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EXCELENTÍSSIMO JUÍZO DA __ VARA DO TRABALHO DE ___-__

Processo n. __________

NOME DA RECLAMANTE, já qualificada nos autos da Reclamação


Trabalhista em epígrafe, movida em face de NOME DA RECLAMADA, vem,
tempestivamente, à presença de Vossa Excelência, por seu advogado que
esta subscreve, inconformada com a respeitável sentença proferida, interpor o
presente RECURSO ORDINÁRIO, com fulcro no artigo 895, inciso I, da
Consolidação das Leis do Trabalho - CLT.

Assim, requer o recebimento das razões recursais anexas e a posterior


remessa dos autos ao Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da _____ Região para a
reapreciação da demanda.

Outrossim, requer seja a Reclamada notificada para que, querendo, apresente


as contrarrazões que julgar necessárias.

Por fim, informa a juntada da guia comprobatória do recolhimento das custas


processuais.

Vale ressaltar que deixa de recolher o depósito recursal por ser empregada
recorrente.

Termos em que,
pede deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB n. _____
RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO

Recorrente: Nome da Reclamante


Recorrido: Nome da Reclamada
Origem: _____ Vara do Trabalho de _____
Processo:__________

Egrégio Tribunal,
Colenda Turma,
Nobre Julgadores,

I – DOS PRESSUPOSTOS RECURSAIS

O presente recurso ordinário preenche todos os seus requisitos de


admissibilidade recursal extrínsecos e intrínsecos.

Dessa forma, espera o recorrente que este recurso seja conhecido e


tenha o seu mérito apreciado.

II – DO RESUMO DA DEMANDA

A Recorrente ajuizou Reclamação Trabalhista postulando


as verbas rescisórias, a percepção em dobro pelo período de afastamento,
tudo acrescido de danos morais, tendo em vista as graves humilhações
sofridas em decorrência dos fatos exarados na inicial.

Ocorre que, o Douto Julgador de primeira instância julgou a ação


procedente em parte, determinando a reintegração da Reclamante e o
pagamento de forma simples do período de afastamento.

A decisão recorrida merece ser reformada consoante os


fundamentos abaixo consignados.
II – DAS RAZÕES DO RECURSO

A) DA PRÁTICA DISCRIMINATÓRIA NO AMBIENTE DE


TRABALHO

Diante da despedida injusta e das humilhações sofridas em público,


a Recorrente postulou o pagamento das verbas rescisórias, bem
como a percepção em dobro da remuneração pelo período de afastamento,
além de danos morais.

Restou comprovado nos autos que a Recorrida e exigia de seus


empregados, além da boa aparência, atestado de esterilização.

A respeitável decisão “a quo” reveste-se da inobservância dos


artigos supramencionados, portanto, equivocada, da qual não se pode
concordar.

A Lei 9.029/95 proíbe a exigência de ato estados de gravidez e


esterilização, e outras práticas discriminatórias, para efeitos admissionais
ou de permanência da relação jurídica de trabalho.

Vejamos o que ostenta o artigo 1º da referida Lei: “Art. 1º Fica


proibida a adoção de qualquer prática discriminatória e limitativa para efeito
de acesso a relação de emprego, ou sua manutenção, por motivo de sexo,
origem, raça, cor, estado civil, situação familiar ou idade, ressalvadas,
neste caso, as hipóteses de proteção ao menor previstas no inciso
XXXIII do art. 7º da Constituição Federal. ” Nesta toada, além de
rechaçar qualquer prática discriminatória no ambiente de trabalho, o
legislador optou por deixar à escolha do ofendido as seguintes opções, nos
termos do artigo 4º da mencionada Lei:

“Art. 4º O rompimento da relação de trabalho por ato


discriminatório, nos moldes desta Lei, além do direito à
reparação pelo dano moral, faculta ao empregado optar
entre:
I - A readmissão com ressarcimento integrais de todo o
período de afastamento, mediante pagamento
das remunerações devidas, corrigidas
monetariamente, acrescidas dos juros legais.
II - A percepção, em dobro, da remuneração do período
de afastamento, corrigida monetariamente e acrescida
dos juros legais.”

Dessa forma, o rompimento da relação de trabalho por ato


discriminatório assegura ao empregado a faculdade de opção entre duas
soluções: a readmissão no ambiente de trabalho com o ressarcimento
integral de todo o período de afastamento, ou a percepção em dobro da
remuneração desse período, sem prejuízo da indenização do respectivo da
no moral.

No caso em tela, o Ilustre Magistrado deveria ter respeitado a sua


escolha da percepção em dobro da remuneração pelo período de
afastamento, e não determinar a reintegração no ambiente de trabalho.

Diante do exposto, espera a recorrente que a sentença de primeiro


grau seja reformada, respeitando-se o disposto na legislação ora
apresentada.

B) DO CABIMENTO DE DANOS MORAIS

Tendo em vista os fatos acima mencionados, resta inequívoco o


cabimento de danos morais.

Corroborando esse pleito, a Constituição Cidadã de 1988, em seu


artigo 5º, inciso X, aduz a proteção à intimidade, à vida privada, à honra e
à imagem das pessoas, assegurando, também, o direito à indenização pelo
dano material ou moral decorrente de sua violação.
No mesmo sentido, os artigos 186 e 927 do Código Civil estabelecem
que comete ato ilícito aquele que, por ação ou omissão voluntária,
negligência ou imprudência, violar direito a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito, ficando obrigado a repará-lo.

Ainda, vale ressaltar que a CLT é omissa quanto ao regramento de


dano moral decorrente da relação de trabalho.

Todavia, o próprio Diploma Consolidado, em seu artigo 8º, parágrafo


único, afirma que na hipótese de lacuna, o direito comum será fonte
subsidiária do direito do trabalho, naquilo em que não for
incompatível com os princípios fundamentais deste.

Concluindo, a recorrente espera que a sentença da primeira instância


seja reformada e que a Recorrida seja condenada ao pagamento dos
respectivos danos morais a serem arbitrados por este Colendo Tribunal.

IV – DA CONCLUSÃO

Diante das argumentações e das provas constantes nos autos, a


Recorrente espera que o presente Recurso Ordinário seja conhecido e
provido, com a consequente reforma da decisão de primeira instância,
acolhendo-se na integralidade os pleitos acima mencionados.

Termos em que,
pede deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB n. _____

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