos e os serviços sociais indispensáveis.
3
UNIDADE 1 — SAÚDE PÚBLICA, SUS E APS
4
TÓPICO 1 — HISTÓRIA DA SAÚDE COLETIVA NO BRASIL
5
UNIDADE 1 — SAÚDE PÚBLICA, SUS E APS
NOTA
Marcos:
• 1903: Reforma Oswaldo Cruz, proposta por Oswaldo Cruz para combater a febre amarela
no Rio de Janeiro.
• 1904: Criado o Serviço de Profilaxia da Febre Amarela e aprovação da lei que obriga a
vacinação antivariólica.
• 1907: Febre amarela é erradicada no Rio de Janeiro.
6
TÓPICO 1 — HISTÓRIA DA SAÚDE COLETIVA NO BRASIL
DICAS
Marcos importantes:
7
UNIDADE 1 — SAÚDE PÚBLICA, SUS E APS
FONTE: <https://agencia.fiocruz.br/obra-analisa-trajet%C3%B3ria-de-%C3%B3rg%C3%A3o-
criado-na-segunda-guerra>. Acesso em: 6 nov. 2020.
8
TÓPICO 1 — HISTÓRIA DA SAÚDE COLETIVA NO BRASIL
Marcos importantes:
NOTA
INPS/Inamps
9
UNIDADE 1 — SAÚDE PÚBLICA, SUS E APS
FONTE: SOUZA, R. R. O sistema público de saúde brasileiro. Brasília: Ministério da Saúde, 2003.
Disponível em: https://dms.ufpel.edu.br/sus/files/media/INPS.pdf. Acesso em: 6 nov. 2020.
10
TÓPICO 1 — HISTÓRIA DA SAÚDE COLETIVA NO BRASIL
NOTA
11
UNIDADE 1 — SAÚDE PÚBLICA, SUS E APS
Marcos importantes:
• 1986: VIII Conferência Nacional de Saúde. Cria espaço para o debate dos
problemas do sistema de saúde e de propostas de reorientação da assistência
médica e de saúde pública. Criação do Conselho Nacional de Administração
da Saúde Previdenciária (Conasp); iniciam-se as Ações Integradas em Saúde
(AIS) e o Sistema Único Descentralizado de Saúde (Suds).
• 1988: Constituição 1988 – Capítulo Saúde (art. 196 – 200).
NOTA
Com essas novas leis, o cuidado com a saúde passou a ser mais abrangente,
permitindo os processos de descentralização e integralidade, ampliando o
cuidado à população. Saúde para todos, acesso universal.
12
TÓPICO 1 — HISTÓRIA DA SAÚDE COLETIVA NO BRASIL
DICAS
13
UNIDADE 1 — SAÚDE PÚBLICA, SUS E APS
14
TÓPICO 1 — HISTÓRIA DA SAÚDE COLETIVA NO BRASIL
NOTA
O artigo 196 cita que “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido
mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de
outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção,
proteção e recuperação”. Com esse artigo, fica definida a universalidade da cobertura do
Sistema Único de Saúde.
O SUS faz parte das ações definidas na Constituição como sendo de “relevância
pública”, sendo atribuídos, ao poder público, a regulamentação, a fiscalização e o controle
das ações e dos serviços de saúde (BRASIL, 2014a).
15
UNIDADE 1 — SAÚDE PÚBLICA, SUS E APS
DICAS
Brasil Colônia, Brasil Império, Brasil República, um passeio pela história da saúde
pública no país, sempre marcada pelas diferenças sociais e pela falta de prioridade nos
investimentos do governo. Apesar dos muitos avanços e conquistas, continuamos na
busca de soluções.
16
TÓPICO 1 — HISTÓRIA DA SAÚDE COLETIVA NO BRASIL
E
IMPORTANT
Direito à saúde
17
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
18
AUTOATIVIDADE
19
Vale lembrar, ainda, que a concepção ampliada de saúde adotada na
Constituição, e o entendimento de que a garantia desse direito exige, do
Estado, políticas econômicas e sociais orientadas à redução de riscos de
doenças e outros agravos, não apenas ampliam o espectro das políticas
públicas relacionadas à saúde, mas exigem, dos formuladores das políticas de
saúde, a interlocução com outros setores.
Pode-se afirmar que as políticas públicas setoriais e o debate político estão
predominantemente referidos, na história recente, ao processo de reconfiguração
das atividades governamentais relativas à saúde, particularmente, no que se
refere à organização, implementação e financiamento do Sistema Único de
Saúde e às possibilidades e limites da efetivação dos princípios e diretrizes
constitucionais em toda a sua extensão.
20
( ) Lei n° 8.142/90 – Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do
SUS e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros
na área da saúde e dá outras providências.
( ) As leis n° 8.080/90 e n° 8.142/90 referem no seu texto apenas sobre o
financiamento do SUS.
( ) No ano de 1991 inicia o Programa de Agentes Comunitários de Saúde
(Pacs).
( ) No ano de 2002 inicia o Programa Saúde da Família (PSF) no Brasil.
a) ( ) V – V – V – V – F.
b) ( ) V – V – F – V – F.
c) ( ) F – F – V – F – V.
d) ( ) V – F – V – F – V.
e) ( ) F – V – F – V – F.
21
22
TÓPICO 2 —
UNIDADE 1
O SUS
1 INTRODUÇÃO
O desejo da constituição de um único sistema de saúde foi construído com
o envolvimento de um amplo movimento político pela reforma do setor saúde,
a Reforma Sanitária, envolvendo diferentes atores sociais, como intelectuais da
área da saúde pública, profissionais da saúde com atuação nas áreas de pesquisa,
formação de recursos humanos, serviços e formulação de políticas, movimentos
populares pela saúde e movimento sindical. Decorreu nos anos 1970 e 1980,
dando bases para um movimento cada vez mais forte que questionava o sistema
de saúde governamental.
23
UNIDADE 1 — SAÚDE PÚBLICA, SUS E APS
TUROS
ESTUDOS FU
24
TÓPICO 2 — O SUS
25
UNIDADE 1 — SAÚDE PÚBLICA, SUS E APS
DICAS
Planejamento e o
Gestão Pública Administração Pública
Ciclo Orçamentário
Informações para a
Gestão Financeira Regulação
gestão do SUS
27
UNIDADE 1 — SAÚDE PÚBLICA, SUS E APS
• Equidade
FIGURA 6 – EQUIDADE
IGUALDADE EQUIDADE
• Integralidade
28
TÓPICO 2 — O SUS
Essa diretriz diz respeito a uma organização do sistema que deve focar
na noção de território, a partir da qual se determinam perfis populacionais,
indicadores epidemiológicos, condições de vida e suporte social que devem
nortear as ações e serviços de saúde de uma região. Essa concepção aproxima
a gestão municipal dos problemas de saúde, das condições de vida e da cultura
que estão presentes nos distritos ou regiões que compõem o município. A lógica
proposta é: quanto mais perto da população, maior será a capacidade de o
sistema identificar as necessidades de saúde, e melhor será a forma de gestão do
acesso e dos serviços para a população (BRASIL, 2014a). A regionalização deve
ser norteada pela hierarquização dos níveis de complexidade requerida pelas
necessidades de saúde das pessoas. Um ponto importante é a orientação da rede
de ações e serviços de saúde, orientada pelo princípio da integralidade.
29
UNIDADE 1 — SAÚDE PÚBLICA, SUS E APS
NOTA
Conselhos de Saúde
DICAS
30
TÓPICO 2 — O SUS
3 LEGISLAÇÃO SUS
Os fundamentos do SUS estão expressos na seção II do capítulo II do
título VIII da Constituição Federal de 1988, que trata da Seguridade Social. Essa
seção estabelece os direitos dos usuários, os deveres do Estado e as diretrizes
da organização do sistema; como será financiado esse sistema; a participação da
iniciativa privada e de empresas de capital estrangeiro na assistência à saúde;
as atribuições do sistema; e a admissão de agentes comunitários de saúde e de
combate às endemias (BRASIL, 2015).
31
UNIDADE 1 — SAÚDE PÚBLICA, SUS E APS
32
TÓPICO 2 — O SUS
NOTA
33
UNIDADE 1 — SAÚDE PÚBLICA, SUS E APS
i) Fundo de saúde;
ii) Conselho de saúde;
iii) Plano de saúde;
iv) Relatório de gestão;
v) Contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orçamento;
vi) Comissão de elaboração do plano de carreira, cargos e salários (PCCS).
NOTA
DICAS
34
TÓPICO 2 — O SUS
Para a construção dessas respostas, que estão permeadas ao longo deste Relatório,
optou-se por percorrer um caminho metodológico considerando: (1) o diálogo e a escuta
qualificada com parceiros e atores estratégicos; (2) os documentos técnicos e resoluções
dos corpos diretores da OPAS/OMS; (3) as evidências científicas disponíveis. Esses três
sustentam todas as análises e as recomendações produzidas neste documento.
