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AULA 2- POSSE E PROPRIEDADE

Propriedade
Conceito= domínio da pessoa sobre a coisa que engloba um feixe de
atributos, poderes, chamados de usar gozar e dispor da coisa (estático, poder
da pessoa sobre a coisa) e reivindica-la de quem injustamente a detenha
(dinâmico), o que qualquer direito real tem mas a propriedade de modo mais
extenso. Se não for tão extenso assim não é propriedade ou é propriedade
gravada com limitações muito bem delimitadas. Define-se a propriedade por
seus atributos ou faculdades inerentes a situação de proprietário. Lafayette
bem interessante: possibilidade de retirar da coisa toda sua utilidade jurídica.
Caio Mário questiona por não dizer o que é utilidade jurídica mas no caso
possível de entender como é o direito maior, mais seguro e que abre mais
caminhos. Condição normal é plenitude com exceção sendo o limite, qunado
conformado aos valores sociais.
Estrutura de dois núcleos que compõe conteúdo jurídico e econômico do
domínio (caput do art.1228,CC)- núcleo interno do domínio tudo que já falei
Conteúdo externo - faculdade de repelir por ações próprias a ingerência alheia
(eficiência absoluta)

Uso é uso = retirar de um bem tudo que ele pode oferece, servir-se da coisa,
usá-la e até manter-se inerte (PEGAR EXEMPLO DISSO, O QUE PODE NÃO
PODE). Usar- dar a coisa destinação econômica que lhe é própria, utilizar sem
alterar substância

Fruir ou gozar= perceber frutos que a coisa pode proporcionar, exemplo de


aluguel de imóvel, coisa que possuidor não tem se sair da posse, por exemplo,
proprietário tem posse indireta (exemplo usava minha casa e aluguei). Gozar ou
usufruir- extrair benefícios (habitar imóvel, permitir terceiro, ou manter em seu poder,
falar de especulação, USO)econômicos daí frutos

]Dispor = Maior largueza da expressão do domínio, poder de destruir, por não


prejuicar terceiros e riqueza geral, talvez hoje mais para consumir, modificar,
com muitas ressalvas, caso do lixo e empresas, etc, a coisa e aliená-la.
Quem dispõe retira a substância, acaba com seu próprio domínio.
Reaver= remédio jurídico para quem TEM TÍTULO ou contra posse injusta e
sem ele não havia sentido em falar de domínio. Reaver a coisa de quem
injustamente a possua é defesa do direito exercida por reivindicatório
E isso importante = talvez maior título do ordenamento jurídico, aquele que
habilita a mais garantias, presumindo, deste modo, formalidade, causa,etc.
CARACTERÍSTICA IMPORTANTE= PERPETUIDADE DA PROPRIEDADE

Objeto da propriedade
Elástico envolve uma série de coisas (#direito obrigacional, ATENÇÃO)

Propriedade resolúvel
A propriedade subordinada a uma condição ou a um termo. Implemento
condição resolutiva? Acaba propriedade e nisso acabam também todos outros
direitos reais PENDENTES (isso é bem interessante, a palavra pendência,
maior direito real, regular os outros pela propriedade)- art.1359, CC. O
proprietário beneficiado recupera o domínio livre de tudo, implemento de
condição ou advento do termo.
Precisa constar do título a condição ou termo, os direitos pendentes se
extinguem, salvo os que são compatíveis com a propriedade resolúvel
(administração, colheu frutos, etc)
O ART. 1360---- se a resolução advém do 1359, CC, opera-se com efeito
retroativo. Se não, outra ideia, se resolver-se por causa superveninente ao
título. O que ocorre? Possuidor considera-se proprietário e a pessoa aproveita
a resolução tem ação contra quem se resolveu o domínio para haver a coisa ou
se não for possível – então, atenção, pode chegar a não ser possível- para
obter seu valor. CASO DE INAIDMPLEMENTO QUANDO ELE NÃO É CAUSA
DE RESOLUÇÃO.

