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Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JORGE DONIZETI SANCHEZ e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 11/08/2022 às 15:12 , sob o número WJAU22700762223
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DO JUIZADO


ESPECIAL CIVEL (JEC) DA COMARCA DE JAU - SP

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1006173-24.2022.8.26.0302 e código 983263B.
Processo nº: 1006173-24.2022.8.26.0302
Requerente: Nicole Ometto

BANCO SANTANDER (BRASIL) S/A, pessoa jurídica de direito privado,


inscrito no CNPJ/MF sob o nº 90.400.888.0001-42, com sede na Avenida Presidente Juscelino
Kubitschek, n°2.235 e 2.041 – Bloco A - São Paulo/SP, por seus advogados, que subscrevem a
presente (atos/procuração em anexo), vem, à presença de V. Exa, apresentar sua CONTESTAÇÃO,
pelas razões a seguir aduzidas:

DO PEDIDO DO REQUERENTE

Requerente vem na presente demanda contestar descontos em sua conta


corrente referente a cobrança de pacote de serviços, pois, de acordo com ele, nunca realizou a
contratação.

Por tais motivos ajuizou a presente demanda a fim de que seja procedente
indenização por danos morais e materiais em dobro.

DAS RAZÕES QUE LEVARÃO À IMPROCEDÊNCIA

Antes de adentrarmos nas questões fáticas mais detidamente ou mesmo no


mérito, adiante destacamos os pontos que levarão a total improcedência da ação.

 A conta corrente é movimentada normalmente, sendo que a tarifa de pacote é cobrada com base
em Termo de Adesão de Pacote de Serviços que foi assinado pelo cliente;

 A adesão ao Pacote de Serviços ocorreu por meio de formulário específico, conforme determina
o artigo 8° da Resolução Bacen 3.919, de 25/11/2010;
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 Ao longo do tempo, o valor do pacote de serviços sofreu os reajustes permitidos pelo contrato
vigente e regras do Banco Central, inclusive no que tange a comunicação através da tabela de
serviços bancários afixadas em locais visíveis nas agências e no site do Banco Santander;

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A estas questões juntam-se outras que ora se apresentam para que esta ação
seja acertadamente julgada improcedente ao final.

DA REALIDADE DOS FATOS

A presente demanda é improcedente, nos termos a seguir expostos.

Prima facie, Excelência, deve-se destacar que a cobrança realizada pela


requerida diz respeito a pacote de serviços conta mais contratado pela requerente.
Primeiramente, foi assinada a Proposta de Abertura de Conta referente a conta
corrente Nº 010377476 na agência Nº 0030, no nome de Nicole Ometto.
No momento de abertura da conta corrente, foi adquirido o Pacote de Serviços
Pois bem, de acordo com requerente ele nunca realizou a contratação de tal
pacote, o que se conclui que para que a presente demanda seja julgada improcedente basta a requerida
trazer aos autos o pacote assinado por ela.
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Outrossim, a tarifa de pacote é cobrada com base em Termo de Adesão de


Pacote de Serviços que foi assinado pelo requerente.

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Face a isso a requerida questiona: como é cabível alegar que não realizou a
contratação, mas ela assinou contrato específico do pacote de serviços?
Ainda, Excelência, esclarece que o Pacote de Serviços é um produto
especialmente feito para suprir as suas necessidades de acordo com o seu perfil de consumo e é uma
maneira mais econômica de utilizar produtos e serviços bancários, pagando um valor fixo mensal.
Reitera que se comprova que a requerente ASSINOU a contratação aqui
por ela contestada.
Em março de 2021, mediante solicitação formal da autora, houve a troca de
pacote para pacote serviços essenciais de modo que portanto não há que se falar em falha da instituição
financeira, tampouco em cobrança indevida de valores anteriormente contratados.

É importante destacar que todos os procedimentos previstos nos normativos


editados pelo BACEN foram devidamente observados pela contestante, no momento da prestação do
serviço.

Deste modo, suas alegações de que não contratara tais serviços são totalmente
infundadas, vez que ele mesmo confirma que assinou o contrato e, portanto, o fez de forma consciente,
sabedor dos direitos e deveres de ambas as partes.
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Assim sendo, resta claro que não há qualquer prejuízo que justifique os
alegados danos morais, pois não houve falha na prestação de serviços, muito pelo contrário, tendo a

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instituição financeira tomado as providências cabíveis para regularização do caso.

Importante ressaltar que a conta corrente é movimentada normalmente, sendo


que a tarifa de pacote é cobrada com base em Termo de Adesão de Pacote de Serviços que foi assinado
pelo cliente.

A adesão ao Pacote de Serviços ocorreu por meio de formulário específico,


conforme determina o artigo 8° da Resolução Bacen 3.919, de 25/11/2010.