4 PSF/ESF/SAÚDE DA FAMÍLIA
A saúde da família está no primeiro nível de atenção no Sistema Único de
Saúde (SUS), e é considerada uma estratégia primordial para a organização e o
fortalecimento da atenção básica. Atua como porta de entrada para o sistema de
saúde e ordena o cuidado. Tem, como foco, o acompanhamento de um número
definido de famílias, localizadas em uma área geográfica delimitada pertencente
ao território adstrito pela equipe. Nas práticas de cuidados e assistenciais, são
desenvolvidas ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação
de doenças e agravos mais frequentes.
35
UNIDADE 1 — SAÚDE PÚBLICA, SUS E APS
Desde sua criação em 1994, o PSF gradualmente foi se tornando a principal estratégia
para a ampliação do acesso de primeiro contato e de mudança do modelo assistencial. Busca
promover a qualidade de vida da população brasileira e intervir nos fatores que
colocam a saúde em risco, como falta de atividade física, má alimentação, uso
de tabaco, dentre outros. Com atenção integral, equânime e contínua, a ESF se
fortalece como a porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS).
NOTA
1991 – Criação do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), teve início no fim
da década de 1980 como uma iniciativa de algumas áreas do Nordeste (e outros lugares,
como o Distrito Federal e São Paulo). Na época, a iniciativa visava buscar alternativas
para melhorar as condições de saúde de suas comunidades. Era uma nova categoria de
trabalhadores, formada pela e para a própria comunidade, atuando e fazendo parte da
saúde prestada nas localidades.
1994 – Reestruturação da Atenção Básica – Criação Programa Saúde da Família (PSF) foi
criado como estratégia de reorientação dos serviços de atenção à saúde. As antigas práticas
mais voltadas para a doença e valorização do hospital são substituídas por novos princípios,
com o foco na promoção da saúde e na participação da comunidade.
Com o passar dos anos, foi preciso organizar a base do sistema de saúde e o PSF passou a
ser reconhecido como estruturante, isto é, definido como “estratégia de saúde da família”.
36
TÓPICO 2 — O SUS
2008 – Para ampliar a resolutividade das ações e serviços de atenção básica foram
implementados os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) formados por profissionais
de saúde das mais diferentes áreas e especialidades.
E
IMPORTANT
A segunda metade dos anos 1970 foi um período de rearticulação das forças
políticas nacionais e de discussão e mobilização popular pela democratização da saúde e
do próprio regime político do país.
A luta pelo fim da ditadura militar levou a área da saúde a organizar os simpósios
de Política Nacional de Saúde da Câmara dos Deputados, tendo o primeiro deles ocorrido
em 1979. Nesse período de reorganização da sociedade civil, forças políticas ligadas à saúde
pública passaram a discutir questões amplas ligadas à redemocratização do país e ao acesso
aos serviços de saúde junto ao Legislativo. Esse foi um período de “crise” da Previdência Social,
e não apenas crise financeira, mas também crise ideológica acerca do modelo de saúde a
ser adotado, que colocou em confronto privatistas e publicistas. O II Simpósio, ocorrido em
1982, já contaria com o movimento organizado da reforma sanitária, propondo um sistema
nacional de saúde, com a integração das medidas preventivas e curativas.
37
UNIDADE 1 — SAÚDE PÚBLICA, SUS E APS
A VIII Conferência Nacional de Saúde (1986) foi o principal marco desse processo
de formulação de um novo modelo de saúde pública universal, visando romper com a cisão
estrutural entre saúde pública e medicina curativa individual, e com a intensa privatização
que então caracterizava o sistema de saúde brasileiro. Reunindo um amplo espectro de
alianças, a VIII CNS contou com a participação de milhares de representantes de diversas
entidades da sociedade civil, profissionais de saúde, usuários do sistema e prestadores de
serviços de saúde públicos. Os prestadores de serviços privados foram os grandes ausentes
nos debates travados nessa Conferência, considerada como o maior evento de discussão
dos problemas enfrentados pela saúde pública brasileira.
38
TÓPICO 2 — O SUS
39
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
40
AUTOATIVIDADE
Sérgio Arouca
A partir do exposto neste tópico, faça uma resenha crítica (no máximo uma
página) a respeito VIII Conferência Nacional de Saúde e SUS.
1 INTRODUÇÃO
Para a estruturação de uma política pública, ela deve ser constituída com
a participação direta ou indireta da população, tendo em vista assegurar o seu
direito a determinado serviço, ação ou programa. Quando se analisa o direto à
saúde no Brasil, ele é garantido por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), que
tem como princípios: o acesso universal, integral e gratuito.
43
UNIDADE 1 — SAÚDE PÚBLICA, SUS E APS
(1) orientação familiar: na avaliação das necessida des individuais para a atenção
integral, deve-se considerar o contexto familiar e seu potencial de cuidado e,
também, de ameaça à saúde, incluindo o uso de ferramentas de abordagem
familiar;
(2) orientação comunitária: reconhecimento das necessidades em saúde da
comunidade através de dados epidemiológicos e do contato direto; sua relação
com ela, assim como o planejamento e a avaliação conjunta dos serviços;
(3) competência cultural: adaptação do provedor (equipe e profissionais de saúde)
às características culturais especiais da população para facilitar a relação e a
comunicação.
DICAS
45
UNIDADE 1 — SAÚDE PÚBLICA, SUS E APS
• o cuidado multiprofissional;
• o compartilhamento de objetivos;
• o compromisso com resultados sanitários e econômicos.
1. Rede Cegonha.
2. Rede de Atenção às Urgências e Emergências (RUE).
3. Rede de Atenção Psicossocial (Raps).
4. Rede de Cuidado à Pessoa com Deficiência.
5. Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas.
46
TÓPICO 3 — SUS E POLÍTICAS PÚBLICAS
• Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas: Atenção Básica;
atenção especializada (ambulatorial especializada; hospitalar e urgência e
emergência); sistemas de apoio; sistemas logísticos e regulação.
ALTA
COMPLEXIDADE
MÉDIA
COMPLEXIDADE
ATENÇÃO BÁSICA
NOTA
A Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência e o Plano “Viver sem Limites” (cuidados
intersetoriais, que também envolvem vários ministérios para a atenção à pessoa com
deficiência).
47
UNIDADE 1 — SAÚDE PÚBLICA, SUS E APS
DICAS
FONTE: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/redes_
de_atencao_saude.pdf>. Acesso em: 9 nov. 2020.
4 POLÍTICAS PÚBLICAS
A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) é resultado da experiência
acumulada por um conjunto de atores envolvidos historicamente com o
desenvolvimento e a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS), como
movimentos sociais, população, trabalhadores e gestores das três esferas de
governo. A Portaria n° 2436, de 21 de setembro de 2017, define a organização
em Redes de Atenção à Saúde (RAS) como estratégia para um cuidado integral
e direcionado às necessidades de saúde da população, destaca a Atenção Básica
como primeiro ponto de atenção e porta de entrada preferencial do sistema, que
deve ordenar os fluxos e contrafluxos de pessoas, produtos e informações em
todos os pontos de atenção à saúde (BRASIL, 2017).
48
TÓPICO 3 — SUS E POLÍTICAS PÚBLICAS
49
UNIDADE 1 — SAÚDE PÚBLICA, SUS E APS
4.1.1 NASF
A Portaria n° 2.488/2011, em 30 de agosto de 2017, no ANEXO/CAPÍTULO
I – DAS DISPOSIÇÕES GERAIS DA ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE, define o
NASF (Núcleo de Apoio à Saúde e à Família) (BRASIL, 2017):
50
TÓPICO 3 — SUS E POLÍTICAS PÚBLICAS
c.
Realizar discussão de casos, atendimento individual, compartilhado,
interconsulta, construção conjunta de projetos terapêuticos, educação
permanente, intervenções no território e na saúde de grupos populacionais
de todos os ciclos de vida, e da coletividade, ações intersetoriais, ações de
prevenção e promoção da saúde, discussão do processo de trabalho das equipes
dentre outros, no território.
51
UNIDADE 1 — SAÚDE PÚBLICA, SUS E APS
DICAS
Conheça:
52
TÓPICO 3 — SUS E POLÍTICAS PÚBLICAS
LEITURA COMPLEMENTAR
53
UNIDADE 1 — SAÚDE PÚBLICA, SUS E APS
54
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
55
AUTOATIVIDADE
1. Rede Cegonha.
2. Rede de Atenção às Urgências e Emergências (RUE).
3. Rede de Atenção Psicossocial (Raps).
4. Rede de Cuidado à Pessoa com Deficiência.
5. Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas.
56
REFERÊNCIAS
AGUIAR, Z. N. SUS: Sistema Único de Saúde: antecedentes, percurso,
perspectivas e desafios. São Paulo: Martinari, 2011.
57
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: texto constitucional
promulgado em 5 de outubro de 1988, com as alterações adotadas pelas
Emendas Constitucionais nos 1/1992 a 68/2011, pelo Decreto Legislativo n°
186/2008 e pelas Emendas Constitucionais de Revisão nos 1 a 6/1994. Brasília:
Câmara dos Deputados; Edições Câmara, 2012.
