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Consideramos como “grave omissão”, porquanto o Código de Processo Civil disciplina que:
Art. 79. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como autor, réu ou
interveniente.
No alígero quadro fático estipulado na inicial da ação executiva, o Embargado revelou que os
cheques, alvo da pretensão deduzida em juízo, era fruto de “uma dívida do réu com o autor”.
Contudo, não afirmou, lógico, maiores detalhes acerca desta inverídica dívida. Ao revés, o
Embargado andou longe de sequer mencionar os fatos relacionados à execução, quando assim
impõe a Legislação Adjetiva Civil. Se desta forma fizesse, evidente que com maior facilidade
seria desmascarada a farsa, recôndita nas superficiais linhas inaugurais. Entretanto, com a prova
documental que ora acostamos, não haverá nenhuma dificuldade na elucidação do propósito
injurídico que envolve a pendenga executiva.
Cabe aqui destacar, desde logo que o Embargado é famoso agiota que age na cidade tendo
inclusive diversos processos no âmbito criminal e no JEC por conta da sua conduta agressiva,
ameaçadora contra suas vítimas.
O Embargante aproveita e junta espelhos dos processos que prova que o Embargado é réu em
Ações Penais que versa sobre o crime de agiotagem, onde praticou crime contra a economia
popular (0004840-12.2012.8.05.0004/ Crimes contra a Economia Popular - Réu: Luiz
Fabiano Gomes de Oliveira - Recebido em: 24/07/2012 - 1ª Vara Criminal) nesse processo
ficou preso cautelarmente sendo que hoje encontra-se em liberdade provisória, é réu em mais
processos por ter praticado crime de extorsão - agiotagem (0501966-55.2016.8.05.0004 - Ação
Penal - Procedimento Ordinário / Extorsão - Réu: Luiz Fabiano Gomes de Oliveira -
Recebido em: 01/06/2016 - 1ª Vara Criminal) – (0300832-74.2016.8.05.0004 - Ação Penal -
Procedimento Ordinário / Extorsão - Réu: Luiz Fabiano Gomes de Oliveira - Recebido em:
27/07/2016 - 1ª Vara Criminal).
No âmbito do JEC o Embargado possui procedimentos contrário sendo todos sobre crime de
ameaças que envolve agiotar (0003990-21.2013.8.05.0004 e 0004065-21.2017.8.05.0004) sendo
o segundo processo a vítima o Embargante onde o Embargado em plena praça do Carneirão
ameaçou o Embargante cobrando juros de uma dívida que já foi quitada, conforme se depreende
dos documentos anexos. Embargado age frequentemente com ameaças se valendo do medo e do
desespero das suas vítimas.
Deste modo, a conduta do Embargado é ilegal fere a ordem jurídica praticando crime contra a
economia popular, nos termos da alínea “a” do artigo 4º da lei 1.521/51, que prevê pena de
detenção de 06 (seis) meses a 02 (dois) anos para aquele que “cobrar juros, comissões ou
descontos percentuais, sobre dívidas em dinheiro superiores à taxa permitida por lei.
Deste modo, devido ao longo histórico de processos que versam sobre o crime de agiotagem resta
claro que a referida dívida é ilegal oriunda de uma simulação de dívida acumulada de juros que
foge do mercado, pura usura.
MM. Juiz, na verdade o Embargante foi forçado assinar os referidos cheques por ameaças de
morte por telefone, Whatsapp, no momento não tinha outra opção, o Embargante não suportava
mais ter que viver com a pessoa do Embargado ameaçando publicamente sua família. Tanto é que
procurou a delegacia e registrou ocorrência (TCO nº 0004065-21.2017.8.05.0004) sobre o
mesmo fato que versa a ação monitória, onde o Embargado ameaçou publicamente o Embargante
perante sua família e amigos na praça do Carneirão alegando que este devia a quantia de
R$30.000,00 (trinta mil reais) de juros de um empréstimo.
O Embargante registrou ocorrência na DEPOL e tem provas (gravações com as ameaças praticada
pelo Embargado cobrando o tal juros dos cheques objeto da ação monitória, bem como
testemunhas) suficientes que atestam que tudo não passa de agiotagem com ameaças graves com
o intuito de cobrar os juros do empréstimo alicerçado nos talonários dos cheques que o
Embargante assinou sobre pressão.
O Embargado, pois, acossado por injustas ameaças do Embargado, foi forçado, quando já sem
direito a assinar tais talonários de cheques, forçadamente por ameaças, sendo que o debito original
já foi pago na sua integralidade.
(2) – DO DIREITO
Art. 3º - Nas ações que visem à declaração de nulidade de estipulações com amparo no
disposto nesta Medida Provisória, incumbirá ao credor ou beneficiário do negócio o
ônus de provar a regularidade jurídica das correspondentes obrigações, sempre
que demonstrada pelo prejudicado, ou pelas circunstâncias do caso, a verossimilhança
da alegação.
Claro na norma que, para que o Embargante faça jus ao benefício da inversão do ônus da prova,
em contraposição aos ditames da Legislação Processual Civil (art. 373), compete-lhe,
primeiramente, provar a “verossimilhança da alegação”, fato constitutivo de seu direito.