Ao longo do tempo, o valor do pacote de serviços sofreu os reajustes


permitidos pelo contrato vigente e regras do Banco Central, inclusive no que tange a comunicação
através da tabela de serviços bancários afixadas em locais visíveis nas agências e no site do Banco
Santander.

Ademais, vale dizer que não se verifica qualquer ocorrência de ato ilícito por
parte do ora contestante, eis que sempre agiu em exercício regular de um direito, devendo a presente
ação ser julgada totalmente improcedente.

A instituição bancária requerida não procedeu ilegalmente e não causou


qualquer ato apto a ensejar os supostos danos, genericamente mencionados na inicial.

Notório que tais alegações em face da requerida não merecem prosperar,


diante dos fatos supra mencionados.

Não há nos autos elementos para configurarem qualquer indenização em danos


morais sobre a o banco Santander.

Ou seja, a instituição bancária requerida não procedeu ilegalmente e não


causou qualquer ato apto a ensejar os supostos danos, genericamente mencionados na inicial.

Assim, mero aborrecimento, irritação ou sensibilidade exacerbada, que fazem


parte do dia-a-dia das pessoas, fogem da esfera do abalo moral. Ademais, as situações narradas nos
autos não possuem intensidade suficiente a fim de abalar o equilíbrio psicológico do indivíduo.
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Nesse sentido:

“Não cabem no rótulo de 'dano moral' os transtornos, aborrecimentos ou


contratempos que sofre o homem no seu dia a dia, absolutamente normais

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na vida de qualquer um”.(TJ/SP - Relator: Pinheiro Franco - Apelação Cível
n. 217.320-2). Grifos nossos

“CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. MERO ABORRECIMENTO. DANO


MORAL.INOCORRÊNCIA.1 - Meros aborrecimentos e incômodos não são
elementos capazes de gerar a indenização por danos morais, eis que, para
tanto, impõe-se a existência de um sentimento contundente de dor,
sofrimento ou humilhação. Precedentes deste TJAP.2 - Apelo
provido.”(Apelação Cível nº 2543 (9239), Câmara Única do TJAP, Rel. Luiz
Carlos). Grifos nossos.

Ainda que se reconheça que requerente possa ter suportado aborrecimentos em


razão do ocorrido, não se vislumbra como os fatos descritos nos autos possam ter ocasionado
sensações mais duradouras e perniciosas ao psiquismo humano, além do incômodo, do transtorno ou
do contratempo, característicos da vida moderna e que não configuram o dano moral.

A situação posta se configura como mero dissabor ou transtorno comum do


cotidiano, o que não é suficiente a caracterizar a ocorrência de dano passível de indenização. Logo,
improcede o pedido de danos morais.

Portanto, não há que se falar em responsabilidade da Ré em proceder ao


pagamento de danos morais experimentados pelo autor, tendo em vista a inexistência de qualquer ato
ilícito pela instituição financeira, conforme dispõe o art. 188, I do Código Civil Brasileiro, devendo
ser a ação julgada totalmente improcedente.

AUSÊNCIA DE DANOS MORAIS

O pedido de indenização por dano moral não pode ser acolhido, pois não houve
falha na prestação de serviços por parte do requerido, tampouco a prática de ato ilícito, posto que este
agiu no exercício regular de direito, conforme previsto no art. 188, I do CC.

Tais fatos, por si só, já afastam qualquer ilícito, não havendo que se falar em
indenização por danos morais.
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Contudo, destaca que o inadimplemento contratual que se traduz em mero


dissabor da vida cotidiana, não pode ser ensejador de dano moral, conforme inúmeros precedentes do

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Superior Tribunal de Justiça (REsp 1.399.931, REsp 1.269.246, REsp 1.234.549). Seguindo essa
mesma linha o TJ/RJ sumulou o seguinte entendimento: “O simples descumprimento de dever legal
ou contratual, por caracterizar mero aborrecimento, em princípio, não configura dano moral, salvo
se da infração advém circunstância que atenta contra a dignidade da parte”.

Através da análise dos fatos que embasam o pedido indenizatório, conclui-se


que o requerente não sofreu qualquer violação aos seus direitos inerentes à personalidade, tais como a
honra, a imagem, a reputação ou a sua intimidade, entre outros, bem como não houve violação à sua
dignidade, fatos esses sim que autorizariam uma eventual indenização por danos morais.

DO VALOR DO DANO MORAL

Para fixação do valor de indenização a título de dano moral, inicialmente deve-


se ter em mente o princípio de que o dano moral não pode se tornar fonte de lucro, a fim de que não
se contribua para a tão famigerada “indústria do dano moral”.