58
PAIM, J.; TRAVASSOS, C.; ALMEIDA, C.; BAHIA, L.; MACINKO, J. O sistema
de saúde brasileiro: história, avanços e desafios. The Lancet, v.1, n.377, p. 11-
31, 2012. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/artigos/artigo_saude_
brasil_1.pdf. Acesso em: 1 de maio de 2020.
SCMP. Santa Casa Misericórdia dos Passos. A história das santas casas. 2020.
Disponível em: http://www.scmp.org.br/materia/61/a-historia-das-santas-casas.
Acesso em: 20 abr. 2020.
59
60
UNIDADE 2 —
AS LEGISLAÇÕES DO SISTEMA
ÚNICO DE SAÚDE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer a lei que foi e até hoje é utilizada como base para propostas e
formulações de novas políticas de saúde, a Lei n° 8.080/90;
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
61
62
TÓPICO 1 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Para que você entenda como chegamos às leis, programas e políticas
públicas da área da saúde e das outras áreas, é preciso compreender de onde se
originam, e, para isso, vamos falar rapidamente da estrutura do Estado brasileiro.
DICAS
63
UNIDADE 2 — AS LEGISLAÇÕES DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Diante disso, fica fácil concluir que o tipo de federação adotado no Brasil,
o federalismo de terceiro grau, permite que os três entes federados, União,
Estados e Municípios, possam criar leis e organizar seus próprios serviços, pois
possuem autonomia administrativa.
2 A CONSTITUIÇÃO DE 1988
Como acabamos de falar da forma de governo República, possui uma
Constituição, a Constituição da República. Você sabe o que é uma Constituição?
Segundo Manoel Gonçalves Ferreira Filho, advogado, político e professor da área
de Direito, a Constituição é um conjunto normas que se referem à forma do Estado,
à forma do governo, a forma de alcançar e de exercer o poder, a organização de
seus órgãos e os limites da sua ação (QUEIROZ, 2018).
64
TÓPICO 1 — A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 – QUANDO TUDO COMEÇOU
Mas afinal, o que quer dizer esse acesso universal? Quer dizer que todos
os cidadãos brasileiros têm direito a ter acesso aos serviços de saúde no Brasil,
independentemente da sua condição financeira, raça, religião, posição social, ou
qualquer fator que possa vir a ser alvo de descriminação (MATTA, 2009).
65
UNIDADE 2 — AS LEGISLAÇÕES DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
NOTA
66
TÓPICO 1 — A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 – QUANDO TUDO COMEÇOU
Ainda, com relação ao Art. 198 da CF, há, nos parágrafos 4°, 5° e 6°,
informações da possibilidade de contratação de agentes comunitários de saúde
(ACS) e agentes de endemias através de processo seletivo. Ainda, devem existir
leis que regulamentem o regime jurídico, piso salarial, plano de carreira etc. para
esse cargo (BRASIL, 1988). O caput do Art. 199 menciona que a assistência à saúde
é livre à iniciativa privada, e continua:
67
UNIDADE 2 — AS LEGISLAÇÕES DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
ATENCAO
68
TÓPICO 1 — A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 – QUANDO TUDO COMEÇOU
Essa última chegou a ser mudada em 2015, já que, no fim do § 3°, está
escrito “salvo casos previstos em lei”, mas, em 2018, já voltou a ser proibida
novamente, devido ao conflito de interesses que poderia haver nesses casos, já que
as mesmas empresas que são donas de operadoras de planos de saúde poderiam
gerir os serviços do SUS, e não seria vantajoso que o SUS oferecesse bons serviços,
já que assim não venderiam tantos planos de saúde, diminuindo o faturamento.
O último artigo da CF, que trata diretamente da saúde, é o Art. 200, que
menciona o que compete ao SUS:
Nesse artigo, nós conseguimos ver, de forma bem ampla, quais são as
competências do Sistema Único de Saúde. No próximo tópico, abordaremos a Lei
n° 8.080/90, que detalha o funcionamento e as competências do SUS, inclusive,
repete alguns dispositivos da CF.
69
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
70
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Em caráter suplementar.
b) ( ) Em caráter complementar.
c) ( ) Em caráter extraordinário.
d) ( ) Em caráter livre.
e) ( ) Somente em caráter temporário.
71
72
TÓPICO 2 —
UNIDADE 2
LEI No 8.080/90
1 INTRODUÇÃO
Este tópico trata de uma das leis mais importantes para o Sistema de
Saúde brasileiro, a lei 8.080/90. Existem duas leis consideradas “bases” para
todas as políticas e programas de saúde do SUS, a Lei n° 8.080/90 a Lei n°
8.142/90 (que estudaremos no tópico 3). A primeira estabelece diretrizes para
organização e funcionamento do sistema, e a segunda pontua como devem ser
o financiamento e a participação da população nas questões de saúde do país.
Muitos se referem a elas, principalmente, Lei n° 8.080/90, como “Lei Orgânica
do SUS”, por serem o alicerce de tudo o que se construiu e até hoje se constrói
quando o assunto é saúde.
NOTA
Você sabe o que é uma lei orgânica? As leis orgânicas mais comuns são as
municipais e estaduais, e são consideradas as leis maiores dos Municípios/Estados. São
normas que regulam a vida política daquela localidade e tratam de todos os assuntos
referentes àquele Município/Estado, portanto, são mais gerais e devem respeitar a lei
orgânica maior, a Constituição Federal.
Essas leis são muito importantes, pois são uma forma de forçar o poder
público a assumir obrigações de interesse local em favor da população, ou seja,
o mesmo ocorre com o SUS, ter uma lei orgânica que explicite, de forma geral, e
sugira que cada um dos assuntos tratados ali tenha uma lei posterior que venha
regulamentar aquela norma. Assim, é uma forma de garantir que aqueles direitos,
além dos deveres, sejam garantidos à população.
73
UNIDADE 2 — AS LEGISLAÇÕES DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
74
TÓPICO 2 — LEI No 8.080/90
75
UNIDADE 2 — AS LEGISLAÇÕES DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
AMBIENTE DE
DESEMPREGO
TRABALHO
ÁGUA E
EDUCAÇÃO ESGOTO
SERVIÇOS
PRODUÇÃO SOCIAIS
AGRÍCOLA DE SAÚDE
E DE
ALIMENTOS HABITAÇÃO
O inciso II tem um pouco de relação com o I, pois diz que um dos objetivos
do SUS é formular políticas de saúde, mas que considerem os campos econômico
e social (ou seja, os determinantes em saúde como um todo), com o objetivo de
76
TÓPICO 2 — LEI No 8.080/90
O inciso I explicita que o SUS deve executar ações de quatro grandes áreas
de atuação diferentes. Para ajudar você a lembrar com mais facilidade, elas estão
dispostas em formato de logo:
FONTE: <http://twixar.me/wFym>.
Acesso em: 6 nov. 2020
77
UNIDADE 2 — AS LEGISLAÇÕES DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
NOTA
78
TÓPICO 2 — LEI No 8.080/90
Agora que já vimos o inciso I do Art. 6°, vamos conhecer o restante das
áreas em que o SUS atua no nosso país. A seguir, você poderá ver a figura que
apresenta o Art. 6°, do II até o XI. Ele traz de uma forma bem resumida, mas
assim como está escrito na Lei n° 8.080/90, todas as ações são de responsabilidade
do SUS:
Agora, vamos ao próximo artigo, o Art. 7°, que se refere aos princípios e
diretrizes do SUS. A Lei n° 8.080/90 deixa claro que não são somente os serviços
oferecidos pelo SUS que precisam seguir essas diretrizes e obedecer a esses
princípios, mas todos os serviços privados contratados ou conveniados que
estejam participando do SUS.
79
UNIDADE 2 — AS LEGISLAÇÕES DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
E
IMPORTANT
80
TÓPICO 2 — LEI No 8.080/90
IGUALDADE EQUIDADE
FONTE: <https://talentoincluir.com.br/emprego/porque-e-dificil-contratar-pessoas-com-deficiencia-
no-brasil-do-direito-a-educacao-e-o-que-voce-tem-a-ver-com-isso/>. Acesso em: 6 nov. 2020.
Então, como você pode ver, igualdade seria dar as mesmas condições a
todas as pessoas, entretanto, é preciso considerar que as pessoas não são todas
iguais já mesmo antes do nascimento. Todos nós somos diferentes em todos
os aspectos das nossas vidas, e é preciso entender que essas diferenças estão
presentes também nas condições de vida e saúde, assim como nas necessidades
das pessoas. O direito à saúde, como já vimos anteriormente, quando falamos dos
determinantes sociais, passa pelas diferenciações sociais, e tem o compromisso
de atender à diversidade. Assim, a equidade pode ser percebida através do
atendimento às pessoas de acordo com suas carências, proporcionando mais aos
que têm mais necessidades e menos àqueles que demandam menos cuidados
(BARROS; SOUZA, 2016).
Você deve pensar “se temos que tratar as pessoas de forma desigual,
então, não é igualdade”, certo?! Contudo, é importante entender que são formas
diferentes de pensar e enxergar as situações. A igualdade considera que somos
todos iguais e, portanto, temos os mesmos direitos, e a equidade considera que já
nascemos diferentes.
