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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 15ª VARA DO JUIZADO

Para conferir o original, acesse o site https://consultasaj.tjam.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0726322-93.2021.8.04.0001 e código 824F2DE.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JOSE ALMIR DA ROCHA MENDES JUNIOR, protocolado em 21/10/2021 às 15:03 , sob o número PWEB21609314662
ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE MANAUS/AM.

Parte Autora: EDIBERTO GARCIA DA COSTA.


Processo n.º: 0726322-93.2021.8.04.0001.

BANCO BRADESCO S.A., com sede na Cidade de Deus, Vila Yara,


Osasco/SP, inscrito no CNPJ/MF sob nº 60.746.948/0001-12, com endereço eletrônico
4040.advogados@bradesco.com.br, por seus advogados que esta subscreve (doc. atos
constitutivos e procuração), vem, respeitosamente à presença de V. Exa., apresentar
CONTESTAÇÃO nos autos do processo em epígrafe, pelos motivos de fato e de direito
a seguir expostos:

I. PRELIMINARMENTE
a. DA REGULARIZAÇÃO DO POLO PASSIVO

Compulsando-se os autos, verifica-se que o produto objeto da lide é de


atribuição do BANCO BRADESCO S.A. Assim, requer que sejam tomadas as providências
de estilo, inclusive no distribuidor, adequando-se o polo passivo, para que, em
substituição ao BANCO BRADESCARD S/A, seja incluída a empresa BANCO BRADESCO
S.A, com sede na Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco/SP, inscrito no CNPJ/MF sob nº
60.746.948/0001-12, com endereço eletrônico 4040.advogados@bradesco.com.br,
por ser esta a relacionada ao objeto da lide.

b. DA CONEXÃO

A parte Autora ajuizou outra ação onde se discute mesma matéria, qual seja,
supostos empréstimos consignados que não teriam sido realizados. As referidas ações
foram autuadas sob os números 07247674120218040001.
Assim sendo, verifica-se de forma clara que o único intuito em se ajuizar
diversas ações quando a causa pedir é a mesma é um só: obter diversas indenizações
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por danos morais, contrariando a boa-fé da Justiça, pois somente se busca se

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locupletar ilicitamente e sem causa.

Para conferir o original, acesse o site https://consultasaj.tjam.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0726322-93.2021.8.04.0001 e código 824F2DE.
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Pelo exposto, requer que seja declarada a conexão do presente processo
com o processo acima mencionado, devendo haver apenas um julgamento para todos,
nos termos do art. 55 do CPC.

c. DA AUSÊNCIA DE UMA DAS CONDIÇÕES DA AÇÃO: DA FALTA DE INTERESSE DE


AGIR

Analisando os fatos e documentos trazidos aos autos, se verifica que não


restou comprovada ou ao menos demonstrada pela parte autora que a pretensão
deduzida foi resistida pelo réu, sendo esta condição essencial para formação da lide.
A ausência de requerimento administrativo ou mesmo de reclamação
apresentada pela parte autora não atendida pelo réu caracteriza a ausência de conflito
e portanto, a pretensão deduzida em Juízo carece de requisito essencial para sua válida
constituição, qual seja o interesse de agir, devendo restar comprovada a necessidade
da parte de se valer da via processual para alcançar o bem da vida pretendido, não
obtida por outros meios.
Não se trata da necessidade do exaurimento da via administrativa, mas sim
de encontrar uma resistência a pretensão, caso contrário não haverá lesão ou ameaça
a ser apreciada pelo Poder Judiciário, nos termos do art. 5º, inciso XXXV da Constituição
da República.
Desta forma, evidenciada a ausência de interesse de agir, se requer seja
acolhida a preliminar ora arguida, julgando-se o processo sem resolução do mérito,
nos termos do art. 330, inciso III e do art. 485, inciso VI do CPC.

d. DO JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE

Diante da situação excepcional vivenciada nos últimos tempos,


necessário se faz a adaptação do procedimento especial, a fim de atingir o interesse
das partes com uma prestação jurisdicional eficiente razão do combate a pandemia do
corona vírus – (COVID-19), razão pela qual, a parte demandada informa que não tem
interesse na audiência de conciliação, tendo em vista que não possui mais provas a
produzir, entendendo que o processo já está maduro para julgamento, requerendo
assim, O JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE, com supedâneo no art. 355, I do CPC.
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Bem como, ainda, aduz não ter proposta de acordo a produzir.

