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CONTRATO DE ARRENDAMENTO COMERCIAL

Entre:

MARIA ADELIADE FÉLIX VIERA, portadora do Bilhete de Identidade n.º


000176606UE039, emitido aos 24 de Maio de 2006, residente em Luanda, na
Avenida Revolução de Outubro n.º 126, Distrito da Maianga, na qualidade de
SENHORIA, que no presente acto se fará representar pela
Sra. Yara de Fátima Félix Vieira Domingos, titular do BI n.º
000288770LA039, com validade até 13 de Janeiro de 2021, devidamente
mandatada para o efeito;

&

FERNANDO MANUEL RODRIGUES LOPES, portador do Bilhete de


Identidade n.º 003113672ME038, emitido aos 14 de Março de 2018, residente
em Luanda, na Avenida Murtala Mohamed n.º 7, Distrito Urbano da Ingombota,
adiante designado por ARRENDANTÁRIO ou INQUILINO.

Considerando que,

1) A SENHORIA é a única dona, legítima e legal proprietária de um


imóvel, situado na Avenida Revolução de Outubro n.º 126, Distrito da
Maianga, em que funciona o seu estabelecimento comercial abaixo
descrito;

2) O ARRENDATÁRIO pretende instalar um restaurante no imóvel


propriedade da SENHORIA;

As partes ajustam e celebram de livre vontade e boa-fé o presente contrato de


arrendamento comercial, correspondente ao estabelecimento comercial inscrito
na Direcção Provincial de Luanda, do Ministério da Hotelaria e Turismo, com a
Licença de Industria, Hotelaria e Similares n.º1108LDAMAIANGAMHT/13,
datada de 17 de Junho de 2013, que será regido pelas seguintes cláusulas
contratuais:

Cláusula Primeira
(Objecto)
1. Pelo presente contrato a SENHORIA dá de arrendamento ao
ARRENDATÁRIO o imóvel descrito no considerando n.º 1, o qual por sua vez
o toma de arrendamento e se compromete a destiná-lo a restaurante.
2. O ARRENDATÁRIO poderá destinar o imóvel objecto do presente
contrato para as actividades correspondentes a restaurante, sendo obrigatório o
consentimento da SENHORIA para o uso de fim diverso, sob pena de constituir
causa legítima de resolução do contrato.
3. A SENHORIA declara que o imóvel identificado no Considerando n.º 1
encontra-se livre de quaisquer ónus e obrigações, podendo sem obstáculos ser
utilizado pelo ARRENDATÁRIO.
4. O ARRENDATÁRIO não poderá subarrendar ou ceder o imóvel, no
todo ou em parte, onerosa ou gratuitamente, a terceiro, sem o consentimento
expresso e por escrito da SENHORIA.
5. O ARRENDATÁRIO instalará no imóvel objecto deste contrato um
estabelecimento comercial, por meio do uso do alvará comercial n.º 7568/2dA-
LDA-MHT /2018, datado de 31 de Janeiro de 2018.

Cláusula Segunda
(Preço, Modalidade e forma de Pagamento)
1. A renda mensal é acordada no valor de AKZ 300.000,00 (trezentos mil
kwanzas).
2. O pagamento é efectuado bimensalmente, por transferência bancária para
a conta bancária com o n.º 3129768/10/001 e IBAN AO06 0004 0000 0312 9768
1018 4, junto ao Banco CAIXA GERAL ANGOLA.
3. Ressalvado o pagamento dos primeiros dois meses, a serem pagos com a
assinatura do presente contrato, o pagamento das rendas será realizado até ao
oitavo dia do primeiro mês a que respeitar, nos seguintes termos:
a) 1.ª prestação, de 01 a 08 de Maio de cada ano.
b) 2.ª prestação, de 01 a 08 de Julho de cada ano.
c) 3.ª prestação, de 01 a 08 de Setembro de cada ano.
d) 4.ª prestação, de 01 a 08 de Novembro de cada ano.
e) 5.ª prestação, de 01 a 08 de Janeiro de cada ano.
f) 6.ª prestação, de 01 a 08 de Março de cada ano
4.Em caso de atraso no pagamento nos termos referidos no número anterior, será
aplica uma multa correpondente à taxa de juro legal, nos termos do n° 1 do
artigo 27.° da Lei do Arrendamento Urbano. O pagamento da renda sem que se
verifique a liquidação simultânea da indemnização aplicável, não desonera o
ARRENDATÁRIO dessa obrigação.
5. A SENHORIA obriga-se a entregar ao INQUILINO o respectivo recibo
devidamente datado e assinado, com expressa referência do conteúdo a que
respeita.
6. O atraso no pagamento das rendas que se verifique em mais de duas vezes
por ano ou quatro ao longo da vigência do contrato, é causa de resolução do
contrato.