Para ficar mais fácil de visualizar como isso acontece na prática, vamos a
dois exemplos bem simples. O primeiro são as políticas públicas elaboradas para
determinados grupos específicos, como idosos, gestantes, população de rua etc.
As gestantes, por exemplo, têm prioridade nos atendimentos odontológicos nas
Unidades Básicas de Saúde (UBS), que possuem Equipe de Saúde Bucal (ESB)
durante todo o período de gestação, pois existem pesquisas comprovando a
influência da saúde bucal da mãe na saúde do bebê, podendo diminuir, inclusive,
a chance de partos pré-maturos.
81
UNIDADE 2 — AS LEGISLAÇÕES DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
V- direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde: expõe o direito das
pessoas atendidas a terem acesso a todas as informações referentes a sua saúde,
desde o diagnóstico, as opções de tratamento, o prognóstico, até mesmo cópia do
prontuário e dos seus exames, que podem ser requeridos a qualquer momento.
NOTA
Você sabe o que é o prognóstico que o inciso V do Art. 7° diz que todos têm
o direito de saber?
82
TÓPICO 2 — LEI No 8.080/90
NOTA
83
UNIDADE 2 — AS LEGISLAÇÕES DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Você concorda que a realidade que se vive, não apenas com relação à
saúde, em um município do Rio Grande do Sul, é totalmente diferente da que
se vive em um município do interior da Bahia, por exemplo, portanto, não é
possível que sejam praticados exatamente as mesmas ações e serviços de saúde
nesses dois lugares. Percebe-se que essa distância dificultava muito a tomada
de decisões assertivas, já que era muito difícil, para os gestores que estavam em
Brasília, conhecerem a realidade de cada local do país. Delegar as decisões para
os gestores que estariam mais próximos da realidade de cada município fazia
mais sentido, então, nasceu uma das três diretrizes do SUS, a descentralização.
Perceba que a Lei n° 8.080/90 deixa claro que, apesar de haver essa
descentralização, ela terá apenas uma direção em cada esfera de governo, ou seja,
nos Estados, somente a Secretaria de Estado de Saúde será responsável por fazer
essa gestão, e mais nenhum outro órgão.
Na alínea “a” do inciso IX do Art. 7°, você pode perceber que a Lei n° 8.080/90
já determina que essa descentralização deve ter seu enfoque nos municípios, ou seja,
permite que o município tenha mais autonomia nas decisões de planejamento e
alocação dos recursos, assim como mais responsabilidades também.
84
TÓPICO 2 — LEI No 8.080/90
UNIDADES DE SAÚDE
HOSPITAIS GERAIS
ATENÇÃO
85
UNIDADE 2 — AS LEGISLAÇÕES DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Regiões de Saúde
Mananciais São Paulo
86
TÓPICO 2 — LEI No 8.080/90
Princípios e Diretrizes
Princípios Doutrinários
Princípios Organizativos
Regionalização Descentralização
Hierarquização
Participação
Popular
FONTE: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4189794/mod_resource/content/1/
Semin%C3%A1rio%20G5.pdf>. Acesso em: 6 nov. 2020.
87
UNIDADE 2 — AS LEGISLAÇÕES DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
ATENCAO
Lembre-se de que já falamos de que a equidade não está descrita na lei, mas
perceba que ela se faz presente, inclusive, nos princípios doutrinários em diversos textos e
referências bibliográficas, tamanha a sua importância.
Passando para o próximo artigo mais relevante, o Art. 9°, este menciona
que a direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é única [...], sendo exercida em
cada esfera de governo pelos seguintes órgãos:
Estados e
União: Municípios:
Distrito Federal:
Ministério da Secretaria
Secretaria
Saúde de Saúde
de Saúde
88
TÓPICO 2 — LEI No 8.080/90
FEDERAL
ESTADUAL
MUNICIPAL
Do Art. 19° A até o Art. 19° I, são tratados assuntos referentes à saúde
indígena, o famoso Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, e não existiam na
data de promulgação da lei (1990), foram temas acrescentados somente em 1999,
com a promulgação de uma lei específica. Resumidamente, esses artigos trazem
três pontos importantes:
89
UNIDADE 2 — AS LEGISLAÇÕES DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
• O Subsistema de Saúde Indígena não deve ser separado das outras ações e
serviços de saúde do SUS, muito pelo contrário, os serviços ofertados pelos
Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DISEI) devem estar articulados com o
restante do SUS.
• Os serviços oferecidos para a população indígena devem considerar suas
características para que consigam promover cuidado adequado.
• O responsável pelo financiamento do Subsistema de Saúde Indígena é a esfera
federal, entretanto, os Estados e Municípios devem participar de alguma forma,
principalmente, em regiões onde a população indígena seja predominante.
FONTE: <https://portalhospitaisbrasil.com.br/adaptado-a-cultura-indigena-hospital-bom-pastor-
atende-no-meio-da-floresta-em-rondonia/>. Acesso em: 6 nov. 2020
90
TÓPICO 2 — LEI No 8.080/90
91
UNIDADE 2 — AS LEGISLAÇÕES DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
92
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
93
AUTOATIVIDADE
a) ( ) I, II e III.
b) ( ) I, III e IV.
c) ( ) II e III.
d) ( ) I, II e IV.
e) ( ) I, II, III e IV.
a) ( ) I, II e III.
b) ( ) I, III e IV.
c) ( ) II e III.
d) ( ) I, II e IV.
e) ( ) I, II, III e IV.
94
4 O inciso IV do Art. 7° da Lei n° 8.080/90 se refere a igualdade. Nele está
previsto que a assistência à saúde deve ser prestada de forma igualitária,
sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie. Apesar de o texto da
lei 8.080/90 não tratar sobre a equidade, este é um tema muito discutido na
atualidade. Descreva a diferença entre igualdade e equidade:
95
96
TÓPICO 3 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, até agora, você conheceu a Legislação do SUS, o Sistema
Único de Saúde (SUS), que é regulamentado pelas leis orgânicas da saúde 8.080/90,
compreendendo os contextos histórico e político nos quais se deu início o sistema
de saúde do nosso país. Ainda, visualizou o texto constitucional, no que diz
respeito à saúde.
Nos tópicos anteriores, você conheceu a lei que foi e até hoje é utilizada
como base para propostas e formulações de novas políticas de saúde, a Lei n°
8.080/90, assim, neste tópico, estudará e entenderá outra importante lei do SUS,
a Lei n° 8.142/90.
TUROS
ESTUDOS FU
2 LEI No 8.142/90
Antes de desdobrarmos e entendermos melhor do que se trata a Lei n°
8.142/90, vamos entender o que é participação popular?
97
UNIDADE 2 — AS LEGISLAÇÕES DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
I- a Conferência de Saúde;
II- o Conselho de Saúde.
Para entender ainda mais do que trata o artigo 1°, preste atenção nos
incisos a seguir:
98
TÓPICO 3 — LEI Nº 8.142/90 NORMATIZAR AS TRANSFERÊNCIAS DE RECURSOS FINANCEIROS ENTRE OS ÓRGÃOS
INTERGOVERNAMENTAIS E A PARTICIPAÇÃO POPULAR E CONTROLE SOCIAL NO SUS
DICAS
FONTE: <http://postodesaudemariocovas.comunidades.net/controle-social-e-participacao-
popular Acesso 03/05/2020>. Acesso em: 6 nov. 2020.
99
UNIDADE 2 — AS LEGISLAÇÕES DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
I- Fundo de Saúde;
II- Conselho de Saúde, com composição paritária, de acordo com o Decreto n°
99.438, de 7 de agosto de 1990;
III- plano de saúde;
IV- relatórios de gestão que permitam o controle de que trata o § 4° do Art. 33 da
Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990;
V- contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orçamento;
VI- comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS),
previsto o prazo de dois anos para sua implantação.
100
TÓPICO 3 — LEI Nº 8.142/90 NORMATIZAR AS TRANSFERÊNCIAS DE RECURSOS FINANCEIROS ENTRE OS ÓRGÃOS
INTERGOVERNAMENTAIS E A PARTICIPAÇÃO POPULAR E CONTROLE SOCIAL NO SUS
NOTA
Como são formados os Conselhos? São formados por pessoas que frequentam e
trabalham na unidade de saúde, mas como é difícil ter todos presentes nas reuniões, são
eleitos representantes dos trabalhadores, dos usuários e o gestor.
- Usuários – são escolhidos por meio de votação realizada na unidade de saúde, pelos
moradores da região.
- Trabalhadores – são escolhidos por meio de votação ou aclamação realizada na unidade
de saúde, pelos trabalhadores dessa unidade.
- Gestores – o gerente é Conselheiro permanente e indica outros profissionais que possam
representá-lo nas reuniões, inclusive, com capacidade de decisão.
Portanto, grandes desafios são apontados aos conselhos, porém, é importante garantir
o caráter deliberativo do Conselho; a paridade real de obstáculos; o caráter deliberativo; que
cheguem, aos usuários, as decisões do Conselho; e a fiscalização e o controle por parte dos
movimentos populares, representatividade dos representantes, infraestrutura.