Características da propriedade e lógicas consitutiocnais


Una, exclusiva, uma senhoria sobre a coisa impede outra (por isso condomínio
é propriedade de cada um sobre uma fração ideal). PRESUNÇÃO: plena e
exclusiva (art.1231, CC)

Utilidade solo
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE.
TIRANTES. LOCALIZAÇÃO NO SUBSOLO. IMPOSSIBILIDADE DE REMOÇÃO.
INEXISTÊNCIA DE PREJUÍZO OU DEMONSTRAÇÃO DE UTILIDADE.
1. O art. 1.229 do Código Civil, ao regular o direito de
propriedade, ampara-se especificamente no critério de utilidade da
coisa por seu titular.
2. A titularidade do proprietário sobre o imóvel não é plena,
estando satisfeita e completa apenas em relação ao espaço físico
sobre o qual emprega efetivo exercício sobre a coisa.
3. Não tem o proprietário do imóvel o legítimo interesse em impedir
a utilização do subsolo onde estão localizados os tirantes que se
pretende remover, pois sobre referido espaço não exerce ou demonstra
quaisquer utilidades.
4. Recurso especial provido para se restabelecer a sentença de
primeiro grau. (STJ, REsp 1256825 / SP, Rel. Min. João Otávio de Noronha, 3ª
Turma, julgado em 05/03/2015, disponível em:
https://scon.stj.jus.br/SCON/pesquisar.jsp)
Sociólogos, economistas, políticos e juristas tentam fixar o conceito, determinar
a origem, caracterizar elementos, justificando-a ou combatendo-a. Propriedade
não é inflexível e seu conceito não está na lei, modifica-se ao sabor da
economia, política, aspectos sociais e religiosas. Vai mudando tão radicalmente
quanto nas fases feudais, propriedade individual, até a era do acesso.
Brasil = não tão feudal quanto as capitanis, dominação oriental, raiz sempre
romana e individual.
O que saber da propriedade romana? Nacionalizada, só considerada em solo
romano, nacionalizada e tinha caracteres místico, de celebrar aquisição, etc,
verdadeiro culto, mostra importância e taxatividade da aquisição, formalidade.
Depois, começa a ser dividida com estrangeiros, permitida aquisição aos
estrangeiros, aumento da comerciabilidade, etc.
Vem para o perfil feudal, propriedade nobiliárquica, Revolução Francesa vai
democratizá-la, cancela direitos perpétuos e coloca para rodar, interessando a
coisa imóvel, bem próximo do que se desenha no Brasil.
Chega ao Brasil, o fim dessa pegada toda, propriedade individual como direito
subjetivo, patrimoniais, padrão dos Estados capitalistas. Interessante que a
ideia envolveu usar, fruir, gozar e ABUSAR no início.
Como isso evolui? A ideia de contrariedade ao abuso de direito, evitar que o
direito de propriedade torne-se em instrumento de dominação. Tese mais
célebre é o relativismo, Josserand.
Função social= socialização? Não, a socializada tem características próprias e
inconfundíveis, restrições maiores ao uso da propriedade em nome do bem
coletivo, mas sem subverter ordem econômica e social (caso das locações,
moradia, etc). Questão fundamental é, digamos assim, o “limite” do limite. Fala-
se em publicização, autores como, por exemplo, Washington de Barros, mas
Brasil, por sua vez: “Acreditando e sustentando que os bens são dados aos
homens não para que deles extraiam o máximo de benefício e bemestar com
sacrifício dos demais, porém, para que os utilizem na medida em que possam
preencher a sua “função social”, defendem que o exercício do direito de
propriedade há de ter por limite o cumprimento de certos deveres e o
desempenho de tal função. Esta posição, em que se dão as mãos o
solidarismo de Duguit e o espiritualismo dos neotomistas, encontrou acolhida
em nosso direito positivo”.
PRINCIPAL DIFERENCIAL: REPRIME mau uso e restringe o uso em favor do
bem comum. Vai se dizer, em outra linguagem, propriedade de acordo com
valores constitucionais, solidariedade, os realizando, etc
Função social é prevista na ordem econômica, art. 170, CR.
PROBLEMA: a “pegada” volta aos arts.186 e 182, CR, não é só isso.
Contudo, é aquilo: propriedade privada essencial ao regime capitalista,
garantindo a ordem pública, PELO MENOS, a cada um usar seus bens,
conforme o normal ao que se destinam (CITAR EXEMPLO DA PROPRIEDADE
DE RICO, DE POBRE, PROTEÇÃO, ETC), sobrepondo-se, contudo, o bem-
estar de todos sobre à conveniência dos particulares. Pode utilizar propriedade
privada, etc? Sim, mas deve se conformar aos interesses não proprietários,
situações não proprietárias, constitucionalmente relevantes.

