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Proteção possessória e sua forma de defesa: o Código Civil ao proteger a posse lhe atribuindo
valor jurídico conforme da Teoria de Hiering, trás em seu bojo duas formas de realizar sua
D e fe s a d a p o s s e
defesa. A primeira dela é denominada de autotutela da posse e a segunda heterotutela da
posse.
autotuela da posse
heterotutela da
posse
Heterotutela da Posse: não sendo feita a defesa da posse pela própria força, deverá então ser
chamada a jurisdição para realizar a defesa da posse através das ações possessórias, quais
sejam AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE, MANUTENÇÃO DE POSSE E INTERDITO
PROIBITÓRIO.
H ETERO D EFESA D A PO SSE
REINTEGRAÇÃO DE
POSSE
MANUTENÇÃO DE
POSSE
INTERDITO
PROIBITÓRIO
Ação de Nuncição de Obra Nova é ação possessória?: Conquanto pressuponha que o autor
seja proprietário ou possuidor do bem, a nunciação de obra nova não é possessória, porque
não tem por finalidade proteger a posse. Sua função é permitir àquele que tem posse ou
propriedade impedir a construção de obra nova em imóveis vizinhos; ou ao condômino, que
impeça que o coproprietário altere a coisa comum.
Pressupostos indispensáveis para manifestação das ações possessórias:]
esbulho: pressupõe que a vítima seja desapossada do bem, que o perca para o autor da
agressão. É o que ocorre quando há uma invasão e o possuidor é expulso da coisa;
turbação: pressupõe a prática de atos materiais concretos de agressão à posse, mas sem
desapossamento da vítima. Por exemplo: o agressor destrói o muro do imóvel da vítima; ou
ingressa frequentemente, para subtrair frutas ou objetos de dentro do imóvel;
ameaça: não há atos materiais concretos, mas o agressor manifesta a intenção de consumar a
agressão. Se ele vai até a divisa do imóvel, e ali se posta, armado, com outras pessoas, dando a
entender que vai invadir, há ameaça.
Fungibilidade das ações possessórias: Vem expressamente prevista no art. 554 do CPC: “A
propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do
pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela, cujos pressupostos estejam
provados. Em outras ocasiões, vemos que a lei processual se vale da fungibilidade para evitar
prejuízo aos litigantes, em situações nas quais pode haver dúvida sobre qual a providência
adequada.
O pedido mais comum que deriva das ações possessórias são os de perdas e danos, lógico que
quando cabalmente provados no crivo do contraditório e os de percepção dos frutos.
Reparação de danos. Da agressão à posse podem decorrer prejuízos. O invasor é capaz, por
exemplo, de provocar destruição e danos à coisa. E pode impedir o possuidor de usála, e retirar
os frutos que ela produz. Pode haver lucros cessantes e danos emergentes.
Indenização dos frutos. Se o réu tiver mantido a posse com boa-fé, ele tornará seus os frutos
colhidos. Mas, se for possuidor de má-fé, terá que restituí-los todos (se não for possível a
restituição, deve-se pagar o equivalente em dinheiro) e indenizar aqueles frutos que, por sua
culpa, se perderam. O autor pode, na inicial, postular esse ressarcimento.
Imposição de medida para evitar novas agressões à posse ou para compelir ao cumprimento
da tutela provisória ou final: A medida, por excelência, é a multa cominatória. É instrumento
de prevenção. O autor pede ao juiz que fixe uma multa suficientemente elevada para
atemorizar o réu de, no futuro, tentar novas agressões à posse.
Ação de ano e dia e os efeitos antecipados da tutela: considera-se ação de ano e dia aquela
que é distribuída dentro de ano e dia contato da turbação ou esbulho firmado na inicial, o que
acarreta possibilidade de pedido de antecipação dos efeitos da tutela. Quando intentada ação
fora do prazo de ano e dia não cabe mais o pedido de liminar, não perdendo contudo o caráter
de ação possessória.