101
UNIDADE 2 — AS LEGISLAÇÕES DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
NOTA
Diante de tudo isso, para facilitar o seu entendimento e se aproximar mais dessa
realidade, visualizaremos uma reunião do Conselho de Saúde.
102
TÓPICO 3 — LEI Nº 8.142/90 NORMATIZAR AS TRANSFERÊNCIAS DE RECURSOS FINANCEIROS ENTRE OS ÓRGÃOS
INTERGOVERNAMENTAIS E A PARTICIPAÇÃO POPULAR E CONTROLE SOCIAL NO SUS
FONTE: <http://www.santaonline.com.br/gnet/secao/noticia/noticia_gnet.
asp?id=401&idNoticia=23015>. Acesso em: 4 maio 2020.
FONTE: <https://www.ataqueaoscofrespublicos.com/noticias/presidente-do-conselho-de-
saude-e-alvo-de-representacao-no-mp/>. Acesso em: 4 maio 2020.
DICAS
Você sabia que as Ouvidorias do SUS são espaços em que a população pode
propor melhorias, sugestões, reclamações e eventuais denúncias? Acesse o serviço pelo
Disque-Saúde: 136.
103
UNIDADE 2 — AS LEGISLAÇÕES DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
• Internet: Formulário Web
• Telefone – 136 (ligação gratuita)
104
TÓPICO 3 — LEI Nº 8.142/90 NORMATIZAR AS TRANSFERÊNCIAS DE RECURSOS FINANCEIROS ENTRE OS ÓRGÃOS
INTERGOVERNAMENTAIS E A PARTICIPAÇÃO POPULAR E CONTROLE SOCIAL NO SUS
105
UNIDADE 2 — AS LEGISLAÇÕES DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
DICAS
FONTE: <http://www.saude.gov.br/images/pdf/2014/abril/22/cartilha-ouvidoria-do-
sus-2014.pdf>. Acesso em: 15 maio 2020.
106
TÓPICO 3 — LEI Nº 8.142/90 NORMATIZAR AS TRANSFERÊNCIAS DE RECURSOS FINANCEIROS ENTRE OS ÓRGÃOS
INTERGOVERNAMENTAIS E A PARTICIPAÇÃO POPULAR E CONTROLE SOCIAL NO SUS
FONTE: <https://ctb.org.br/noticias/brasil/so-tem-direitos-na-constituicao-cidada-nao-tem-
direitos-la-diz-ministro-interino-da-saude/>. Acesso em: 9 maio 2020.
107
UNIDADE 2 — AS LEGISLAÇÕES DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
DICAS
108
TÓPICO 3 — LEI Nº 8.142/90 NORMATIZAR AS TRANSFERÊNCIAS DE RECURSOS FINANCEIROS ENTRE OS ÓRGÃOS
INTERGOVERNAMENTAIS E A PARTICIPAÇÃO POPULAR E CONTROLE SOCIAL NO SUS
Para fazer isso, a Lei n° 8.080 estabelece normas, deveres e obrigações para
o Estado em suas várias esferas e para a iniciativa privada, que deve atuar de
forma complementar ao serviço público.
109
UNIDADE 2 — AS LEGISLAÇÕES DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
O artigo sexto ainda cita: são direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho,
a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e
à infância, a assistência aos desamparados na forma desta Constituição, incluindo
informações da participação do SUS:
110
TÓPICO 3 — LEI Nº 8.142/90 NORMATIZAR AS TRANSFERÊNCIAS DE RECURSOS FINANCEIROS ENTRE OS ÓRGÃOS
INTERGOVERNAMENTAIS E A PARTICIPAÇÃO POPULAR E CONTROLE SOCIAL NO SUS
• a educação
• a saúde
• o trabalho
• a moradia
• o lazer
• a segurança
• a previdência social
• a proteção à maternidade e à infância
• a assistência aos desamparados
Os Direitos Sociais, além de ser uma questão certa de prova dos próximos
certames, é motivo de abraçar a causa e divulgar esse novo princípio, garantindo,
àquelas que sofrem a tão terrível violência doméstica, um serviço especializado,
no nível da prevenção terciária.
A saúde tem sido referida como o bem mais precioso de uma nação,
sendo responsabilidade de todos – Estado e sociedade. Nessa estrutura, de um
lado, está a emergência das necessidades da população em relação à saúde, e, do
111
UNIDADE 2 — AS LEGISLAÇÕES DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
112
TÓPICO 3 — LEI Nº 8.142/90 NORMATIZAR AS TRANSFERÊNCIAS DE RECURSOS FINANCEIROS ENTRE OS ÓRGÃOS
INTERGOVERNAMENTAIS E A PARTICIPAÇÃO POPULAR E CONTROLE SOCIAL NO SUS
DICAS
NOTA
O Pacto pela Saúde tem duas legislações fundamentais que são duas portarias
que você não pode deixar de estudar. A primeira é a referência é BRASIL. Ministério da
Saúde .Portaria n° 399/GM, de 22 fevereiro de 2006. Brasília: Ministério da Saúde, 23 fev
2006. Seção 1, p . 43-51.
113
UNIDADE 2 — AS LEGISLAÇÕES DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Essa portaria organiza o pacto pela saúde nas suas três dimensões:
Pacto em defesa do SUS: o próprio nome diz, “em defesa do SUS”. Vem
com uma força ideológica para resgatar um sistema de saúde que foi criado na
década de 1980 e que precisa, a cada dia, ser fortalecido, principalmente, pelo
controle social e garantia dos recursos financeiros.
DICAS
114
TÓPICO 3 — LEI Nº 8.142/90 NORMATIZAR AS TRANSFERÊNCIAS DE RECURSOS FINANCEIROS ENTRE OS ÓRGÃOS
INTERGOVERNAMENTAIS E A PARTICIPAÇÃO POPULAR E CONTROLE SOCIAL NO SUS
Pacto pela Vida, Pacto em defesa do SUS, Pacto pela Gestão do SUS.
115
UNIDADE 2 — AS LEGISLAÇÕES DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
116
TÓPICO 3 — LEI Nº 8.142/90 NORMATIZAR AS TRANSFERÊNCIAS DE RECURSOS FINANCEIROS ENTRE OS ÓRGÃOS
INTERGOVERNAMENTAIS E A PARTICIPAÇÃO POPULAR E CONTROLE SOCIAL NO SUS
7 RESOLUÇÃO 333/2003
Caro acadêmico, vamos conhecer mais essa resolução, pois temos certeza
de que também ampliará seu entendimento e reforçará o papel e a importância
do Conselho. Vamos lá?!
117
UNIDADE 2 — AS LEGISLAÇÕES DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Terceira Diretriz:
Poderão ser contempladas, dentre outras, as seguintes representações:
a) de associações de portadores de patologias;
b) de associações de portadores de deficiências;
c) de entidades indígenas;
d) de movimentos sociais e populares organizados;
e) movimentos organizados de mulheres na saúde;
f) de entidades de aposentados e pensionistas;
g) de entidades congregadas de sindicatos, centrais sindicais, confederações e
federações de trabalhadores urbanos e rurais;
h) de entidades de defesa do consumidor;
i) de organizações de moradores;
j) de entidades ambientalistas;
k) de organizações religiosas;
l) de trabalhadores da área da saúde: associações, sindicatos, federações,
confederações e conselhos de classe;
m) da comunidade científica;
n) de entidades públicas, de hospitais universitários e hospitais campo de
estágio, de pesquisa e desenvolvimento;
o) de entidades patronais;
p) de entidades dos prestadores de serviço de saúde;
q) de Governo.
118
TÓPICO 3 — LEI Nº 8.142/90 NORMATIZAR AS TRANSFERÊNCIAS DE RECURSOS FINANCEIROS ENTRE OS ÓRGÃOS
INTERGOVERNAMENTAIS E A PARTICIPAÇÃO POPULAR E CONTROLE SOCIAL NO SUS
Quinta Diretriz:
COMPETÊNCIA DOS CONSELHOS DE SAÚDE
119
UNIDADE 2 — AS LEGISLAÇÕES DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
FONTE: <http://laticsufcg.blogspot.com/2015/06/conselhos-de-saude-como-estrategia-de.html>.
Acesso em: 9 maio 2020.
120
TÓPICO 3 — LEI Nº 8.142/90 NORMATIZAR AS TRANSFERÊNCIAS DE RECURSOS FINANCEIROS ENTRE OS ÓRGÃOS
INTERGOVERNAMENTAIS E A PARTICIPAÇÃO POPULAR E CONTROLE SOCIAL NO SUS
FONTE: <http://elexemplos.com/2019/04/exemplo-de-controle-social-na-saude.html>.
Acesso em: 15 jan. 2021.
121
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
122
• A Lei 8.080/90, que instituiu o Sistema Único de Saúde. Este é constituído
pelo conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições
públicas federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta e
das fundações mantidas pelo poder público.