De outro lado, o reconhecimento do dano moral não pode prescindir de uma


análise, caso a caso, da efetiva situação de prejuízo, sem o que as indenizações se tornariam injustas,
excessivas e, sobretudo, desmoralizadoras.

Ainda que se entenda cabível a indenização por dano moral, o respectivo valor
deve respeitar os princípios da proporcionalidade e razoabilidade, salientando que eventual
indenização em patamar elevado importará em enriquecimento sem causa em favor do requerente.

INEXISTÊNCIA DO DANO MATERIAL

A alegação de dano material é totalmente infundada, tendo em vista que o


autor, na data da abertura da conta, aderiu volitivamente ao pacote de serviços, possuindo plena ciência
quanto aos termos contratuais.

Além disso, consta nas cláusulas do Termo de Abertura da conta que o Banco
poderá acolher e efetivar lançamentos a débito na conta do cliente, referente a recuperação de crédito
em atraso.
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Por estas razões, fica evidente que não houve qualquer prejuízo que o autor
deva ser indenizado, não havendo o que se falar em restituição de valores, nem ao menos restituição

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de valores em dobro.

EVENTUAL CONDENAÇÃO EM REPETIÇÃO DE INDÉBITO DEVE SER DE FORMA


SIMPLES

Considerando o já exposto, resta patente que não houve irregularidade na


cobrança, afastando qualquer ilicitude, razão pela qual não há que se falar em restituição de valores
pela ora requerida, muito menos em dobro.

Logo, sem a prova da má-fé do réu, não há lugar para aplicação da penalidade
prevista nos art. 42 do Código de Defesa do Consumidor e art. 940 do Código Civil.

Portanto, resta claro que o pedido de devolução em dobro dos valores


supostamente cobrados indevidamente pelo réu, não pode prosperar.

DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

Pretende o requerente seja deferido a inversão do ônus da prova, com base no


CDC, no entanto, caso entenda V. Exa. pela aplicação do referido diploma legal, esta não pode ser
deferida ao livre alvedrio da parte, senão vejamos.

Nossa sistemática jurídica exige para sua concessão a caracterização de dois


requisitos para sua concessão: a hipossuficiência do requerente e a verossimilhança de suas alegações.

Portanto, essa proteção somente pode ser concedida em circunstâncias especiais, de conformidade
com o art. 6º, inciso VIII, da lei consumerista, ou seja, apenas se houver a constatação real da
ocorrência de um destes, ou ambos, é que poderá ser concedida a inversão do ônus probatório.

PEDIDOS

Ante o exposto requer:


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I) Seja a ação julgada IMPROCEDENTE, devendo a parte autora arcar com


todo o ônus decorrente da sucumbência.

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II) Caso reste acolhido o pedido indenizatório, sejam considerados os
princípios de proporcionalidade e razoabilidade, face aos danos alegados pelo requerente;

Protesta o requerido por todas as provas em direito admitidas.

Os documentos que instruem a presente Contestação são declarados pelos


signatários da presente como autênticos, tratando-se de cópias fidedignas dos respectivos originais, o
que declaram sob as penas da lei e calcados no art. 219 do Código Civil/02 e no art. 424 do CPC.

Por fim, requer que as intimações/notificações sejam feitas em nome do


advogado Dr. Jorge Donizeti Sanchez – OAB/SP 73.055, sob pena de nulidade dos atos processuais.

Termos em que
Pede deferimento,
Ribeirão Preto, 03 de agosto de 2022.
___________________________________________
Jorge Donizeti Sanchez
OAB/SP 73.055 OAB/MG 146.662 OAB/PR 69.841 OAB/ES 23.902
OAB/RJ 186.878 OAB/RS 109.419 OAB/SC 55.613 OAB/GO 50.894-S
OAB/CE 45.240-A OAB/DF 67.961 OAB/AL 18.432/A OAB/MA 22.951-A
OAB/ BA 68.077 OAB/MS 26.449-A OAB/MT 29.712-A
__________________________________ ____________________________________
Helga Lopes Sanchez Rubens Zampieri Filardi
OAB/SP 355.025 OAB/SP 212.825
OAB/MG 179.994 OAB/MG 146.195
OAB/PR 88.888 OAB/PR 70.346
OAB/ES 25.960 OAB/ES 25.956
OAB/RJ 203.750 OAB/RJ 203.713
OAB/RS 109.573 OAB/RS 109.804
OAB/SC 55.612 OAB/SC 55.614
_____________________________________
Rafael Barioni
OAB/SP 281.098
OAB/SC 55.78
OAB/ES 23.901
OAB/PR 70.345

OAB/RJ 186.876
OAB/RS 109.802
OAB/MG 132.391
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