Existindo, portanto, “indício”(s) ou “começo de prova” acerca dos fatos alegados, a regra é a
inversão do ônus da prova, conforme os ditames da legislação em espécie.
Com apoio na prova documental acostada aos presentes embargos, há vestígios (notórios) de que,
efetivamente, ocorreu a cobrança de juros onzenários, maiormente quando o Embargado por meio
de ameaças forçou o Embargante a assinar os cheques com os valores cobrados no objeto da ação
Caso Vossa Excelência não entenda que existam indícios de prova da prática de usura, com a
necessária inversão do ônus da prova (MP nº. 2.172-32/2001), o que diz apenas por argumentar,
de já o Embargante evidencia a necessidade de produção de provas.
É costume daqueles que primam pela usura não destacarem em suas articulações em juízo, como
requer a lei, a verdadeira origem de seu crédito.
A tese de defesa destes, por outro lado, em uníssono, trilha pela vaga alegação de que “aos títulos
cambiários devemos aplicar as regras de abstratividade, pois inerente ao Direito Cambial,
impossibilitando a investigação da causa debendi.”
É consabido que a agiotagem é uma prática nefasta que acompanha as transações negociais do
homem há muito tempo. Tal odiosa atitude costuma desenvolver-se na calada da noite, em
contatos e visitas sem a presença de testemunhas, através de vozes baixas e veladas, sempre de
forma obscura, simulada, disfarçada. Ninguém se denomina à sociedade como agiota, maiormente
quando sendo este seu único meio de subsistência. De outro turno, quando maior a desgraça
financeira que acometa o devedor, com maior vigor o mesmo age sobre a vítima. Quem se socorro
de agiota está no fundo do poço, não detém crédito ou até mesmo credibilidade no mercado, não
sabendo mais a quem recorrer.
Assim, poucas são as chances de se produzir provas contra esta sinistra atitude, daí a lei, em bom
tempo, propiciar a inversão do ônus da prova.
Por esse ângulo, o Julgador deve ficar atendo a esta situação de desvantagem do devedor que
esteja em juízo. Restringir a produção de provas, seria o mesmo que condená-lo ao pagamento do
débito discutido em juízo.
A convenção das partes, qual seja o empréstimo mediante juros além do patamar legal,
sinaliza nulidade(absoluta) do pacto.
Art. 1º - É vedado, e será punido nos termos desta lei, estipular em quaisquer contratos
taxas de juros superiores ao dobro da taxa legal.
Esta é, aliás, a diretriz do art. 104 do Código Civil, o qual preceitua que a validade do ato jurídico
requer objeto lícito e que não tenha por objetivo fraudar lei imperativa (CC, art. 166, II e VI).
Devemos sopesar, ademais, que a taxa de juros legais permitida no Código Civil é de 1% a.m.
(CC, art. 406).
Assim, tendo em vista o dispositivo do art. 1º do Decreto-Lei nº 22.626/33 (Lei de usura), que
permite a pratica do dobro da taxa legal, pode-se concluir, sem embargo, que a cobrança de juros
por entes que não integram o sistema financeiro nacional, deverá observar aos ditames da
legislação em destaque. Qualquer percentual acima disto configura ato ilícito, que foi o
acontecido.
Provar-se-á, de outro tocante, que o Embargante foi coagido a assinar a cártula em debate, com o
fito de se ver livre das ameaças de morte constante conforme será demostrado durante a instrução
processual do feito, frente ao forte conjunto probatório que será construído.
Como é curial de todos que lidam com este “ramo”, há, sempre, nestas relações, uma animosidade
e vindita reinante, quando o infeliz devedor não lograr êxito em pagar seu débito, ou mesmo os
juros, na data aprazada. E o caso do Embargante não poderia fugir da regra.
Art. 171 – Além dos casos expressamente declarado na lei, é anulável o negócio
jurídico:
...
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra
credores.”
Por mais esta razão, a ação não merece prosperar, vez que ajoujada em título originário de coação.
(3) – P E D I D O S e R E Q U E R I M E N T O S
(1) Seja declarado nulo o título executivo atrelado à ação de execução, porquanto
fruto de objeto ilícito e coação, afastando, assim, toda e qualquer cobrança
referente ao mesmo;
(2) Como pedido sucessivo, pede o afastamento dos juros superiores ao teto legal,
reduzindo-os do valor principal, compensando-se com todos os pagamentos antes
efetuados, antes repetindo-os de forma dobrada;
(d) Requer seja invertido o ônus da prova, tendo em vista tratar-se de fatos que
destacam a figura da agiotagem. Sucessivamente, almeja provar o alegado por toda
espécie de prova admitida (CF, art. 5º, inciso LV), nomeadamente pelo depoimento
do Embargado, oitiva de testemunhas, juntada posterior de documentos como
contraprova e perícia grafodocumentoscópica, tudo de logo requerido.
Concede-se à causa o valor de R$30.000,00 (trinta mil reais), que é o mesmo concedido à ação
de execução.