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II. FATOS ALEGADOS

Aduz a parte autora, em sua Inicial, que estaria sofrendo descontos


indevidos, em conta corrente, sob a rubrica “APL. INVEST FAC” que não teria solicitado
ou autorizado.

Contudo, conforme será demonstrado a seguir, razão não assiste ao


Demandante, tendo em vista à regular contratação do negócio jurídico.

III. DO MÉRITO: SOBRE O “INVEST FÁCIL – BRADESCO”

O INVEST FÁCIL trata-se de aplicações automáticas com o banco


Bradesco. O cliente conta com rentabilidade diária e baixa automática inteligente, com
a conveniência da disponibilidade do saldo aplicado para cobertura de débitos em
conta corrente.
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Inicialmente cumpre esclarecer que a parte reclamante
abriu sua conta junto ao Réu, tendo ciência da possibilidade de investimento do seu
salário em fundos que lhe fossem financeiramente viáveis.

Esclarecemos que a Aplicação Invest. Fac., é um


investimento rápido e fácil, onde a parte autora tem aplicado, em fundo de
investimento, que lhe renderá lucros no mês seguinte caso a parte autora deixe aquele
valor sem movimentação. O cliente conta com rentabilidade diária e baixa automática
inteligente.

Dessa forma, percebe-se inexistir qualquer razão para o


pleito indenizatório do Demandante.

➢ DA APLICAÇÃO INVEST. FÁCIL

No presente caso, a parte autora não incorre em nenhum


prejuízo, visto que estará livre para sacar a qualquer hora os valores investidos em sua
conta.
Para o caso em tela, todos os valores descontados, a título
de investimento, podem ser devolvidos, ou seja, no momento que precisar sacar
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valores de sua conta estes lhe serão disponibilizados, não lhe causando nenhum

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prejuízo financeiro e moral, conforme faz prova os extratos colacionados com a inicial.

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Perceba nobre Julgador, que no caso em tela não houve,
por parte do réu, qualquer ilegalidade praticada, visto que este apenas investiu o
dinheiro do Autor, com sua autorização, em fundos que lhe seriam rentáveis e seguros.
Ou seja, a quantia foi investida e poucos dias depois foi restituída:

Desse modo, não há defeito na prestação de serviço pelo


Réu, motivo pelo qual deve ser indeferia a pretensão autoral em todos os seus termos.

III. AUSÊNCIA DE DANO MORAL

No que atine ao pleito da parte Demandante no sentido de


ser indenizada a título de danos morais, entende este Demandado não ter havido
qualquer evento capaz de gerar dano a honra do demandante, apto a ensejar tal
pretensão indenizatória.

Em sua peça vestibular, cinge-se a parte Demandante a


apontar como evento danoso o desconto em conta corrente em decorrência de
contrato que a mesma deu causa.

Ocorre que tal fato, consoante relatado anteriormente,


não se presta a comprovar a ocorrência de nenhum dano. Desta feita, data vênia,
admitir as alegações da parte Autora como sendo suficientes para caracterizar um
eventual dano moral seria o mesmo que ignorar todos os requisitos legais inerentes
ao referido instituto jurídico e banalizar ao ápice a sua concessão.
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É sabido que para que se possa falar em reparação a título

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de danos morais é necessário que o fato danoso ofenda ilegalmente a honra subjetiva

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de seu titular. Ocorre que no presente caso, não há que se falar em dano à honra da
parte autora uma vez que o banco demandado agiu conforme exercício regular de seu
direito, em consequência direta do negócio jurídico pactuado anteriormente.

Com efeito, em não raras vezes, o judiciário é provocado


para apreciar verdadeiras aventuras judiciais, o que gera abarrotamento do judiciário,
prejudicando aqueles que efetivamente necessitam de algum pronunciamento
judicial.

