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Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1138677-18.2022.8.26.0100 e código IvOMVlwF.
Termo de Conclusão
Em 18/04/2023 11:14:29 faço estes autos conclusos à(o) MM. Juiz(a) de Direito. Eu, ,
Escrevente, Subsc.
SENTENÇA
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por LUIZ ANTONIO CARRER, liberado nos autos em 11/05/2023 às 09:23 .
Requerido: Fundo de Investimento em Direitos Creditórios Não Padronizados
NPL II
Justiça Gratuita
Vistos.
MARIA APARECIDA LOPES ajuizou a presente ação em face de FUNDO DE
INVESTIMENTO EM DIREITOS CREDITORIOS NAO PADRONIZADOS NPL II,
aduzindo, em síntese, ter tentado realizar compras a prazo em uma loja do seu bairro, porém foi
surpreendida ao descobrir que seu SCORE estava muito baixo, logo ela não conseguiria nenhuma
linha de crédito. Alega receber diversas ligações da parte ré, e estando exausto das ligações,
baixou o aplicativo do Serasa Consumidor, onde alegava que o débito é decorrente de dívidas que
totalizam o montante de R$1.704,29 (mil setecentos e quatro reais e vinte e nove centavos),
vencidas em 2005, entretanto estas prescreveram no ano de 2010. Alega que não houve notificação
da cessão de créditos ocorrida, logo alega não ter nenhum vínculo com a parte ré. Por isso, requer
a declaração de inexigibilidade do débito cobrado pela ré, o benefício da justiça gratuita, inversão
do ônus probatório e o pagamento do importe no valor de R$48.480,00 (quarenta e oito mil,
quatrocentos e oitenta reais), a título de danos morais.
Concedido o benefício da justiça gratuita às fls. 58.
A parte ré foi citada e apresentou contestação, às fls. 63/95. Preliminarmente, impugna o
pedido de justiça gratuita deferido. No mérito, sustenta que a dívida é objeto de cessão de crédito e
que a parte autora possuía dívida com o cedente ABN. Alega que a prescrição do débito somente
impede a cobrança judicial da dívida, mas que esta pode ser cobrada extrajudicialmente, alegando
ainda que seu nome não foi negativado e muito menos seu “score” alterado por causa dessa dívida.
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Por fim, requer completa improcedência da ação mediante alegação de licitude de seus atos.
Houve réplica às fls. 215.
É o relatório. Decido.
Rejeito a impugnação à concessão dos benefícios da justiça gratuita, porquanto o benefício
foi concedido após análise dos documentos da parte autora que demonstram sua hipossuficiência
econômica. A impugnação da ré foi realizada de forma genérica e com base em meras conjecturas.
Considerando que as questões de fato estão devidamente esclarecidas diante da prova
documental, havendo que se enfrentar apenas questões de direito, passo ao julgamento antecipado
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da lide, nos termos do art. 355, I do CPC.
No mérito, a ação é parcialmente procedente.
Com efeito, a controvérsia da presente demanda cinge-se à exigibilidade de dívida cobrada
pela ré através de ligações e apontamentos no nome da autora.
Narra a parte autora que foi surpreendida pela cobrança de dívidas vencidas nos anos de
2005, porém estas já prescreveram.
No que concerne às referidas dívidas, cumpre reconhecer a prescrição nos termos do art.
206, §5°, I, do Código Civil. O tempo necessário para a prescrição das dívidas apresentadas, 5
(cinco) anos, foi ultrapassado, visto que ela prescreveu no decorrer do ano de 2010
Nesta linha de raciocínio, decorrido o prazo legal, a prescrição extingue a pretensão de
inexigibilidade do débito, seja por meio judicial ou extrajudicial.
Nesse sentido:
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prescrita. E, nessa linha de pensamento, o reconhecimento da ocorrência da
prescrição não tornava ilegal a cobrança realizada. Não se produziu nos autos
qualquer demonstração de que as cobranças se deram de maneira abusiva ou
constrangedora. Ao que consta, se limitaram ao âmbito de conhecimento do
próprio autor, que negou a existência da dívida. Vale ressaltar que a inserção do
nome no portal "Serasa Limpa Nome" não caracteriza, por si só, a justificativa
para a indenização, uma vez que o referido portal somente pode ser acessado
pelo próprio devedor, não possui publicidade e apenas auxilia na negociação de
dívidas pendentes. Ademais, que não houve inserção do nome do autor no
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campo "dívidas negativadas", o que, em tese, poderia caracterizar falha na
prestação do serviço. Ação parcialmente procedente. SENTENÇA
REFORMADA. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.
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Rodrigues; Órgão Julgador: 21ª Câmara de Direito Privado; Foro de José
Bonifácio - 2ª Vara; Data do Julgamento: 29/11/2021; Data de Registro:
29/11/2021).
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inexistência do débito, pois não atinge o direito subjetivo a ele inerente, contudo,
implica na impossibilidade de exigência por meio judicial ou administrativo,
uma vez que tal pretensão deixou de ser oportunamente exercida pelo credor ou
respectivo cessionário. Imposição de obrigação de não fazer consistente na
abstenção de cobrança judicial ou extrajudicial das dívidas prescritas. Imposição
de multa por ato de descumprimento. Precedentes deste E. TJSP. Recurso
provido.
Por fim, não houve danos morais, pois não ocorreu a inclusão da parte autora nos
cadastros de órgão de proteção de crédito.
Corrobora tal conclusão o entendimento consolidado do STJ de que não há indenização
por danos morais em tais situações.
Indico abaixo o julgado do C. STJ no sentido de que a mera cobrança indevida não
configura dano moral:
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existência do dano extrapatrimonial, há de se demonstrar fatos que o caracterizem,
como a reiteração da cobrança indevida, a despeito da reclamação do consumidor,
inscrição em cadastro de inadimplentes, protesto, publicidade negativa do nome do
suposto devedor ou cobrança que o exponha a ameaça, coação, constrangimento.
2. Recurso conhecido e provido.
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(REsp 1550509/RJ, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA
TURMA, julgado em 03/03/2016, DJe 14/03/2016)
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São Paulo, 10 de maio de 2023
LUIZ ANTONIO CARRER
PM
DATA
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_____________________. Esc.
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