• O Pacto pela Saúde de 2006, que vem com uma nova proposta de organização
do sistema, de uma gestão compartilhada e solidária, considerando as
diferenças regionais, a organização de regiões sanitárias, de modo a garantir
um atendimento integral de qualidade ao indivíduo. Promove, também,
mecanismos de cogestão e planejamento regional, fortalece o controle social, e
vem com uma proposta de cooperação técnica entre os gestores.
CHAMADA
123
AUTOATIVIDADE
I- A Conferência de Saúde
II- O Conselho de Saúde
A sequência CORRETA é:
a) ( ) I, II e III estão corretas.
b) ( ) I e II estão corretas.
c) ( ) II e III estão corretas.
d) ( ) I e III estão corretas.
e) ( ) Somente a III está correta.
2 O Artigo 196 fala da saúde como direito de todos, e também, como dever
do Estado, garantir a saúde por meio de políticas sociais e econômicas. O
objetivo é reduzir o risco de doença com acesso universal e igualitário às
ações de proteção e recuperação.
124
I- Cabe, ao poder público, regulamentar, fiscalizar e controlar o sistema de
saúde, devendo, a sua execução, ser feita diretamente ou por meio de terceiros.
II- As ações e os serviços públicos de saúde não integram uma
rede regionalizada e hierarquizada, e não são constituídos como um
sistema único organizado pelas seguintes diretrizes: descentralização e
atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas. O
Sistema Único de Saúde é financiado com recursos da Seguridade Social,
da União, dos Estados e dos Municípios e outras fontes.
III- A assistência à saúde não é livre à iniciativa privada, além de que não
pode complementar o SUS.
A sequência CORRETA é:
a) ( ) I, II e III estão corretas.
b) ( ) I e II estão corretas.
c) ( ) II e III estão corretas.
d) ( ) Somente a II está correta.
e) ( ) Somente a I está correta.
4 Descreva como contribuiu o Pacto pela Saúde de 2006 para o SUS, e como
vem com uma nova proposta de organização do sistema:
125
126
REFERÊNCIAS
127
DE ANGELO, V. A. História do Brasil: Constituição de 1988. 2011. Disponível
em: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia-brasil/constituicao-de-1988-
1-contexto-historico-e-politico.htm. Acesso em: 9 nov. 2020.
128
UNIDADE 3 —
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da
unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar todo o
conteúdo apresentado.
CHAMADA
129
130
TÓPICO 1 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, você aprenderá que, ao longo da história, existiram várias
explicações e várias formas de intervenção acerca da loucura. Essas diferenças
foram influenciadas pelo contexto sociopolítico de cada época e, também, pelo
avanço da construção do conhecimento pela humanidade.
131
UNIDADE 3 — SAÚDE COLETIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE DA MENTE
132
TÓPICO 1 — CONCEPÇÃO DE LOUCURA AO LONGO DA HISTÓRIA
133
UNIDADE 3 — SAÚDE COLETIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE DA MENTE
DICAS
134
TÓPICO 1 — CONCEPÇÃO DE LOUCURA AO LONGO DA HISTÓRIA
135
UNIDADE 3 — SAÚDE COLETIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE DA MENTE
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Philippe_Pinel_%C3%A0_la_
Salp%C3%AAtri%C3%A8re_.jpg>. Acesso em: 26 fev. 2020.
136
TÓPICO 1 — CONCEPÇÃO DE LOUCURA AO LONGO DA HISTÓRIA
Percebe-se que, da Idade Antiga até a metade do século XX, houve uma
mudança na compreensão da etiologia da loucura, e, apesar de surgirem algumas
novas tecnologias, como medicamentos e lobotomias, há algo que se mantém
recorrente na oferta de atenção à loucura: o manicômio.
137
UNIDADE 3 — SAÚDE COLETIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE DA MENTE
138
TÓPICO 1 — CONCEPÇÃO DE LOUCURA AO LONGO DA HISTÓRIA
139
UNIDADE 3 — SAÚDE COLETIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE DA MENTE
CIDADE HOSPITAL
FONTE: A autora
140
TÓPICO 1 — CONCEPÇÃO DE LOUCURA AO LONGO DA HISTÓRIA
141
UNIDADE 3 — SAÚDE COLETIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE DA MENTE
3.5 ANTIPSIQUIATRIA
A Antipsiquiatria, na Inglaterra, surgiu por influência da Psicoterapia
Institucional, porém, foi incrementada por referências, como existencialismo,
sociologia, materialismo histórico e psicanálise. Nesse cenário, sua proposta não
se limitava a transformar o hospital, mas, também, combater a concepção de
doença mental (AMARANTE, 2003a).
Por essa concepção, a loucura não era considerada uma doença mental,
nos termos biológicos, e muito menos uma categoria médica, pelo contrário, o
discurso do louco era considerado uma denúncia a respeito dos conflitos inerentes
à família e à sociedade (AMARANTE, 2003a; ROSA; SCHARF, 2008).
Com o passar dos anos, percebeu que esse modelo precisava mais do
que medidas administrativas ou de humanização. Fundamentalmente,
a partir do contato com as obras de Foucault e Erving Goffman, Basaglia
entendeu que a luta deveria ser de outra ordem: teve início o período de
negação da psiquiatria enquanto ideologia. Basaglia passou a formular
um pensamento e uma prática institucional absolutamente originais,
142
TÓPICO 1 — CONCEPÇÃO DE LOUCURA AO LONGO DA HISTÓRIA
143
UNIDADE 3 — SAÚDE COLETIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE DA MENTE
DICAS
O filme Si Púo Fare (Dá Pra fazer), dirigido por Giulio Manfredonia, em 2008,
retrata a transformação na vida de internos de um manicômio, a partir do momento em
que foram consideradas suas necessidades humanas mais básicas: amor, relacionamento e
trabalho. O filme foi inspirado nas diversas cooperativas de trabalho que surgiram na Itália.
É uma excelente forma de entender como um novo modelo de assistência para a loucura
pode ser terapêutico.
144
TÓPICO 1 — CONCEPÇÃO DE LOUCURA AO LONGO DA HISTÓRIA
DICAS
145
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Cerca de 200 anos após a tomada da loucura pela psiquiatria, no período pós-
Segunda Guerra Mundial, a assistência psiquiátrica e os manicômios foram
comparados a campos de concentração do nazismo, e isso estimulou o início
de reformas psiquiátricas internacionais.
146
AUTOATIVIDADE
147
3 O questionamento do paradigma psiquiátrico e o início das reformas
psiquiátricas internacionais foram desencadeados por eventos mundiais
significativos. A respeito dos eventos que desencadearam as referidas
reformas psiquiátricas, avalie as afirmativas a seguir:
148
TÓPICO 2 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, nós estudaremos as influências históricas, teóricas e
assistenciais que contribuíram para o processo da Reforma Psiquiátrica Brasileira.
Iniciaremos com um resgate histórico no trato com a loucura no período colonial,
passando pela chegada da família real portuguesa até a Proclamação da República.
149
UNIDADE 3 — SAÚDE COLETIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE DA MENTE
150
TÓPICO 2 — REFORMA PSIQUIÁTRICA BRASILEIRA
151
UNIDADE 3 — SAÚDE COLETIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE DA MENTE
DICAS
O livro Colônia: Uma Tragédia Silenciosa, organizado por Jairo Furtado Toledo
(2008), reúne relatos de diversas personalidades envolvidas no cenário da psiquiatria
mineira entre a década de 1950 a 1970. Ilustrado com imagens do fotógrafo Luiz Alfredo,
a obra retrata as condições degradantes as quais milhares de pessoas foram submetidas
enquanto estavam internadas nessa instituição.
152
TÓPICO 2 — REFORMA PSIQUIÁTRICA BRASILEIRA
DICAS
153
UNIDADE 3 — SAÚDE COLETIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE DA MENTE
154
TÓPICO 2 — REFORMA PSIQUIÁTRICA BRASILEIRA
NOTA
155
UNIDADE 3 — SAÚDE COLETIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE DA MENTE
NOTA
156
TÓPICO 2 — REFORMA PSIQUIÁTRICA BRASILEIRA
157
UNIDADE 3 — SAÚDE COLETIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE DA MENTE
158
TÓPICO 2 — REFORMA PSIQUIÁTRICA BRASILEIRA
159
UNIDADE 3 — SAÚDE COLETIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE DA MENTE
No artigo 5°, a lei trata das pessoas com histórico de longas internações
(superior a dois anos) e/ou pessoas com grave dependência institucional. O artigo
afirma que há política específica para essas situações, que trabalham com alta
planejada e reabilitação psicossocial assistida. As Residências Terapêuticas e o
Programa de Volta para Casa, que veremos posteriormente, fazem parte dessas
políticas (BRASIL, 2001; BRASIL, 2004a).
160
TÓPICO 2 — REFORMA PSIQUIÁTRICA BRASILEIRA
161
UNIDADE 3 — SAÚDE COLETIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE DA MENTE
162
TÓPICO 2 — REFORMA PSIQUIÁTRICA BRASILEIRA
NOTA
Regime semi-intensivo: refere-se a pessoas que frequentam o serviço três vezes por semana.