Assim sendo, em não podendo a prefalada situação ser


tomada como evento danoso justificador da indenização pretendida pela parte
Autora, sobretudo pelo elevado valor requerido, resta tal pretensão totalmente
desprovida de embasamento legal.

Ex positis, MM(a) Juiz(a), este Réu vem provar tão somente


que o aqui levantado pela parte Demandante não tem respaldo, tentando a mesma
unicamente locupletar-se ilicitamente às custas do Banco ora Demandado, buscando
benefícios descabidos, o que não deve ser acolhido por esse r. Juízo. Considera,
portanto, injustificada a reparação em pleito por falta de alegações e provas para
tanto.

Não procede o pedido de dano moral já que não houve ato


ilícito praticado pelo Banco Réu. O contrato discutido não traz evidências de
irregularidades, o que faz cair por terra qualquer pedido de condenação em dano
moral.

Ademais, a parte Autora não comprovou ter sofrido


qualquer tipo de dano em seu estado de espírito, não podendo o dano ser
simplesmente presumido.

IV. DA IMPOSSIBILIDADE DE REPETIÇÃO DO INDÉBITO

Por todo o exposto acima, não há que se falar em


reparação em dano material visto que, até o presente momento não foi localizada
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nenhuma irregularidade, por parte do Banco Bradesco, na prestação do serviço, logo,

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a contratação do empréstimo foi legítima, sendo, portanto, devidos os valores

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descontados da parte Autora em razão do contrato firmado com o Réu.

Assim, quanto ao pleito de repetição do indébito,


incabível a devolução do dano material, em dobro, com base no art. 42, parágrafo
único, do Código de Defesa do Consumidor e que inexistiu cobrança de má-fé.

Lembra-se que somente a cobrança que exponha o


devedor à situação vexatória e ofensiva, autoriza a devolução em dobro daquilo que
pagou, hipótese não configurada no caso. Esse foi o entendimento do Superior Tribunal
de Justiça nos autos da Reclamação no. 4.892-PR, de 27.04.11, com relatoria do Min.
Raul Araújo: “Resolução STJ n. 12/2009. Consumidor. Devolução em dobro do indébito.
Necessidade de demonstração da má-fé do credor.”

Não procede o pedido de restituição de dano já que


não houve qualquer ato ilícito praticado. O Banco Demandado agiu em consonância
com as normais legais, atentando-se para todas as exigências procedimentais.

Ademais, ao proceder com os descontos, o Réu agiu


em exercício regular de direito, de modo que não há o que se falar em direito a
indenização por danos materiais.

V. NÃO CABIMENTO DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

A inversão do ônus da prova (art. 6º, VIII, CDC) é


admitida somente quando presentes os seus pressupostos. Não se vislumbra
verossimilhança nas alegações da parte autora; ao contrário, restou comprovada a
regularidade da contratação do empréstimo, objeto da lide.

VI. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ

Pelo exposto, pode-se concluir que a parte autora


agiu de má-fé, ao alterar a verdade dos fatos, uma vez que tinha pleno conhecimento
da contratação firmada com o Réu, devendo, portanto a parte autora ser condenada ao
pagamento de multa por litigância de má-fé, nos termos do art. 79 e ss. do CPC.
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Vale, ainda, dizer que reputa-se litigante de má-fé

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aquele que, independentemente de dolo, afirma fato inexistente, nega fato existente
ou dê versão mentirosa para fato verdadeiro.

VII. REQUERIMENTOS

Pelo exposto, requer seja aceita as preliminares


arguidas e, no mérito, seja julgado improcedente os pedidos autorais com a
condenação da parte autora em multa por litigância de má-fé.

Protesta o Réu por todas as provas em direito


admitidas.

Por fim, requer habilitação exclusiva e que todas as


intimações e/ou notificações sejam feitas em nome do advogado JOSÉ ALMIR DA R.
MENDES JUNIOR, OAB/AM nº. A1235, bem como direcionadas ao endereço: Av. Nilo
Peçanha, 265, Petrópolis, Natal/RN, CEP: 59012-300, sob pena de nulidade dos atos
processuais.
Nesses termos pede e espera deferimento.
Rio Preto da Eva/AM, 29 de junho de 2021.

José Almir da R. Mendes Júnior


OAB/AM nº. A1235

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