Posse
Da semântica romana ao problema político= porque posse é, ou deve ser,
diferente da propriedade°
Tradição romanista diz Caio Mário, mas...” É claro que a disciplina legal da
posse há de ter presente a organização social contemporânea, e as condições
locais, sob pena de constituir planta desarraigada, e por isso mesmo
condenada a perecer” (Caio Mário da Silva Pereira, p. 33)
Discute muito mas o que sempre está na base? Situação de fato,
independentemente de ser o não a pessoa proprietária, exercendo poderes
ostensivo sobre a coisa, conservando-a e defendendo-a.
RELAÇÃO DE FRUIÇÃO, NÃO DE DISPOSIÇÃO, MAS MUITO AMPLO
COMO PROPRIEDADE, MOSTRAR VÁRIAS
“É assim que procede o dono em relação ao que é seu; é assim que faz o que
tem apenas a fruição juridicamente cedida por outrem (locatário, comodatário,
usufrutuário); é assim que se porta o que zela por coisa alheia (administrador,
inventariante, síndico); é assim que age o que se utiliza de “coisa móvel ou
imóvel, para dela sacar proveito ou vantagem (usufrutuário)”. (...) O ladrão,
aquele que ocupa um imóvel, etc.

Teorias da posse
Posse sempre envolve duas coisas coisa e vontade, corpus e animus.
Procedimento externo, a posse como visibilidade do domínio
ABARCA O QUE NÃO ABARCAVA SAVIGNY , OUTRAS TEORIAS. EFEITOS
PRÁTICOS, USAR POSSESSÓRIAS CONTRA ATÉ PROPRIETÁRIO, ETC.
´Símile a conduta do proprietário é a posse, exemplos do caçador, cigarreira e
armadilha, dar conteúdo econômico à cosia, o caso da livro. QUANDO NÃO
PODE FAZER ISSO? Só quando lei diz que é detenção.

Função social da propriedade


Texto constitucional revoluciona e coloca interesses existenciais e sociais a
frente. Sai do aproveitamento por si e vai para função de caráter social provoca
ruptura.
O caput do 1228: do assegura ao tem, bem melhor, mais adaptado. §1° limita o
exercício do direito de propriedade às finalidades econômicas e sociais visando
perseguir a tutela constitucional da função social. INTERPRETAÇÃO PARA
ALÉM DO CONTIGENTE, CONTEÚDO AO ASPECTO FUNCIONAL DAS
SITUAÇÕES PROPRIETÁRIAS.
Sai da ordem econômica e social e vai para os direitos fundamentais a função
social da propriedade, mais auto executável.
Na CR, divide-se em dois: 182 no âmbito mais amplo da política urbana e 184
na propriedade rural. Daqui o que tira? TAXATIVO E ISOLADO? Poderia atpe
ser, segundo uma das visões...Mas não, diversas disciplinas de acordo com a
potencialidade econômica da propriedade EXEMPLO: veda penhora da
pequena propriedade rural por débitos advindos da atividade produtiva.
USUCAPIÕES ESPECIAIS PEQUENAS PROPRIEDADES, aquisição e aluguel
da propriedade rural por estrangeiro depende, vez em quando, até de
autorização do Congresso (art. 190, CR). Vários estatuos para diferentes
situações jurídicas reais.
Programação da utilização do solo urbano e rural.
186 condiciona fruição proprietária ao atendimento de múltiplos interesses não
proprietários (o ambiental, a utilização de reservas naturais, bem-estar do
trabalhador, etc). FUNÇÃO DA PRORIEDADE, INCLUSIVE POSITIVA, É
ESSA TAMBÉM.
O QUE MOSTRA QUE ESTA ENVOLVIDO UM CONFLITO SOCIAL
DRAMÁTICO MERECE ATENÇÃO DO ORDENAMENTO. Propriedade
fuicionalizada à proteção da pessoa humaa nos termos do art.3°, CR, por fim,
com direitos fundamentais.
Estatuo jurídico proprietário só será digno de proteção se seguir os princípios
constitucionais sistematicamente pensados. EXEMPLO: desapropria
propriedade não aproveitada
Propriedade que salvo produtividade será desapropriada...PRODUTIVIDADE
SOLIDARISTA NÃOO RIQUEZA, gerar função social. Mesmo que use para
especulação, deve respeitar situações existenciais e sociais. Fala na agrária
mas vale para todas.