Regime não intensivo: refere-se a pessoas que frequentam o serviço uma vez por semana
ou para atendimentos pontuais.
5 ESTRATÉGIAS DE DESINSTITUCIONALIZAÇÃO
No ideário do processo de desinstitucionalização pautado pela reforma
psiquiátrica brasileira, duas estratégias merecem destaque: Serviços Residenciais
Terapêuticos e o Programa de Volta para Casa.
As casas devem ser localizadas em meio urbano, isto é, não devem ser
geograficamente isoladas, e cada uma pode receber até oito moradores que, além
da equipe que trabalha na residência, terão a atenção básica como referência
para questões clínicas e o CAPS da região como suporte para o tratamento da
saúde mental. Nas ações terapêuticas, devem ser consideradas as singularidades
de cada morador, além das necessidades coletivas. É fundamental que cada
morador tenha um técnico de referência para auxiliá-lo no projeto terapêutico
(BRASIL, 2004a).
O processo de reabilitação psicossocial deve buscar, de modo especial,
a inserção do usuário na rede de serviços, organizações e relações
sociais da comunidade. Ou seja, a inserção em um SRT é o início
de longo processo de reabilitação que deverá buscar a progressiva
inclusão social do morador (BRASIL, 2004a, p. 6).
163
UNIDADE 3 — SAÚDE COLETIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE DA MENTE
DICAS
Para que a pessoa tenha direito a receber o auxílio, ela precisa apresentar
condições clínicas e sociais de ter alta hospitalar e residir com a família, ou em
uma residência terapêutica. Ainda, ser acompanhada pelo CAPS do território
ou outro serviço de saúde mental de base comunitária. O benefício é suspenso
em caso de óbito, reinternação em hospital psiquiátrico ou quando o beneficiado
alcança grau de autonomia, que o possibilita se manter financeiramente (BRASIL,
2003a). O valor estabelecido, em 2003, era de R$ 240 mensais. Atualmente, o valor
pago é de R$ 412 (NUNES et al., 2019).
164
TÓPICO 2 — REFORMA PSIQUIÁTRICA BRASILEIRA
NOTA
DICAS
165
UNIDADE 3 — SAÚDE COLETIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE DA MENTE
166
TÓPICO 2 — REFORMA PSIQUIÁTRICA BRASILEIRA
NOTA
167
UNIDADE 3 — SAÚDE COLETIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE DA MENTE
característica iatrogênica das internações, uma vez que a maioria das pessoas não
saía mais dos hospitais, além das frequentes denúncias de maus-tratos, mortes
não esclarecidas, abandono e demais formas de violência, que salientavam a
não efetividade terapêutica das internações. O segundo problema se refere à
desassistência àqueles que não chegavam à internação e também não tinham
outra opção de tratamento fora do hospital psiquiátrico. Nesse cenário, após a
década de 1980, e, especialmente, após a promulgação da Lei n° 10.216/01, houve
um significativo incremento na oferta de serviços em saúde mental (CEBES, 2010).
168
TÓPICO 2 — REFORMA PSIQUIÁTRICA BRASILEIRA
NOTA
169
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Nos primeiros anos do século XX, a Liga Brasileira de Higiene Mental se configurou
como uma política racista, xenofóbica e eugênica de lidar com a loucura.
170
AUTOATIVIDADE
171
2 A Rede de Atenção Psicossocial, ou RAPS, foi instituída com a Portaria
n° 3088 de 23 de dezembro de 2011 e dispõe sobre a criação, ampliação e
articulação de pontos de atenção à saúde para pessoas com sofrimento ou
transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e
outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde.
172
IV- A IV CNSM retomou os princípios da desinstitucionalização, a importância
da intervenção intersetorial, a retomada a eletroconvulsoterapia com
indicações específicas para depressões graves e efetivação dos direitos
humanos.
173
174
TÓPICO 3 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, você estudará as políticas públicas de saúde mental
direcionadas às pessoas em sofrimento psíquico associadas ao uso de álcool e
outras drogas. Inicialmente serão apresentados o conceito de drogas e suas
classificações de acordo com os efeitos causados no sistema nervoso central. Em
seguida, será apresentado o paradigma do proibicionismo e da guerra às drogas
que se pautam no ideal de uma sociedade sem drogas e para isso utilizam ações
repressivas tanto ao tráfico quanto aos usuários de drogas. Posteriormente, será
estudado o paradigma da redução de danos que compreende que as drogas são
inerentes à humanidade e, a partir dessa percepção, propõe uma forma de atenção
às pessoas em sofrimento psíquico devido ao uso de álcool e outras drogas,
baseado no protagonismo e autonomia. Depois, serão apresentadas as políticas
nacionais sobre drogas. Iniciaremos fazendo um retorno ao início do século XX
em que as políticas brasileiras foram reflexos de acontecimentos internacionais
como a Conferência de Xangai (1909), a Convenção de Haia (1912) e a Lei Seca dos
Estados Unidos da América (1920-1933).
175
UNIDADE 3 — SAÚDE COLETIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE DA MENTE
176
TÓPICO 3 — POLÍTICAS DE SAÚDE MENTAL NO ÂMBITO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS
FONTE: <https://www.gov.br/planalto/pt-br/conheca-a-presidencia/acervo/simbolos-nacionais/
brasao/brasao-da-republica.jpg>. Acesso em: 18 mar. 2019.
Você já se perguntou por que uma droga é legal e outra ilegal? Quais
fatores contribuem para essa decisão? Será que uma droga que, hoje é legalizada,
já foi ilegal em algum momento? Para responder a essas perguntas, é preciso
compreender o que é proibicionismo, como ele começou e sua relação com a
guerra às drogas. A seguir, falaremos sobre isso e também sobre a Redução de
Danos, que é uma proposta alternativa à lógica proibicionista na questão do uso
de drogas e seu tratamento.
177
UNIDADE 3 — SAÚDE COLETIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE DA MENTE
DICAS
Será que esse modo de lidar com as drogas está funcionando? Vivemos em
um mundo em que as drogas não são mais um problema social? É só olharmos
o noticiário e perceberemos que as drogas são um problema que nos afeta tanto
econômica quanto socialmente.
DICAS
A premiada série Breaking Bad (2008), dirigida por Vinci Gilligan, retrata a vida
de um pacato químico, Walter White, que após um diagnóstico de câncer, resolveu produzir
metanfetamina para garantir o futuro financeiro de sua família, após sua morte. Ao longo
de cinco temporadas, é possível compreender o tamanho da organização criminosa bem
como, sua rentabilidade e violência, no comércio ilegal de drogas.
179
UNIDADE 3 — SAÚDE COLETIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE DA MENTE
DICAS
NOTA
180
TÓPICO 3 — POLÍTICAS DE SAÚDE MENTAL NO ÂMBITO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS
Conhece o ditado: “dos males, o menor”? É por essa lógica que a redução
de danos se pauta. Se não podemos acabar com todo o problema das drogas, ao
menos reduziremos alguns problemas relacionadas a elas.
DICAS
181
UNIDADE 3 — SAÚDE COLETIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE DA MENTE
NOTA
182
TÓPICO 3 — POLÍTICAS DE SAÚDE MENTAL NO ÂMBITO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS
183
UNIDADE 3 — SAÚDE COLETIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE DA MENTE
184
TÓPICO 3 — POLÍTICAS DE SAÚDE MENTAL NO ÂMBITO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS
NOTA
Dependente: pessoa que apresenta prejuízos nos aspectos físico, psicológico e social
devido ao uso de substâncias psicoativas.
185
UNIDADE 3 — SAÚDE COLETIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE DA MENTE
DICAS
186
TÓPICO 3 — POLÍTICAS DE SAÚDE MENTAL NO ÂMBITO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS
A Lei n° 11.705, de 2008, conhecida como Lei Seca, é um dos frutos da Política
Nacional sobre o Álcool. Através dessa lei, foi alterada a legislação de trânsito, com
penalidades mais severas para motoristas que dirigirem sob efeito de álcool ou outra
substância psicoativa (BRASIL, 2008; DUARTE; DALBOSCO, 2014).
187
UNIDADE 3 — SAÚDE COLETIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE DA MENTE
NOTA
188
TÓPICO 3 — POLÍTICAS DE SAÚDE MENTAL NO ÂMBITO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS
189
UNIDADE 3 — SAÚDE COLETIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE DA MENTE
190
TÓPICO 3 — POLÍTICAS DE SAÚDE MENTAL NO ÂMBITO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS
NOTA
191
UNIDADE 3 — SAÚDE COLETIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE DA MENTE
192
TÓPICO 3 — POLÍTICAS DE SAÚDE MENTAL NO ÂMBITO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS
DICAS
193
UNIDADE 3 — SAÚDE COLETIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE DA MENTE
DICAS
194
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• A Política Nacional Sobre Drogas (PNAD) teve seu primeiro texto aprovado
em 1998 e sofreu diversas revisões visando à ampliação de ações intersetoriais
e participação social.
