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EXCELENTISSÍMO JUÍZO DA _____ VARA CÍVEL DA COMARCA DE (CIDADE E

ESTADO DA COMARCA)

ROBERTA DOS ANJOS, nacionalidade ..., casada, profissão ..., devidamente


inscrita no RG (Registro Geral) sob o n° ..., e no CPF (Cadastro de Pessoas Físicas) sob o n°
... , e seu cônjuge, LUIZ OTONI, nacionalidade ..., casado, profissão ..., devidamente inscrito
no RG sob o n° ..., e no CPF sob o n° ..., residentes e domiciliados à rua ..., bairro ..., cidade
..., estado ..., CEP (Código de Endereçamento Postal) n° ..., e-mail: ..., vem a presença deste
juízo, por meio de seu (sua) advogado(a) in fine assinado(a), com instrumento procuratório
em anexo, com fundamento no art. 1.210 do CC e no art. 567 do NCPC, bem como demais
dispositivos aplicáveis à espécie, propor a presente:

AÇÃO DE INTERDITO PROIBITÓRIO C/C PEDIDO LIMINAR

em face de PAULO ANDRÉ, nacionalidade ..., estado civil ..., profissão ..., devidamente
inscrito no RG sob o n° ..., e no CPF sob o n° ..., residente e domiciliado à rua ..., bairro ...,
cidade ..., estado ..., CEP n° ..., pelos motivos de fato e nas razões de direito expostos em
momento oportuno.

I. PRELIMINARMENTE

1.1 DA JUSTIÇA GRATUITA

Solicita a parte autora, em sede de preliminar, a concessão dos benefícios da


gratuidade da justiça, nos termos do art. 98 do NCPC, visto que não tem condições financeiras
de arcar com os custos provenientes à tramitação do presente processo. E, por ser pobre nos
termos da lei, pede pela assistência da justiça gratuita.

II. DOS FATOS

A parte autora, composta pelo casal, são possuidores de uma propriedade rural,
situada no (a) ..., na cidade ..., no estado..., cuja utilidade destina-se a produção, com plantio
de culturas locais, bem como criação de gado leiteiro, (descrição do imóvel).
Porém, ocorre que na manhã do dia 09 de abril do corrente ano, os mesmos
foram surpreendidos com a ocupação de um grupo familiar representado pelo Sr. Paulo André
em uma fazenda próxima ao seu imóvel.

Além do fato supracitado, nos dois dias que sucederam a data anteriormente
disposta, o réu ocupou a propriedade vizinha ao imóvel da parte autora, evento que os deixou
assustados, uma vez que ficou evidente que o próximo alvo de invasão seria seu imóvel.

Ademais, sempre que passando pelos locais já ocupados pelo grupo


representado pelo demandado, a Sra. Roberta dos Anjos, parte autora desta demanda, é alvo
de agressões verbais e ameaças não apenas a sua integridade física, mas também de sua
família, e principalmente, de invasão de sua propriedade rural.

Diante dos fatos alegados, no receio de iminência de turbação ou esbulho da


posse que exercem sobre o imóvel, recorrem ao Judiciário para que lhe seja assegurado o
direito ao qual faz jus, a fim de que se evite a turbação ou esbulho, bem como possíveis
moléstias e ameaças.

III. DO DIREITO

3.1 DO INTERDITO PROIBITÓRIO

É notório que, a parte autora, possuidora do imóvel, têm seu direito de posse
segurado de violência iminente sempre que houver justo receio de ser molestado, o qual é
evidentemente narrado pelas Ações Possessórias previstas no art. 1.210 do Código Civil
Brasileiro, que dispõe:

Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na


posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e
segurado de violência iminente, se tiver justo receio de
ser molestado. (Grifo nosso).

Ademais, é claro que em casos de turbação, esbulho, ou na iminência destes,


exige-se, a condição de possuidor. E, como já demonstrado, o caso em tela trata-se de
violência iminente.

Assim, o instrumento jurídico capaz de sanar a situação é a Ação de Interdito


Proibitório, proposta quando há iminência de turbação ou esbulho, como no presente caso, a
qual é regulada pelo atual Código de Processo Civil, in verbis:

Art. 567. O possuidor direto ou indireto que tenha justo


receio de ser molestado na posse poderá requerer ao
juiz que o segure da turbação ou esbulho iminente,
mediante mandado proibitório em que se comine ao réu
determinada pena pecuniária caso transgrida o preceito.
(Grifo nosso).
Neste sentido, é a jurisprudência:

―APELAÇÃO CÍVEL. PRELIMINAR DE


CERCEAMENTO DE DEFESA. IMPOSSIBILIDADE.
INTERDITO PROIBITÓRIO. ESBULHO IMINENTE E
POSSE ATUAL COMPROVADOS. MANUTENÇÃO
DA SENTENÇA. DESPROVIMENTO DO APELO. — O
interdito proibitório é a ação apropriada para que o
possuidor, em vias de comprovada ameaça, proponha e
receba a devida segurança, consistente em uma ordem
judicial proibitória, a fim de impedir que se caracterize
tal ameaça, acompanhada de sanção para a hipótese de
descumprimento da ordem. Todavia, sua concessão fica
sujeita à comprovação do justo receio da turbação ou
esbulho iminente, o que não foi demonstrado nos autos.
VISTOS, RELATADOS E DISCUTIDOS os presentes
autos acima identificados. ACORDA a Egrégia Terceira
Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba,
por unanimidade, em rejeitar a preliminar e, no mérito,
negar provimento ao apelo. (Grifo nosso).