Cláusula Terceira
(Duração)
1. A SENHORIA, cede o uso do imóvel supracitado ao
ARRENDATÁRIO pelo período de 3 (três) anos, com início no dia 01 de Maio
de 2020 e término no dia 31 de Abril de 2023.
2. Nos termos expostos no número anterior, o presente contrato é renovável
por 2 (dois) anos e por períodos iguais e sucessivos se não houver denúncia, com
antecedência mínima de 90 dias (3 meses), independentemente da causa,
devendo a forma da renúncia obedecer ao previsto na Lei n.º 26/15 de 23 de
Outubro – Lei do Arrendamento Urbano e no presente contrato.
3. Em caso de transferência dos serviços do ARRENDATÁRIO, para área
diferente daquela em que se situa o imóvel durante o período de vigência do
contrato, este poderá cessar o contrato e terá a obrigação de informar a
SENHORIA com a antecedência prévia de 90 dias, devendo efectuar o
pagamento do período em que se mantiver no imóvel, mas nunca inferior aos 90
dias de aviso prévio.
4. As rendas serão actualizadas anualmente, por meio de comunicação
escrita, entre os dias 15 a 31 de Dezembro, em função da variação cambial e
modificações do mercado imobiliário, devendo ser reposto o equilíbrio
contratual verificado no momento da celebração do presente contrato.

Cláusula Quarta
(Benfeitorias)
1. Mediante comunicação antecipada de 30 dias à SENHORIA, o
ARRENDATÁRIO poderá edificar no imóvel as benfeitorias úteis, necessárias
ou voluptuárias que entender devendo as benfeitorias úteis e necessárias
permanecer no edifício sem direito de levantamento quando cessar o contrato.
2. Para efeito do disposto no número anterior, consideram-se:
a) Necessárias: as benfeitorias que se destinam à conservação do
imóvel ou que evitem que ele se deteriore, podendo consistir em
reparação, manutenção ou reforço da sua durabilidade, por exemplo,
substituição de portas e janelas, reparação de fechaduras, reparações de
electricidade e tubagem de águas, reparações em cozinhas e casas de
banho, substituição de azulejos e mosaicos danificados ou gastos,
reparação de vidros danificados por actos e acções de terceiros,
colocação, substituição e reparação de ar condicionado, reparação de
tecto falso preexistente, pintura externa e interna, etc.
b) Úteis: As benfeitorias que aumentam ou facilitam o uso do imóvel,
ampliam sua utilidade e, em geral, todas as que não sendo indispensáveis
para a sua conservação, aumentam todavia o valor e potencialidade do
imóvel, por exemplo, construção de divisões internas, instalação de
candeeiros, colocação de tecto falso, etc.
c) Voluptuárias: As benfeitorias que, não sendo necessárias nem
úteis, mas sendo fixas e permanentes, incorporam-se no imóvel e o
tornam mais confortável, seguro, mais bonito ou mais agradável, por
exemplo, colocação de papel de parede, decorações diversas, instalação
de sofás, etc.
3. As despesas decorrentes de benfeitorias que forem realizadas serão suportadas
integralmente pelo ARRENDATÁRIO, sem possibilidade de desconto nas
rendas seguintes.
4. A SENHORIA poderá opor-se à realização de benfeitorias, qualquer que seja
a sua natureza, sempre que entender que estas alterarão e descaracterizarão o
estabelecimento, afastando-a da sua estrutura inicial.
Cláusula Quinta
(Conservação do Imóvel)
1. O ARRENDATÁRIO reconhece que o imóvel objecto do presente
contrato encontra-se em condições de uso para os fins pretendidos e será
responsável pela sua conservação e higiene, bem como pela reparação de
quaisquer danos causados por si ou pelos seus agentes e empregados, desde que
extravasem o âmbito de uma normal e prudente utilização.
2. O ARRENDATÁRIO será responsável pelo pagamento das despesas de
água e electricidade que consumir.
3. Findo o contrato de arrendamento, o ARRENDATÁRIO deverá
devolver o imóvel à SENHORIA, em condições de habitabilidade, sem prejuízo
do desgaste natural do imóvel decorrente da sua utilização por aquele.
4. No prazo de 15 dias contados do acto da entrega do imóvel, a
SENHORIA apresentará por escrito um relatório em que manifestará a
conformidade ou inconformidade sobre o estado do imóvel devolvido,
identificando as reparações que julgar imputáveis ao ARRENDATÁRIO, que
as deverá resolver no período de 30 dias.