195
• A Política Nacional do Álcool surgiu devido às inúmeras problemáticas
individuais e sociais relacionadas ao uso dessa substância. Dentre seus frutos,
pode-se considerar a promulgação da Lei Seca que alterou as punições para
motoristas embriagados.
196
AUTOATIVIDADE
197
c) ( ) As afirmativas I e IV estão corretas.
d) ( ) Somente a afirmativa II está correta.
e) ( ) As afirmativas I e II estão corretas.
4 A Redução de Danos (RD), tem sido utilizada como uma perspectiva ética
de atenção às problemáticas associadas ao uso de drogas. De uma iniciativa
para conter a contaminação por HIV, tornou-se parte de política públicas de
saúde nas últimas décadas. Entre seus princípios, está a não obrigatoriedade
da abstinência como critério de sucesso terapêutico. Discorra sobre o fato
da abstinência não ser o único objetivo da Redução de Danos.
198
TÓPICO 4 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, nós estudaremos a evolução das políticas públicas para
infância e adolescência, contemplando, desde as políticas de caráter restritivas
até as que atendem ao cuidado em saúde mental.
199
UNIDADE 3 — SAÚDE COLETIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE DA MENTE
200
TÓPICO 4 — POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE MENTAL PARA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
201
UNIDADE 3 — SAÚDE COLETIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE DA MENTE
202
TÓPICO 4 — POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE MENTAL PARA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
203
UNIDADE 3 — SAÚDE COLETIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE DA MENTE
204
TÓPICO 4 — POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE MENTAL PARA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
205
UNIDADE 3 — SAÚDE COLETIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE DA MENTE
DICAS
O texto denuncia que, apesar das mudanças legislativas que veremos a seguir,
a lógica de internação da população infantojuvenil, considerada desajustada, continua a
vigorar. Você pode conferir a reportagem em: https://brasil.elpais.com/brasil/2014/03/17/
opinion/1395072236_094434.html.
Você pode se perguntar: O que foi preciso para que essa realidade mudasse?
Como estão as políticas de saúde mental para a população infantojuvenil na
atualidade? Veremos a seguir, que apenas após o período de redemocratização do
país, foi possível estabelecer novas bases para a atenção à infância e adolescência no
campo da saúde mental.
206
TÓPICO 4 — POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE MENTAL PARA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
207
UNIDADE 3 — SAÚDE COLETIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE DA MENTE
208
TÓPICO 4 — POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE MENTAL PARA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
A SMCA deveria se orientar pelos princípios do ECA, da Lei 10.216 e dos marcos éticos da
Reforma Psiquiátrica.
A criança e o adolescente deveriam ser considerados sujeitos psíquicos e de direitos.
A política de SMCA deveria integrar a política geral de saúde mental, ter caráter intersetorial e
orientar a construção de uma rede de cuidado, de base territorial, sensível às particularidades das
crianças e adolescentes e às peculiaridades dos municípios.
A lógica do CAPS – Centro de Atenção Psicossocial (naquele momento, regulamentado apenas
para atendimento de adultos) deveria ser estendida ao cuidado de crianças e adolescentes com
problemas mentais.
A intersetorialidade deveria ser a marca distintiva e estruturante da organização da rede de
cuidados em SMCA.
As ações de cuidado deveriam se precaver contra a medicalização e institucionalização do
sofrimento mental em crianças e adolescentes, que reduziam os problemas advindos da
precariedade social a transtornos mentais.
As práticas de atenção deveriam se opor à finalidade de controle e ajustamento de conduta no
trato com a criança e adolescente.
209
UNIDADE 3 — SAÚDE COLETIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE DA MENTE
210
TÓPICO 4 — POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE MENTAL PARA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
DICAS
211
UNIDADE 3 — SAÚDE COLETIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE DA MENTE
212
TÓPICO 4 — POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE MENTAL PARA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
Dar voz àqueles que vivenciam o sofrimento psíquico e são o destino das
ações das políticas públicas, certamente é uma das fundamentais transições acerca
do lugar social da infância e adolescência, que se configurou no século XXI.
DICAS
213
UNIDADE 3 — SAÚDE COLETIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE DA MENTE
LEITURA COMPLEMENTAR
Introdução
214
TÓPICO 4 — POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE MENTAL PARA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
Origens e evolução
215
UNIDADE 3 — SAÚDE COLETIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE DA MENTE
216
TÓPICO 4 — POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE MENTAL PARA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
217
UNIDADE 3 — SAÚDE COLETIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE DA MENTE
218
TÓPICO 4 — POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE MENTAL PARA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
219
UNIDADE 3 — SAÚDE COLETIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE DA MENTE
Conclusões
FONTE: ALMEIDA, J. M. C. Política de saúde mental no Brasil: o que está em jogo nas mudanças
em curso. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 35, n. 11, e00129519, 2019. Disponível em: <http://
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2019001300502&lng=en&nrm=iso>.
Acesso em: 30 nov. 2020. Epub Oct. 31, 2019.
220
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
• A III Conferência Nacional de Saúde Mental abriu os caminhos para o olhar sobre
a infância e adolescência associado à concepção de seres em desenvolvimento e
sujeito psíquicos.
CHAMADA
221
AUTOATIVIDADE
222
I- A Liga Brasileira de Higiene Mental (LBHM) em associação com o campo
da educação, pretendia regular os comportamentos infantis a partir da
educação científica que tinha bases morais e eugênicas.
II- O Código de Menores de 1927 garantia a proteção integral a crianças e
adolescentes que estivessem expostas à violência familiar ou institucional,
mas não fazia referência às que cometiam crimes ou mendicância.
III- A Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor era composta por equipe
multiprofissional, que trabalhava com a concepção de transgressão
associada a aspectos biopsicossociais e promovia a proteção dos direitos
humanos durante a internação.
IV- O Código de Menores de 1979 tinha como finalidade a assistência, proteção
e vigilância de crianças e adolescentes e inovou na atenção à saúde mental
infanto-juvenil ao possibilitar que a internação fosse suspensa aos 21 anos
em caso de recuperação.
223
4 A III Conferência Nacional de Saúde Mental, que aconteceu em 2001, foi
um marco na concepção de infância e adolescência. Discorra sobre qual
concepção de infância e adolescência, apresentada III Conferência Nacional
de Saúde Mental foi inovadora.
224
REFERÊNCIAS
225
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n° 3.718, de 22 de novembro de 2018.
Publica lista de Estados e Municípios que receberam recursos referentes a
parcela única de incentivo de implantação dos dispositivos que compõem a
Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), e não executaram o referido recurso no
prazo determinado nas normativas vigentes. 2018 c. Disponível em: https://
www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/51521189/
do1-2018-11-23-portaria-n-3-718-de-22-de-novembro-de-2018-51521040. Acesso
em: 3 dez. 2020.
226
BRASIL. Lei n° 11.705, de 19 de junho de 2008. Altera a Lei no 9.503, de 23 de
setembro de 1997, que ‘institui o Código de Trânsito Brasileiro’, e a Lei no 9.294,
de 15 de julho de 1996, que dispõe sobre as restrições ao uso e à propaganda de
produtos fumígeros, bebidas alcoólicas, medicamentos, terapias e defensivos
agrícolas, nos termos do § 4o do art. 220 da Constituição Federal, para inibir o
consumo de bebida alcoólica por condutor de veículo automotor, e dá outras
providências. 2008. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2007-2010/2008/lei/l11705.htm. Acesso em: 3 dez. 2020.
227
BRASIL. Ministério da Saúde. A política do Ministério da Saúde para atenção
integral a usuários de álcool e outras drogas. Brasília: Ministério da Saúde,
2003b. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_
atencao_alcool_drogas.pdf. Acesso em: 6 maio 2020.
228
BRASIL. Decreto-lei n° 891, de 25 de novembro de 1938. Aprova
a lei de fiscalização de entorpecentes. 1938. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/1937-1946/Del0891.
htm#:~:text=Todo%20estabelecimento%20qu%C3%ADmico%20ou%20
farmac%C3%AAutico,Nacional%20da%20Fiscaliza%C3%A7%C3%A3o%20
de%20Entorpecentes. Acesso em: 3 dez. 2020.
229
CUNHA, C. C.; BOARINI, M. L. A infância sob a tutela do Estado:
alguns apontamentos. Psicol. Teor. Prat., São Paulo, v. 12, n. 1, p. 208-
224, 2010. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S1516-36872010000100017&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 18
abr. 2020.
230
LUCHMANN, L. H. H.; RODRIGUES, J. O movimento antimanicomial no
Brasil. Ciênc. Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 12, n. 2, p. 399-407, 2007.
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NICASTRI, S. Drogas: classificação e efeitos do organismo. In: SECRETÁRIA
NACIONAL DE POLÍTICAS SOBRE DROGAS. Prevenção do uso de drogas:
capacitação para conselheiros e lideranças comunitárias. 5. ed. Brasília: SENAD,
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231
SECRETARIA NACIONAL DE POLÍTICAS SOBRE DROGAS (SENAD).
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http://www.mds.gov.br/webarquivos/arquivo/cuidados_prevencao_
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pdf. Acesso em: 19 abr. 2020.
232