(TJ-PB (0800251-24.2017.8.15.0251, Rel. Des. Saulo


Henriques de Sá e Benevides, APELAÇÃO CÍVEL, 3a
Câmara Cível, juntado em 27/02/2020).

Desta forma, temos como inequívocas a comprovação da ameaça e da


necessidade dessa ação. Deve-se, por meio dela, garantir a perpetuação do direito de moradia
e habitação dos autores.

3.2 DO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS

Nesta exordial, os autores incumbiram-se de provar na dianteira e à saciedade


dos requisitos gerais das demandas possessórias que, aplicados por remissão do art. 568 do
NCPC, estão previstos no art. 561 do NCPC:

Art. 561. Incumbe ao autor provar:

I – a sua posse;

II – a turbação ou o esbulho praticado pelo réu;

III – a data da turbação ou do esbulho;

IV – a continuação da posse, embora turbada, na ação de


manutenção, ou a perda da posse, na ação de reintegração.

Art. 568. Aplica-se ao interdito proibitório o disposto na


Seção II deste Capítulo.
Os autores sempre exerceram à posse em sua plenitude, pois como esboçado
anteriormente, a propriedade é utilizada diariamente para o plantio de culturas locais, bem
como para criação de gado leiteiro. Contudo, o risco à fruição da posse com provável turbação
ou esbulho a ser praticado pelo réu e seu grupo, demonstrado pelas atitudes dos mesmos que
em três dias ocuparam as propriedades vizinhas, agrediram verbalmente a Sra. Roberta dos
Anjos, que compõe a parte autora, e ameaçaram invadir a sua propriedade.

3.3 DO DEFERIMENTO DA LIMINAR PROIBITÓRIA

Diante do exposto, e pela situação fática narrada, fruto desta ação, a parte
autora preenche os requisitos e tem direito ao INTERDITO PROIBITÓRIO da posse, através
da concessão de medida liminar, conforme precedente que se relaciona com a temática da
presente demanda:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE


INTERDITO PROIBITÓRIO. COMPROVAÇÃO DOS
REQUISITOS. 1. A ação de interdito proibitório deve ser
proposta no intuito de segurar o possuidor direto ou
indireto de possível turbação ou esbulho em sua posse,
observados os requisitos insertos no artigo 561, do
Código de Processo Civil. 2. Demonstrado o
preenchimento dos requisitos necessários à concessão
de liminar de interdito proibitório, quais sejam,
comprovação da posse do autor e da iminência da
realização de turbação ou esbulho de sua posse, o
deferimento liminar é medida que se impõe.
RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. (Grifo nosso).

(TJ-GO 55859398220218090019, Relator:


DESEMBARGADOR JEOVA SARDINHA DE
MORAES - (DESEMBARGADOR), 6ª Câmara Cível,
Data de Publicação: 26/01/2022)

Logo, outro não poderia ser o entendimento, se não o provimento da presente ação,
e a concessão da liminar proibitória, a qual visa afastar qualquer tipo de ameaça à posse de
determinado possuidor, garantindo a ele a devida segurança.

Portanto, provada a posse da parte autora e a iminência de turbação ou esbulho


por parte do grupo representado pelo Sr. Paulo André, é indispensável à aplicação do art. 562,
tendo em vista também a previsão do art. 568 do NCPC.

Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída,


o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do
mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso
contrário, determinará que o autor justifique previamente o
alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que
for designada. (Grifo nosso)

Tendo em vista os elementos supracitados, a concessão da medida liminar de


caráter proibitório Inaudita Altera Pars é o que se espera deste juízo, para que a justa ameaça
ao direito de posse da parte autora não se converta em turbação ou esbulho. A medida liminar
deve vir acompanhada de sanção para os casos em que haja descumprimento da mesma.

IV. DOS PEDIDOS

Frente ao exposto, e

CONSIDERANDO que se encontram reunidos todos os requisitos legais


exigidos para propositura de tal ação, quais sejam: a posse dos requerentes, e o risco de
violência iminente, com a ameaça de invasão por parte do grupo liderado pelo Sr. Paulo
André, réu desta demanda, a parte autora REQUER:

a) A concessão dos benefícios da gratuidade da justiça, uma vez preenchidos os requisitos do


art. 98 do NCPC;

b) A concessão de MEDIDA LIMINAR Inaudita Altera Pars, com a expedição do


competente mandado, com a determinação para que o réu e para o grupo por ele representado
se abstenham de praticar atos de ameaça de invasão por turbação ou esbulho, sob pena de
multa pecuniária diária no valor de R$ ...(valor expresso em reais, em números e por extenso).

c) A citação do réu para apresentar contestação dentro do prazo legal, nos termos dos arts. 246
e 212, do NCPC, sob pena de revelia;

d) Caso Vossa Excelência determine audiência de justificação prévia, a oitiva das


testemunhas, cujo rol será apresentado no prazo legal.

e) Que a presente ação seja julgada TOTALMENTE PROCEDENTE, com a manutenção


dos requerentes na posse do imóvel, livres de ameaça de invasão, e a condenação do réu ao
pagamento das custas judiciais e honorários advocatícios na ordem de ...% sobre o valor da
causa, acrescidos de juros e atualização monetária, e demais cominações legais;

f) Protestar provar o alegado por todos os meios de provas admitidas em direito.

Dá-se à causa o valor de R$ ... (valor expresso em reais, em números e por extenso).

Nestes termos,
Pede deferimento.

Cidade/UF de estado, data com mês e ano.


Nome completo do advogado (a)
Advogado(a)
OAB/UF n°

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