Cláusula Sexta
(Água Potável, Energia Eléctrica e Saneamento)
1. A SENHORIA garante que o imóvel se encontra devidamente servido de
uma rede hidráulica de água potável e de esgotos (saneamento) diversos, cujos
equipamentos possuem características adequadas, nomeadamente as referentes
às condições de isolamento, resistência mecânica, segurança de funcionamento e
que estão de acordo com as normas técnicas recomendadas pelos regulamentos
de segurança e demais normas aplicáveis e em completa funcionalidade.
2. Os custos decorrentes da manutenção e reparação dos equipamentos, nos
domínios da água potável, esgotos e saneamento diverso, serão da exclusiva e
inteira responsabilidade do ARRENDATÁRIO enquanto se mantiver o contrato
vigente, ficando o pagamento de energia eléctrica a cargo da SENHORIA.
3. A SENHORIA assegura que se encontram completamente liquidadas
quaisquer facturas e dívidas de energia e água do imóvel anteriores à celebração
do presente contrato, sendo responsável exclusiva por qualquer cobrança
correspondente a tal período que venha a ocorrer durante a execução do contrato
pelas instituições competentes.
4. Caso o ARRENDATÁRIO proceda à liquidação de qualquer factura
referida no número anterior, poderá amortizar nas rendas seguintes que tenha
que liquidar.

Cláusula Sétima
Impostos e Demais Obrigações Legais
1. Com a assinatura do presente contrato, as partes acordam em cumprir com
todas as obrigações legais exigíveis aos contratos de arrendamento,
nomeadamente o pagamento do Imposto Predial Urbano (I.P.U.) e o Imposto de
Selo (I.S.).
2. Nos termos do n.º 1 do artigo 16.º e do n.º 1 do artigo 98.º do Código do
Imposto Predial Urbano, com as alterações efectuadas pela Lei n.º 18/11 de 21
de Abril, será descontada pelo ARRENDATÁRIO uma percentagem de 15%
sobre o valor de cada renda a pagar.
3. Por força de obrigação legal, os impostos e obrigações legais previstos no
número anterior serão previamente debitados pelo ARRENDATÁRIO antes de
liquidadas quaisquer rendas ao abrigo deste contrato.
4. Por força de obrigação legal, o ARRENDATÁRIO compromete-se a
apresentar à SENHORIA o comprovativo de pagamento de impostos acima
descritos junto da Repartição Fiscal, no período fiscal imediatamente a seguir ao
da realização do débito previsto no número anterior.

Cláusula Oitava
Eleição da Legislação e do Foro Aplicáveis
1. O presente contrato rege-se pela legislação vigente em Angola. Nas lacunas
resultantes deste contrato, aplicar-se-á a Lei n.º 26/15 de 23 de Outubro – Lei do
Arrendamento Urbano.
2. Para a resolução de qualquer litígio emergente do presente contrato de
arrendamento, as partes elegem o Tribunal Provincial de Luanda, com renúncia
expressa de qualquer outro.
3. As despesas forenses inerentes a questões emergentes do presente contrato ou
da sua execução, tanto entre as partes como perante terceiros, designadamente as
que resultem do pagamento de rendas, de transgressões administrativas ou de
danos sobre terceiros, ficam por conta e a cargo da parte que lhe der causa,
compreendendo-se nelas igualmente as despesas provenientes de procedimentos
judiciais e extrajudiciais que as partes adoptem, incluindo honorários de
advogados.

Cláusula Nona
Exemplares
O presente contrato é elaborado e assinado em duas vias de igual teor e forma,
sendo uma para cada parte.

Luanda, aos 01 de Abril de 2020.

Pela SENHORIA O ARRENDATÁRIO

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YARA F. F. V. DOMINGOS FERNANDO LOPES

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