Noção pluralista de propriedade


Situação subjetiva típica e complexa
Do espaço livre para suas atividades e emanação de sua senhoria sobre o bem
para o conteúdo da propriedade definido pelos interesses extraproprietários,
regulados no âmbito da propriedade. Função do domínio define sua estrutura,
fato que leva a valoração do direito.
AÍ JURISPRUDÊNCIA.
VÁRIOS DIREITOS FUNDAMENTAIS, TEXTO CONSTITUCIONAL QUE A
JUSITFICAM, VÁRIAS PROPRIEDADES E FUNÇÕES OBJETIVAS, NÃO
LIGADAS A PESSOA DO PROPRIETÁRIO, MAS SIM OBJETIVO, FUNÇÃO
ECONÔMICA E SOCIAL.

Função social da posse


Teori
Primeira coisa: não é mero apêndice da propriedade, definidor de seu
conteúdo, não mera exterirorização da propriedade. Função social vem como
limitador da propriedade. DIZ QUE É PRINCÍPIO SOBRE UTILIZAÇÃO E NÃO
MERA TITULARIDADE DOS BENS, EMBORA ELA TAMBÉM, PENSAR ESSA
CONFIGURAÇÃO MAJORITÁRIA. Destinam-se os bens à função social e não
as propriedades em si. Realiza função social de acordo com quem tem
disponibilidade física dos bens. ENTÃO, MAIS LIGADO AO FENÔMENO
POSSESSÓRIO QUE A PROPRIEDADE. Tutela autônoma de trato especial,
independentemente de dar propriedade ou não. Via de regra vão bem juntos,
aluguel, etc.
Pode que para atender a função social da propriedade tenha que se macular
propriedade, etc. EXEMPLO: posse-trabalho posse-moradia vs. Propriedade
sem função social. E lei vai até onde dá, mas nem sempre dá.
A posse na Constituição implícita:
A disciplina da posse, e a correspondente tutela jurídica, se dá implícita e indiretamente, na
medida e em consideração àquilo que ela representa como concretização do princípio da
função social das propriedades. Com efeito, já se afirmou que tal princípio diz respeito à
utilização dos bens e, como tal, refere-se a comportamentos das pessoas – proprietários ou não
proprietários – que detém o poder fático, a efetiva disposição dos bens, assim considerados no
seu mais amplo sentido. Ou seja: é princípio que se dirige ao possuidor, independentemente do
título da sua posse. (ZAVASCKI, Teori Albino. A tutela da posse na Constituição e no Novo
Código Civil. Revista Direito e Democracia. Canoas, vol. 5, n° 1, 1º sem, p. 7/28, 2004. p. 11)
Os 3 efeitos da posse: limitação ao direito de propriedade, proteção paralela ao direito de
propriedade e posse como modo de aquisição da propriedade. EXEMPLO QUE DÁ: USO DA
PROPRIEDADE E MEIO AMBIENTE ART. 225, CR. Forma de uso do bem limitação,
indenizações em Serras, etc.
Posse indígena usufruto sobre terra e solos, especialíssima, paralela ao direito de propriedade
Posse sobre propriedade = usucapião...ALÉM DISSO.
Colisão de princípios sendo necessário juiz criar solução: o caso da desapropriação indireta
ocupação de propriedade pela Administração Pública sem observar o prévio processo de
desapropriação quando implantou obra ou serviço público. Esbulho, mas resolve socialmente.
MEDIA valores: prestação convertida de específica em alternativa de pagamento.

Ocupação coletiva urbana e rural


Graves conflitos possessórios, proprietários tentam reaver, MST e etc.
Prefere-se propriedade quando ocorre um conflito, mas minoritário garante mínimo social ás
pessoas carentes.

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